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sábado, 26 de agosto de 2023

REVOLUÇÃO INGLESA

Foi um processo histórico que envolveu questões políticas e religiosas, resultando no fim do absolutismo inglês e na criação da primeira monarquia constitucional da história... mas para que isso fosse possível, houve perseguições religiosas, um rei decapitado, uma guerra civil e uma república ditatorial.

ANTECEDENTES E CAUSAS
1 - A MAGNA CARTA

Em 1215, em plena baixa idade média, as monarquias absolutistas estavam em ascensão. A famosa guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra ainda estava longe de acontecer, mas os dois reinos viviam disputando territórios. Para sustentar essa disputa, o rei João I recorria à criação e ao aumento de impostos, fatos que irritaram profundamente os barões ingleses, principalmente porque pagavam mais impostos e o país continuava perdendo batalhas e territórios para os franceses. Foi por estas perdas que o rei João I recebeu o apelido de "João sem Terra".
Estes impostos irritaram os barões ao ponto de reunirem suas tropas e obrigarem o rei a assinar um documento chamado Magna Carta, o qual limitava o poder real, impedindo-o (pelo menos no papel) de criar ou aumentar impostos constantemente, além de acabar com as prisões arbitrárias.
A Magna Carta, embora bastante concisa, foi considerada como uma espécie de primeira constituição da história, pois seu conteúdo limitava pela primeira vez o poder de um monarca.  Este documento foi também um fator diferencial da monarquia inglesa em relação às demais monarquias. Os reis ingleses, de maneira geral, desprezaram o documento...entretanto, em determinados momentos o parlamento o utilizou para frear as intenções consideradas prejudiciais dos reis ingleses.

Anglicanismo, dinastia Tudor, Puritanismo e a perseguição religiosa
O Anglicanismo: No século XVI, em um contexto de reformas religiosas que ocorriam na Europa, o rei Henrique VIII (da dinastia Tudor), em 1534, rompeu com a Igreja Católica e criou uma Igreja oficial, chamada de Anglicana...
através do Ato de Supremacia, o rei passou a ser o chefe dessa  Igreja...o patrimônio material católico foi incorporado pelo Estado e seu clero foi subordinado ao rei...os membros do clero que não aceitaram a subordinação foram declarados traidores, assim como todos os que simpatizassem com o Papa. Uma lista de membros, tanto do clero quanto da elite política que rejeitou a medida foi executada, entre eles o brilhante intelectual Thomas More. Ao mesmo tempo em que o clero foi subordinado ao rei, os católicos passaram a ser perseguidos.

A Rainha Elisabete I
Perseguiu tanto os católicos quanto os puritanos. Tornou obrigatória a assistência à missa anglicana. Em caso de falta, as sanções iam da flagelação à morte. Impôs um serviço de delações de modo que os que não denunciavam seus vizinhos poderiam parar eles mesmo na prisão.
O Puritanismo: o movimento da reforma protestante encontrou um terreno fértil na Inglaterra através do puritanismo, um modelo de vida caracterizado pela intensa devoção, disciplina e trabalho. O puritanismo era praticado principalmente pelos batistas, presbiterianos e congregacionais...o puritanismo também foi perseguido pelos reis: para o absolutismo, era conveniente que o povo seguisse apenas a religião oficial, para evitar que alguma liderança religiosa aproveitasse o púlpito e influenciasse o povo a se rebelar contra o rei.

A Dinastia Stuart - o reinado de Jaime I (1603-1625)

Essa dinastia, assim como os demais reis, defendia o ideal do Direito divino dos reis, ou seja
- o rei está no trono por vontade de Deus e não dos homens
- o rei não se submete a ninguém a não ser a Deus
- se alguém está contra o rei, está também contra Deus.
O rei Jaime I defendia também  a ideia de uma única religião e essa seria o Anglicanismo. Sendo assim, passou a perseguir católicos e puritanos. Foi no seu reinado que ocorreu o evento da Conspiração da Pólvora, onde houve a tentativa de explosão do prédio do parlamento, através do católico radical Guy Fawkes, o qual não aceitava nem o rompimento inglês com Roma e nem a criação da Igreja Anglicana.
Foi no reinado de Jaime I que, para fugir da perseguição religiosa, puritanos e católicos começaram a emigrar para as Treze Colônias na América, as quais no futuro formariam os Estados Unidos.

O reinado de Carlos I (1625-1649)
Embora fosse anglicano, casou com a francesa católica Henriqueta Maria, fato que provocou desconfiança da nobreza...Carlos I, pouco tempo após assumir o trono, 
envolveu o país na  Guerra dos Trinta Anos, fato que demandava uma enorme soma de dinheiro para sustentar a máquina de guerra. Esse dinheiro viria do aumento e criação de impostos, mas aí havia um problema: devido à Carta Magna, o rei precisava da aprovação do Parlamento. 

Parlamento X Rei: Carlos I convocou o Parlamento diversas vezes no início de seu reinado (1625, 1626, 1628) porque precisava de recursos para as guerras contra a Espanha e a França. As autorizações tributárias do Parlamento não corresponderam às expectativas do rei. As campanhas militares inglesas eram caras mas colhiam fracassos nos campos de batalha, fato que levou o 
Parlamento a reduzir bastante o seu financiamento. 
Diante das dificuldades financeiras, o rei passou a recorrer a uma medida autoritária: a cobrança de empréstimos forçados sobre alguns súditos ricos, sob a ameaça de prisão para os que se recusavam, fato que desagradou profundamente o Parlamento.


A Petição de Direitos: A reação do Parlamento contra esta atitude do rei foi obrigá-lo a assinar um documento que, junto com a Magna Carta, reafirmava as liberdades dos cidadãos ingleses e mantinha a limitação do poder real. Em 1628, Carlos I foi obrigado a assinar a Petição de Direitos, documento que declarava ilegal qualquer imposto não aprovado pelo Parlamento, proibia as prisões ilegais, o aboleto de soldados em casas particulares e a aplicação da lei marcial em tempos de paz. A Petição de Direitos, juntamente com a Magna Carta deixaram bem claro que o rei estava submisso ao poder do Parlamento e ao domínio da lei. Embora tenha assinado a Petição de Direitos, as ações de Carlos I demonstravam o seu desprezo por qualquer forma de limitação do seu poder, pois ele seguia o ideal absolutista do direito divino dos reis e não aceitava a condição de submissão tanto ao Parlamento e aos dois documentos limitadores de seu poder. Numa época em que o absolutismo estava no auge, principalmente na rival França, Carlos achava tudo isso um absurdo. 


A Tirania dos Onze anos:
 -Entre 1629 e 1640, Carlos I governou sem convocar o Parlamento. Durante todo este tempo, ele adotou diversas medidas que afrontavam a autoridade do Parlamento: 
- reviveu extintas leis e cobranças medievais, exigindo seu pagamento e multando quem não as cumpria.
-vendeu títulos de nobreza para alguns burgueses.
-concedeu monopólios comerciais a um pequeno grupo de amigos, permitindo-lhes ter o controle exclusivo sobre a produção e venda de alguns produtos. Isso frequentemente resultava em preços exorbitantes para os consumidores e gerava ressentimento.
-tentou influenciar o sistema judicial, instruindo os juízes a aumentar as multas e as penalidades nos processos criminais. Com essa atitude, o rei foi acusado de interferir de maneira indevida no sistema legal.
-Impôs o ship money: um imposto que era cobrado apenas em cidades portuárias com a finalidade de financiar a Marinha Real, passou a ser cobrado em todas as cidades do país.

O Estopim da Revolução Puritana (Guerra Civil)
Em janeiro de 1642, o rei I voltou a convocar o Parlamento com a intenção de obter aprovação de recursos para reprimir uma rebelião religiosa na Escócia, que era presbiteriana e não aceitava a tentativa de imposição do anglicanismo. O Parlamento, que estava furioso com o rei, negou seu pedido. Em resposta, o rei tentou prender cinco de seus membros, ação que ficou conhecida como o "Grande Incidente".
Esses fatos aumentaram as tensões entre os defensores do rei e os defensores do Parlamento. Como resultado, diversas regiões da Inglaterra se dividiram em apoio ao rei ou ao Parlamento, e o país entrou em conflito armado em 1642.

A Revolução Puritana ou Guerra civil (1642-1649)
Nessa guerra civil houve confronto entre dois exércitos:
Exército do Parlamento (ou New Model Army)     X       Exército do Rei

O Exército do Parlamento (Líder: Oliver Cromwell) 
-era composto principalmente pela Gentry e pelos Yeomen, que em sua maioria eram puritanos. Alguns membros da Alta Nobreza também aderiram. 
-introduziu uma inovação a partir da promoção dos militares, de acordo com o seu mérito  (bravura, coragem, dedicação, estudo, etc.).

O Exército do Rei:
-era composto principalmente pela Alta Nobreza
-manteve o modelo tradicional: o comando era sempre da nobreza, partindo do critério de nascimento (ser filho da nobreza). As promoções de soldados eram poucas.
e não mais pelo critério do nascimento, ou seja, ser filho da nobreza. A guerra trouxe consigo uma série de batalhas, cerco de cidades, fome e doenças, resultando em uma considerável perda de vidas humanas, cujo número de mortos varia entre 40000 e 100000 pessoas, pois não há  exatidão nos números.
Ao final da guerra, o exército real é derrotado e o rei Carlos I é preso. A monarquia é extinta e a república é implantada, sob o comando de Oliver Cromwell.

A REPÚBLICA PURITANA - A DITADURA DE OLIVER CROMWELL (1649 – 1658)

A república resultou em uma experiência negativa...seu líder Oliver Cromwell, um puritano radical (chamado de Lorde Protetor), com o apoio do Exército, governou com mão de ferro, perseguindo opositores, chegando ao ponto de fechar o Parlamento.
Os principais eventos da República foram:
- Os Atos de Navegação: Foi uma medida protecionista, onde Cromwell favoreceu a burguesia naval inglesa: todos os produtos importados/exportados pela Inglaterra só poderiam ser transportados em navios Ingleses ou do país com os quais estivesse comercializando diretamente. Com essa medida, Cromwell estimulou e expandiu a economia naval inglesa através da geração de emprego e renda, ao mesmo tempo em que atingia diretamente a Holanda, dona de um vasto comércio marítimo...furiosos, os holandeses declararam guerra aos ingleses (guerra anglo-holandesa).
- Execução do rei Carlos I, ocorrida em janeiro de 1649.
- Dissolução do Parlamento (1653): havia diversas facções e muita divergências entre os parlamentares sobre os novos rumos do país dificultavam a implementação dos objetivos de Cromwell...além disso, era preciso consolidar seu poder e impedir o surgimento e o fortalecimento de uma nova liderança...sendo assim, em 20 de abril de 1653, o ditador  dissolveu o Parlamento e o substituiu por um Conselho escolhido por ele próprio. 
- A Separação entre Igreja e Estado: a Igreja Anglicana deixou de ser a Igreja oficial da Inglaterra.
- Fechamento de teatros e prostíbulos: esse fechamento era motivado pelo puritanismo do governante.
- Censura de livros: para controlar o que era publicado e disseminado. Muitos livros considerados imorais ou contrários à doutrina puritana foram proibidos ou destruídos.
- Perseguição aos católicos: foram desencorajados de praticar sua fé; foram proibidas as celebrações litúrgicas, missas e rituais..
- Controle dos costumes: Os puritanos acreditavam na importância da simplicidade e modéstia na vestimenta e nos costumes. Eles procuraram controlar a maneira como as pessoas se vestiam e se comportavam em público para promover a moralidade.
- Imposição do domingo: O domingo era visto como o dia do Senhor, e o governo puritano impôs estritas leis sobre o que era permitido fazer nesse dia.
- Proibição de Festividades Religiosas: na visão do puritanismo radical do governo de Cromwell, festividades religiosas tradicionais, como o Natal e a Páscoa foram proibidas ou desencorajadas.
- Restrições aos Anglicanos: Embora Cromwell tenha se oposto ao episcopado da Igreja Anglicana, ele também impôs restrições aos anglicanos que não aderiam aos princípios puritanos. Muitos clérigos anglicanos foram expulsos de suas igrejas e substituídos por líderes puritanos.
- Perseguição aos Niveladores e Escavadores (Levellers e Diggers): Os Niveladores defendiam a ideia de que todos os ingleses tivessem direito ao voto, e não apenas aqueles pertencentes à nobreza (Esse direito só seria conquistado muito tempo depois, em 1832). Já os Escavadores defendiam ideais de igualitarismo radical, propondo uma visão utópica da sociedade, na qual a propriedade da terra seria compartilhada e a produção e os frutos do trabalho seriam divididos igualmente entre todos os membros da comunidade.
Cromwell reprimiu esses movimentos por acreditar que as ideias desses dois grupos poderiam desestabilizar a sociedade. A perseguição a esses grupos fazia parte do esforço para manter a ordem, a autoridade e a estabilidade durante o período da República Inglesa.
-Invasão, Guerra e Anexação da Irlanda  (1649-1653).

A RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA
Após a morte de Oliver Cromwell, seu filho, Richard, assumiu o poder, entretanto, não tendo o mesmo apoio político e militar do pai, foi deposto pelo movimento de restauração monárquica.
Para a elite política inglesa e até uma parte do povo, a república foi uma experiência autoritária, radical e desagradável...sendo assim, seria melhor restaurar a monarquia e retornar a uma estrutura de governo mais tradicional e mais fácil de ser controlada pelo Parlamento. 

O REINADO DE CARLOS II

Carlos II restabeleceu o anglicanismo como religião oficial da Inglaterra e da Escócia, ao mesmo tempo em que impôs restrições aos puritanos e católicos. Foi durante seu governo que o puritano John Bunyan, autor do famoso livro "O Peregrino", foi preso por desobediência (recusou-se a deixar de pregar sem a licença da Igreja Anglicana). Os puritanos e os católicos, embora pudessem ter um pouco mais de liberdade religiosa comparados aos períodos anteriores, ainda enfrentavam certas restrições e discriminações. Carlos II ficou famoso também por vingar a morte de seu pai, ao mandar desenterrar e decapitar o esqueleto de Cromwell. Após a sua morte, subiu ao trono o último rei absolutista, seu irmão Jaime II.

O BREVE REINADO DE JAIME II E A REVOLUÇÃO GLORIOSA
Jaime II governou pouco tempo: entre 1685 e 1688, tendo sido deposto pela Revolução Gloriosa. O que levou Jaime a perder o trono foi a descoberta de que ele e sua esposa eram católicos, fato que provocou  desconfianças de que o monarca pretendia
restabelecer a crença como religião oficial do país. Sendo assim, o Parlamento, com o apoio do Exército convidou o príncipe holandês protestante Guilherme de Orange para assumir o trono, desde que assinasse a Declaração de Direitos (Bill of Rights), um documento onde ficou definido, de maneira geral o seguinte:
- O rei ficava submetido ao Parlamento e à Constituição.
- Garantia de direitos individuais básicos tais como: vida, liberdade e propriedade privada
- Autonomia do Poder Judiciário, retirando as interferências do rei sobre o sistema jurídico.
- Criação de um exército permanente.
- O monarca não poderia mais obter recursos públicos para uso pessoal, sem a aprovação do Parlamento.
- Qualquer lei só poderia ser sancionada com a prévia autorização do Parlamento.
- Garantia do direito do cidadão portar arma para autodefesa.
- Em relação à liberdade de crença, o Ato de Tolerância de 1689 garantiu certa liberdade, mas com restrições p
ara os católicos: só podiam praticar sua fé em locais fechados. Estavam excluídos de concorrer a cargos públicos e políticos...suas práticas religiosas eram altamente regulamentadas e supervisionadas.
Essas restrições foram mantidas até o início do século XIX, quando uma série de atos, incluindo o Catholic Relief Act de 1829, começou a remover muitas das restrições legais.

A economia e a sociedade inglesa 
Economia: 
Durante o período da Revolução, especialmente entre 1640 e 1688, a sociedade inglesa passava por profundas transformações econômicas, sociais e políticas. Dois grupos sociais de destaque nesse contexto foram a gentry e os yeomen, ambos situados abaixo da nobreza tradicional, mas com papéis importantes na estrutura social rural e nas tensões políticas da época.
A guerra também tinha causas 
econômicas e refletia a ascensão de burguesia e da gentry. Esses grupos buscavam mais liberdade para o comércio, que era prejudicado em parte pelo favorecimento do rei aos monopólios. 
A Inglaterra tinha uma forte tradição têxtil, através da intensa produção de lã (principalmente pela Gentry) e de algodão (que era importado das colônias). Essa tradição e a demanda por tecidos foram a faísca para a Revolução Industrial que ocorreria no século seguinte.  

A Revolução Puritana, sob Cromwell, promoveu os Atos de Navegação, fortalecendo o comércio marítimo inglês contra os holandeses. A Revolução Gloriosa, por sua vez, consolidou a supremacia do Parlamento, garantindo a propriedade privada e a estabilidade necessária para que a burguesia ampliasse sua presença. Esse ambiente político e econômico se tornou a base para que a Inglaterra se tornasse a pioneira da futura Revolução Industrial.

Sociedade - principais representantes
Gentry:
 
A gentry era composta por proprietários rurais abastados, geralmente sem títulos de nobreza mas com prestígio social elevado. A  gentry era a "espinha dorsal" política da Inglaterra rural. Por serem proprietários de terras com rendas consideráveis, eles dominavam a Câmara dos Comuns no Parlamento. Muitos deles eram eleitos para representar seus condados, e eram os principais agentes da administração local como Juízes de Paz. Eles exerciam influência política, econômica e religiosa, pois boa parte dela era puritana. Uma boa parte apoiou o Parlamento contra Carlos I. Formaram uma base social importante para a ascensão de Oliver Cromwell, ele mesmo vindo da gentry. 

Yeomen: Os yeomen eram pequenos proprietários de terra e tinham autonomia econômica, embora com menos terras e poder que a gentry. Valorizavam o trabalho e a independência rural. Alguns eram alfabetizados e ligados ao puritanismo. Podiam ter direito ao voto desde que o valor de sua renda anual fosse de pelo menos xelins. Este critério, estabelecido no século XV, era o que lhes garantia a qualificação para votar.
Muitos yeomen apoiaram o Parlamento, vendo nele uma chance de defender sua liberdade religiosa e sua propriedade. Estavam entre os soldados do Novo Exército Modelar (New Model Army), criado por Cromwell. Eram simpáticos a ideias igualitárias (como as dos Levellers, um grupo radical da época), embora nem todos apoiassem mudanças sociais profundas.

A Alta Nobreza e o Alto Clero
Era o topo da pirâmide social:

Alta Nobreza: Duques, Marqueses, Condes, etc.
Alto Clero da Igreja Anglicana: bispos e arcebispos.
A Alta nobreza era latifundiária e fazia parte da Câmara dos Lordes. Era leal à realeza e dela dependia para manter seus privilégios. O alto clero, por sua vez, era nomeado pelo rei, garantindo seu apoio à autoridade real. 
Papel na Revolução: Eram os principais defensores do absolutismo e da Igreja Anglicana. A maioria se alinhou com o Rei Carlos I, formando a base dos "Cavaleiros" (Cavaliers), o exército realista na Guerra Civil.

A Baixa Nobreza
formava um grupo intermediário entre a alta nobreza e a gentry. Incluía principalmente barões, viscondes, cavaleiros e membros da nobreza rural (era uma mistura de barões empobrecidos e gentry enriquecida — muitos estavam politicamente divididos entre a lealdade ao rei e o apoio ao Parlamento). Alguns até possuíam grandes propriedades. Estavam de maneira geral politicamente ligados à monarquia e à Igreja Anglicana, em geral.

A Burguesia
Estava dividida em 
-Alta Burguesia (grandes comerciantes, armadores e banqueiros)
-Pequena Burguesia: (pequenos mercadores e artesãos).
A burguesia buscava maior liberdade para expandir-se, mas as políticas absolutistas dificultavam por causa dos diversos impostos, taxas, burocracia e monopólios. 
Papel na Revolução: A burguesia, especialmente a puritana foi uma das principais forças aliadas ao Parlamento. Eles financiaram o exército de Oliver Cromwell (os "Cabeças Redondas", Roundheads) e viram na vitória do Parlamento a oportunidade de estabelecer um governo que defendesse seus interesses econômicos e religiosos.

O importante legado da Revolução Inglesa:
essa revolução inspirou outros países a também criarem modelos de governo com alguma semelhança, tais como:
- A constituição e o Parlamento acima do poder real
- criação do parlamentarismo, modelo de governo que tem também sua versão republicana, onde o presidente é chefe de Estado em lugar do rei, mas quem governa é o primeiro ministro.
- liberdade econômica com o fim do mercantilismo
- liberdades civis tais como a de opinião, expressão e imprensa
- essa revolução foi também responsável por facilitar as condições econômicas que no futuro resultaram na primeira revolução industrial, ocorrida na própria Inglaterra. 



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