segunda-feira, 26 de outubro de 2015

I REINADO: TEXTO E EXERCÍCIOS



I REINADO (1822-1831)
Foi o período onde o Brasil, governado por D. Pedro I e recém-liberto de Portugal, organizou-se como um novo país. Podemos dividir esse período nas seguintes etapas: as guerras de independência, o reconhecimento da independência, a primeira Constituição, a Confederação do Equador, a crise política e a abdicação de D. Pedro I.
-As guerras de independência: Essas guerras ocorreram em algumas províncias (Bahia, Pará, Piauí e Maranhão), onde havia resistência por parte de tropas portuguesas, contrariando a visão tradicional de que a independência brasileira foi pacífica. Por não possuir ainda um exército nacional organizado, as guerras de independência contaram com o apoio das milícias civis - com forte participação popular- e auxílio de mercenários ingleses e franceses, destacando-se Lord Cochrane, John Grenfell, John Taylor e Pierre Labatut.
Outra província que se opôs foi a Cisplatina. A guerra da Cisplatina, iniciada em 1825, só terminou em 1828 com a proclamação de sua independência (é o atual Uruguai).
-O reconhecimento da independência: Estados Unidos e México foram os primeiros países a reconhecerem, em 1824. Portugal só reconheceu nossa independência após o Brasil pagar uma indenização de dois milhões de libras, dinheiro obtido através de empréstimo aos ingleses. A Inglaterra reconheceu nossa independência mediante a continuidade dos acordos comerciais favoráveis desde o Tratado de 1810, os quais garantiam tarifas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses, o que prejudicou o desenvolvimento econômico brasileiro. O novo acordo estabelecia também a extinção do tráfico negreiro, cláusula esta que ficou apenas no papel.
Assim nascia o Brasil, com sua economia arcaica, baseada no modelo exportador de produtos primários, importador de produtos manufaturados e dependente financeira e tecnologicamente da Inglaterra.
-A Primeira Constituição: Politicamente, o Brasil estava dividido em dois grupos: os conservadores, que defendiam uma monarquia fortemente centralizada; e os liberais, que queriam monarquia com poderes limitados.
Em 1823, uma Assembleia Constituinte apresentou um projeto constitucional que mantinha a escravidão, restringia os poderes do imperador e instituía o voto censitário (baseado na renda do eleitor). A renda seria avaliada pela quantidade anual de alqueires de mandioca produzidos. Dado a isto, este projeto constitucional ficou conhecido como a "Constituição da Mandioca".
Insatisfeito com o risco de ter seus poderes limitados, D. Pedro I desfez a Assembleia Constituinte e convocou um grupo de dez pessoas, as quais elaboraram um novo projeto constitucional, o qual foi aprovado em 25 de março de 1824, ou seja, foi uma Constituição Outorgada (imposta).
-Principais aspectos da primeira Constituição:
a- estabelecimento de uma monarquia hereditária;
b- instituição de quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e o poder Moderador, exclusivo do imperador e assessorado por um Conselho de Estado. Pelo poder Moderador, a monarquia brasileira era quase absolutista, ou seja, tinha um parlamentarismo às avessas, comparando com a monarquia parlamentarista britânica. 
c- o país foi dividido em províncias, dirigidas por governadores nomeados pelo imperador;
d- o voto era censitário e as eleições eram indiretas; só os homens maiores de 25 anos podiam votar
e- a religião oficial era a Católica, através da subordinação da Igreja ao controle do Estado (regime do Padroado).
f- foi concedida a liberdade religiosa, com restrição à fachada dos templos, que não deveriam aparentar ser templos.
Politicamente, a nossa primeira Constituição impediu a participação política da maioria da população, além de concentrar muito poder nas mãos do imperador, através do poder Moderador. Para os conservadores, era a única maneira de evitar a fragmentação política do Brasil, algo que aconteceu na América espanhola.
A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR: foi uma revolta separatista ocorrida no Nordeste, liderada por Pernambuco, cujo grande líder foi Frei Caneca. Causas:
a - O autoritarismo do imperador, fechando a Assembleia  Constituinte e outorgando uma Constituição centralizadora e excludente.  
B - O nordeste, no início do século XIX, encontrava-se em grave crise econômica (queda no preço do açúcar, secas, impostos, miséria).
c – Ideais da Revolução Pernambucana de 1817, baseados no iluminismo e na independência das colônias espanholas da América latina.
Principais líderes do movimento: Frei Caneca, Manuel de Carvalho Pais de Andrade, Cipriano Barata e padre Gonçalves Mororó. Outras províncias também participaram: Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba.
Os rebeldes proclamaram a independência e fundaram uma república, denominada Confederação do Equador; adotaram, de forma provisória, a Constituição da Colômbia.
A repressão ao movimento, determinada pelo imperador, foi violenta e seus principais líderes condenados à morte.
-A Abdicação de D. Pedro: causas:
A - Difícil situação financeira em decorrência da balança comercial desfavorável, contribuindo para as altas taxas inflacionárias.
B – Péssimo governo do imperador devido ao seu autoritarismo, resultando no fechamento da Assembleia Constituinte, a imposição da Constituição de 1824 e a forte repressão à Confederação do Equador.
C – A desastrosa Guerra da Cisplatina e a participação do imperador na sucessão do trono português.
D – As constantes críticas da imprensa brasileira, resultando no assassinato do jornalista Líbero Badaró, grande opositor de D. Pedro I.
E – Em 1831, a baixa popularidade de D. Pedro I resultou no confronto entre seus partidários (em sua maioria, portugueses) e os demais opositores. O desfecho do confronto foi o episódio violento conhecido como "Noite das Garrafadas".
F - Após sucessivas mudanças ministeriais, procurando conter as manifestações, D. Pedro I abdicou, na madrugada de 7 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara, que tinha apenas cinco anos de idade.

EXERCÍCIOS:
1 – Explique porque a independência do Brasil não ocorreu de maneira pacífica
2 – Podemos afirmar que o reconhecimento da nossa independência foi também resultado de uma negociação? comente.
3 – Por que o imperador desfez a Assembleia Constituinte?
4 – Por que a nossa primeira Constituição foi outorgada?
5 – Por que, segundo o texto, a monarquia brasileira era quase absolutista?
6 – Analisando o processo eleitoral do primeiro reinado, podemos afirmar que era democrático? Comente.
7 – Por que houve a Confederação do Equador?
8 – Por que D. Pedro I abdicou em favor de seu filho?

RENASCIMENTO: TEXTO E EXERCÍCIOS



O Renascimento foi um movimento histórico ocorrido inicialmente na Itália e depois pela Europa, entre os séculos XV e XVI. Caracterizou-se pela crítica aos valores medievais e pela revalorização da Antiguidade Clássica (greco-romana).
Surgido durante a baixa idade média, onde a cultura medieval estava em declínio; foi um movimento resultante das mudanças que ocorriam a partir da expansão comercial e urbana da Europa. O berço do Renascimento foi a Itália por três motivos:
a) o intenso  comércio com o Oriente, através do mar Mediterrâneo, o qual levou ao enriquecimento e a ascensão de uma nova classe social -a burguesia comercial. Essa burguesia passou a ter novos hábitos de consumo e a partir daí a praticar o que viria a ser chamado de Mecenato: o patrocínio de artistas (pintores, escultores e arquitetos) e até de cientistas, procurando mostrar o poderio da cidade e ampliar o prestígio pessoal;
b) A vinda de sábios bizantinos para a Itália após a conquista de Constantinopla pelos turcos Otomanos;
c) A presença, em solo italiano, da antiguidade clássica.

Aspectos da Renascença: O renascimento não foi um movimento popular; foi um movimento da elite enriquecida pelo comércio. Essa elite tinha uma nova mentalidade, não estando presa ao teocentrismo, ou seja, possuía uma nova visão da vida e de valores. Não eram antirreligiosos nem ateus, mas também não eram tão carolas. Podemos apontar as seguintes causas do renascimento: a retomada do comércio, o enfraquecimento da nobreza feudal durante as cruzadas, o surgimento e ascensão da burguesia, o contato com o comércio do Oriente, a vinda dos sábios bizantinos e o passado clássico da península italiana.

As principais características do Renascimento foram:
a) o antropocentrismo: o homem é o centro de tudo; antes,  predominava o teocentrismo.
b) o mercantilismo (capitalismo comercial): a riqueza estava nos lucros e nos negócios; antes, a riqueza estava na posse da terra, obtida através da guerra.
c) o naturalismo, acentuando o papel da natureza; antes, predominava a espiritualidade;
d) o individualismo, valorizando o talento e o trabalho, meios pelos quais se pode enriquecer; antes, isso era quase impossível devido ao modelo estamental medieval.
e) o humanismo, defendendo o resgate da cultura clássica, aliada a uma nova visão do mundo, valorizando o progresso, buscando revolucionar o mundo através da educação, ciência, pesquisa, etc.
Outra  contribuição importante foi a invenção da imprensa de tipos móveis, criada por Gutemberg, tornando mais fácil a reprodução de livros. No Renascimento desenvolveram-se as artes plásticas, a literatura e os fundamentos da ciência moderna.
Artes Plásticas:
Diferente da idade média, onde só havia temas religiosos, as  obras renascentistas caracterizavam-se pelos temas da época (naturalismo), temas clássicos (greco-romano) e também pelos temas religiosos. Os estilos desenvolvidos levaram a uma divisão da Renascença em três períodos: o Trecento (século XIV) , o Quatrocento (século XV) e o Cinquecento (século XVI). TRECENTO - destaque para a pintura de Giotto ( 1276/1336 ) que muito influenciou os demais pintores; QUATROCENTO - período de atuação dos Médicis, que financiaram os artistas. Lourenço de Médici foi o grande mecenas da época. Destaques para Botticelli ( 1444/1510 ) e Leonardo da Vinci (1452/1519). 
CINQUECENTO - O grande mecenas do período foi o papa Júlio II, responsável pelo início das da nova basílica de São Pedro. O autor do projeto foi Bramante e a decoração à cargo do pintor Rafael Sânzio e do escultor Michelangelo.
Literatura: deixou de ser direcionada apenas para temas religiosos, passando a tratar de diversos assuntos, até mesmo aqueles que criticavam a Igreja. Graças à imprensa, os livros ficaram mais acessíveis, facilitando a divulgação de novas ideias. Três grandes autores do século XIV: Dante Alighieri (1265/1321), autor de A Divina Comédia, uma crítica à concepção religiosa; Francesco Petrarca, com a obra África e Giovanni Boccaccio que escreveu Decamerão.
PRINCIPAIS NOMES: ITÁLIA - Maquiavel, fundador da ciência política com sua obra O Príncipe, cuja tese central considera que os fins justificam os meios. Contribuiu para o fortalecimento do poder real e lançou os fundamentos do Estado Moderno. Campanella, que relatou a miséria italiana no livro A Cidade do Sol. FRANÇA - Rabelais, que escreveu Gargântua e Pantagruel; Montaigne, que foi o autor de Ensaios. HOLANDA - Erasmo de Roterdã, considerado o "príncipe dos humanistas" que satirizou e criticou a sociedade da época. Sua obra-prima é O Elogio da Loucura. INGLATERRA - Thomas Morus, que escreveu Utopia e Shakespeare, autor de magníficos textos teatrais (Romeu e Julieta, Hamlet, Otelo, etc.). ESPANHA - Miguel de Cervantes, com o clássico Dom Quixote de la Mancha. PORTUGAL - Camões, que exaltou as viagens portuguesas na sua obra Os Lusíadas.
Ciência Moderna: O renascimento contribuiu para o avanço da ciência moderna, da pesquisa e da experimentação, permitindo novos inventos e aperfeiçoamentos tecnológicos. Umas das grandes contribuições foi o da expansão marítima, através do avanço da tecnologia naval. Principais nomes do renascimento: Nicolau Copérnico: demonstrou que o Sol era o centro do universo (heliocentrismo) em oposição ao geocentrismo (a Terra era o  centro). Kepler -confirmou as teorias de Copérnico e elaborou uma série de enunciados referentes à mecânica celeste. Galileu Galilei - inaugurador da ciência moderna e aprofundou as ideias de Copérnico, pressionado pela Igreja negou as suas ideias.

EXERCÍCIOS:
1 – Explique porque a Itália é considerada o Berço do Renascimento.
2 – Quais foram as principais causas do Renascimento?
3 –O Renascimento surgiu depois ou durante a idade média? Comente.
4 - Quais foram as principais características do Renascimento?
5 – O renascimento foi um tipo de revolução cultural? Comente.
6 – O renascimento foi um movimento elitizado? Comente.
7-  No contexto do Renascimento, é correto afirmar que o humanismo:
a) apoiava-se em concepções nascidas na Antiguidade Clássica. b) influenciou concepções que desencadearam a Reforma religiosa.
c) inspirou uma verdadeira revolução cultural, iniciada na Itália.
d) contribuiu para o desenvolvimento dos estudos científicos.
e) Todas as respostas acima estão corretas.
 
8) Comente a respeito da importância do legado renascentista

segunda-feira, 25 de maio de 2015

REVOLUÇÃO RUSSA

A Revolução Russa foi responsável pela implantação da primeira ditadura socialista da história, um regime opressor que matou milhões de russos, através da guerra civil e dos campos de trabalho forçado. 
Para entendermos esta revolução, precisamos saber alguns termos tais como marxismo, leninismo, socialismo, comunismo, anarquismo, etc.

Marxismo: de maneira resumida, o marxismo defende a ideia de que a igualdade de bens,  ou seja, o comunismo, ocorreria primeiramente nos países ricos (ex: Alemanha, Inglaterra, França, Itália, etc), o qual passaria pelos seguintes estágios:
1 - fosse industrializado
2 - tivesse uma classe operária consciente da necessidade de se unir e lutar para chegar ao poder e fazer as reformas sociais
3 - essa classe operária tomaria o poder e implantaria a Ditadura do Proletariado, que na prática seria a fase de transição, chamada de Socialismo, ou ditadura socialista
4 - A Ditadura socialista realizaria as reformas necessárias, eliminaria as desigualdades e implantaria a igualdade social, a qual seria o comunismo.
5 - No Comunismo, o próprio Estado deixaria de existir, assim como toda a forma de hierarquia e autoridade. Todos os bens seriam de todos. 

Leninismo: Lênin observou que o marxismo falhou em sua previsão de que ele ocorreria nos países industrializados; na prática, as condições de vida da classe operária melhoraram e os trabalhadores abandonaram a luta. O que Lênin defendia:
1 - não se pode esperar a industrialização do país. A revolução tem que ocorrer mesmo em países semi-industrializados ou agrários.
2 - Sob o comando de uma forte liderança, os trabalhadores do campo e da cidade, unidos, partiriam para a luta, tomariam o poder e implantariam a Ditadura do Proletariado (na realidade, seria SOBRE o proletariado). 
3 - Essa Ditadura realizaria as reformas necessárias, eliminaria as desigualdades e implantaria a igualdade social, a qual seria o comunismo.
4 - No Comunismo, o próprio Estado deixaria de existir, assim como toda a forma de hierarquia e autoridade. Todos os bens seriam de todos. 

Socialismo: seria a fase de transição entre capitalismo e comunismo. No Socialismo, o Estado tomaria todos os bens, controlaria tudo e todos, podendo assim realizar as reformas necessárias para implantar a igualdade. Na prática, o Socialismo não foi uma transição, mas tornou-se a fase final, pois o comunismo, por sua própria definição, é utópico e jamais existiu. 

Comunismo: seria a fase final, onde o próprio Estado deixaria de existir e todos os bens seriam de todos. 

Anarquismo: caracteriza-se por ser contrário a toda e qualquer autoridade e hierarquia. Sendo assim, fazia oposição à ditadura socialista como fase de transição. Defendia a passagem direta para o comunismo. 

Causas da Revolução Russa
1 - O absolutismo: 
No início do século XX, a Rússia ainda era absolutista, através do regime Czarista. O Czar Nicolau II governava com mão de ferro. Não havia democracia nem parlamento. Os partidos políticos existiam na clandestinidade. A Rússia, que naquela época já era o maior país do mundo, oprimia diversos povos e era conhecida como "a prisão dos povos". 


Na história política recente da humanidade, sempre que uma monarquia caiu, a situação acabou ficando pior do que antes. A monarquia tem falhas, pois é composta por homens, os quais são imperfeitos. Mesmo com os defeitos, as monarquias mostraram mais estabilidade política do que as instáveis repúblicas. Quando cai a monarquia, não há mais impedimento para todo o tipo de maldades, ideologias, engenharia social, genocídio, ditaduras sanguinárias, etc. 
Foi assim na Inglaterra, onde a pequena experiência republicana (ditadura de Cromwell) serviu de alerta aos ingleses, que rapidamente voltaram à monarquia.
Foi assim na França, cuja república foi responsável por um verdadeiro genocídio através do terror jacobino. 
Foi assim na Alemanha: após a monarquia, veio o nazismo
Foi assim na Espanha: após a monarquia, veio a república pró-socialista, a guerra civil de um milhão de mortos e a ditadura franquista
Foi assim também no Brasil: após a monarquia, a república só nos legou ditadores, demagogos, populistas, golpes, contragolpes, seis constituições, gigantescos escândalos de corrupção, cleptocracia, privilegiocracia, inflação galopante, etc.
Na Rússia, o fim da monarquia trouxe a mais opressora ideologia baseada nas mentiras marxistas e  o mais terrível regime ditatorial e o mais perfeito modelo de poder tirânico jamais pensado na história humana: o stalinismo.

RESUMO DA REVOLUÇÃO MARXISTA RUSSA:
ANTES: Ditadura autocrática Czarista, que caminhava lentamente para a democratização através da Duna e da constituição.
DEPOIS: Ditadura monopartidária comunista

ANTES: após 1905, monarquia constitucional
DEPOIS: Regime Opressor a partir de outubro de 1917

ANTES: democracia em fase de construção
DEPOIS: Não havia democracia

ANTES: pouca liberdade de expressão (após 1905, na fase de constitucionalização do país)
DEPOIS: Não havia liberdade de expressão

ANTES: Muita corrupção e privilégios da nobreza
DEPOIS: Muita corrupção e privilégios da Nomenklatura