domingo, 16 de dezembro de 2012

PROVA FINAL: ASSUNTOS DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA

ASSUNTOS QUE CAIRÃO NAS PROVAS FINAIS

PRIMEIROS ANOS (REDES E LOGÍSTICA):
FILOSOFIA: 

-Sócrates
-Platão
-Aristóteles

SOCIOLOGIA: 
-Fatos sociais 
-Bullying

SEGUNDOS ANOS (REDES E LOGÍSTICA):
FILOSOFIA: 

-Axiologia
-Descartes 


SOCIOLOGIA: 
-O Negro e o Índio na formação da sociedade brasileira
-Bullying

sábado, 24 de novembro de 2012

BULLYING: TEXTO PARA A PROVA


Você já foi alvo de gozação ou vê, ou viu alguém sendo ofendido constantemente? Não era brincadeira. Era o bullying. Bullying é uma situação caracterizada por agressões intencionais, verbais, físicas ou psicológicas, feitas de maneira repetitiva. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
Bullying é uma característica de quem gosta de ofender, humilhar, discriminar, intimidar, de quem se diverte fazendo alguém sofrer. 

O comportamento dos praticantes do bullying são variados, mas em geral, incluem a  intimidação física, psicológica, relacional e até sexual. O bullying pode ser mais visível, mas pode também passar despercebido pelo tipo de comportamentos envolvidos (por exemplo, espalhar rumores sobre alguém);
BULLYING E O PODER: O bullying está associado a uma relação de poder e de submissão, onde alguém ou um grupo detém poder físico e psicológico por longo tempo sobre outra pessoa, provocando-lhe intenso sofrimento. 


Bullying é violência e é crime. Já existem leis contra essa crueldade. Em Pernambuco há duas leis: LEI Nº 13.995 DE 22/12/2009: Combate ao Bullying;LEI Nº 14.376 DE 02/09/2011: Combate ao Cyberbullying
Detalhes da Lei 13.995: Art. 1º AS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DEVERÃO INCLUIR EM SEU PROJETO PEDAGÓGICO, MEDIDAS DE CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO, DIAGNOSE E COMBATE AO BULLYING.
PRINCIPAIS VÍTIMAS DO BULLYING: Em geral, as pessoas consideradas por um grupo como diferentes das demais. Dessa maneira, o Bullying faz parte da tirania intolerante, a qual não admite pessoas que agem ou pensam de maneira diferente. Os principais alvos do Bullying são:

1 - os “nerds” (estudiosos, interessados). Muitas vezes, motivados por inveja ou por incapacidade, alguns colegas passam a perseguir os que gostam de estudar ou que são esforçados.

 2 - Os que têm alguma característica visual pela qual passam a ser motivo de gozação, incluindo os obesos, os baixinhos e os franzinos. Incluem-se também os que possuem alguma deficiência física ou psicológica, os tímidos e retraídos. São pessoas que não escolheram nascer dessa ou daquela maneira, com esse ou aquele aspecto ou comportamento, os quais merecem todo o respeito por parte dos demais, pois ninguém pediu para vir ao mundo com determinada incapacidade física ou psicológica, ou determinado comportamento tímido, etc. Ninguém escolhe nascer com algum problema de ordem física ou psicológica. Todos merecem o devido respeito. Se fosse você, ia querer ser respeitado? Mesmo as pessoas que escolhem ser “diferentes”, devem ser respeitadas.

3 – Mesmo as escolhas que as pessoas fazem, devem ser respeitadas. Nesse caso, são vítimas aquelas pessoas religiosas que se diferenciam pelo seu comportamento e modo de vestirem-se, além dos gays, lésbicas, travestis, etc. Essas pessoas escolheram ou gostam de ser assim e nem por isso devem ser desrespeitadas em suas escolhas e modo de viver.

A DESUMANIDADE DO BULLYING: Bullying é antidemocrático, intolerante, autoritário, violento, discriminador, preconceituoso, racista, cruel e desumano. O Bullying desumaniza a humanização do ser humano. O Bullying assemelha-se em sua desumanidade ao nazismo, o qual perseguia os que possuíam ideologia, comportamento e herança biológica diferente das suas. O Bullying é uma violência contra os direitos humanos, os direitos básicos do ser humano ("...Nenhum ser humano será submetido a um tratamento cruel, desumano e degradante...", artigo que está na Declaração Universal dos Direitos Humanos).

A CRIANÇA É UM SER VIOLENTO? As crianças são naturalmente más (infelizmente, a maldade faz parte da natureza humana, com exceções, claro). Criada sem regras ou punições, a criança torna-se uma tirana, achando-se superior as demais pessoas. São elas que agridem os menores, pisam em formiguinhas, tocam fogo no rabo do gato, são egoístas ao extremo, querem tudo para si, judiam dos mais fracos e participam do fenômeno conhecido por Bullying.

TIPOS DE BULLYING:
1 - BULLYING VERBAL (BULLYNG DIRETO): apelidar, xingar, ridicularizar, insultar a pessoa ou seus familiares.

 2 - BULLYING FÍSICO (BULLYING DIRETO): Bater, morder, beliscar, derrubar, puxar a cadeira, trancar a vítima em algum lugar, chutar, cuspir, empurrar, ferir, roubar pertences, etc.

 3 - BULLYING MORAL E PSICOLÓGICO (GERALMENTE É INDIRETO): difamar, fofocar, caluniar, discriminar, enganar, provocar, humilhar, isolar, ignorar, excluir, discriminar, oprimir, perseguir, intimidar, ameaçar, aterrorizar, etc. Em geral, o Bullying psicológico é considerado pior que o físico, pois deixa marcas na personalidade e no caráter da vítima, a qual poderá levar para o resto da vida os traumas.

 4 - BULLYING VIRTUAL (BULLYING INDIRETO): difamar através da internet e celular.
CAUSAS DO BULLYING: O bullying geralmente começa em casa, através da educação (ou da sua falta) dada a determinada criança, onde a mesma é criada com regras frouxas, com ampla liberdade para a maldade e o desrespeito até com seus próprios pais e irmãos. Essa criança, em geral acha-se superior as demais, é arrogante, não é estudiosa, é irritadiça, quer resolver os problemas através da violência, é mal-educada, preguiçosa, etc., ou seja, ninguém nasce com um "gene do bullying". Normalmente, o agressor começa com atitudes ruins desde criança... Exemplo: a criança que fala palavrão ou agride...todos em casa acham bonitinho e ninguém impõe limites. A omissão dos pais na educação é uma das causas do bullying. Quando vai a escola, essa criança leva consigo suas "brincadeiras" e passa a atingir outros... "O agressor impõe o seu comportamento dentro do grupo e, com isso, atrai seguidores, motivados pelo fato de pertencer ao grupo que "detém o poder" ou para evitar serem vítimas. Nesse caso, os seguidores erram duas vezes: por associarem-se para o mal e por serem omissos. Além disso, o líder do grupo leva vantagem, pois se o caso for descoberto, não levará sozinho a culpa: jogará também sobre os demais.
ENVOLVIDOS NO BULLYING:
1 – AGRESSOR (BULLIE)
2 – AUXILIARES / INCENTIVADORES/SEGUIDORES: participam ativamente da agressão, muitas vezes por temer represálias.
3 – OBSERVADORES OU TESTEMUNHAS OMISSAS: sabem de tudo, mas não denunciam e preferem mentir, ou seja, também são omissas e mentirosas.
4 – DEFENSORES: São as que passam a proteger a vítima e denunciam. Pode ser qualquer pessoa: colegas de classe, funcionários, professores, pais, vizinhos, amigos, etc.
5 – A VÍTIMA OU ALVO.
CONSEQUENCIAS DO BULLYING:
A vítima pode levar o trauma para a vida adulta. Os efeitos mais comuns: depressão, insegurança, fraco desempenho escolar, síndrome do pânico. Em casos mais extremos, a vítima pode vir a vingar-se dos agressores ou vir a suicidar-se. Há vários casos no Brasil e no mundo de tragédias provocadas pelo Bullying.
O CASO WELLINGTON: um dos mais famosos foi o massacre em Realengo, na escola municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro: o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira matou 12 estudantes e depois se matou. Wellington, que tinha problemas mentais, estudou na referida escola entre 1999 e 2002. Sua aparência e comportamento foram motivos do Bullying que sofreu: usava calças com cós acima da cintura e meias até os joelhos. A menina mais bonita da turma se jogava em cima dele, fingindo assediá-lo, só pra sacanear. Ganhou fama de homossexual e recebeu os apelidos de Sherman e depois Suingue, já que mancava, por ter uma perna menor que a outra. Seus "colegas" de classe chegaram a joga-lo em uma lixeira da escola.
Wellington era muito tímido; “Mal ouvíamos a voz dele, vivia no mundo dele” contou uma vizinha. ”Era muito calado, muito fechado”. Além disso, tirava notas baixas. No emprego, também repetia seu comportamento introvertido, confirmou o gerente da fábrica de alimentos onde Wellington trabalhou durante dois anos como auxiliar de almoxarifado. A empresa considerou baixa a produtividade dele e acabou por demiti-lo em agosto de 2010. Ficou desempregado. Depois da morte da mãe adotiva, passou a morar sozinho mergulhado na mais extrema solidão.
O Bullying sofrido por Wellington agravou seu problema mental. O Bullying não foi a causa da tragédia, mas uma das causas, pois sofrer Bullying não implica necessariamente em recorrer a violência contra seus algozes. Talvez, se não tivesse sofrido Bullying, a tragédia não tivesse ocorrido.

COMO IDENTIFICAR CASOS DE BULLYING:
NA ESCOLA É fundamental que os colegas, pais, professores coordenadores e demais funcionários da escola atentem especialmente para os seguintes sinais: alunos que no intervalo encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às aulas, mostram- se comumente tristes, deprimidas ou aflitas; nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares; em outros casos, tem seus livros, cadernos e objetos pessoais roubados ou danificados, apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas, etc.
EM CASA: frequentemente, as vítimas se queixam de dores de cabeça ou estômago, enjoo, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia, etc. Mudanças de estado de humor, com explosões repentinas de irritação, ou estado depressivo. Geralmente, as vítimas não têm amigos ou, quando têm são poucos; existe uma escassez de telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar. Apresentam diversas desculpas (inclusive doenças físicas) para faltar às aulas, ou deixam de frequenta-las.
COMBATENDO O BULLYING: Quem quer ser respeitado, deve respeitar; não siga o grupo que quer fazer o mal; siga os que querem fazer o bem. O mal só atrai desvalores: violência, sofrimento, exclusão, vingança, ódio, etc...o caminho do mal é cada vez pior; o mundo já está muito violento: não o torne pior ainda.
A família é a base de tudo, tanto para que a criança não se torne uma agressora ou uma vítima. Pesquisas revelam que crianças criadas “sem limites” (onde os pais não punem a violência, nem dão exemplo) tendem a reproduzir esse comportamento agressivo na escola. Por outro lado, a criança vítima de Bullying deve ter nos pais a confiança necessária para se abrir e denunciar. Os pais devem dar o exemplo e usar palavras positivas e de motivação, para fortalecer os laços de amizade dos filhos. Os pais devem criar uma SENSAÇÃO DE SEGURANÇA E SINCERIDADE para que os filhos tenham ampla liberdade de relacionamento.
A escola tem responsabilidade de combater o Bullying através de campanhas educativas, aulas de conscientização, inclusão no projeto político pedagógico, tratamento de casos, etc. Todos os que fazem parte da escola são responsáveis: alunos, professores, funcionários e diretoria.
A OMISSÃO E O SILÊNCIO são os maiores aliados do Bullying, tanto por parte da vítima como das testemunhas. Quem não denuncia o bullying está transigindo (aceitando, pactuando, combinando, agindo em prol da continuação da violência)  com o agressor.  

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons". 

"O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos".
Martin Luther King


domingo, 11 de novembro de 2012

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA ETEMAC 2012

O evento ocorrerá no dia 23 de novembro de 2012, pela manhã. A programação constará de apresentações de talentos (música, dança, etc.), voltados para a valorização da cultura negra, além da  eleição da Rainha e do Rei da beleza negra.
Inscrições com o professor Luciano e com a coordenadora Rosely. 

AXIOLOGIA - FILOSOFIA DOS VALORES E EXERCÍCIO


FILOSOFIA IV UNIDADE
AXIOLOGIA -
FILOSOFIA DOS VALORES
O que é melhor: vingança ou justiça? Ódio ou perdão?
É melhor ser pobre honesto ou rico ladrão? É Melhor ser autêntico ou falso? Como escolher minha profissão? Pelo status e dinheiro (mesmo sem ser o que gostaria) ou devo seguir aquilo que sempre gostei, mesmo que ganhe pouco?
Viver é estar sempre fazendo algo, é estar escolhendo dentre as inúmeras possibilidades, qual caminho seguir. Estas escolhas pautam-se nos valores que nós identificamos como melhores para a nossa vida.  
O Que É Valor? do grego axio "valor" + logia "estudo, tratado“.
Há várias definições para os valores:
- Valor é tudo aquilo que acreditamos ser importante para nós (isso varia de pessoa para pessoa)
- Valor é uma qualidade que concedemos aos objetos, às ações ou às pessoas, seja ela positiva ou negativa.
-Valor é o que me agrada e o que me desagrada.
-Valor também pode ser aquilo que não tenho e que desejo.
IMPORTÂNCIA DOS VALORES:
Representam coisas em direção das quais nos aproximamos ou afastamos. São as coisas, os IMPULSOS pelas quais desejamos despender esforços e recursos.
É aquilo que nos motiva. Fornecem critérios para avaliarmos nossas ações como boas ou ruins. Dirigem nossos propósitos na vida.
O valor é o princípio norteador das escolhas humanas (os fins), o desejável, o preferível.
O valor é o guia, a norma das escolhas, por isso carece da consciência e da liberdade do ser humano.
Tipos de valores: sensíveis, econômicos, éticos/morais, espirituais, sagrados, políticos
VALORES SENSÍVEIS: Os valores do agradável e do prazer, hedônicos. Abrangem não apenas as sensações de prazer e satisfação, como tudo aquilo que é apto a provocá-las (paixão, sexo, comida, bebida, etc.). exemplo: o hedonismo do alcoólatra, do fumante, do torcedor fanático por futebol, etc.
VALORES ECONÔMICOS: Referem-se aos valores materiais e bens de consumo: dinheiro, habitação, carro, terreno, etc. Na sociedade capitalista, estes são os valores mais levados em conta, os que dominam o cenário mundial. São de extrema importância, pois necessitamos dele para a nossa sobrevivência, mas o problema está na supervalorização do mesmo sobre os demais, levando muita gente a abandonar princípios éticos ou sagrados, trocando-os pelos econômicos.
VALORES ÉTICOS/MORAIS: a) Referem-se às normas ou critérios de conduta que afetam todas as áreas da nossa vida. Exemplos: Solidariedade, Honestidade, Verdade, Lealdade, Bondade, Perdão.
VALORES ESPIRITUAIS:
Caracterizam-se pela sua imaterialidade e durabilidade: Inteligência, Conhecimento, Sabedoria, Razão, etc.
VALORES SAGRADOS/TEOLÓGICOS: Referem-se a nossa relação com o que consideramos sagrado, as divindades, a transcendência, a religiosidade
VALORES POLÍTICOS: nossa relação com o próximo e a  sociedade: exemplos: justiça, igualdade respeito,  liberdade,  direitos humanos, responsabilidade, etc... 
Como classificamos esses valores em nossa vida?
De acordo com os que consideramos mais e menos importantes, ou seja, varia de pessoa para pessoa.

JUÍZO DE FATO E JUÍZO DE VALOR:
Se dissermos: “Está chovendo”, estaremos enunciando um acontecimento constatado por nós e o juízo proferido é um juízo de fato.
Se, porém, falarmos: “A chuva é boa para as plantas” ou “A chuva é bela”, estaremos interpretando e avaliando o acontecimento, ou seja, é um juízo de valor.
Qual é a diferença entre os dois tipos de juízos? A diferença é entre a Natureza  (EX: CHUVA) e a Cultura (A CHUVA É BOA PARA A AGRICULTURA).
JUÍZOS DE FATO: Juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são.
JUÍZOS DE VALOR: Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.

A DISTORÇÃO  DOS VALORES:
Nossos valores não são baseados apenas na razão, mas também nas emoções, no fanatismo, alienação, na falta de esclarecimento e informação (essenciais para a tomada de decisão mais correta), ou seja, poderão estar distorcidos, nos levando ao engano e aos prejuízos ao longo da vida. Exemplo: alguém que foi criado numa cultura machista e reproduz seu comportamento contra sua esposa. Alguém que é fanático por futebol chegando ao ponto de usar (ou sofrer) violência pelo seu time (ou até vir a ser preso ou morrer).  
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VALORES: Polaridade,  Hierarquização, Historicidade, Perenidade, Absolutividade/relatividade.
POLARIDADE: Há sempre um polo positivo e um polo negativo (bem/mal; belo/feio; sagrado/profano), etc.
1-(POLARIDADE) VALORES ÚTEIS: CARO X BARATO, CAPAZ X INCAPAZ, ABUNDANTE X ESCASSO, ADEQUADO X INADEQUADO, CONVENIENTE X INCOVENIENTE.
2 -(POLARIDADE) VALORES VITAIS: FORTE X FRACO, SAUDÁVEL X DOENTIO, ENÉRGICO X INERTE.
3-(POLARIDADE) VALORES LÓGICOS: VERDADE X FALSIDADE, CONHECIMENTO X DESCONHECIMENTO, CERTO X ERRADO, EVIDENTE X IMPROVÁVEL.
4 -(POLARIDADE) VALORES ESTÉTICOS: BELO X FEIO, ELEGANTE X DESELEGANTE, HARMONIOSO X DESARMONIOSO, SUBLIME X RIDÍCULO.
5-(POLARIDADE) VALORES ÉTICOS/MORAIS: BOM X MAU, JUSTO X INJUSTO, LEAL X DESLEAL, PIEDOSO X IMPIEDOSO.
6-(POLARIDADE) VALORES RELIGIOSOS/SAGRADOS: SANTO X PROFANO, DIVINO X DIABÓLICO, TERRENO, ESPIRITUAL X CARNAL, MILAGROSO X MECÂNICO
HIERARQUIA DOS VALORES: Ordenam-se de acordo com o grau da sua importância que damos aos mesmos, ou seja é pessoal.  
HISTORICIDADE DOS VALORES: caráter temporal e relativo de alguns valores; padrões valorativos próprios de uma época. No passado, por exemplo, a poluição era vista como sinal de progresso, a terrível escravidão era valorizada, assim como o desmatamento, etc. O casamento duradouro era valorizado, mesmo que o casal vivesse uma relação apenas de fachada, pois a mulher desquitada era desvalorizada e mal vista pela sociedade hipócrita e machista.
PERENIDADE DOS VALORES: caráter intemporal de alguns valores; valores que não sofrem alterações nem mudam ao longo da história. Exemplo: a saúde, a felicidade, a verdade, a inteligência, a confiança, a qualidade, a ética, as normas, o trabalho, etc.
ABSOLUTIVIDADE/RELATIVIDADE: Os valores estão sujeitos a dependência histórica e cultural dos povos. Exemplo: a mulher muçulmana em geral veste-se  cobrindo todo o corpo e a cabeça, enquanto a mulher ocidental, mesmo religiosa, usa roupas bem mais decotadas (há exceções).
COMO ADQUIRIMOS OS NOSSOS VALORES? Eles são inconscientemente adquiridos através da família, escola, religião, amigos, mídia, sociedade, etc.
AS PESSOAS USAM A AXIOLOGIA PARA ESCOLHER SUA PROFISSÃO? Em geral, sim: escolhemos uma profissão baseados em valores, nossos ou os de mercado. Nem sempre é fácil escolher uma profissão: alguns escolhem baseados no status da mesma. Exemplo: alguém pode escolher ser médico por ostentação ou dinheiro. Outros “escolhem” por pressão da família para ser engenheiro, advogado, médico, etc, mesmo que não seja a ideal.   
Outros escolhem a profissão baseando-se na sua vocação. É importante saber suas vocações. É claro que com trabalho árduo e dedicação podemos ser bem sucedidos, mas possuímos vocações distintas que podem ajudar na escolha da carreira. Procure saber quais são suas vocações.

O QUE É VOCAÇÃO? Ação ou efeito de chamar, de invocar, de denominar(-se).
- Tendência (s) ou inclinação (s) natural ou simpatia  que nos direciona para uma atividade, função ou profissão. Exemplo: quem tem facilidade com cálculos já tem um indicativo de profissão na área de exatas, assim como quem tem facilidade na área de humanas, letras, artes, biologia, etc.
Mesmo com a vocação, há o problema da dúvida e da indecisão. Quem não sabe pra onde quer ir não chega a lugar nenhum. Uma dica é escrever os assuntos (as matérias, os temas, as atividades) que mais te motivam e ver as carreiras  que mais se relacionam com os mesmos.
CONFLITO DE VALORES: Os valores podem se interpor no caminho das mudanças que desejamos realizar.
EX: casamento ou carreira profissional, ser médico ou advogado, abandonar um bom emprego para abrir uma empresa, etc.
Se há dois valores em conflito,  isto pode gerar uma crise, através da indecisão, incerteza, decisão precipitada / adiada, frustração por não saber se tomou a decisão correta,  arrependimento, etc.

QUESTIONÁRIO:

1- Coloque numa escala de importância (do maior para o menor) os seguintes valores: sensíveis, econômicos, éticos/morais, espirituais, sagrados e políticos. Justifique sua resposta.


2- As questões emocionais, a falta de informação e o fanatismo podem nos enganar em relação a escolha de nossos valores?


3 – Os valores são absolutos ou podem ser relativos? Comente.


4 – Há valores que são perenes? Comente.


5 – Os valores políticos devem estar ligados aos valores éticos? Comente.


6 – como escolher uma profissão usando a axiologia?


7 – Classifique as afirmações como juízo de fato ou de valor:
a-O hidrogênio é um elemento químico (                              );
b-O revólver é uma arma (                              );
c- A pena de morte é injusta (                            );
d – O réu foi condenado (                            );
e – o réu foi injustamente condenado (                            );
f – o réu mereceu ser condenado (                            );
g – você deveria ter pagado a dívida (                            );
h – você não pagou a dívida (                            );

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

FILOSOFIA DE ARISTÓTELES - TEXTO E QUESTIONÁRIO


ARISTÓTELES: Nasceu na Macedônia, em Estagira (384 a.C.)  Seu pai, Nicômaco, foi médico na corte da Macedônia. Alexandre foi professor de Alexandre, o Grande (durante algum tempo). Em Atenas, fundou o Liceu. Sua escola era também chamada de Escola Peripatética (perambulantes), onde as aulas ocorriam durante longas caminhadas com debates, discussões e aprofundamento dos assuntos.
AO CONTRÁRIO DE SEU MESTRE, ARISTÓTELES VALORIZAVA O EMPIRISMO (Experiências práticas, através do uso dos sentidos).

METAFÍSICA: O filósofo deu quatro definições para metafísica:
A ciência que indaga causas e princípios;  A ciência que indaga o ser enquanto ser;  A ciência que investiga a substância; A ciência que investiga a substância supra-sensível (teológica, divina). 

ATO E POTÊNCIA: Todas as coisas existem em ato e em potência: Exemplos:
1 - A bauxita existe em ato na natureza como um mineral, mas tem o potencial para ser transformada em alumínio. 
2 - A sucata de alumínio existe como ato, mas tem o potencial para ser reciclada e voltar a ser um utensílio de alumínio.   

ATO: -É a atualidade de uma matéria, isto é, sua forma num dado instante do tempo;
-É a ação que atualiza uma potência contida na matéria.

POTÊNCIA: É a capacidade ou possibilidade de mudança de uma substância. Neste momento, existimos em ato, mas temos o potencial físico para envelhecer e morrer. Temos também o potencial para aprender novos conhecimentos, para sermos bons profissionais, para fazermos o bem ou o mal, etc.

AS QUATRO CAUSAS DE ARISTÓTELES: para o filósofo, todas as substâncias possuíam quatro causas:

CAUSA MATERIAL: É O MATERIAL PELO QUAL QUALQUER OBJETO É COMPOSTO.
EX: A arvore é feita de madeira, o machado é feito de madeira com cabo de ferro, nós somos feitos de material orgânico (sangue, pele, ossos, etc). :

CAUSA EFICIENTE (ou MOTORA): É A CAUSA PELA QUAL UM OBJETO É TRANSFORMADO EM OUTRO. É O DEVIR, O VIR-A-SER. Na maioria das vezes, a causa eficiente é o ser humano, embora a natureza também a realize (ex: o ninho que o passarinho faz, a casa do joão-de-barro, a terra fértil que faz brotar as plantas, as arvores que produzem as frutas, etc.).
EX: A árvore, através do ser humano, foi transformada em uma cadeira ou uma mesa.

CAUSA FORMAL: É O FORMATO QUE O OBJETO TOMARÁ APÓS SER TRANSFORMADO. EX: O formato da cadeira, da mesa, do prego, etc.

 CAUSA FINAL: É O OBJETIVO FINAL, O IDEAL PELO QUAL OS OBJETOS SÃO TRANSFORMADOS EM OUTROS. EX: A cadeira: Sentar, descansar, expô-la em um mostruário, etc.

QUAL DAS CAUSAS É A MAIS IMPORTANTE? Na época de Aristóteles, os filósofos consideravam a causa final, já que o trabalho manual era desvalorizado (era coisa para escravos). Com a chegada do capitalismo, a Causa Eficiente passou a ser mais valorizada, principalmente a partir das ideias de Karl Marx em defesa do trabalhador, o qual sempre foi o responsável pela produção de todo o tipo de mercadorias e bens necessários.

LÓGICA ARISTOTÉLICA:
SÓ VEREMOS ALGUNS DETALHES POIS O ASSUNTO É LONGO E NÃO HÁ TEMPO PARA ADENTRÁ-LO : A
ristóteles é considerado o criador da Lógica. A Lógica é um instrumento necessário para o correto pensar, para ordenar os argumentos de maneira convincente e racionalmente lógicos.
Nem todo raciocínio é lógico. Para um raciocínio ser lógico é necessário atender a três princípios:
1-PRINCÍPIO DA IDENTIDADE: A é sempre A...vocé é sempre você.....Você é 334.555.777.222 (cpf);

 2-PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: Você é A, jamais pode ser B. Você é Sebastiana, jamais pode ser Lady Gaga.

3-PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: Não há terceira opção: ou você ama ou não ama, ou você fala a verdade ou está mentindo, ou você está grávida ou não está, etc.

SILOGISMO:
É a forma mais simples de argumentação, constituída de duas afirmações (ou proposições), chamadas PREMISSAS, das quais se infere (extrai ou deduz) uma conclusão.

OS ARGUMENTOS PODEM SER DIVIDIDOS EM DOIS TIPOS FUNDAMENTAIS:
A: DEDUÇÃO ou argumento dedutivo: parte de um caso universal (ou geral) para os casos particulares, os quais devem confirmar o caso geral;
Ex: Todo animal nasce, vive e morre (premissa maior)
o tigre é um animal (premissa menor)
logo, o tigre nasce, vive e morre. (conclusão)

B:  INDUÇÃO ou argumento indutivo: é o contrário da dedução: parte dos casos particulares para o caso universal ou geral.EX:
Todos os animais observados até hoje são mortais.
O tigre é um animal,
Logo, o tigre é mortal.

OBSERVAÇÃO: No silogismo, seja ele dedução ou indução, analisamos o FORMATO, sem levar em conta o conteúdo, o qual pode ser um absurdo. Veja os exemplos abaixo:
Todos os homens observados até tem asas      
Fulano é homem                                                           
Logo, também tem asas.                                           

 Resumindo dedução e indução:
NA DEDUÇÃO: dado X (definição ou teoria), infiro (concluo) a, b, c, d (casos particulares);
NA INDUÇÃO: dados a, b, c, d,
infiro (concluo) X.

TIPOS DE PREMISSAS: SÃO QUATRO
A - universal afirmativa (Todo homem é mortal; toda fruta é vegetal.)
E - universal negativa (O homem não é um mineral; frutas não são animais.)
I - particular afirmativa (Algum animal é feroz; alguma fruta é vermelha.)
O - particular negativa (Carlos não é imortal; banana não é mineral.)

ANALOGIA OU RACIOCÍNIO ANALÓGICO:
É o raciocínio que se desenvolve a partir da semelhança entre casos. A analogia não oferece certeza, mas certa dose de probabilidade, mas pode abrir espaço para novas invenções, seja ela artística, desportiva, etc. Exemplos:
- Se a minissaia ficou bem em certa atriz de TV, muitas espectadoras tendem a pensar que também ficaria bem nelas;
- Se tal remédio fez bem para um amigo meu, logo deverá fazer bem a mim também;
- Se fulana emagreceu com um tipo de regime da lua, logo cicrano também emagrecerá; e assim por diante.
-Alexander Fleming inventou a penicilina (antibiótico) ao ver que bactérias cultivadas em laboratório morriam em contato com o bolor que se formara por acaso; raciocinando analogicamente, supôs que bactérias que causavam doenças ao corpo humano também pudessem ser destruídas por bolor;
- Gutenberg inventou a tipografia ao observar as pegadas de alguém que havia pisado em uma poça de vinho. Analogicamente, imaginou criar peças com formatos de letras para imprimir em papel.

USANDO A ANALOGIA:
A – Como precaução: Exemplos:
1-Amy Winehouse usou drogas e desgraçou sua vida. Se eu seguir seu exemplo, também poderei ter o mesmo destino.
2- Fulano enveredou pelo alcoolismo e hoje so vive bêbado; se eu seguir seu exemplo, também poderei ter o mesmo destino.

B – Como exemplo a ser seguido. Exemplos:
1- Fulano sempre foi estudioso e hoje tem ótimo emprego e renda. Se eu seguir o seu exemplo, também poderei ter o mesmo bom destino.

O raciocínio analógico é bastante usado em diversos testes. Exemplos:
Nascer         nascimento     morrer       falecimento
Guitarra      cordas              piano    teclas
Primavera   primaveril       verão    veranil
Mar             marítimo           rio     fluvial

O Trem está para a Terra assim como o Navio está para:
céu                        trilha                     água                      esgoto                 túnel

O livro está para o escritor assim como o quadro está para:
parede                 tinta                      tela                        pintor                   quadrado

EXERCÍCIOS:____________________________________


1ºQUESITO: Aplique as quatro causas de Aristóteles em relação ao ser humano.
2º QUESITO: Em termos de inteligência e competência, possuímos Ato e Potência? comente.

 QUESITO: Leia os exemplos 1 e 2 abaixo:
1 Fome         esfomeado        sede      SEDENTO
2 Sol            heliocêntrico       terra     GEOCÊNTRICO
Agora é com você: nas linhas abaixo, escreva  4 palavras analogicamente relacionadas, conforme o modelo anterior respondido em 1 e 2
3 ___________     ___________     _____________     ____________
4 ___________     ___________     _____________     ____________
5 ___________     ___________     _____________     ____________
6 ___________     ___________     _____________     ____________
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4º QUESITO: Explique o que é um SILOGISMO e dê um exemplo


5º QUESITO: Explique o que é uma PREMISSA e dê um exemplo




quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A FILOSOFIA DE SÓCRATES E EPICURO

Sócrates - Este texto está no livro - páginas 43 a 45.
Sócrates, rebelou-se contra os sofistas, dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem respeito pela verdade, defendendo qualquer idéia, se isso fosse vantajoso. Corrompiam o espírito dos jovens, pois faziam o erro e a mentira valer tanto quanto a verdade.
Como homem de seu tempo, Sócrates concordava com os sofistas em um ponto: por um lado, a educação antiga do guerreiro belo e bom já não atendia às exigências da sociedade grega, e, por outro lado, os filósofos cosmologistas defendiam idéias tão contrárias entre si que também não eram uma fonte segura para o conhecimento verdadeiro. (Nota: Historicamente, há dificuldade para conhecer o pensamento dos grandes sofistas porque não possuímos seus textos. Restaram fragmentos apenas. Por isso, nós os conhecemos pelo que deles disseram seus adversários - Platão, Xenofonte, Aristóteles - e não temos como saber se estes foram justos com aqueles. Os historiadores mais recentes consideram os sofistas verdadeiros representantes do espírito democrático, isto é, da pluralidade conflituosa de opiniões e interesses, enquanto seus adversários seriam partidários de uma política aristocrática, na qual somente algumas opiniões e interesses teriam o direito para valer para o restante da sociedade.)
Discordando dos antigos poetas, dos antigos filósofos e dos sofistas, o que propunha Sócrates?
Propunha que, antes de querer conhecer a Natureza e antes de querer persuadir os outros, cada um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. A expressão “conhece-te a ti mesmo” que estava gravada no pórtico do templo de Apolo, patrono grego da sabedoria, tornou-se a divisa de Sócrates.
Por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que os homens têm de si mesmos a condição de todos os outros conhecimentos verdadeiros, é que se diz que o período socrático é antropológico, isto é, voltado para o conhecimento do homem, particularmente de seu espírito e de sua capacidade para conhecer a verdade.
O retrato que a história da Filosofia possui de Sócrates foi traçado por seu mais importante aluno e discípulo, o filósofo ateniense Platão.
Que retrato Platão nos deixa de seu mestre, Sócrates?
O de um homem que andava pelas ruas e praças de Atenas, pelo mercado e pela assembléia indagando a cada um: “Você sabe o que é isso que você está dizendo?”, “Você sabe o que é isso em que você acredita?”, “Você acha que está conhecendo realmente aquilo em que acredita, aquilo em que está pensando, aquilo que está dizendo?”, “Você diz”, falava Sócrates, “que a coragem é importante, mas: o que é a coragem? Você acredita que a justiça é importante, mas: o que é a justiça? Você diz que ama as coisas e as pessoas belas, mas o que é a beleza? Você crê que seus amigos são a melhor coisa que você tem, mas: o que é a amizade?”
Sócrates fazia perguntas sobre as idéias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois, quando tentavam responder ao célebre “o que é?”, descobriam, surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em suas crenças, seus valores e suas idéias.
Mas o pior não era isso. O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para elas, que soubesse as respostas às perguntas, como os sofistas pareciam saber, mas Sócrates, para desconcerto geral, dizia: “Eu também não sei, por isso estou perguntando”. Donde a famosa expressão atribuída a ele: “Só sei que nada sei”.
A consciência da própria ignorância é o começo da Filosofia. O que procurava Sócrates? Procurava a definição daquilo que uma coisa, uma idéia, um valor é verdadeiramente. Procurava a essência verdadeira da coisa, da idéia, do valor. Procurava o conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das idéias e dos valores.
Qual a diferença entre uma opinião e um conceito? A opinião varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de época para época. É instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências. O conceito, ao contrário, é uma verdade intemporal, universal e necessária que o pensamento descobre, mostrando que é a essência universal, intemporal e necessária de alguma coisa.
Por isso, Sócrates não perguntava se tal ou qual coisa era bela — pois nossa opinião sobre ela pode variar — e sim: O que é a beleza? Qual é a essência ou o conceito do belo? Do justo? Do amor? Da amizade?
Sócrates perguntava: Que razões rigorosas você possui para dizer o que diz e para pensar o que pensa? Qual é o fundamento racional daquilo que você fala e pensa?
Ora, as perguntas de Sócrates se referiam a idéias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si mesmos e por si mesmos. Ao fazer suas perguntas e suscitar dúvidas, Sócrates os fazia pensar não só sobre si mesmos, mas também sobre a polis. Aquilo que parecia evidente acabava sendo percebido como duvidoso e incerto.
Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem e nos fazem acreditar que elas são. Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles o acusaram de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levado perante a assembléia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno — a cicuta — e obrigado a suicidar-se.
Por que Sócrates não se defendeu? “Porque”, dizia ele, “se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não as aceito. Se eu me defender, o que os juízes vão exigir de mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter que renunciar à Filosofia”.

O julgamento e a morte de Sócrates são narrados por Platão numa obra intitulada Apologia de Sócrates, isto é, a defesa de Sócrates, feita por seus discípulos, contra Atenas. Aliás, Sócrates nunca escreveu. O que sabemos de seus pensamentos encontra-se nas obras de seus vários discípulos, e Platão foi o mais importante deles.

Vejamos alguns fragmentos de sua defesa ante o tribunal de Atenas. Sócrates foi levado ao tribunal por seus concidadãos e condenado à morte acusado de “pesquisar indiscretamente o que há sob a terra e nos céus, de fazer que prevaleça a razão mais fraca e de ensinar aos outros o mesmo comportamento”. Foi acusado também de “corromper a juventude e de não crer nos deuses em que o povo crê e sim em outras divindades novas”.O filósofo afirma que as acusações são mentiras devidas a uma má reputação que ele adquiriu perante os moradores da cidade por causa do seu modo de agir.



O MÉTODO DE SÓCRATES: ironia e maiêutica (este texto não está no livro)

Sócrates recusava-se a responder às perguntas que fazia aos outros, partindo do princípio de que nada sabia, ao mesmo tempo em que se dizia capaz de ajudar a obter a resposta correta. Era desta maneira seu método de investigação, o qual compõe-se de dois momentos, um negativo e outro positivo, denominados ironia e maiêutica.
IRONIA: No primeiro momento Sócrates tem a intenção de destruir as concepções de seus interlocutores, mostrando-lhes a incoerência de seus argumentos. Em grego, ironia significa perguntar. Sócrates era muito habilidoso com as palavras e conseguia fazer com que seu interlocutor se contradissesse. Ele pergunta, por exemplo, “o que é a Justiça?”. Quando seu companheiro lhe dava uma resposta ele começava uma série de questões objetivando entender o que significa o que o autor da afirmação estava dizendo. Com isso ele o levava aos poucos a se contradizer, ou seja, a afirmar o contrário daquilo que tinha afirmado anteriormente. A reação da pessoa variava: uns sentiam ódio, outros admiração. Mas quando pediam para Sócrates responder ele dizia que não sabia dar uma resposta. Uma vez admitida a ignorância poderia começar o segundo momento: a maiêutica.
MAIÊUTICA: palavra que significa parto. A mãe de Sócrates era parteira e ele dizia que também era parteiro, no sentido de conceber ideias; Sócrates se considerava estéril nesse sentido, só podendo ajudar os outros a retirarem de dentro de si ideias verdadeiras.



EPICURO E A QUESTÃO DA FELICIDADE

A felicidade sempre foi um desejo do ser humano em todos os tempos. A natureza humana é voltada para a busca do prazer e da felicidade. Algumas definições sobre felicidade:
- Estado de satisfação de alguém com sua situação.
- Ideal de satisfação, independente de nossa relação com o mundo.
- Saúde, dinheiro e se possível, fama.
- Para o filósofo Egezias, não existe felicidade, pois os prazeres são raros e passageiros.


EPICURO:
Sofria de cálculo renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor.
Para ele, a felicidade é fundamentalmente prazer... Ser feliz é sentir prazer... Todos buscam o prazer e fogem da dor... Prazer é ausência de dor e sofrimento. Para Epicuro, prazer significava quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa-medida e não dos excessos.
OBS: NÃO CONFUNDA A FELICIDADE EPICURISTA COM A FELICIDADE HEDONISTA. A EPICURISTA É SIMPLES, SEM EXCESSOS, SEM VÍCIOS, SEM DEPENDÊNCIAS. A HEDONISTA É DESENFREADA, EXCESSIVA, VICIADA, OU SEJA, É O OPOSTO DA EPICURISTA.

Para Epicuro, havia três tipos de prazer:
- naturais/necessários: comer, beber, dormir;
- naturais/desnecessários: comer alimentos refinados e caros, supérfluos, dispensáveis, bebidas caras, etc.
- não naturais e desnecessários: riqueza, fama, poder, luxúria, vícios, etc.
Epicuro acrescentava que era preciso evitar os prazeres desenfreados, tais como a luxúria, as paixões, o alcoolismo, glutonaria, etc.
Epicuro tinha uma visão materialista sobre a felicidade; para ele, era preciso eliminar o medo da morte: “...o bem e o mal residem nas sensações...a morte é a ausência das sensações...”
Para Epicuro, era preciso também evitar preocupações religiosas e superstições, pois as mesmas prejudicavam a busca da felicidade.

Epicuro recomendava contentar-se com pouco: a expectativa reduzida não traz decepção...”um grande prazer pode vir de um simples copo d’água...”. Para Epicuro, alguns prazeres eram maiores que outros; ele destacava a boa música, as amizades, as boas conversas e as artes como os melhores.

Prudência Racional: Epicuro recomendava duas virtudes:
- A Autarquia:  todos deveriam ter o pleno governo de sua própria vida, ou seja, ter o pleno domínio sobre suas vontades, ser senhor e não escravo de suas paixões e prazeres, ou seja, dominar e não ser dominado.
- A Ataraxia: significa um estado de imperturbabilidade da alma, a indiferença em relação ao mundo, aos seus prazeres, a inveja, ao que dizem ou falam de nós. Quem se preocupa ou se angustia com a vida dos outros, sofre sem necessidade (exemplo: há pessoas que invejam o patrimônio dos vizinhos e passam a gastar o que não podem para igualar ou superar o que o vizinho tem).Aplica-se aqui o ditado: 
 "comprar o que você não precisa, com o dinheiro que você não tem, para impressionar pessoas que você inveja ou detesta, a fim de tentar ser uma pessoa que você não é.”

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A CONTRIBUIÇÃO DO ÍNDIO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

ALGUNS SITES SOBRE A CULTURA INDÍGENA:

1 - POVOS INDÍGENAS DO BRASIL:
http://pib.socioambiental.org/pt

2 - FUNAI:
http://www.funai.gov.br/

3 - LÍNGUAS INDÍGENAS BRASILEIRAS:
http://www.indios.info/

4 - FAMALIÁ:
http://www.famalia.com.br/

5 - VIVA BRAZIL - CULTURA INDÍGENA:
http://www.vivabrazil.com/CulturaIndigena.htm

A CONTRIBUIÇÃO DO ÍNDIO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA


 Na
 Idade Média, a palavra "índio" era empregada para designar as pessoas que viviam nas Índias, ou seja, no oriente. Ao chegar às Américas, Colombo pensou que   havia chegado as Índias e resolveu chamar os nativos de índios. O conceito de "índio" é, portanto, uma invenção europeia. Além disso, os índios nunca foram e jamais se enxergaram como um povo uno. Pelo contrário, diferentes grupos indígenas nutriam grande animosidade e constantemente guerreavam entre si (historicamente, os índios brasileiros foram classificados segundo os principais troncos linguísticos, que são: Tupi-guarani, Macro-jê, Aruak e Karib. Inicialmente, os grupos que tiveram maiores contatos (nem sempre amistosos) com os portugueses foram os do tronco tupi ou tupi-guarani (tupiniquins, tupinambás, tamoios, caetés, potiguaras e tabajaras quase sempre aparecem citadas como as principais). Já os grupos que não eram do citado tronco tupi-guarani, foram chamados de Tapuias (geralmente povoavam o interior do Brasil). Mas os tupis não eram uma nação indígena homogênea, pois tinham  grandes rivalidades internas que acabaram sendo exploradas pelos europeus que tentavam colonizar a região. Ainda hoje os historiadores não chegaram a um consenso sobre a melhor maneira de separar as principais tribos tupis e também para delimitar a área exata que cada uma delas ocupava no litoral. À medida que adentravam o vasto território, os portugueses perceberam  que haviam centenas de povos com línguas, costumes e hábitos diferentes. Estima-se que na época eram faladas cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes. Estima-se ainda que havia cerca de 3 milhões de indígenas nos primeiros anos da colonização, os quais viviam ainda num processo de transição do paleolítico para o neolítico, dependendo da caça, pesca, coleta, e iniciando uma agricultura, ainda muito rudimentar. Os portugueses, inicialmente, estabeleceram um sistema de trocas e favores com os índios, para tentar conquistar sua confiança, mas logo passaram a tentar  dominar as terras e escravizar os nativos, os quais oferecerem bastante resistência por meio de fugas e de guerras contra o colonizador. Devido a resistência do índio, já em 1536, os portugueses deram início ao tráfico de escravos africanos. Nem todos os índios eram hostis ao colonizador. Em Casa Grande & Senzala, Gilberto Freyre comenta a respeito de etnias amigáveis, que contribuíram deliberadamente,  principalmente através das índias que entregavam seus corpos aos prazeres do lusitano sedento de prazer, principalmente pela quase total ausência de mulheres brancas no Brasil (era uma reclamação constante dos governadores e donatários, pedindo mulheres brancas, pois a promiscuidade era enorme).

“Híbrida desde o início, a sociedade brasileira é de todas da América a que se constituiu mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um ambiente de quase reciprocidade cultural que resultou no máximo de aproveitamento dos valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado; no máximo de contemporização da cultura adventícia com a nativa, da do conquistador com a do conquistado. Organizou-se uma sociedade cristã na superestrutura, com a mulher indígena, recém-batizada, por esposa e mãe de família; e servindo-se em sua economia e vida doméstica de muitas das tradições, experiências e utensílios da gente autóctone. Mesmo que não existisse entre a maior parte dos portugueses o pendor para a ligação, livre ou sob a bênção da
Igreja com as caboclas, a ela teriam sido levados pela força das circunstâncias, gostassem ou não de mu­lher exótica. Simplesmente porque não havia na terra quase nenhuma branca; e sem a gentia era impossível povoar tão larga costa. O historiador Zacarias Wagner observaria no século XVII que entre as filhas das caboclas iam buscar esposas legítimas muitos portugueses, mesmo dos mais ricos, e até "alguns neerlandeses abrasados de paixões”. Já não seria então, como no primeiro século, essa união de europeus com índias, ou filhas de índias, por escassez de mulher branca, mas por deci­dida preferência sexual. Já o historiador Varnhagen chega a insinuar que, por sua vez, a mulher indígena, "mais sensual que o homem como em todos os povos primi­tivos [.... ] em seus amores dava preferência ao europeu, talvez por considerações priápicas". Capistrano de Abreu sugere, po­rém, que a preferência da mulher gentia pelo europeu teria sido por motivo mais social que sexual: "da parte das índias a mes­tiçagem se explica pela ambição de terem filhos pertencentes à raça superior, pois segundo as ideias entre eles correntes só valia o parentesco pelo lado paterno".
Para colonizar o enorme território, teve Portugal de valer-se no século XVI do resto de homens que lhe deixara a aventura da índia. E não seria com esse sobejo de gente, quase toda miúda, em grande parte plebeia e, além do mais, moçárabe, isto é, com a consciência de raça ainda mais fraca que nos portugueses fidalgos ou nos do Norte, que se estabeleceria na América um domínio portu­guês branco ou rigorosamente europeu. A tran­sigência com o elemento nativo se impunha à política colonial portuguesa: as circunstâncias facilitaram-na. A luxúria dos indi­víduos, soltos sem família, no meio da indiada nua, vinha servir a poderosas razões de Estado no sentido de rápido povoamento mestiço da nova terra. O certo é que sobre a mulher gentia fundou-se e desenvolveu-se através dos séculos XVI e XVII o grosso da sociedade colonial, num largo e profundo mestiça­mento, que a interferência dos padres da Companhia salvou de resolver-se todo em libertinagem para em grande parte regu­larizar-se em casamento cristão.
O ambiente em que começou a vida brasileira foi de quase intoxicação sexual. O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia precisavam descer com cui­dado, senão atolavam o pé em carne. Muitos clérigos, dos outros, deixaram-se contaminar pela devassidão. As mulheres eram as primeiras a se entregarem aos brancos, as mais arden­tes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se ao europeu por um pente ou um caco de espelho. A mulher gentia temos que considerá-la não só a base física da família brasileira, aquela em que se apoiou, robuste­cendo-se e multiplicando-se, a energia de reduzido número de povoadores europeus, mas valioso elemento de cultura, pelo me­nos material, na formação brasileira. Por seu intermédio enriqueceu-se a vida no Brasil, como adiante veremos, de uma série de alimentos ainda hoje em uso, de drogas e remédios casei­ros, de tradições ligadas ao desenvolvimento da criança, de um conjunto de utensílios de cozinha, de processos de higiene tropi­cal - inclusive o banho frequente ou pelo menos diário, que tanto deve ter escandalizado o europeu porcalhão do século XVI. Ela nos deu ainda a rede em que se embalaria o sono ou a volúpia do brasileiro; o óleo de coco para o cabelo das mulhe­res; um grupo de animais domésticos amansados pelas suas mãos.
Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O milho. O caju. O min­gau, O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós. O índio contribuiu na obra de conquista dos sertões, de que ele foi o guia, o canoeiro, o guerreiro, o caçador e pescador. Muito auxiliou o índio ao bandeirante mameluco, os dois excedendo ao português em mobilidade, atre­vimento e ardor guerreiro; Na obra de sertanismo e de defesa da colônia contra espanhóis, contra tribos inimigas dos portugueses, contra corsários.
Índios e mamelucos formaram a muralha movediça, viva, que foi alargando em sentido ocidental as fronteiras coloniais do Brasil ao mesmo tempo que defenderam, na região açucareira, os estabelecimentos agrários dos ataques de piratas estrangeiros. Cada engenho de açúcar nos séculos XVI e XVII precisava de manter em pé de guerra suas centenas ou pelo menos dezenas de homens prontos a defender contra selvagens ou corsários a casa de vivenda e a riqueza acumulada nos armazéns: esses homens foram na sua quase totalidade índios ou caboclos de arco e flecha.
A enxada é que não se firmou nunca na mão do índio nem na do mameluco; nem o seu pé de nômade se fixou nunca em pé-de-boi paciente e sólido. Do indígena quase que só aproveitou a colonização agrária no Brasil o processo da coivara, que infelizmente viria a empolgar por completo a agricultura colonial. O conhecimento de sementes e raízes, outras rudi­mentares experiências agrícolas, transmitiu-as ao português me­nos o homem guerreiro que a mulher trabalhadora do campo ao mesmo tempo que doméstica. Se formos apurar a colaboração do índio no trabalho pro­priamente agrário, temos que concluir... pela quase insignifi­cância desse esforço. O que não é de estranhar, se considerar­mos que a cultura americana ao tempo da descoberta era a nômade, a da floresta, e não ainda a agrícola; que o pouco da lavoura - mandioca, cará, milho, jerimum, amendoim, mamão - praticado por algumas tribos menos atrasadas, era trabalho desdenhado pelos homens - caçadores, pescadores e guerreiros - e entregue às mulheres, diminuídas assim na sua domesticidade pelo serviço de campo tanto quanto os homens nos hábitos de trabalho regular e contínuo pelo de vida nômade. Daí não terem as mulheres índias dado tão boas escravas do­mésticas quanto as africanas, que mais tarde as substituíram como cozinheiras e amas de menino do mesmo modo que os negros aos índios corno trabalhadores de campo.”
(Freyre, Gilberto. Casa Grande & Senzala, trechos do capitulo II).

Da culinária, herdamos dos índios as culturas do caju, goiaba, guaraná, palmito, mandioca, macaxeira, milho, inhame, cará, jeri­mum, pimenta, etc., os quais substituíram a falta do trigo. Da mandioca se extraía um veneno que, se ingerido, provocava a morte. O indígena sabia processar a mandioca para extrair dela a massa e a goma para fazer tapiocas, beijus, farinha, bolos, etc. Também o milho, um cereal totalmente americano, era muito utilizado para diversas utilidades.
Para cada doença, o indígena tinha um chá ou uma bebida especial. Unindo superstição ao conhecimento empírico, os nativos desenvolveram uma medicina natural que hoje em dia tem servido de base para muitas pesquisas médicas, algumas já comprovadas. Ainda hoje, nos mercados populares do país, encontram-se ervas para todos os males, das dores de barriga até a inapetência sexual.

De todos os hábitos, porém, o do banho diário foi o que mais escandalizou o português. Considerado até prejudicial à saúde, o português com dificuldade se adaptou ao regime higiênico da colônia, cujo calor era causa principal dos quase 15 banhos diários tomados pelos índios que os cronistas coloniais registraram.
Em relação ao idioma, os índios enriqueceram a língua portuguesa, através de diversas palavras incorporadas ao vocabulário tais como Açucena, abacaxi, caboclo, gambá, catapora, Morumbi, macaxeira, jabiraca, Jacarepaguá, Jaguar, Jiboia, Copacabana, Ipanema, carioca, Ceará, Paraíba, Pará, Capibaribe, Beberibe, Jaguaribe, Camaragibe, Araraquara, Piracicaba, Paraná, Pernambuco, toró, sagui, saci, etc.
Em relação à religiosidade imposta pelo branco, o catolicismo não sairia ileso do contato cultural com o nativo. Não deixou de existir uma fusão das crenças indígenas com o catolicismo, o qual tornou-se mais folclórico, menos ritualístico, cheio de superstições. A própria umbanda, adaptação da religião dos negros à realidade da colônia, possui algumas influências indígenas, como o caboclo e ervas para tirar maus espíritos. De raiz totêmica e fetichista, a religião primitivista dos índios, que levava em conta o culto aos elementos da natureza, teve dificuldade em se submeter ao catolicismo. A única aproximação possível foi a veneração aos santos, levando mesmo assim, em conta os rituais próprios dos índios, que reverenciavam suas entidades com festas, sacrifícios, deles recebendo curas e ações sobrenaturais por meio dos pajés ou feiticeiros das tribos. Muitas dessas práticas ainda resistem ao tempo, no Sertão, por meio das rezadeiras, que não deixam de constituir um ritual mágico de pedir a saúde.

QUESTIONÁRIO
1- Por que a palavra índio é uma construção européia? 

2 – Comente o texto: “Híbrida desde o início, a sociedade brasileira é de todas da América a que se constituiu mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um ambiente de quase reciprocidade cultural que resultou no máximo de aproveitamento dos valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado; no máximo de contemporização da cultura adventícia com a nativa, da do conquistador com a do conquistado.
3 – Havia diferenças entre os grupos indígenas? Comente.
4 - O índio contribuiu para a expansão e defesa territorial do Brasil? comente.
5 –
Em relação a mestiçagem, a mesma servia aos interesses da Coroa portuguesa? Comente.

6 – Comente a respeito da luxúria abordada no texto de Casa Grande & Senzala.
7– Em relação aos costumes e a culinária, comente a contribuição indígena.
8 – O vocabulário português foi influenciado pela cultura indígena? Comente.
9 – A religiosidade brasileira sofreu influência indígena? Comente.
10 – Analisando o texto, pode-se afirmar que o índio era preguiçoso, ou isso é uma visão preconceituosa?
Comente.
11– A contribuição indígena na formação da sociedade brasileira foi importante?