quarta-feira, 23 de agosto de 2023

ROMA ANTIGA

Origens: Existe a origem lendária ou mitológica e a origem histórica.
a) origem mitológica: Segundo o poema épico "Eneida", escrito pelo poeta Virgílio, os romanos descendem de Eneias, herói troiano que fugiu para a Península Itálica após o fim de Troia...tempos depois, seu filho Ascânio teria criado o reino de Alba Longa...foi neste reino que o deus da guerra, Marte, e a princesa Rea, filha do rei Numitor, teriam tido um romance que resultou no nascimento dos gêmeos Rômulo e Remo, os quais seriam sucessores do trono. Entretanto, Amúlio, tio dos gêmeos, queria o trono para si e decidiu raptar e abandonar os gêmeos às margens do rio Tibre. Entretanto, os gêmeos foram resgatados por uma loba, que os amamentou...mais adiante, os gêmeos foram resgatados por uma família camponesa. Mais adiante, já adultos, os irmãos conseguiram destronar Amúlio e criar a cidade de Roma. Rômulo teria sido o escolhido pelos deuses...Remo não aceitou a decisão...os dois irmãos entraram em luta corporal, mas Rômulo levou vantagem, matou Remo e tornou-se o primeiro rei de Roma.

b) origem histórica: diversos povos chamados de italiotas teriam contribuído para o seu surgimento, tais como os latinos, sabinos, umbrios, etruscos, samnitas, juntamente com os gregos, que tinham colônias na península itálica. Os latinos tornaram-se a principal referência na origem deste povo, devido a sua língua, o latim. Dos gregos, os romanos absorveram sua mitologia e a maior parte de sua cultura, tendo como destaque as ideias sobre república.

A história romana é dividida em três períodos: Monarquia, República e Império.

a) Monarquia (753 – 509 a.C): É a fase menos conhecida e menos documentada, onde misturam-se fatos com lendas; foi a fase dos sete reis:  Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo.  O rei acumulava poderes executivos, judiciários e religiosos, embora já houvesse o Senado e a Assembleia, instituições dominadas pelos patrícios. Já nessa época, a sociedade se dividiu em quatro estamentos: patrícios, clientes, plebeus e escravos.
Patrícios: (do latim pater (pais): eram a elite econômica e política, descendiam das famílias tradicionais. Eles acumulavam os cargos políticos (do Senado) e os cargos da administração pública.
Clientes: eram plebeus ligados aos patrícios e a eles prestavam serviços, recebendo em troca comida, roupas, proteção e moradia. Quanto mais clientes um patrício tivesse, mais prestígio ele teria...esse patrício poderoso era chamado também de Patrono.
Plebeus: eram pobres que de maneira geral eram comerciantes, pequenos agricultores, artesãos, trabalhadores livres, etc. Não tinham direitos políticos e formavam a maior parte do exército; entretanto, não recebiam nenhum benefício após as vitórias nas guerras: terras, bens e escravos ficavam com os patrícios.
Escravos:
Roma foi uma civilização escravista.Tornavam-se escravos tanto os prisioneiros de guerra quanto os próprios plebeus que  não podiam pagar suas dívidas; A partir da ampliação das conquistas de mais territórios, o número de escravos tornou-se gigantesco ao ponto de desempregar os plebeus e criar uma grave crise social.

O Fim da Monarquia:
Segundo a tradição, sete reis teriam governado Roma; o último rei foi o etrusco Lúcio Tarquínio Soberbo, o qual perdeu o trono devido ao seu autoritarismo e forte oposição ao Senado. Com o fim da monarquia, Roma torna-se uma república senatorial


b) República (509 – 27 a.C): foi um período marcado pela grande expansão territorial através das guerras de conquista do excelente e disciplinado exército.

Ao conquistar outros povos, Roma tinha duas opções sobre o destino dos vencidos:
a) transformava-os em estados tributários (situação em que o povo ainda mantinha uma falsa autonomia, sob a condição de pagar tributos a Roma). Era uma estratégia romana baseada no princípio de “dividir para conquistar” (divide et impera, no latim); era uma estratégia subjugar e controlar territórios conquistados. Consistia em permitir que os líderes locais continuassem no poder, desde que aceitassem a autoridade de Roma e pagassem tributos. Isso tinha várias vantagens:
- Divisão interna e menos resistência: os romanos exploravam as rivalidades e divisões internas das regiões conquistadas, enfraquecendo assim qualquer possível resistência unificada. O grande exemplo foi o Reino da Judeia na figura do rei Herodes.
- Administração mais eficiente e descentralização do poder: Controlar vastos territórios diretamente seria bastante oneroso. Ao delegar parte do controle aos líderes locais, os romanos poderiam focar seus esforços em questões consideradas mais cruciais.
b) tomava as terras e todos os bens, transformando o povo em escravos.
O que acontecia com os escravos:
a) uma parte deles era enviada para trabalhar nos campos e nas casas dos patrícios.
b) outra parte era destinada ao grande comércio de escravos
c) outra parte era destinada a se tornar gladiador
d) outra parte era enviada para as pedreiras

Para os Patrícios tudo, para os Plebeus nada:

O Exército romano era composto por
a) patrícios (minoria que tinha os postos de comando)
b) plebeus (maioria que não tinha os postos de comando).
Após as conquistas, apenas os patrícios ficavam com o Butim (terras, bens materiais, prisioneiros e escravos tomados do inimigo) ficava unicamente com os patrícios...para os plebeus, nada...
- Não tinham direito praticamente a nada do butim: a maior parte ficava com os patrícios
- Não tinham direito a cargos públicos
- Não tinham direito a participar da política
- Não recebiam salário para lutar (não havia ainda exército profissional)
- Não recebiam armas nem armamentos: eles próprios arcavam com os custos
- Em caso de morte ou invalidez causada pelas guerras, a família ficava desamparada

Algumas Conquistas Plebeias
Diante dessa situação injusta, os plebeus recusaram-se a participar do Exército, fato que levou os patrícios a conceder-lhes alguns direitos tais como:
- Criação do cargo de Tribuno da plebe, que era um defensor dos plebeus perante o senado
- Lei das 12 tábuas: as leis passaram a ser escritas
- Lei Canuleia: permitiu o casamento entre patrícios e plebeus
- Lei Licínia: acabou com a escravidão por dívidas; além disso, um dos cônsules (a mais alta magistratura) passou a ser um plebeu.
- Criação da Assembleia da plebe, onde a plebe ganhou o direito de elaborar e publicar leis sem precisar da autorização do senado.

A Expansão Territorial:
Durante a República, Roma viveu grande expansão territorial, incorporando áreas da Europa, da Ásia e do norte da África.
As Guerras Púnicas: Expandindo-se em direção ao mar mediterrâneo e norte da África, Roma entrou em conflito com o Império Cartaginês, localizado no norte africano. Essa guerra ocorreu entre 264 a 146 a.C., e terminou com a vitória romana, que passou a dominar todo o Mar Mediterrâneo.

A Difícil situação dos Plebeus
Mesmo com a conquista de alguns direitos, a situação da maioria dos plebeus continuava sem solução pois a grande quantidade de escravos obtidos através das conquistas foram utilizados para todo o tipo de trabalho, tanto nos campos quanto nas cidades. Até os pequenos agricultores perderam seus meios de subsistência, porque não havia como competir com a produção agrícola dos latifúndios dos patrícios.

As consequências da crise plebeia:
A maioria dos plebeus migrou principalmente para Roma e o resultado foi o crescimento da miséria, mendicância, criminalidade e prostituição. Além disso, eram constantes as violentas revoltas. Houve também revoltas dos escravos, com destaque para a revolta dos Gladiadores, sob a liderança de Espártaco. :

As tentativas fracassadas de Reformas Políticas: Senado X irmãos Graco
Roma era um verdadeiro caos social de miséria e criminalidade...mesmo assim, o Senado mostrava-se indiferente. Esse fato levou ainda alguns políticos a tentar mudanças para aliviar o sofrimento plebeu. Entre estes políticos destacaram-se os irmãos Tibério e Caio Graco, os quais propuseram reformas que beneficiassem os plebeus, tais como:
- Distribuição de terras públicas entre os plebeus
- Limitar a quantidade de terra que um indivíduo podia possuir: isso diminuiria o poder econômico dos patrícios.
- Distribuir grãos subsidiados para os cidadãos mais pobres
Essas propostas de reformas foram rechaçadas pelos patrícios, pois na visão deles, poderiam resultar em
- risco aos seu poder político e econômico
- aumento do poder político e econômico da plebe
- a plebe poderia passar a lutar por mais conquistas que ampliassem o seu poder
As tentativas de reforma dos irmãos Graco não foram aprovadas e eles terminaram sendo assassinados. A insensibilidade do Senado resultará na solução do problema através da força, ou seja, através do Exército.

A CRISE DA REPÚBLICA E A IMPLANTAÇÃO DA DITADURA MILITAR

Os militares perceberam que só eles poderiam mudar a situação. Se a força do direito não resolveu, o que resolverá será o direito da Força.
As ditaduras militares
O primeiro governo militar foi o do general Caio Mário, o qual implantou reformas que beneficiaram os plebeus, tais como 
a) Profissionalização do exército: os soldados passaram a receber salário.
b) Lotes de terra para os soldados que se aposentavam.
c) Inclusão dos soldados plebeus na repartição do saque após as vitórias nas guerras.

Opondo-se ao governo de Caio Mário, o general Sula o enfrentou no campo militar. Esse enfrentamento resultou em uma guerra civil onde seu exército saiu vencedor. Lúcio Sula  implanta um programa de reforma agrária favorável aos militares que o apoiavam. Entretanto, seu governo autoritário não durou muito tempo, pois a instabilidade política resultou na implantação do Triunvirato, onde três generais passavam a disputar o poder.

OS DOIS TRIUNVIRATOS
- Primeiro Triunvirato:
era composto por Júlio César, Pompeu e Crasso; César saiu-se vencedor e assume o poder como ditador. César fez um bom governo, embora curto, mas o suficiente para ser amado pelo povo:
-reduziu impostos
-criou um programa de distribuição gratuita de alimentos
-criou grandes obras públicas para empregar os plebeus
-tentou descentralizar o poder, concedendo maior representatividade às províncias romanas.
A popularidade de César incomodou os senadores, os quais temiam que o povo o aclamasse como rei ou imperador. Esse temor resultou no seu assassinato pelo próprio senado.

- Segundo Triunvirato: Novamente três generais lutam entre si pelo poder: Otávio, Lépido e Marco Antonio. Lépido retira-se do conflito; As tropas de Otávio vencem as de Marco Antonio. Com a vitória, Otávio é declarado imperador de Roma, dando início ao terceiro período de sua história.

c) Império (27 a.C - 47d d.C.):
O poder político, militar e religioso estava nas mãos do imperador; Roma era na verdade uma ditadura disfarçada de império, pois não havia a tradição dinástica na sucessão do trono. O imperador era comandante supremo do exército, legislador, juiz supremo e líder religioso. Era também venerado como um semideus e cultuado como o líder supremo do culto imperial.

A Pax Romana
Com o objetivo de trazer paz após um longo período de guerras e de crises, Otávio Augusto implantou uma política de reformas chamada de Pax Romana, que consistia em medidas tais como: criar fronteiras bem fortificadas e defendidas, construir uma eficiente rede de estradas para facilitar o deslocamento de tropas e de mercadorias, aumentar o salário dos militares ativos, conceder pensões e terras para os militares aposentados, etc.
A Pax Romana também promoveu a construção de monumentos, atividades culturais e a disseminação do latim como língua comum. No entanto, o custo dessas medidas estava no pesado aumento de impostos. Entretanto, a política da Pax Romana se por um lado trouxe menos violência e mais paz, por outro iria iniciar um lento e despercebido processo de decadência econômica, que só iria despontar a partir do século III.

A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO: Mesmo com as medidas tomadas, a maioria dos plebeus continuava na miséria. Como solução paliativa, o império implantou a política do “pão e circo”, que consistia em distribuir alimentos e promover grandes espetáculos, como os combates entre gladiadores, simulação de batalhas e corridas de bigas, para entreter as massas e coibir revoltas.

A EXPANSÃO DO CRISTIANISMO: Tendo como base a doutrina e a ordem de Jesus Cristo no sentido de levar sua mensagem ao mundo, o movimento cristão expandiu-se dentro do império romano e passou a ser perseguido pelos seguintes motivos:
- os cristãos recusavam-se a adorar os deuses do paganismo romano; além disso, recusavam-se a prestar homenagem ou adoração ao imperador, que era considerado como uma divindade...isso passou a ser visto como uma afronta ao Estado e à ordem estabelecida.
-Os cristãos eram acusados de subversivos, eram vistos como uma ameaça à ordem estabelecida. A perseguição, tortura e execução de cristãos durou em torno de 240 anos, entre 64 e 303. Em 313, Constantino, através do Edito de Milão, decretou o fim da perseguição e a liberdade de culto para os cristãos. Em 380, o imperador Teodósio decretou o Edito de Tessalônica, através do qual o cristianismo passou a ser a religião oficial do império ao mesmo tempo em que o paganismo foi decretado ilegal.

A Decadência e o fim de Roma: A partir do século III d.C., Roma entra em um processo acelerado e irreversível de decadência econômica e política.
Em termos econômicos, as causas foram:
a) o aumento do volume de gastos
b) o modelo econômico ineficiente, cuja base eram as conquistas.

AS CAUSAS ECONÔMICAS DA DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
1) Gastos militares: Os militares perceberam que sem eles, Roma não conseguiria manter bem defendidas suas fronteiras e seu imenso território. Sendo assim, passaram a exigir cada vez mais benefícios, terras, bonificações e pensões. Além disso, era enormes os custos de manutenção do Exército: cerca de 600.000 soldados, inúmeras fortificações , armamentos,  etc.
2) Obras públicas: os gastos com as grandiosas construções, como aquedutos, estradas, pontes, banhos termais e as arenas.
3) Assistência social: Roma passou a fornecer subsídios (eram pagamentos ou benefícios)  para a alimentação, habitação (foi criado o primeiro programa de habitação popular da história), assistência médica e até um protótipo do que seriam no futuro os hospitais, chamados de valetudinaria, que incluía médicos, curandeiros e banhos termais.
4) Burocracia e administração: O governo romano era complexo e exigia uma grande estrutura burocrática para administrar o vasto império. Salários, benefícios e despesas administrativas aumentavam os custos do governo.
5) Corrupção e desperdício: A corrupção era endêmica no império, resultando em desperdício de recursos e desvio de fundos públicos. Funcionários corruptos e cobradores de impostos abusavam de seu poder para benefício pessoal, causando prejuízos à economia.
6) Aumento de Impostos: Para tentar cobrir as despesas, Roma passou a cobrar mais impostos, uma medida que só piorou a situação pois muitos comerciantes fecharam o negócio e muitos fazendeiros deixaram de plantar, fato que provocou diminuição da oferta de alimentos, aumento da inflação e da crise econômica.
7) Inflação e Desvalorização da Moeda: A produção excessiva de moedas de baixo valor para financiar as despesas levou a uma inflação galopante e à desvalorização.
8) Controle de Preços: através do tabelamento (ou congelamento), o Edito dos Máximos, decretado pelo imperador Diocleciano, no início do século IV, proibia o aumento do preço das mercadorias. O resultado foi o desabastecimento, escassez e mais crise.
9) Declínio da Agricultura: Sem poder elevar os preços em época de entressafra, os agricultores, tanto os pequenos quanto os latifundiários, foram desestimulados a continuar plantando.
10) Declínio do Comércio: A queda na produção de mercadorias afetou as rotas comerciais, prejudicando o transporte e o abastecimento das vilas e cidades. Com o aumento da crise, as rotas sofreram também com a crescente violência causada pela insegurança.
11) Crise do sistema escravista: a economia escravista também foi atingida: além da diminuição do contingente, a violência das invasões facilitou a fuga dos escravos e milhares deles procuraram refúgio nos latifúndios, onde, juntamente com os plebeus foram transformados em colonos, através da criação do regime do Colonato, o qual foi uma fase de transição para o regime feudal. No Colonato, escravos e plebeus transformaram-se em pequenos agricultores que cultivavam as terras dos grandes proprietários em troca de proteção e parte da colheita. Esse sistema foi a melhor maneira encontrada para resolver a crise agrária e a escassez de mão de obra que afetavam o império em sua crise final. Durante as invasões, o colonato consolidou-se como a principal forma de organização social e econômica, o qual vai marcar profundamente o mundo medieval, após o fim do império romano.

CAUSAS POLÍTICAS
 1) Instabilidade Política: No século III, Roma teve uma série de imperadores ineficazes e instáveis, muitos dos quais foram assassinados ou depostos em curtos intervalos de tempo. Isso levou a uma falta de liderança coesa e enfraqueceu a capacidade do império de lidar com desafios internos e externos.
2) Divisões Internas:
as invasões bárbaras, a crise econômica e a anarquia militar levaram o imperador Diocleciano, em 285, a criar a Tetrarquia, através da divisão do império em quatro regiões administrativas, cada uma com dois governantes: o principal era o Augusto e o co-governante era o César. A ideia por trás dessa divisão era compartilhar o poder e a responsabilidade, tornando mais fácil administrar um império vasto e fragmentado. O efeito foi contrário e a Tetrarquia gerou mais crise pelas seguintes razões:
 2a) Instabilidade Sucessória: A transição entre os governantes frequentemente levava a disputas pelo poder e até mesmo assassinatos. Isso criava incerteza sobre quem estava no controle e minava a estabilidade.
 2b) Descentralização do Poder: Embora a Tetrarquia fosse projetada para distribuir o poder, acabou levando a uma maior descentralização do controle. Isso permitiu que governantes locais ganhassem mais autonomia e, em alguns casos, até mesmo se declarassem imperadores independentes.
 2c) Desafios Econômicos: Manter uma estrutura administrativa tão complexa exigia enormes gastos, incluindo a manutenção do aparato burocrático e militar em cada parte do império. Isso colocava uma pressão adicional sobre a já enfraquecida economia romana.
 2d) Conflitos Internos: Enquanto os Augustos e Césares lutavam pelo poder, algumas das diversas regiões do império, comandadas por generais ambiciosos, se envolviam em conflitos uns com os outros. Esses conflitos debilitaram ainda mais a capacidade do império de lidar com ameaças externas.
 2e) Incapacidade de Lidar com Desafios Externos: A Tetrarquia não conseguiu resolver as crescentes ameaças externas, como as invasões bárbaras.
3) Instabilidade da Sucessão: A questão da sucessão imperial frequentemente resultava em conflitos e guerras civis. Muitos imperadores eram mortos ou depostos por rivais que buscavam o trono, levando a instabilidade e perturbação.
4) Crise nas Fronteiras: Com a crise econômica, muitos militares situados nas fronteiras passaram a sofrer com a falta e o atraso do pagamento dos salários, fato que levou muitos a abandonar as fronteiras, facilitando a invasão dos povos bárbaros.
A falta de recursos financeiros também afetou a capacidade do Império Romano de recrutar e manter exércitos eficazes. Muitas vezes, os comandantes militares eram incapazes de pagar adequadamente seus soldados, levando à insatisfação e a deserções em larga escala. Isso deixou as fronteiras vulneráveis a ataques externos.
Houve casos de militares que se juntaram aos bárbaros em busca de segurança e sustento.
Em alguns casos, os romanos fizeram acordos ou tratados com líderes bárbaros que habitavam as regiões fronteiriças. Esses acordos eram frequentemente estabelecidos com o objetivo de garantir a paz, estabilidade nas fronteiras e, em alguns casos, até mesmo a ajuda mútua em caso de ameaça externa.
5) Anarquia militar: Diante da crise cada vez maior, a autoridade central do império enfraqueceu-se ao ponto de estimular vários generais e comandantes militares a lutar pelo poder, estabelecendo seus próprios regimes em várias partes do império.
6)
A criação de Constantinopla: em 330, Constantino transfere a capital para Bizâncio, que será chamada de Constantinopla. Os principais motivos da transferência foram: a insegurança em Roma, a excelente localização geográfica, a tentativa de reunificar o império que estava dividido entre a parte ocidental e a oriental e a expansão do cristianismo, pois uma boa parte do império já era cristão. Antes disso, em 313, Constantino, através do Edito de Milão, já havia acabado com a perseguição aos cristãos. 
7) A divisão do império: em 395, o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes:
- Império Romano do Ocidente, com capital em Roma.
- Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.
8) Em 380 o imperador Teodósio promulgou o edito de Tessalônica, o qual tornou o  cristianismo a religião oficial, ao mesmo tempo em que condenava o paganismo, punindo até com a perda dos direitos civis aos que não professassem o cristianismo...na prática, o cristianismo que era perseguido, ao se tornar religião oficial, passou a ser perseguidor.
9) A fuga das cidades: a violência das invasões bárbaras levou o povo a fugir das cidades, indo buscar segurança em áreas rurais, onde os lugares mais seguros eram os latifúndios, os quais, com o passar do tempo, serão transformados nos feudos medievais.
10) No ano de 476, o Império Romano do Ocidente deixa de existir. Entretanto, o Império Romano do Oriente, conhecido também como Império Bizantino, só seria extinto em 1453. 


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