quinta-feira, 31 de agosto de 2023

GRUPOS INDÍGENAS BRASILEIROS

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DOS GRUPOS INDÍGENAS DO BRASIL
Na época da chegada dos portugueses aqui no Brasil, não existia um Estado Indígena, de acordo com o conceito de Estado   
- Estado é uma entidade política organizada e centralizada que possui autoridade sobre um território específico e sua população.
São algumas das funções do Estado:
-criar leis
-regulamentar questões sociais e econômicas
-cobrar impostos para manter o aparato estatal
-manter a ordem, fazer justiça com base nas leis sendo imparcial, etc.
Alguns elementos-chave que caracterizam um Estado incluem:
- Território
- População
- Governo:
-Soberania
-Legislação

As nações indígenas brasileiras tinham alguns elementos do Estado, mas não formavam um Estado segundo o conceito. Era uma forma primitiva de organização social.

Os povos indígenas geralmente eram comunidades pequenas e descentralizadas, com uma estrutura social baseada em laços familiares e grupos de parentesco. Elas não possuíam um governo centralizado, uma burocracia ou uma autoridade política única como um Estado. As decisões eram tomadas de forma coletiva, com base em consensos, tradições e lideranças locais.

Enquanto os Estados modernos possuem um território definido, uma população, um governo central, instituições jurídicas e políticas, os povos indígenas não seguiam essa estrutura formalizada. Em vez disso, suas estruturas sociais eram adaptadas ao ambiente natural e às necessidades do grupo, com práticas de caça, pesca, agricultura e outras atividades essenciais para sua subsistência.

POVO, NAÇÃO E TRIBO:
Essas palavras são muitos usadas se referir a grupos indígenas, mas têm significados ligeiramente diferentes:

Povo:
refere-se a um grupo de pessoas que possui a mesma origem étnica, cultural...pode haver variação linguística. Povos indígenas têm uma identidade coletiva baseada em sua história, cultura, tradições e relação com um território específico. Eles podem ser compostos por várias tribos ou comunidades menores, e podem abranger uma variedade de grupos distintos dentro de uma área geográfica mais ampla.

Tribo:
refere-se a um grupo social específico dentro de um povo indígena...o termo é usado para descrever grupos menores dentro de uma nação ou povo indígena mais amplo. No entanto, "tribo" às vezes pode ser visto como um termo simplista ou pejorativo, e muitas vezes é preferível usar termos mais respeitosos, como "comunidade" ou "grupo étnico".

 Nação:
 refere-se a um grupo étnico, cultural e muitas vezes linguístico que compartilha uma história, tradições e identidade comuns. Nações indígenas são compostas por vários povos que têm uma relação de parentesco ou semelhança cultural. O termo não se refere necessariamente a uma entidade política no sentido de um Estado-nação, mas sim a uma identificação cultural e étnica.

Em resumo, "povo indígena" descreve grupos étnicos com identidades culturais distintas, "tribo indígena" se refere a grupos sociais menores dentro de um povo indígena, e "nação indígena" engloba grupos étnicos mais amplos que compartilham uma identidade cultural e histórica. É importante usar esses termos com sensibilidade e respeito, levando em consideração a diversidade e complexidade das culturas indígenas ao redor do mundo.


INÍCIO DA COLONIZAÇÃO DO BRASIL: A ALIANÇA DE POVOS INDÍGENAS COM OS PORTUGUESES E COM OS FRANCESES

A aliança de grupos indígenas com os franceses (Tamoios) ou portugueses(Tupinambás) foi resultado de interesses políticos, econômicos, culturais e geográficos.
1 Interesses Econômicos: Os indígenas queriam obter armas, tecidos e utensílios de metal, em troca de recursos naturais, como peles, alimentos e materiais de artesanato.
2 Rivalidades Tribais: Alguns povos eram inimigos mortais de outros, fato que os europeus exploraram para obter aliados. Os índios enxergavam nessa aliança uma forma de fortalecer seu povo contra o outro. 
3  Geografia: Os povos que viviam mais próximos dos assentamentos europeus geralmente interagiram com os eles, procurando obter alguma vantagem, benefício, etc.
4 -Proteção: Os índios também enxergavam nessa aliança uma forma de obter proteção contra povos inimigos. 
5 Diferentes abordagens: Os povos indígenas se identificavam melhor ou com os portugueses ou com os franceses, dependendo de como ocorria a abordagem e a proposta de aliança. m
6 Catequese: embora tenha ocorrido diversos casos de conversão genuína ao catolicismo, muitos indígenas indígenas encaravam a religião também como um meio de obter vantagens ou de fortalecer seu povo e sua aliança com o europeu.
7 Sobrevivência: Em alguns casos, a aliança servia como uma estratégia de sobrevivência diante da colonização irreversível.




ANTROPOFAGIA INDÍGENA
Era uma tradição de alguns povos onde misturavam-se questões religiosas, culturais, sociais e rituais. Algumas das principais razões associadas à antropofagia eram:
1    Rituais Religiosos e Espirituais: Em algumas culturas indígenas, a antropofagia era praticada como parte de rituais religiosos ou espirituais. Acredita-se que o consumo da carne humana tinha um significado simbólico ou espiritual, como absorver a força ou os poderes do indivíduo falecido.
2    Rituais de Guerra: A antropofagia também estava associada a rituais de guerra em algumas culturas. Comer a carne de inimigos mortos em batalha era considerado um ato de triunfo sobre o inimigo e podia simbolizar a absorção de suas qualidades.
3    Demonstração de Poder: Consumir a carne de inimigos derrotados ou pessoas de outras tribos também podia ser uma forma de demonstrar poder e domínio sobre outros grupos. Isso podia fortalecer a posição social e política da tribo.
4    Culto aos Antepassados: Em algumas culturas, a antropofagia podia ser realizada como parte de um culto aos antepassados. Acredita-se que ao consumir os corpos dos mortos, a tribo estava em contato direto com os espíritos dos antepassados.
5    Preservação de Identidade: Em algumas circunstâncias, a antropofagia podia ser uma forma de preservar a identidade e a integridade da tribo. Em contextos de escassez de recursos, a prática podia ser uma maneira de garantir a sobrevivência.
6    Tradição Cultural: A antropofagia também pode ter sido parte de uma tradição cultural mais ampla, na qual os costumes e rituais eram transmitidos de geração em geração.
7    Rito de Passag
em: podia desempenhar um papel simbólico em cerimônias que marcavam a transição de um estágio da vida para outro, como a passagem da infância para a idade adulta.


POR QUE OS PORTUGUESES CONDENAVAM A ANTROPOFAGIA?
1 - As diferenças culturais e religiosas: o europeu cristão (No Brasil quinhentista, eram os portugueses e os franceses), partia de sua própria cultura e religiosidade, onde a antropofagia condenava a antropofagia era considerada um costume pagão, bárbaro, repugnante e até mesmo herético.
2 - O cristianismo ensinava a sacralidade da vida humana e a ideia de que o corpo humano era criado à imagem de Deus, sendo assim, a antropofagia era uma violação profunda da dignidade humana, que incluía também o seu corpo.
2 - Etnocentrismo: a visão etnocêntrica dos europeus os levava a enxergavar os indígenas como bárbaros, selvagens ou primitivos, cuja cultura era atrasada e inferior.
3 - À medida em que a colonização europeia foi sendo consolidada, práticas indígenas como a antropofagia foi sendo combatida. Os povos indígenas resistiram e não aceitaram passivamente a cultura europeia. 

RITOS DE PASSAGEM
é um conjunto de cerimônias, rituais e práticas que marcam a transição de um indivíduo ou grupo de uma fase ou status para outro dentro de uma sociedade ou cultura específica. Esses rituais são realizados para reconhecer e celebrar mudanças significativas na vida de uma pessoa, como a passagem da infância para a idade adulta, casamento, morte, entre outros marcos importantes.

Exemplos

    Batizado: O batizado é um rito de passagem religioso comum na cultura cristã, marcando a entrada de um indivíduo na comunidade da fé. É especialmente significativo para bebês e crianças pequenas.

    Festa de 15 Anos: A festa de 15 anos é um rito de passagem para muitas meninas, simbolizando a transição da infância para a adolescência. É uma celebração marcante com elementos culturais e sociais.

    Formatura: A formatura marca a conclusão de um ciclo educacional, seja no ensino médio, graduação ou pós-graduação. É um rito de passagem que celebra a conquista acadêmica e a entrada na próxima fase da vida.

    Casamento: O casamento é um dos ritos de passagem mais conhecidos, marcando a união legal e/ou religiosa de duas pessoas. É um evento culturalmente significativo, com rituais e tradições variadas.

    Primeiro Emprego: Entrar no mercado de trabalho é um rito de passagem para muitos jovens, marcando a transição da vida estudantil para a vida profissional e adulta.

    Aposentadoria: A aposentadoria é um rito de passagem que marca o final da carreira profissional e o início de uma nova fase na vida, frequentemente envolvendo a busca por novas atividades e interesses.

    Morte e Funerais: Os rituais relacionados à morte, incluindo funerais e cerimônias de luto, também são importantes ritos de passagem em todas as culturas. Eles marcam a transição da vida para a morte e muitas vezes envolvem crenças espirituais e sociais.

    Aniversários: Embora não sejam ritos de passagem tão formais, aniversários são frequentemente celebrados como marcos de passagem na vida de uma pessoa. Aniversários significativos, como os 18 anos, são considerados especiais em muitas culturas.
s povos indígenas brasileiros possuem uma rica variedade de ritos de passagem que refletem suas tradições culturais, espirituais e sociais. Aqui estão alguns exemplos de ritos de passagem de diferentes povos indígenas:

    Povo Xavante: O povo Xavante realiza rituais de iniciação para marcar a transição dos meninos para a idade adulta. Durante esse período, os jovens aprendem habilidades importantes, como caça e agricultura, e passam por cerimônias que simbolizam a entrada em uma nova fase da vida.

    Povo Yanomami: Os Yanomami têm rituais de iniciação tanto para meninos quanto para meninas. Os meninos participam de um rito chamado "xaponowë," que envolve uma série de provas e cerimônias para se tornarem homens adultos. As meninas também passam por rituais especiais, marcando sua transição para a idade adulta.

    Povo Guarani: Os Guarani têm rituais de passagem relacionados ao nascimento e à morte. O "naming ceremony" é um rito realizado quando uma criança nasce, envolvendo a escolha de um nome e a realização de cerimônias espirituais. Além disso, os rituais de luto e os "mborai" são importantes para marcar a passagem da vida terrena para a vida espiritual.

    Povo Karajá: Os Karajá têm um rito de passagem conhecido como "pêt," que marca a transição das meninas para a fase adulta. Durante essa cerimônia, as jovens recebem tatuagens e aprendem sobre as responsabilidades das mulheres na comunidade.

    Povo Tikuna: Os Tikuna têm rituais de iniciação que envolvem a participação dos jovens em festivais de dança e canto, onde aprendem as tradições culturais e espirituais do povo.

    Povo Kayapó: Os Kayapó têm rituais de iniciação para meninos e meninas. Os meninos passam por um ritual de escarificação e se submetem a uma dieta especial, enquanto as meninas passam por cerimônias que envolvem pinturas corporais e a aprendizagem de habilidades domésticas.


A antropofagia vista a partir de princípios morais

    Dignidade Humana e Respeito: A antropofagia envolve consumir carne humana, o que é considerado uma violação da dignidade e do respeito pelas vidas humanas. A crença em direitos humanos fundamentais e na importância da preservação da vida pode ser usada como argumento contra essa prática.

    Ética e Moral Universal: A maioria das sociedades ao redor do mundo considera a antropofagia uma prática moralmente condenável. Argumentar a favor de um conjunto de valores éticos universais que respeita a sacralidade da vida humana pode fortalecer a oposição à antropofagia.

    Risco de Transmissão de Doenças: A prática da antropofagia pode aumentar o risco de transmissão de doenças, especialmente doenças infecciosas que podem ser transmitidas por meio do consumo de carne humana. Isso pode ter consequências graves para a saúde das comunidades envolvidas.

    Alternativas Culturais:  muitas culturas indígenas têm outras formas ricas e valiosas de expressar suas identidades e tradições.

    Respeito à Vida e à Morte: A antropofagia pode ser vista como uma violação do respeito pela vida e pela morte. Argumentar que existem outras maneiras de honrar os mortos e manter conexões com o passado sem recorrer a essa prática.

OS TAMOIOS
Os Tamoios representavam um agrupamento de povos indígenas, que eram identificados pelo idioma falado, o Tupi.
O nome Tamoio se destaca porquê, em sua origem, “Tamoio = ta´mõi” que, em tupi, tem o significado de avôs. Ou seja, revelando que os Tamoios representavam o grupo tupi que vivia há mais tempo no litoral brasileiro…
Onde os Tamoios viviam?

Os Índios Tamoios habitavam uma extensão que ia do litoral norte do estado de São Paulo (Bertioga) até e o Vale do Paraíba (Região dos Lagos), no Rio de Janeiro.
E nesse território, estava incluída a Bahia de Guanabara. Estima-se que a população dos Tamoios chegava 70 mil índios.
Principais características

Os índios Tamoios dominavam a pesca com arco e flecha e a caça, e as mulheres índias cuidavam do plantio.
Os Tamoios eram poligâmicos e aceitavam com naturalidade a homossexualidade.
Como eram formados?

Renato Sztutman e Beatriz Perrone-Moysés (antropólogos), afirmam que os “tamoios” não representavam um único e homogêneo povo indígena, mas na verdade, uma união de líderes de diferentes tribos que, por volta de 1550, formaram uma aliança com os franceses, contra os colonizadores portugueses.
Participação nas batalhas

Os Índios Tamoios foram antropófagos
Sim, para nós canibalismo, mas para eles, mais que uma simples refeição, era um ritual mágico.


sábado, 26 de agosto de 2023

REVOLUÇÃO INGLESA

Foi um processo histórico que culminou com o fim do absolutismo, o qual foi substituído pela monarquia constitucional. Junto com o absolutismo, o mercantilismo também foi substituído pelo livre mercado, favorecendo a concorrência e contribuindo para que a Inglaterra fosse a pioneira da Revolução Industrial.
Essa revolução teve em suas causas algumas questões políticas, econômicas e religiosas
A primeira das causas surgiu ainda na Idade média, através da Magna Carta
MAGNA CARTA: Em 1215, em plena baixa idade média, as monarquias absolutistas estavam em ascensão. A famosa guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra ainda estava longe de acontecer, mas os dois reinos viviam disputando territórios através de sangrentos conflitos. Para sustentar essa disputa, o rei João, da Inglaterra, recorria à criação e ao aumento de impostos, fatos que irritaram profundamente os barões ingleses, principalmente porque o país estava sofrendo contínuas derrotas e perdendo territórios. Foi por causa desta perda de territórios que o rei João recebeu o apelido de "João sem Terra".
Estes impostos irritaram os barões ao ponto de reunirem suas tropas e obrigarem o rei a assinar um documento chamado Magna Carta, o qual impedia o monarca de criar ou aumentar impostos constantemente, além de acabar com as prisões arbitrárias.
A Magna Carta, embora fosse bastante concisa, foi considerada como uma espécie de primeira constituição da história, pois seu conteúdo limitava pela primeira vez o poder da monarquia absolutista. Este documento foi também um fator diferencial da monarquia inglesa em relação às demais monarquias. Os reis ingleses, de maneira geral, desprezaram o documento...entretanto, em determinados momentos o parlamento o utilizou para frear as intenções consideradas prejudiciais dos reis ingleses.

Anglicanismo, Puritanismo e a perseguição religiosa
Dentro do contexto histórico das reformas religiosas, em 1534, o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e criou a Igreja Anglicana. Ao mesmo tempo, a reforma protestante encontrou um terreno fértil na Inglaterra, através do puritanismo, um modelo de vida caracterizado pela intensa devoção, disciplina e trabalho. O puritanismo era praticado principalmente pelos batistas, presbiterianos e congregacionais, os quais não eram bem vistos pelos monarcas. para a monarquia absolutista, era melhor que o povo seguisse apenas a religião oficial, para evitar que alguma liderança religiosa aproveitasse o púlpito para influenciar o povo a se rebelar contra o rei ou contra as decisões do rei.

A Dinastia Stuart - o reinado de Jaime I
Essa dinastia, assim como os demais reis, defendia o ideal do Direito divino dos reis, ou seja
- o rei está no trono por vontade de Deus e não dos homens
- o rei não se submete a ninguém a não ser a Deus
- se alguém está contra o rei, está também contra Deus.
O rei Jaime I defendia também  a ideia de uma única confissão religiosa, que seria através da imposição do Anglicanismo. Sendo assim, passou a perseguir católicos e puritanos. Foi no seu reinado que ocorreu o evento da Conspiração da Pólvora, onde houve a tentativa de explosão do prédio do parlamento inglês, através do católico radical Guy Fawkes, o qual não aceitava o fato da Inglaterra ter rompido com a Igreja Católica romana e ter criado a Igreja Anglicana.
Foi no reinado de Jaime I que, para fugir da perseguição religiosa, puritanos e católicos começaram a emigrar para as Treze Colônias.

O reinado de Carlos I
Carlos I seguiu o mesmo absolutismo do pai e pouco tempo depois de assumir o poder  determinou a cobrança de novos impostos sem a aprovação do Parlamento e, ao se envolver em conflitos externos, solicitou mais dinheiro para sustentá-los. Diante da negativa do Parlamento, Carlos I impôs a cobrança forçada de empréstimos, ordenando a prisão de quem se recusasse.

A Petição de Direitos

A reação do Parlamento contra esta atitude autoritária do rei foi obrigá-lo a assinar um documento que, junto com a Magna Carta, reafirmava as liberdades dos cidadãos ingleses e  limitava o poder do rei. Em 1628, Carlos I foi obrigado a assinar a Petição de Direitos, documento que declarava ilegal qualquer imposto não aprovado pelo Parlamento, proibia as prisões ilegais, o aboleto de soldados em casas particulares e a aplicação da lei marcial em tempos de paz. A Petição de Direitos, juntamente com a Magna Carta deixaram bem clara que o rei estava submisso ao poder do Parlamento e ao domínio da lei. pretendeu fixar uma fronteira exata entre o poder régio e o do Parlamento, submetendo de maneira mais precisa a autoridade do rei ao domínio da lei.

Embora tenha assinado a Petição de Direitos, as ações de Carlos I demonstravam o seu desprezo por qualquer forma de limitar seu poder.
-Em 1629 ele dissolveu o Parlamento e governou sem o convocá-lo durante 11 anos. Em seguida.
- Ele reviveu antigas leis e cobranças dos tempos medievais já em desuso, exigindo seu pagamento e multando quem não as cumpria.
- Para arrecadar mais dinheiro, o rei vendeu títulos de nobreza para burgueses ricos
- o rei, mediante Monopólios e Privatizações: O rei concedeu monopólios comerciais a certos indivíduos e empresas, permitindo-lhes ter o controle exclusivo sobre a produção e venda de certos produtos. Isso frequentemente resultava em preços exorbitantes para os consumidores e gerava ressentimento.
- Pressão sobre os Juízes: Carlos I também tentou influenciar o sistema judicial, instruindo os juízes a aumentar as multas e as penalidades nos processos criminais. Isso levou a acusações de interferência no sistema legal e aumentou o descontentamento popular.
- A imposição do ship money: um imposto que era cobrado apenas em cidades portuárias com a finalidade de financiar a Marinha Real, passou a ser cobrado em todas as cidades do país

O Estopim da Revolução Puritana (Guerra Civil)
Em janeiro de 1642, o rei I convocou o Parlamento na intenção de obter aprovação de recursos para reprimir uma rebelião religiosa na Escócia (que não aceitava a imposição do anglicanismo). O Parlamento, que estava furioso com o rei, negou seu pedido. Em resposta, o rei tentou prender cinco membros do Parlamento, ação que ficou conhecida como o "Grande Incidente". Isso levou a uma crise política e ao aumento das tensões entre os defensores do rei e os defensores do Parlamento. Como resultado, diversas regiões da Inglaterra se dividiram em apoio ao rei ou ao Parlamento, e o país entrou em conflito armado em 1642.

A Revolução Puritana ou Guerra civil (1642-1649)
Nessa guerra civil houve confronto entre dois exércitos:
Exército do Parlamento (ou New Model Army)     X       Exército do Rei

O Exército do Parlamento era diferente do Exército tradicional pois valorizava seus soldados através da promoção de acordo com o seu mérito (bravura, coragem, dedicação, estudo, etc.) e não mais pelo critério do nascimento, ou seja, ser filho da nobreza. A guerra trouxe consigo uma série de batalhas, cerco de cidades, fome e doenças, resultando em uma considerável perda de vidas humanas, cujo número de mortos varia entre 40000 e 100000 pessoas, pois não há  exatidão nos números.
Ao final da guerra, o exército real é derrotado e o rei Carlos I é preso. A monarquia é extinta e a república é implantada, sob o comando de Oliver Cromwell.

A REPÚBLICA PURITANA - A DITADURA DE OLIVER CROMWELL (1649 – 1658)
A república foi uma época bastante conturbada, algo totalmente novo na Inglaterra...sendo assim, Oliver Cromwell, um puritano radical (chamado de Lorde Protetor), com o apoio do Exército, governou com mão de ferro, perseguindo opositores, chegando ao ponto de fechar o Parlamento.
Os principais eventos da República foram:
- Os Atos de Navegação: Cromwell favoreceu a burguesia naval inglesa através desta medida protecionista: todos os produtos importados/exportados pela Inglaterra só poderiam ser transportados em navios Ingleses ou do país com os qual estivesse comercializando diretamente. Com essa medida, Cromwell estimulou e expandiu a economia naval inglesa através da geração de emprego e renda, ao mesmo tempo em que atingia diretamente a Holanda, ao ponto de provocar a guerra anglo-holandesa.
- Execução do rei Carlos I, ocorrida em janeiro de 1649.
- Dissolução do Parlamento (1653): havia diversas facções e muita divergências entre os parlamentares sobre os novos rumos do país dificultavam a implementação dos objetivos de Cromwell...além disso, era preciso consolidar seu poder e impedir o surgimento e o fortalecimento de uma nova liderança...sendo assim, em 20 de abril de 1653, o ditador  dissolveu o Parlamento e o substituiu por um Conselho escolhido por ele próprio. 
- A Separação entre Igreja e Estado: a Igreja Anglicana deixou de ser a Igreja oficial da Inglaterra.
- Fechamento de teatros e prostíbulos: esse fechamento era motivado pelo puritanismo do governante.
- Censura de livros: para controlar o que era publicado e disseminado. Muitos livros considerados imorais ou contrários à doutrina puritana foram proibidos ou destruídos.
- Perseguição aos católicos: foram desencorajados de praticar sua fé; foram proibidas as celebrações litúrgicas, missas e rituais..
- Controle dos costumes: Os puritanos acreditavam na importância da simplicidade e modéstia na vestimenta e nos costumes. Eles procuraram controlar a maneira como as pessoas se vestiam e se comportavam em público para promover a moralidade.
- Imposição do domingo: O domingo era visto como o dia do Senhor, e o governo puritano impôs estritas leis sobre o que era permitido fazer nesse dia.
- Proibição de Festividades Religiosas: na visão do puritanismo radical do governo de Cromwell, festividades religiosas tradicionais, como o Natal e a Páscoa foram proibidas ou desencorajadas.
- Restrições aos Anglicanos: Embora Cromwell tenha se oposto ao episcopado da Igreja Anglicana, ele também impôs restrições aos anglicanos que não aderiam aos princípios puritanos. Muitos clérigos anglicanos foram expulsos de suas igrejas e substituídos por líderes puritanos.
- Perseguição aos Niveladores e Escavadores (Levellers e Diggers): Os Niveladores defendiam a ideia de que todos os ingleses pudessem ter direito ao voto, e não apenas aqueles pertencentes à nobreza (Esse direito só seria conquistado muito tempo depois, em 1832). Já os Escavadores defendiam ideais de igualitarismo radical, propondo uma visão utópica da sociedade, na qual a propriedade da terra seria compartilhada e a produção e os frutos do trabalho seriam divididos igualmente entre todos os membros da comunidade.
Cromwell reprimiu esses movimentos por acreditar que as ideias desses dois grupos poderiam desestabilizar a sociedade. A perseguição a esses grupos fazia parte do esforço para manter a ordem, a autoridade e a estabilidade durante o período da República Inglesa.
-Invasão, Guerra e Anexação da Irlanda  (1649-1653)

O FIM DA REPÚBLICA E A RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA
Após a morte de Oliver Cromwell, seu filho, Richard, assumiu o poder, entretanto, não tendo o mesmo apoio político e militar do pai, foi deposto pelo movimento de restauração monárquica.
Para a elite política inglesa e até uma parte do povo, a república foi uma experiência autoritária, radical e desagradável...sendo assim, seria melhor restaurar a monarquia e retornar a uma estrutura de governo mais tradicional e mais fácil de ser controlada pelo Parlamento. 

O REINADO DE CARLOS II
Carlos II restabeleceu o anglicanismo como a religião oficial da Inglaterra e da Escócia, ao mesmo tempo em que impôs certas restrições aos puritanos e católicos. Foi durante seu governo que o puritano John Bunyan, autor do famoso livro "O Peregrino", foi preso por desobediência (recusou-se a deixar de pregar sem a licença da Igreja Anglicana). Os puritanos e os católicos, embora pudessem ter um pouco mais de liberdade religiosa comparados aos períodos anteriores, ainda enfrentavam certas restrições e discriminações. Carlos II ficou famoso também pelo fato de ordenar que o esqueleto de Cromwell fosse desenterrado e decapitado...foi uma espécie de vingança pela morte do pai.  Após a sua morte, subiu ao trono o último rei absolutista, seu irmão Jaime II.

O BREVE REINADO DE JAIME II E A REVOLUÇÃO GLORIOSA
Jaime II governou pouco tempo: entre 1685 e 1688, tendo sido deposto pela Revolução Gloriosa. O que levou Jaime a perder o trono foi o seu favorecimento ao catolicismo, fato que provocou  desconfianças de que o monarca pretendia
restabelecer o catolicismo como religião oficial do país. Sendo assim, o Parlamento, com o apoio do Exército convido o príncipe holandês protestante Guilherme de Orange para assumir o trono, desde que assinasse a Declaração de Direitos (Bill of Rights), um documento onde ficou definido, de maneira geral o seguinte:
- O rei ficava submetido ao Parlamento e à Constituição.
- Direitos individuais básicos tais como: vida, liberdade (crença, opinião, imprensa)e propriedade privada
- Autonomia do Poder Judiciário, retirando as interferências do rei sobre o sistema jurídico.
- Criação de um exército permanente.
- O monarca não poderia mais obter recursos públicos para uso pessoal, sem a aprovação do Parlamento.
- Qualquer lei só poderia ser sancionada com a prévia autorização do Parlamento.
- Garantia do direito do cidadão portar arma para autodefesa.





quarta-feira, 23 de agosto de 2023

ROMA ANTIGA

Origens: Existe a origem lendária ou mitológica e a origem histórica.
a) origem mitológica: Segundo o poema épico "Eneida", escrito pelo poeta Virgílio, os romanos descendem de Eneias, herói troiano que fugiu para a Península Itálica após o fim de Troia...tempos depois, seu filho Ascânio teria criado o reino de Alba Longa...foi neste reino que o deus da guerra, Marte, e a princesa Rea, filha do rei Numitor, teriam tido um romance que resultou no nascimento dos gêmeos Rômulo e Remo, os quais seriam sucessores do trono. Entretanto, Amúlio, tio dos gêmeos, queria o trono para si e decidiu raptar e abandonar os gêmeos às margens do rio Tibre. Entretanto, os gêmeos foram resgatados por uma loba, que os amamentou...mais adiante, os gêmeos foram resgatados por uma família camponesa. Mais adiante, já adultos, os irmãos conseguiram destronar Amúlio e criar a cidade de Roma. Rômulo teria sido o escolhido pelos deuses...Remo não aceitou a decisão...os dois irmãos entraram em luta corporal, mas Rômulo levou vantagem, matou Remo e tornou-se o primeiro rei de Roma.

b) origem histórica: diversos povos chamados de italiotas teriam contribuído para o seu surgimento, tais como os latinos, sabinos, umbrios, etruscos, samnitas, juntamente com os gregos, que tinham colônias na península itálica. Os latinos tornaram-se a principal referência na origem deste povo, devido a sua língua, o latim. Dos gregos, os romanos absorveram sua mitologia e a maior parte de sua cultura, tendo como destaque as ideias sobre república.

A história romana é dividida em três períodos: Monarquia, República e Império.

a) Monarquia (753 – 509 a.C): É a fase menos conhecida e menos documentada, onde misturam-se fatos com lendas; foi a fase dos sete reis:  Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo.  O rei acumulava poderes executivos, judiciários e religiosos, embora já houvesse o Senado e a Assembleia, instituições dominadas pelos patrícios. Já nessa época, a sociedade se dividiu em quatro estamentos: patrícios, clientes, plebeus e escravos.
Patrícios: (do latim pater (pais): eram a elite econômica e política, descendiam das famílias tradicionais. Eles acumulavam os cargos políticos (do Senado) e os cargos da administração pública.
Clientes: eram plebeus ligados aos patrícios e a eles prestavam serviços, recebendo em troca comida, roupas, proteção e moradia. Quanto mais clientes um patrício tivesse, mais prestígio ele teria...esse patrício poderoso era chamado também de Patrono.
Plebeus: eram pobres que de maneira geral eram comerciantes, pequenos agricultores, artesãos, trabalhadores livres, etc. Não tinham direitos políticos e formavam a maior parte do exército; entretanto, não recebiam nenhum benefício após as vitórias nas guerras: terras, bens e escravos ficavam com os patrícios.
Escravos:
Roma foi uma civilização escravista.Tornavam-se escravos tanto os prisioneiros de guerra quanto os próprios plebeus que  não podiam pagar suas dívidas; A partir da ampliação das conquistas de mais territórios, o número de escravos tornou-se gigantesco ao ponto de desempregar os plebeus e criar uma grave crise social.

O Fim da Monarquia:
Segundo a tradição, sete reis teriam governado Roma; o último rei foi o etrusco Lúcio Tarquínio Soberbo, o qual perdeu o trono devido ao seu autoritarismo e forte oposição ao Senado. Com o fim da monarquia, Roma torna-se uma república senatorial


b) República (509 – 27 a.C): foi um período marcado pela grande expansão territorial através das guerras de conquista do excelente e disciplinado exército.

Ao conquistar outros povos, Roma tinha duas opções sobre o destino dos vencidos:
a) transformava-os em estados tributários (situação em que o povo ainda mantinha uma falsa autonomia, sob a condição de pagar tributos a Roma). Era uma estratégia romana baseada no princípio de “dividir para conquistar” (divide et impera, no latim); era uma estratégia subjugar e controlar territórios conquistados. Consistia em permitir que os líderes locais continuassem no poder, desde que aceitassem a autoridade de Roma e pagassem tributos. Isso tinha várias vantagens:
- Divisão interna e menos resistência: os romanos exploravam as rivalidades e divisões internas das regiões conquistadas, enfraquecendo assim qualquer possível resistência unificada. O grande exemplo foi o Reino da Judeia na figura do rei Herodes.
- Administração mais eficiente e descentralização do poder: Controlar vastos territórios diretamente seria bastante oneroso. Ao delegar parte do controle aos líderes locais, os romanos poderiam focar seus esforços em questões consideradas mais cruciais.
b) tomava as terras e todos os bens, transformando o povo em escravos.
O que acontecia com os escravos:
a) uma parte deles era enviada para trabalhar nos campos e nas casas dos patrícios.
b) outra parte era destinada ao grande comércio de escravos
c) outra parte era destinada a se tornar gladiador
d) outra parte era enviada para as pedreiras

Para os Patrícios tudo, para os Plebeus nada:

O Exército romano era composto por
a) patrícios (minoria que tinha os postos de comando)
b) plebeus (maioria que não tinha os postos de comando).
Após as conquistas, apenas os patrícios ficavam com o Butim (terras, bens materiais, prisioneiros e escravos tomados do inimigo) ficava unicamente com os patrícios...para os plebeus, nada...
- Não tinham direito praticamente a nada do butim: a maior parte ficava com os patrícios
- Não tinham direito a cargos públicos
- Não tinham direito a participar da política
- Não recebiam salário para lutar (não havia ainda exército profissional)
- Não recebiam armas nem armamentos: eles próprios arcavam com os custos
- Em caso de morte ou invalidez causada pelas guerras, a família ficava desamparada

Algumas Conquistas Plebeias
Diante dessa situação injusta, os plebeus recusaram-se a participar do Exército, fato que levou os patrícios a conceder-lhes alguns direitos tais como:
- Criação do cargo de Tribuno da plebe, que era um defensor dos plebeus perante o senado
- Lei das 12 tábuas: as leis passaram a ser escritas
- Lei Canuleia: permitiu o casamento entre patrícios e plebeus
- Lei Licínia: acabou com a escravidão por dívidas; além disso, um dos cônsules (a mais alta magistratura) passou a ser um plebeu.
- Criação da Assembleia da plebe, onde a plebe ganhou o direito de elaborar e publicar leis sem precisar da autorização do senado.

A Expansão Territorial:
Durante a República, Roma viveu grande expansão territorial, incorporando áreas da Europa, da Ásia e do norte da África.
As Guerras Púnicas: Expandindo-se em direção ao mar mediterrâneo e norte da África, Roma entrou em conflito com o Império Cartaginês, localizado no norte africano. Essa guerra ocorreu entre 264 a 146 a.C., e terminou com a vitória romana, que passou a dominar todo o Mar Mediterrâneo.

A Difícil situação dos Plebeus
Mesmo com a conquista de alguns direitos, a situação da maioria dos plebeus continuava sem solução pois a grande quantidade de escravos obtidos através das conquistas foram utilizados para todo o tipo de trabalho, tanto nos campos quanto nas cidades. Até os pequenos agricultores perderam seus meios de subsistência, porque não havia como competir com a produção agrícola dos latifúndios dos patrícios.

As consequências da crise plebeia:
A maioria dos plebeus migrou principalmente para Roma e o resultado foi o crescimento da miséria, mendicância, criminalidade e prostituição. Além disso, eram constantes as violentas revoltas. Houve também revoltas dos escravos, com destaque para a revolta dos Gladiadores, sob a liderança de Espártaco. :

As tentativas fracassadas de Reformas Políticas: Senado X irmãos Graco
Roma era um verdadeiro caos social de miséria e criminalidade...mesmo assim, o Senado mostrava-se indiferente. Esse fato levou ainda alguns políticos a tentar mudanças para aliviar o sofrimento plebeu. Entre estes políticos destacaram-se os irmãos Tibério e Caio Graco, os quais propuseram reformas que beneficiassem os plebeus, tais como:
- Distribuição de terras públicas entre os plebeus
- Limitar a quantidade de terra que um indivíduo podia possuir: isso diminuiria o poder econômico dos patrícios.
- Distribuir grãos subsidiados para os cidadãos mais pobres
Essas propostas de reformas foram rechaçadas pelos patrícios, pois na visão deles, poderiam resultar em
- risco aos seu poder político e econômico
- aumento do poder político e econômico da plebe
- a plebe poderia passar a lutar por mais conquistas que ampliassem o seu poder
As tentativas de reforma dos irmãos Graco não foram aprovadas e eles terminaram sendo assassinados. A insensibilidade do Senado resultará na solução do problema através da força, ou seja, através do Exército.

A CRISE DA REPÚBLICA E A IMPLANTAÇÃO DA DITADURA MILITAR

Os militares perceberam que só eles poderiam mudar a situação. Se a força do direito não resolveu, o que resolverá será o direito da Força.
As ditaduras militares
O primeiro governo militar foi o do general Caio Mário, o qual implantou reformas que beneficiaram os plebeus, tais como 
a) Profissionalização do exército: os soldados passaram a receber salário.
b) Lotes de terra para os soldados que se aposentavam.
c) Inclusão dos soldados plebeus na repartição do saque após as vitórias nas guerras.

Opondo-se ao governo de Caio Mário, o general Sula o enfrentou no campo militar. Esse enfrentamento resultou em uma guerra civil onde seu exército saiu vencedor. Lúcio Sula  implanta um programa de reforma agrária favorável aos militares que o apoiavam. Entretanto, seu governo autoritário não durou muito tempo, pois a instabilidade política resultou na implantação do Triunvirato, onde três generais passavam a disputar o poder.

OS DOIS TRIUNVIRATOS
- Primeiro Triunvirato:
era composto por Júlio César, Pompeu e Crasso; César saiu-se vencedor e assume o poder como ditador. César fez um bom governo, embora curto, mas o suficiente para ser amado pelo povo:
-reduziu impostos
-criou um programa de distribuição gratuita de alimentos
-criou grandes obras públicas para empregar os plebeus
-tentou descentralizar o poder, concedendo maior representatividade às províncias romanas.
A popularidade de César incomodou os senadores, os quais temiam que o povo o aclamasse como rei ou imperador. Esse temor resultou no seu assassinato pelo próprio senado.

- Segundo Triunvirato: Novamente três generais lutam entre si pelo poder: Otávio, Lépido e Marco Antonio. Lépido retira-se do conflito; As tropas de Otávio vencem as de Marco Antonio. Com a vitória, Otávio é declarado imperador de Roma, dando início ao terceiro período de sua história.

c) Império (27 a.C - 47d d.C.):
O poder político, militar e religioso estava nas mãos do imperador; Roma era na verdade uma ditadura disfarçada de império, pois não havia a tradição dinástica na sucessão do trono. O imperador era comandante supremo do exército, legislador, juiz supremo e líder religioso. Era também venerado como um semideus e cultuado como o líder supremo do culto imperial.

A Pax Romana
Com o objetivo de trazer paz após um longo período de guerras e de crises, Otávio Augusto implantou uma política de reformas chamada de Pax Romana, que consistia em medidas tais como: criar fronteiras bem fortificadas e defendidas, construir uma eficiente rede de estradas para facilitar o deslocamento de tropas e de mercadorias, aumentar o salário dos militares ativos, conceder pensões e terras para os militares aposentados, etc.
A Pax Romana também promoveu a construção de monumentos, atividades culturais e a disseminação do latim como língua comum. No entanto, o custo dessas medidas estava no pesado aumento de impostos. Entretanto, a política da Pax Romana se por um lado trouxe menos violência e mais paz, por outro iria iniciar um lento e despercebido processo de decadência econômica, que só iria despontar a partir do século III.

A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO: Mesmo com as medidas tomadas, a maioria dos plebeus continuava na miséria. Como solução paliativa, o império implantou a política do “pão e circo”, que consistia em distribuir alimentos e promover grandes espetáculos, como os combates entre gladiadores, simulação de batalhas e corridas de bigas, para entreter as massas e coibir revoltas.

A EXPANSÃO DO CRISTIANISMO: Tendo como base a doutrina e a ordem de Jesus Cristo no sentido de levar sua mensagem ao mundo, o movimento cristão expandiu-se dentro do império romano e passou a ser perseguido pelos seguintes motivos:
- os cristãos recusavam-se a adorar os deuses do paganismo romano; além disso, recusavam-se a prestar homenagem ou adoração ao imperador, que era considerado como uma divindade...isso passou a ser visto como uma afronta ao Estado e à ordem estabelecida.
-Os cristãos eram acusados de subversivos, eram vistos como uma ameaça à ordem estabelecida. A perseguição, tortura e execução de cristãos durou em torno de 240 anos, entre 64 e 303. Em 313, Constantino, através do Edito de Milão, decretou o fim da perseguição e a liberdade de culto para os cristãos. Em 380, o imperador Teodósio decretou o Edito de Tessalônica, através do qual o cristianismo passou a ser a religião oficial do império ao mesmo tempo em que o paganismo foi decretado ilegal.

A Decadência e o fim de Roma: A partir do século III d.C., Roma entra em um processo acelerado e irreversível de decadência econômica e política.
Em termos econômicos, as causas foram:
a) o aumento do volume de gastos
b) o modelo econômico ineficiente, cuja base eram as conquistas.

AS CAUSAS ECONÔMICAS DA DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
1) Gastos militares: Os militares perceberam que sem eles, Roma não conseguiria manter bem defendidas suas fronteiras e seu imenso território. Sendo assim, passaram a exigir cada vez mais benefícios, terras, bonificações e pensões. Além disso, era enormes os custos de manutenção do Exército: cerca de 600.000 soldados, inúmeras fortificações , armamentos,  etc.
2) Obras públicas: os gastos com as grandiosas construções, como aquedutos, estradas, pontes, banhos termais e as arenas.
3) Assistência social: Roma passou a fornecer subsídios (eram pagamentos ou benefícios)  para a alimentação, habitação (foi criado o primeiro programa de habitação popular da história), assistência médica e até um protótipo do que seriam no futuro os hospitais, chamados de valetudinaria, que incluía médicos, curandeiros e banhos termais.
4) Burocracia e administração: O governo romano era complexo e exigia uma grande estrutura burocrática para administrar o vasto império. Salários, benefícios e despesas administrativas aumentavam os custos do governo.
5) Corrupção e desperdício: A corrupção era endêmica no império, resultando em desperdício de recursos e desvio de fundos públicos. Funcionários corruptos e cobradores de impostos abusavam de seu poder para benefício pessoal, causando prejuízos à economia.
6) Aumento de Impostos: Para tentar cobrir as despesas, Roma passou a cobrar mais impostos, uma medida que só piorou a situação pois muitos comerciantes fecharam o negócio e muitos fazendeiros deixaram de plantar, fato que provocou diminuição da oferta de alimentos, aumento da inflação e da crise econômica.
7) Inflação e Desvalorização da Moeda: A produção excessiva de moedas de baixo valor para financiar as despesas levou a uma inflação galopante e à desvalorização.
8) Controle de Preços: através do tabelamento (ou congelamento), o Edito dos Máximos, decretado pelo imperador Diocleciano, no início do século IV, proibia o aumento do preço das mercadorias. O resultado foi o desabastecimento, escassez e mais crise.
9) Declínio da Agricultura: Sem poder elevar os preços em época de entressafra, os agricultores, tanto os pequenos quanto os latifundiários, foram desestimulados a continuar plantando.
10) Declínio do Comércio: A queda na produção de mercadorias afetou as rotas comerciais, prejudicando o transporte e o abastecimento das vilas e cidades. Com o aumento da crise, as rotas sofreram também com a crescente violência causada pela insegurança.
11) Crise do sistema escravista: a economia escravista também foi atingida: além da diminuição do contingente, a violência das invasões facilitou a fuga dos escravos e milhares deles procuraram refúgio nos latifúndios, onde, juntamente com os plebeus foram transformados em colonos, através da criação do regime do Colonato, o qual foi uma fase de transição para o regime feudal. No Colonato, escravos e plebeus transformaram-se em pequenos agricultores que cultivavam as terras dos grandes proprietários em troca de proteção e parte da colheita. Esse sistema foi a melhor maneira encontrada para resolver a crise agrária e a escassez de mão de obra que afetavam o império em sua crise final. Durante as invasões, o colonato consolidou-se como a principal forma de organização social e econômica, o qual vai marcar profundamente o mundo medieval, após o fim do império romano.

CAUSAS POLÍTICAS
 1) Instabilidade Política: No século III, Roma teve uma série de imperadores ineficazes e instáveis, muitos dos quais foram assassinados ou depostos em curtos intervalos de tempo. Isso levou a uma falta de liderança coesa e enfraqueceu a capacidade do império de lidar com desafios internos e externos.
2) Divisões Internas:
as invasões bárbaras, a crise econômica e a anarquia militar levaram o imperador Diocleciano, em 285, a criar a Tetrarquia, através da divisão do império em quatro regiões administrativas, cada uma com dois governantes: o principal era o Augusto e o co-governante era o César. A ideia por trás dessa divisão era compartilhar o poder e a responsabilidade, tornando mais fácil administrar um império vasto e fragmentado. O efeito foi contrário e a Tetrarquia gerou mais crise pelas seguintes razões:
 2a) Instabilidade Sucessória: A transição entre os governantes frequentemente levava a disputas pelo poder e até mesmo assassinatos. Isso criava incerteza sobre quem estava no controle e minava a estabilidade.
 2b) Descentralização do Poder: Embora a Tetrarquia fosse projetada para distribuir o poder, acabou levando a uma maior descentralização do controle. Isso permitiu que governantes locais ganhassem mais autonomia e, em alguns casos, até mesmo se declarassem imperadores independentes.
 2c) Desafios Econômicos: Manter uma estrutura administrativa tão complexa exigia enormes gastos, incluindo a manutenção do aparato burocrático e militar em cada parte do império. Isso colocava uma pressão adicional sobre a já enfraquecida economia romana.
 2d) Conflitos Internos: Enquanto os Augustos e Césares lutavam pelo poder, algumas das diversas regiões do império, comandadas por generais ambiciosos, se envolviam em conflitos uns com os outros. Esses conflitos debilitaram ainda mais a capacidade do império de lidar com ameaças externas.
 2e) Incapacidade de Lidar com Desafios Externos: A Tetrarquia não conseguiu resolver as crescentes ameaças externas, como as invasões bárbaras.
3) Instabilidade da Sucessão: A questão da sucessão imperial frequentemente resultava em conflitos e guerras civis. Muitos imperadores eram mortos ou depostos por rivais que buscavam o trono, levando a instabilidade e perturbação.
4) Crise nas Fronteiras: Com a crise econômica, muitos militares situados nas fronteiras passaram a sofrer com a falta e o atraso do pagamento dos salários, fato que levou muitos a abandonar as fronteiras, facilitando a invasão dos povos bárbaros.
A falta de recursos financeiros também afetou a capacidade do Império Romano de recrutar e manter exércitos eficazes. Muitas vezes, os comandantes militares eram incapazes de pagar adequadamente seus soldados, levando à insatisfação e a deserções em larga escala. Isso deixou as fronteiras vulneráveis a ataques externos.
Houve casos de militares que se juntaram aos bárbaros em busca de segurança e sustento.
Em alguns casos, os romanos fizeram acordos ou tratados com líderes bárbaros que habitavam as regiões fronteiriças. Esses acordos eram frequentemente estabelecidos com o objetivo de garantir a paz, estabilidade nas fronteiras e, em alguns casos, até mesmo a ajuda mútua em caso de ameaça externa.
5) Anarquia militar: Diante da crise cada vez maior, a autoridade central do império enfraqueceu-se ao ponto de estimular vários generais e comandantes militares a lutar pelo poder, estabelecendo seus próprios regimes em várias partes do império.
6)
A criação de Constantinopla: em 330, Constantino transfere a capital para Bizâncio, que será chamada de Constantinopla. Os principais motivos da transferência foram: a insegurança em Roma, a excelente localização geográfica, a tentativa de reunificar o império que estava dividido entre a parte ocidental e a oriental e a expansão do cristianismo, pois uma boa parte do império já era cristão. Antes disso, em 313, Constantino, através do Edito de Milão, já havia acabado com a perseguição aos cristãos. 
7) A divisão do império: em 395, o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes:
- Império Romano do Ocidente, com capital em Roma.
- Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.
8) Em 380 o imperador Teodósio promulgou o edito de Tessalônica, o qual tornou o  cristianismo a religião oficial, ao mesmo tempo em que condenava o paganismo, punindo até com a perda dos direitos civis aos que não professassem o cristianismo...na prática, o cristianismo que era perseguido, ao se tornar religião oficial, passou a ser perseguidor.
9) A fuga das cidades: a violência das invasões bárbaras levou o povo a fugir das cidades, indo buscar segurança em áreas rurais, onde os lugares mais seguros eram os latifúndios, os quais, com o passar do tempo, serão transformados nos feudos medievais.
10) No ano de 476, o Império Romano do Ocidente deixa de existir. Entretanto, o Império Romano do Oriente, conhecido também como Império Bizantino, só seria extinto em 1453. 


terça-feira, 15 de agosto de 2023

ECONOMIA: TEMAS GERAIS, CONSUMO, CONSUMISMO

Introdução à economia

CONCEITOS DE ECONOMIA: Economia é
-o conjunto de atividades que visam a produção, distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida.

-é a ciência que consiste na análise da produção, distribuição e consumo de bens e serviços.

-é o estudo das escolhas dos indivíduos e do que possibilita a compatibilidade nas escolhas de todos

DIVISÃO DA ECONOMIA
Geralmente é dividida em dois grandes ramos:
a) MICROECONOMIA:
dedica-se ao comportamento econômico individual, analisa as decisões individuais referentes à produção, consumo, composição de preços, etc.
b) MACROECONOMIA: dedica-se ao estudo das questões amplas, tais como crescimento econômico, geração de emprego, inflação, juros, política fiscal, política monetária, etc.

Setores da economia
- primário: a extração do recursos naturais e produção de matéria prima. Exemplos a agricultura mineração pecuária silvicultura etc

- secundário: industrialização, transformação matéria-prima em manufaturados e bens de consumo

-terciário prestação dos serviços comércio transporte turismo educação saúde, finanças,  informática etc

-quaternário: atividades referentes a pesquisa de  desenvolvimento tecnológico in serviços de alta complexidade desenvolvimento do software se inovação etc

 -quinário: serviços de tomada de decisões estratégicas,  governamentais, administração pública, etc


O CONSUMO: ação de comprar e usar bons e serviços para satisfazer necessidades é algo natural do ser humano
O CONSUMISMO: é um comportamento voltado para o desejo insaciável de comprar bens e serviços além das necessidades básicas

Consumo é uma atividade essencial para atender às necessidades humanas tais como alimentação, vestuário, habitação, educação, lazer, saúde, etc.

Consumismo é um comportamento exagerado que se concentra na aquisição impulsiva e desnecessária de bens/serviços e na busca constante por mais, sem considerar as  necessidades reais ou as consequências.

Enquanto o consumo satisfaz as necessidades, o consumismo pode provocar:
a) Endividamento: leva as pessoas a gastarem mais do que podem pagar, resultando em dívidas significativas e preocupações financeiras.

b) Estresse Financeiro: O constante desejo de adquirir bens e manter um estilo de vida acima das possibilidades pode causar estresse financeiro, ansiedade e preocupações sobre dinheiro.

c) Insatisfação Duradoura: A busca incessante por mais produtos e experiências pode resultar em sentimentos de vazio e falta de propósito.

d) Desperdício e problemas ambientais: O consumismo pode levar ao descarte rápido de produtos e à geração de resíduos, contribuindo para problemas ambientais e de sustentabilidade.

e) Falta de Foco nas Relações: Se o foco é voltado apenas para o consumo, as relações interpessoais são prejudicadas. Os consumistas não constroem conexões significativas e podem destruir as que possui.

f) Declínio da Saúde Mental: A constante comparação social e a pressão para manter um certo padrão de vida podem levar a sentimentos de inadequação, inveja e depressão.

g) Priorização do Material sobre o Pessoal: O consumista pode priorizar apenas a posse de bens materiais em detrimento de experiências pessoais, bem-estar e desenvolvimento pessoal.




O consumo está ligado à ideia de felicidade ou isso é uma ilusão ou argumento construído para que consumamos?


Embora a aquisição de bens e as experiências tais como uma viagem de turismo possam trazer  prazer e satisfação, a ideia de que o consumo é a chave para a felicidade pode ser vista como uma ilusão ou argumento construído para que consumamos.

O consumismo é ilusório e não é sinônimo de felicidade


Curto Prazo vs. Longo Prazo: O consumismo muitas vezes proporciona gratificação imediata e temporária, ou seja, é passageira. Ao longo prazo, a busca constante por mais coisas pode levar a um ciclo de insatisfação contínua.

Expectativas Irrealistas: A propaganda (e isso é o papel dela) nos passa a ideia de que ter um certo estilo de vida ou a aquisição de bens nos trará felicidade. No entanto, a realidade é que a felicidade é influenciada por diversos fatores que podem ou não incluir a posse de muitos bens.

Efeito Hedônico: refere-se à tendência das pessoas de se adaptarem rapidamente a mudanças em seu ambiente, incluindo aquisições materiais. Isso significa que, após um período, a novidade se desgasta e a felicidade associada ao novo bem diminui.

Comparação Social: O 
consumismo muitas vezes está relacionado à comparação social, levando as pessoas a adquirir produtos para se igualar aos outros. No entanto, essa comparação constante pode resultar em insatisfação e sentimentos de inadequação.

Bem-Estar Subjetivo: Estudos mostram que o bem-estar subjetivo (sentimento de satisfação com a vida) está mais fortemente ligado a relacionamentos saudáveis, realização pessoal e propósito, em vez de bens materiais.

Muitas pessoas compram apenas para serem aceitos socialmente, ou seja, para se encaixar ou serem aceitas por um grupo social específico. A motivação é ser parte de um grupo e evitar ser excluído. Isso pode envolver adotar certos estilos de roupas, gostos musicais, hábitos alimentares, entre outros, para se identificar com o grupo.

Comprar por Status: significa a compra de produtos ou o usufruto de serviços que são vistos como símbolos de prestígio ou sucesso. Esse tipo de consumidor quer demonstrar seu poder financeiro e posição social acima da maioria das pessoas. Não basta possuir um bem caro, é preciso exibi-lo. Não basta fazer uma viagem de turismo caríssima, é preciso divulgá-la amplamente nas redes sociais, atitude que pode atrair pessoas mal intencionadas (ladrões, golpistas, estelionatários, etc.).
   
Cultura do Consumo: A cultura de consumo muitas vezes é promovida pela publicidade e pela mídia, criando uma narrativa que associa a felicidade ao acúmulo de bens. Isso pode ser um argumento construído para incentivar o consumo.

Felicidade Autêntica: Muitas pessoas relatam que a verdadeira felicidade é encontrada em momentos significativos, conexões sociais e contribuições para os outros, em vez de bens materiais.

Em resumo, enquanto o consumo pode contribuir para a felicidade em certos momentos, o consumismo ilude as pessoas, passando a falsa ideia de que a aquisição constante de bens é o caminho direto para a felicidade. A busca pela verdadeira felicidade geralmente envolve uma combinação de fatores, incluindo relações saudáveis, desenvolvimento pessoal e um senso de significado na vida.




Argumentos contrários à ideia de que o consumo está diretamente ligado à felicidade:

1 - Efeito de Saciedade Rápida: O consumo muitas vezes proporciona um prazer momentâneo, mas esse prazer pode diminuir rapidamente. Isso pode levar a um ciclo contínuo de busca por novos produtos e experiências, resultando em uma sensação efêmera de felicidade.

2 - Comparação e Insatisfação: O consumo excessivo pode levar a uma constante comparação com os outros e uma busca por status social. Isso pode resultar em sentimentos de insatisfação quando as expectativas não são atendidas, minando a verdadeira sensação de felicidade.

3 - Endividamento e Estresse Financeiro: O consumo irresponsável pode levar a dívidas, estresse financeiro e ansiedade. A preocupação com dívidas pode afetar negativamente a saúde mental e emocional, prejudicando a sensação de felicidade.

4 - Impacto Ambiental: O consumo desenfreado frequentemente contribui para a exploração de recursos naturais e para a geração de resíduos e poluição. O conhecimento sobre o impacto ambiental do consumo excessivo pode levar a sentimentos de culpa e preocupação, interferindo na sensação de felicidade.

5 - Busca por Significado: A verdadeira felicidade muitas vezes está ligada a um senso de propósito e realização pessoal. A busca constante por bens materiais pode desviar o foco dessa busca mais profunda, resultando em uma sensação de vazio

6 - Dependência Externa: Se a felicidade está vinculada principalmente à posse de bens materiais, há o risco de que a sensação de felicidade seja sempre dependente de fatores externos e voláteis.

7 - Qualidade de Relações: A busca excessiva por consumo pode levar a uma dedicação de tempo e energia aos bens materiais, em detrimento da qualidade das relações interpessoais. Relações saudáveis e significativas têm um papel crucial na sensação de felicidade.

8 - Sociedade de Comparação: A sociedade atual, muitas vezes impulsionada pela publicidade, promove um padrão de constante comparação e competição. Isso pode gerar um ambiente em que a busca por bens materiais suplanta a verdadeira busca por bem-estar e contentamento.

9 - Sensação de Vazio: Muitas pessoas que buscam a felicidade através do consumo podem sentir-se vazias, pois a satisfação material não é suficiente para preencher todas as dimensões emocionais e psicológicas da vida.

10 - A Busca constante por novidades: o desejo de experimentar coisas novas, estar na moda ou acompanhar as últimas tendências pode levar as pessoas a comprar produtos sem uma reflexão cuidadosa sobre suas necessidades reais ou a utilidade a longo prazo.
Pode levar a compras impulsivas e aquisições que não foram cuidadosamente planejadas. As pessoas podem ser influenciadas pela empolgação momentânea, pela pressão social ou pela sensação de gratificação instantânea ao adquirir algo novo e emocionante. Esse padrão de consumo pode resultar em acumulação de bens desnecessários, gastos excessivos e até endividamento. Além disso, pode impedir que as pessoas aproveitem ao máximo os produtos que já possuem, pois estão constantemente em busca de algo novo.

Esses argumentos destacam que a relação entre consumo e felicidade é complexa e multifacetada, com potenciais desvantagens e limitações em associar a satisfação pessoal ao acúmulo de bens materiais.


Argumentos a favor da relação entre consumo e felicidade
 

O consumo, quando feito de maneira consciente e equilibrada, pode contribuir para a sensação de felicidade ao atender necessidades, realizar desejos, promover bem-estar e construir conexões sociais.


 Realização de Desejos e Necessidades: O consumo pode permitir que as pessoas satisfaçam suas necessidades básicas e realizem desejos, resultando em um senso de contentamento e felicidade ao obter o que desejam.

    Experiências e Memórias: O consumo não se limita apenas à posse de bens materiais. Muitas vezes, envolve experiências como viagens, atividades culturais e entretenimento. Essas experiências podem criar memórias valiosas e contribuir para a sensação de felicidade.

    Estimulação do Bem-Estar: A aquisição de produtos e serviços que melhoram o conforto, a saúde e o bem-estar pode contribuir para uma sensação geral de satisfação e felicidade.

    Autoexpressão e Identidade: O consumo pode permitir que as pessoas expressem sua personalidade, estilo e identidade. Escolher produtos que se alinham com sua autenticidade pode gerar uma sensação de autoestima e felicidade.

    Senso de Realização: Alcançar metas financeiras, como comprar uma casa própria ou um carro, pode ser um símbolo de conquista e trabalho árduo, trazendo um sentimento de realização e, por consequência, de felicidade.

    Impulsionar a Economia: O consumo é um motor econômico importante, gerando empregos e oportunidades comerciais. Contribuir para a economia pode ser um fator que aumenta a satisfação pessoal e a sensação de felicidade coletiva.

    Estímulo à Criatividade: Produtos criativos e inovadores podem inspirar e enriquecer a vida das pessoas. O consumo desses produtos pode gerar um senso de admiração e empolgação, contribuindo para a felicidade.

    Conexões Sociais: Participar de atividades de consumo, como reuniões sociais, festas e eventos, pode ajudar a construir e fortalecer relações interpessoais. Essas conexões sociais são frequentemente associadas a um maior bem-estar e felicidade.

    Autoestima e Confiança: Adquirir produtos que melhoram a aparência pessoal ou o status social pode aumentar a autoestima e a confiança, contribuindo para uma sensação de satisfação e contentamento.

    Senso de Pertencimento: O consumo de produtos associados a grupos ou comunidades pode criar um senso de pertencimento, o que pode resultar em sentimentos positivos de felicidade e inclusão.