THOMAS HOBBES E O LEVIATÃ
Thomas Hobbes foi um filósofo e tradutor inglês (falava italiano, francês e grego), cuja principal obra foi o “Leviatã”, de 1651, obra considerada como umas maiores do pensamento político.
A CONDIÇÃO HUMANA: COMPETIÇÃO E PODER
Para Hobbes, a natureza humana é voltada para o prazer, impulso original voltado para nos aproximar do que é bom e fugir do que é ruim. Esse impulso leva o homem a querer vencer sempre. Como vivemos em sociedade, é inevitável a concorrência, onde ultrapassar o outro é fonte de satisfação e de sensação de poder, enquanto ser ultrapassado é frustração, ira, tristeza, etc. É da natureza humana o egoísmo, que nada mais é do que "um perpétuo e irrequieto desejo de poder e mais poder que só termina com a morte".
O poder para Hobbes é definido em dois propósitos:
a – o poder da aparência natural: são virtudes como força, eloqüência, beleza, prudência, capacidade, liberdade, etc.
b – o poder instrumental: refere-se à riqueza, reputação, amizades e os secretos desígnios de Deus, que os homens chamam de boa sorte.
Para Hobbes a competição pela riqueza, honra, e outras formas de poder é que levam à luta, inimizade e à guerra, pois a forma do competidor adquirir o que deseja é matar, subjugar, suplantar ou repelir os outros. Não somente em ter bens está o orgulho humano, mas também na vitória e humilhação dos adversários: para Hobbes, o homem não se contenta em vencer os inimigos, mas em humilha-los.
A MORAL RELATIVA DOS HOMENS: Hobbes relativiza a moral, pois as pessoas e os povos diferem em comportamento, costume e opinião; dessa forma o que é aprovado por uma pessoa é desaprovado por outra, a primeira vê como bem a segunda vê como mal.
O DESEJO DE TER E OSTENTAR: O desejo de ter não tem limites para a maioria dos homens: Muitos que já tem o suficiente para viver, querem ter mais, não por necessidade, mas para ostentar o poder de ter algo que os outros não tem ou demorarão a ter, ou jamais terão.
ESTADO NATURAL: A GUERRA
O desejo humano voltado para o prazer leva-o ao desejo de ter poder. Este desejo de poder acaba levando os homens a concorrência e a luta entre si, ou seja, o estado natural do homem é a guerra. É a guerra de todos contra todos; esse era o estado natural do homem antes da vida em sociedade. O homem é governado por suas paixões e acha-se no direito de conquistar o que lhe apetecer. Como todos os homens seriam dotados de força igual (pois o fisicamente mais fraco pode matar o fisicamente mais forte, lançando mão de astúcia ou unindo-se a outros), e como as aptidões intelectuais também se igualam, o recurso à violência se generaliza.
O INSTINTO DE CONSERVAÇÃO: Mas, além dessa natureza ruim, o homem tem o instinto de conservação e este leva ao desejo da paz. Por si só, o instinto de conservação usa a violência enquanto esta não for um risco; quando torna-se arriscado, o homem busca a paz com seus inimigos. Assim é a lei natural de sobrevivência. Por isso o instinto de conservação é fundamental, porque, ao contrário do pensamento aristotélico que tem o homem como um animal social, os indivíduos, segundo Hobbes, só entram em sociedade quando a preservação da vida está ameaçada. E estaria ameaçada pelos próprios indivíduos, se cada qual tudo fizer para exercer seu poder sobre os outros. A paz é a melhor solução para o instinto de conservação.
A VIRTUDE DO MEDO
Para Hobbes, há três formas que podem levar os homens a desejar a paz: a) o medo da humilhação infligida pelos inimigos ou pela morte (era preferível morrer a ser humilhado), b) o desejo de ter os bens necessários para uma vida confortável; c) a esperança de obtê-los por meio do trabalho. Dessa maneira, o que leva os homens a instituir um contrato comum a todos é o medo, que é entendido como a virtude cívica por excelência: esse medo faz os homens abrirem mão de sua condição natural de violência e aceitem a ordem moral de um soberano, portanto o medo é que faz com que os homens saiam do estado de natureza para o estado social. Hobbes conclui que o que leva os homens a se formarem em sociedade não é de forma alguma a boa vontade recíproca, mas o medo que cada um tem do outro.
A SOLUÇÃO É O LEVIATÃ: Os homens, segundo Hobbes, devem agir segundo a razão e não segundo as paixões; No estado da razão, há segurança, paz, riqueza, decência e sociabilidade. A razão e a paixão para Hobbes, são as mesmas em todos os homens, a razão não é o ato de conhecer, mas na verdade é o ato de raciocinar, saber quais são os meios mais adequados para atingir os fins que deseja. Portanto, as leis da natureza tão necessárias são as de paz, porque são normas ditas pela razão, onde os homens chegam ao acordo comum e ao fim do estado de guerra. As leis especiais de natureza são leis morais, que levam os homens a fazerem a paz, através da obediência às leis.
Para Hobbes, mesmo os homens mais ignorantes são capazes de conhecer as leis morais pelo simples fato de um colocar-se no lugar do outro. O fato que leva as leis morais a não serem leis de fato é porque não há garantias de que serão cumpridas, se não houve um poder superior que as faça cumprir.
Em resumo: para Hobbes, a única forma de instituir um poder comum a todos, que possa defender tal sociedade, onde os cidadãos possam viver satisfeitos, é abdicar do seu direito de violência e entrega-la a um único homem (monarquia absolutista), ou a uma Assembleia de homens (república), ou seja, uma espécie de pacto ou contrato social e político entre os homens, onde abdicariam da violência, delegando-a ao Estado para arbitrar as diferenças e fazer justiça. Para Hobbes, era melhor o pior dos governos do que a ausência de governo; é preferível ter o pior governo despótico do que a ausência e a permanente anarquia, a violência generalizada. O Estado seria a união de todos em uma única pessoa, um pacto de cada homem com todos os homens, concluindo a união de todas as pessoas numa só: chama-se Estado, o grande LEVIATÃ, criado pela arte humana, que passa a ser um homem artificial, maior que o homem natural, poderoso ao ponto de promover a justiça, a paz, a segurança e o castigo dos infratores. Para Hobbes, onde não há Estado nada pode ser injusto: A natureza da justiça consiste no cumprimento dos pactos válidos, mas a validade dos pactos só existe onde há um Estado poderoso para obrigar os homens a cumpri-los.
História, Política, Economia, Cultura, Filosofia, Sociologia, etc.
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terça-feira, 22 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
PRÉ-SOCRÁTICOS E SOFISTAS
FILÓSOFOS
PRÉ-SOCRÁTICOS
GRÉCIA ANTIGA: O INÍCIO DA FILOSOFIA
Os pré-socráticos fundaram a filosofia ao tentar explicar e conhecer o mundo de uma maneira diferente, usando a razão em vez de aceitar apenas as ideias tradicionais referentes aos mitos e crenças costumes da época. Eles começaram a se perguntar sobre o fundamento e a origem das coisas. Esta forma de pensar está na base de todo desenvolvimento conhecido pelo mundo ocidental. Alguns destes filósofos buscavam encontrar a (ou o) ARCHÉ, ou seja, o princípio formador do universo.
ALGUNS DOS PRÉ-SOCRÁTICOS SÃO (os mais destacados estão em negrito):
GRÉCIA ANTIGA: O INÍCIO DA FILOSOFIA
Os pré-socráticos fundaram a filosofia ao tentar explicar e conhecer o mundo de uma maneira diferente, usando a razão em vez de aceitar apenas as ideias tradicionais referentes aos mitos e crenças costumes da época. Eles começaram a se perguntar sobre o fundamento e a origem das coisas. Esta forma de pensar está na base de todo desenvolvimento conhecido pelo mundo ocidental. Alguns destes filósofos buscavam encontrar a (ou o) ARCHÉ, ou seja, o princípio formador do universo.
ALGUNS DOS PRÉ-SOCRÁTICOS SÃO (os mais destacados estão em negrito):
1. TALES
DE MILETO:
Matemático e astrônomo, é considerado o precursor do pensamento científico ao substituir a explicação mítica pela explicação racional. Para ele, a água era o princípio formador da matéria porque o que é quente precisa da umidade para viver, o morto se resseca, todos os germes são úmidos e os alimentos estão cheios de seiva. É natural que as coisas se nutram daquilo de que provêm.
2-ANAXIMANDRO: Para ele, o arché era o infinito, o ilimitado, uma realidade sem limites nem fronteiras. O universo resulta de modificações ocorridas nesse princípio primeiro originário, o Apeíron. O universo passa a ser visto como uma estrutura dinâmica no interior da qual se digladiam os pares de opostos (água x fogo, terra x ar, etc.).
3 - ANAXÍMENES: O Ar seria o princípio da vida.
Matemático e astrônomo, é considerado o precursor do pensamento científico ao substituir a explicação mítica pela explicação racional. Para ele, a água era o princípio formador da matéria porque o que é quente precisa da umidade para viver, o morto se resseca, todos os germes são úmidos e os alimentos estão cheios de seiva. É natural que as coisas se nutram daquilo de que provêm.
2-ANAXIMANDRO: Para ele, o arché era o infinito, o ilimitado, uma realidade sem limites nem fronteiras. O universo resulta de modificações ocorridas nesse princípio primeiro originário, o Apeíron. O universo passa a ser visto como uma estrutura dinâmica no interior da qual se digladiam os pares de opostos (água x fogo, terra x ar, etc.).
3 - ANAXÍMENES: O Ar seria o princípio da vida.
4 - PITÁGORAS: Fundou uma escola mística e filosófica em Crotona (colônias gregas na península itálica), cujos princípios foram determinantes para a evolução geral da matemática e da filosofia ocidental sendo os principais temas a harmonia matemática, a doutrina dos números e o dualismo cósmico essencial.
Para ele, o saber era o nosso principal meio de purificação: só amando a sabedoria podemos nos colocar em sintonia com a harmonia do universo.
Para ele, o saber era o nosso principal meio de purificação: só amando a sabedoria podemos nos colocar em sintonia com a harmonia do universo.
Para ele, a arché estava nos números (um elemento essencial da realidade)
Não é livre quem não obteve domínio sobre si.
5 - HERÁCLITO: Considerado por muitos filósofos como o "pai da dialética“ (método de diálogo ou reflexão cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias).
Defende
o princípio de que tudo é movimento, é mudança (DEVIR), e que nada pode
permanecer estático.
Para Heráclito, o princípio de tudo poderia ser tanto o fogo, o dinheiro ou qualquer coisa que provocasse transformação.
- A
doutrina da unidade dos contrários é talvez o aspecto mais original de sua
filosofia.
O
segredo do mundo residiria na relação de interdependência entre dois conceitos
opostos, em luta permanente, mas, ao mesmo tempo, um não pode existir sem o
outro.
Nada
existiria se não existisse, ao mesmo tempo, o seu oposto. (subir x descer, cair
x levantar, nascer x morrer, macho x fêmea, amor x ódio, guerra x paz, fome x
saciedade, dor x prazer, belo x feio, etc.). Sob esse antagonismo dominante, há uma lei de harmonia, ou seja, a harmonia está no
antagonismo.
Para Heráclito, o Lógos (pensamento, palavra, razão, inteligência, discurso, etc.), seria a lei que governava o mundo e os seres humanos. Dessa maneira, todos os homens participariam do Lógos universal, embora de maneira diferente:
Os adormecidos: são as pessoas que limitam-se às percepções imediatas e ao senso comum. Vivem
como que num sonho, são enganados pela falsa realidade, pelo mundo de aparências. Não se preocupam com a busca da verdade. Atualmente, os adormecidos são os alienados por tudo aquilo que aliena o ser humano através da indústria cultural (mídia em geral incluindo filmes, novelas, propaganda, músicas, esportes, etc). Os adormecidos não sabem que são explorados, não se interessam pela situação social, política e econômica, etc.
Os despertos: opõem-se à mentalidade comum, não se deixam enganar pela falsa realidade aparente. Buscam a verdade, não são alienados, procuram meios para mudar a realidade social, política e econômica.
Alguns pensamentos de Heráclito:
A guerra é pai de todas as coisas: de uns faz escravos, de outros homens livres.
A guerra é pai de todas as coisas: de uns faz escravos, de outros homens livres.
Aquilo
que está em oposição se concilia; das coisas diferentes nasce a mais bela
harmonia e tudo é criado pelos contrários.
“A
doença torna a saúde agradável e boa, como a fome a saciedade, e o trabalho o
descanso.”
“Não
saberíamos o que era justiça, se não fora a injustiça.”
6 - PARMÊNIDES:
Para alguns estudiosos, Parmênides fundou a metafísica, a Ontologia e a Lógica.
IMUTABILIDADE:
Parmênides era totalmente antagônico a Heráclito: para ele, “Toda a mutação é
ilusória”. Para ele, não era possível alguém ser e não ser ao mesmo tempo.
ONTOLOGIA: Parmênides é considerado o criador da filosofia voltada para as questões do ser.
SER: é o termo fundamental do pensamento filosófico ocidental. A sua ambiguidade nasce do fato de poder ser usado em dois modos distintos: como forma verbal ligada a um sujeito (fulano é...) ou em absoluto, tornando-se ele mesmo sujeito: o ser (que por sua vez é ou não é).Exemplos:
1-No sentido de viver, existir: estou vivo, portanto, sou...quando eu morrer, não sou (não posso estar vivo e morto ao mesmo tempo).
2-No sentido de estudar: estou estudando, portanto sou...quando não estou estudando, não sou (não posso estar estudando e não estudando ao mesmo tempo).
OPINIÃO X VERDADE: Para ele, existiam dois caminhos, um verdadeiro, o caminho da verdade (alétheia) e outro o do erro, o caminho da opinião (dóxa), ou seja, onde não há certeza. Opinião (do grego doxa, « opinião », « conjectura ») é uma ideia (que pode ou não ser verdadeira) acerca da realidade.
As
análises baseadas em opiniões são bem distintas das ideias baseadas na
observação metódica dos fatos; sempre
haveremos de encontrar duas vias: a verdadeira e a falsa, a estrada do saber e
a do não saber, do conhecimento e da opinião. Enquanto a via da verdade (alétheia)
é aquela por onde caminha o Ser, vereda pautada pelo saber e pela razão, o
caminho da opinião (doxa), trajeto do não
ser, estará à mercê do jogo de nossas falíveis percepções sensoriais.
Em relação à ontologia, a verdade é ser e a opinião é não ser.
Em relação à ontologia, a verdade é ser e a opinião é não ser.
Os
incautos são facilmente manipulados através de opiniões frequentemente
descarregadas em nossos ouvidos como se fossem a mais pura verdade. OPINIÃO
PODE SER APENAS REPETIÇÃO DOUTRINÁRIA, ONDE A MAIORIA, IGNORANTE E CRÉDULA,
ACEITA COMO VERDADE. EX: As mentiras de Hitler, de Stálin, de Mao Tsé Tung e de outros excrementos que a humanidade produziu ao longo da sua história. As
tais opiniões nada mais são do que mera repetição doutrinária de “verdades”
empurradas para o interior das mentes das pessoas.
Para Parmêndies, ver,
ouvir e escutar não produz certezas, somente crenças e opiniões.
Erra
quem deixa-se enganar pelos sentidos e considera a realidade em devir (ser e
não ser).
OS
SOFISTAS
Origem: Após a vitória grega contra os persas, a democracia ateniense foi ainda
mais valorizada. Para eles, democracia era o melhor tipo de governo, mas dava muito
trabalho, pois era preciso convencer a assembleia de cidadãos, e isso só era possível se fosse empregada boa retórica (arte de falar bem em público, boa oratória).
CARACTERÍSTICAS DOS SOFISTAS: Para eles, as teorias sobre o arché CONFUNDIAM MAIS DO QUE EXPLICAVAM,
pois cada filósofo afirmava ser dono da verdade. Como nenhum filósofo provava sua teoria, os sofistas declaravam-se CÉTICOS,
mas eram CÉTICOS DOGMÁTICOS ao afirmarem que:
•
Nada existe; se alguma coisa existisse não a poderíamos conhecer; se a
conhecêssemos
não a poderíamos manifestar aos outros.
O CETICISMO DOGMÁTICO ACHA IMPOSSÍVEL CHEGAR À VERDADE; É
ANTICIENTÍFICO POIS TRAVA O CONHECIMENTO. No ceticismo dogmático o objetivo não
é investigar e obter conhecimento, mas unicamente desacreditar alguma ideia que
contrarie um conjunto de crenças pré-estabelecidas.
No ceticismo dogmático, nenhuma nova ideia pode florescer.
O CETICISMO DOGMÁTICO CRÊ (!) que é impossível chegar a qualquer verdade;
O CETICISMO CORRETO: É o CETICISMO CIENTÍFICO ou FILOSÓFICO, O QUAL USA A
DÚVIDA A DÚVIDA PARA BUSCAR A VERDADE, ou seja, vai em busca das respostas em
vez de desistir e resistir a qualquer tentativa de busca. A ciência e a filosofia usam o
ceticismo científico ou filosófico, pois a partir da dúvida partem em busca da verdade.
Exemplos:
1-Quando Benjamin Franklin, inventor do para raios, trouxe o assunto dos condutores de raios ante a
Sociedade de ciências, ele foi ridicularizado como se fosse um sonhador, e seu artigo
não foi aceito para a revista Philosophical Transactions.
2-Quando Stephenson propôs empregar locomotivas nas estradas de ferro de
Liverpool e Manchester, foi ridicularizado por acharem impossível a locomoção a
doze milhas por hora.
VOLTANDO AOS SOFISTAS: Para eles, não havia verdade, já que a mesma mudava
conforme os
filósofos, o tempo e o lugar, juntamente com a moral e as leis. Tornaram-se
RELATIVISTAS, OU SEJA, TUDO É RELATIVO, NADA É ABSOLUTO.
Para os sofistas, a moral vigente, as leis e a busca da verdade eram necessárias, mas acabavam sendo empecilhos à felicidade humana, pois não há verdade em nada.
Para eles, o que importava na vida era apenas a FELICIDADE. Tornaram-se HEDONISTAS
E EGOÍSTAS (a vida é curta, restava então aproveitá-la da melhor maneira possível, pois
para eles, não existiam verdades.).
para eles, não existiam verdades.).
HEDONISMO E EGOÍSMO: O único bem é o prazer, a única regra de conduta é o
interesse
particular.
OBJETIVOS DOS SOFISTAS: O que importava era ganhar dinheiro através do
ensino sobre
boa oratória e argumentação. Eles ensinavam seus alunos a vencer um debate ou
conquistar o público através da retórica; se fosse necessário, usando até sofismas ou
falácias (argumentos falsos mas que possuem estratégias capazes de enganar os menos
precavidos).
Górgias, um dos maiores sofistas, declara plena indiferença para com todo moralismo:
ensina ele a
seus discípulos unicamente a arte de vencer os adversários; mesmo que a
causa seja justa ou não, não lhe interessa.
OS SOFISTAS FIZERAM DO SABER UMA PROFISSÃO, O QUE FOI CONSIDERADO UM
ESCÂNDALO...mas, eles eram METECOS (ESTRANGEIROS), EXCLUÍDOS DA VIDA
POLÍTICA DE ATENAS.
ERAM OBRIGADOS A DESLOCAR-SE DE CIDADE EM CIDADE; CONTRIBUÍRAM ASSIM
PARA
A DIFUSÃO DA CULTURA GREGA (HELÊNICA). Essa difusão deu início a ideia do
COSMOPOLITISMO (Atitude ou doutrina que prega a indiferença ante a cultura, os
interesses
e/ou soberanias nacionais, com a alegação de que a pátria de todos os homens
é
o Universo"). O cosmopolitismo é o precursor da atual globalização.
O LADO NEGATIVO DOS SOFISTAS
CETICISMO DOGMÁTICO
HEDONISMO
EGOÍSMO
SOFISMAS
O LADO POSITIVO DOS SOFISTAS
RETÓRICA
ARGUMENTAÇÃO
DIFUSÃO DA CULTURA HELÊNICA
- ANTROPOCENTRISMO: Iniciaram a reflexão a partir do ser humano (O HOMEM É A MEDIDA DE TODAS AS
COISAS)
- CONCEITO DE CULTURA, através do ensino e da difusão da filosofia em várias cidades; colaboraram decididamente para a formação do indivíduo na sociedade.
-RACIONALISMO: PASSARAM A USAR A RAZÃO COM TAL DESEMBARAÇO QUE FORAM CHAMADOS MAIS
ADIANTE, DE ILUMINISTAS GREGOS.
PROTÁGORAS (outro famoso sofista):
•
NÃO EXISTEM LEIS ETERNAS E VERDADES OBJETIVAS, SOMENTE OPINIÕES.
•
MAS NÃO NOS DEIXEMOS LEVAR PELO
RELATIVISMO DA VIDA: O LIVRE CHOQUE DE
OPINIÕES (DIALÉTICA) SELECIONA SEMPRE A MELHOR SOLUÇÃO, A MAIS ÚTIL.
OPINIÕES (DIALÉTICA) SELECIONA SEMPRE A MELHOR SOLUÇÃO, A MAIS ÚTIL.
MESMO NÃO EXISTINDO QUALQUER VERDADE, A TAREFA EDUCATIVA DO FILÓSOFO É
ESSENCIAL...PARA QUE SE POSSA DIFERENCIAR AS OPINIÕES MELHORES DAS PIORES
•
O HOMEM É A MEDIDA DE TODAS AS COISAS (famosa frase dos sofistas): O homem é a norma que julga, analisa, questiona, invalida ou relativiza todos os fatos, ideias, conceitos, valores, etc. Esta é uma das expressões máximas do subjetivismo e do relativismo filosófico dos sofistas.
1 - Entre Heráclito e Parmênides, qual deles você considera que possui a filosofia mais aplicável à vida? Comente.
2 - O que significa o lógos, é importante? devemos valorizá-lo? comente.
3 - O que significa ser e não ser? comente.
4 - Explique a diferença entre opinião e verdade
5 - Em relação à opinião e verdade, que cautela devemos ter ao ver o noticiário na tv ou ao ler jornais e revistas?
6 - É possível um cético ser dogmático? comente.
7 - Explique o que é relativismo e se você concorda ou não com essa posição filosófica.
8 - O ser humano deve viver segundo o hedonismo dos sofistas? analise e comente argumentando sua posição filosófica.
9 - O que os sofistas deixaram de legado positivo para a humanidade? comente.
10 - Essa filosofia pré-socrática e sofista contribuiu de alguma maneira para sua vida? analise e comente argumentando.
Enviar as respostas para :
luciannobarros@yahoo.com.br
AGOSTINHO E TOMÁS DE AQUINO
Na idade média, a filosofia
foi influenciada pelo cristianismo, através dos períodos chamados de:
a- Patrística (época dos primeiros pais da igreja, os apóstolos, também chamados de padres)
b-Escolástica: ocorrida na baixa idade média, nas escolas monacais e primeiras universidades medievais,
a- Patrística (época dos primeiros pais da igreja, os apóstolos, também chamados de padres)
b-Escolástica: ocorrida na baixa idade média, nas escolas monacais e primeiras universidades medievais,
A filosofia medieval caracterizou-se pelo esforço
em tentar conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico grego, a
fé com a razão, converter os pagãos, combater as heresias (desvios
doutrinários), etc. .
OS DOIS PRINCIPAIS FILÓSOFOS DESTA ÉPOCA SÃO:
1 –PATRÍSTICA: AGOSTINHO DE
HIPONA (354-430): Agostinho viveu na
época da decadência do império romano, embora o cristianismo já estivesse
consolidado como religião oficial do império e fosse considerado como a
verdade. Agostinho conseguiu, melhor do que qualquer outro pensador cristão,
estruturar sobre uma base racional as doutrinas cristãs. Antes de ser
cristão, foi adepto do Maniqueísmo (uma filosofia religiosa fundada
por Maniqueu, que divide o mundo simplesmente entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo;
a matéria é má, o espírito é bom). Atualmente, maniqueísmo
significa a visão de mundo de muitas pessoas que só enxergam um lado bom e um
ruim. ex: ou você é meu amigo ou é inimigo, quem não segue a minha religião
está condenado, direita x esquerda, reacionário x progressista, etc.
A INFLUÊNCIA PLATÔNICA NO
PENSAMENTO AGOSTINIANO:
Agostinho “cristianizou” Platão,
fazendo vários paralelos entre a parte espiritualista dele (que diz existir um
mundo transcendente) e as Sagradas Escrituras.
Fez a distinção entre o corpo,
sujeito à sorte do mundo, e a alma, que é atemporal, e com a qual se pode
conhecer Deus.
FÉ E A RAZÃO : Sem a fé, a
razão não é capaz de levar à felicidade. A razão é uma auxiliar da
fé, esclarecendo e tornando inteligível aquilo que estamos tentando
entender.
Mas a razão precisa da fé
para conseguir entender questões pertinentes à fé em Deus.
FÉ E RAZÃO ANDAM
JUNTAS: Sem o uso da razão não há fé… Use a razão para saber em quem você
está pondo a sua fé…por isso, sem razão não há fé.”
Ou seja, A RAZÃO NÃO ELIMINA,
ANTES ESCLARECE A FÉ.
COMPREENDA PARA CRER: Sem
dúvida, a razão deve preceder as verdades de fé para saber se convém crer
nelas. É a razão que se encarrega disso.
CREIA PARA COMPREENDER: Usamos
a razão que precede a fé, mas é necessário usar a fé para compreender as
verdades da fé
Fé e razão se
complementam…porque se a fé busca, a inteligência encontra…
Como conhecemos? Através da:
a – Razão Inferior –
conhecimento científico (se ocupa do mundo corpóreo) Pelos sentidos – cores,
odores, sabores…( sentir não é do corpo – sim da alma)
b – Razão Superior –
conhecimento das verdades eternas – obtido pela ILUMINAÇÃO DIVINA.
ILUMINAÇÃO DIVINA: É uma
adaptação cristã da teoria platônica da reminiscência, mas de maneira
diferente: enquanto Platão afirmava que viemos de um mundo perfeito onde
conhecemos todas as verdades, Agostinho afirmava que nossa alma, por ter vindo
de Deus, já possuía dentro de si todas as verdades, pois era uma partícula
divina. ou seja, as verdades já estão no interior do ser humano, mas só são
conhecidas através da Iluminação Divina no nosso interior. Como se
chega à Iluminação divina? Através da fé em Deus: Assim se chega às verdades
eternas, e o intelecto então é capaz de pensar corretamente a ordem natural divina..
A maior indagação é saber : o
que Deus é e não se Ele é (se existe ou não): Para Agostinho, só os
homens muito depravados é que não criam na existência de Deus.
Como se prova a existência de
Deus? Para Agostinho, somente através de um encontro com Deus, pois pela
razão seria impossível, já que Deus está acima da razão, não sendo possível que
o inferior conheça ou julgue o superior. “Eu nunca pensaria que é a razão
que funda a existência de Deus e que é o raciocínio que garante que Deus deve
existir”, dizia Agostinho.
- ALMA: A alma é também chamada por Agostinho de homem interior: ela tem origem
na substância divina; por isso, é nela e por meio dela que todo
conhecimento deve ser buscado.
• O
HOMEM INTERIOR E O CONHECIMENTO:
• Para
Agostinho, Nenhum conhecimento verdadeiro pode vir de fora da nossa mente, seja
ensino, reflexão, etc. O saber sobre as formas dos seres e objetos, sobre a
matéria em geral, os conceitos geométricos e matemáticos, as virtudes, as
emoções, em resumo, todos os conhecimentos encontram-se na alma, porque
ela se origina da substância divina; isso mostra a influencia do platonismo em
Agostinho, (embora para Platão, o ser humanorelembrava (reminiscência)
o que já havia conhecido antes; no cristianismo, o conhecimento era despertado, pois estava adormecido em seu interior).
• Os
conhecimentos que temos consciência são os que já encontramos em nossas almas,
como que ativados em nossa memória. Aquilo que ignoramos também está na alma, e
simplesmente precisa ser desperto pela memória, por meio da pesquisa em nosso
mundo interior
- O MUNDO E O TEMPO: AS
DÚVIDAS DOS PAGÃOS
Como conciliar a eternidade de
Deus com a finitude temporal do mundo?
O que fazia Deus antes de
criar o mundo? É imaginável um Deus inativo?
RESPOSTA DE AGOSTINHO: DEUS É
ETERNO; ELE ESTÁ FORA DO TEMPO; CRIANDO O MUNDO, CRIOU TAMBÉM O TEMPO. SEM A
CRIAÇÃO, O MUNDO JAMAIS TERIA EXISTIDO.
FASES DO TEMPO:
Passado – tempo que não é mais
Futuro – tempo que ainda não é
Presente – É O ÚNICO QUE
EXISTE: “O tempo não existe fora de nós”
• Não
existem, fora de nós, nem o passado nem o futuro.
Conclui-se, portanto, que o futuro e passado existem na mente, como o presente.
Sendo o tempo algo característico da natureza finita e, sendo o universo inteiro de natureza finita, segue-se que o mundo teve origem no tempo e não na eternidade.
Conclui-se, portanto, que o futuro e passado existem na mente, como o presente.
Sendo o tempo algo característico da natureza finita e, sendo o universo inteiro de natureza finita, segue-se que o mundo teve origem no tempo e não na eternidade.
- BEM, MAL E LIBERDADE: Se
Deus é a causa de tudo o que acontece, como se explica o mal? Agostinho afirma
que Deus não é a causa do mal:O mal é ausência ou a falta do bem.
• O
mal é privação de uma perfeição que a substância deveria ter.
• O
mal é a falta ou a ausência do Bem
• O
mal se manifesta através de duas formas principais:
o sofrimento e a culpa. A causa do sofrimento é a culpa. E o responsável pela culpa é o homem.
o sofrimento e a culpa. A causa do sofrimento é a culpa. E o responsável pela culpa é o homem.
• Em
que consiste a culpa?
• Em
submeter a razão humana à paixão, em desobedecer às leis divinas, em afastar-se
de bem supremo.
O mal consiste em cair, em voltar as costas ao bem superior, ao bem imutável.
De onde vem esta aversão ao bem? Da liberdade: fazemos o mal pelo livre arbítrio da vontade.
O mal consiste em cair, em voltar as costas ao bem superior, ao bem imutável.
De onde vem esta aversão ao bem? Da liberdade: fazemos o mal pelo livre arbítrio da vontade.
Só onde há liberdade é que se
pode falar de bem e de mal.
– LIBERDADE
É UM BEM? Sim, é uma condição de moralidade, portanto, deve ser usada para o
bem e não para o mal.
– E A
CULPA ? É o mal original: necessita da graça divina para fazer o bem
– A CIDADE DE DEUS: Foi talvez sua maior obra, onde
Agostinho adota a postura de um filósofo em busca de um sentido unitário e
profundo da história. Na obra, Agostinho define que existem no mundo duas
cidades:
A – A Cidade dos
Homens: É a cidade terrena, onde reinam os seres humanos egoístas,
avarentos, incrédulos, hipócritas, preconceituosos, intolerantes,
mentirosos, cruéis, blasfemos, ladrões, corruptos, orgulhosos, etc. É a cidade
que caminha para a condenação.
B – A cidade de Deus: É a
cidade onde os seres humanos são humildes, perdoam, são crédulos, tolerantes,
dizem a verdade, são honestos, prestativos, perdoam, etc. é a cidade onde as
pessoas amam a Deus até ao desprezo de si mesmos (estes são a cidade de Deus).
ALGUNS PENSAMENTOS DE
AGOSTINHO:
• O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de
todos os vícios.
• “A medida do amor é amar sem medida
• Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me
elogiam, porque me corrompem.
• Prefiro
os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me
corrompem.
• Se
não podes entender, crê para que entendas. A fé precede, o intelecto segue.
• O
mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página.
• A
medida do amor é amar sem medida.
• Tenho
mais compaixão do homem que se alegra no vício, do que pena de quem sofre a privação
de um prazer funesto e a perda de uma feliceidade ilusória
• Há
pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para
alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência,
e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência;
outras, para edificarem os outros, e isso é caridade”
• Fizeste-nos,
Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti.
2 – A ESCOLÁSTICA:
ANTES DE INICIARMOS, É PRECISO ESCLARECER QUE A IDADE MÉDIA NÃO FOI JAMAIS A IDADE DAS TREVAS. A História, assim como a Filosofia e todas as ciências tem um compromisso com a verdade e não com as ideologias de um determinado grupo de pensadores ou com o que o Senso Comum afirma.
ANTES DE INICIARMOS, É PRECISO ESCLARECER QUE A IDADE MÉDIA NÃO FOI JAMAIS A IDADE DAS TREVAS. A História, assim como a Filosofia e todas as ciências tem um compromisso com a verdade e não com as ideologias de um determinado grupo de pensadores ou com o que o Senso Comum afirma.
A Igreja, durante a Idade
média, teve seus erros (mas, afinal quem é que não erra?). O que muitos não
sabem, ou sabem e não querem divulgar ou reconhecer é que a Igreja (na época
não se chamava Igreja Católica, apenas Igreja), contribuiu significativamente
para o avanço da ciência e do progresso material.
Durante a Idade média, no período chamado de baixa idade média, houve vários avanços tecnológicos tais como:
-o uso de ferraduras
-a introdução do arado de ferro
-a invenção dos óculos, da aquicultura, do afolhamento trienal (rotação de culturas), o relógio mecânico, notação musical, arquitetura gótica, tintas a óleo, escolas, universidades, início da pesquisa científica, etc.
Além disso, as mulheres tinham também seu espaço, pois passaram a estudar nas escolas, aprendendo letras, medicina, grego, hebraico, gramática, aritmética, geometria, música e até cirurgia.
A Idade Média deu o impulso para o aprofundamento do saber científico. Por determinação do Concílio de Latrão (1179), toda Igreja estava obrigada a ter, junto de si, uma escola, que se encarregava de preparar a criança para o ingresso na Universidade.
A primeira universidade do mundo foi fundada pela Igreja em Bolonha (1088); Outra famosa universidade de origem católica foi a de Paris, fundada em 1200.
•Até 1440 foram erigidas na Europa 55 Universidades e 12 Institutos de ensino superior, onde se ministravam cursos de Direito, Medicina, Línguas, Artes, Ciências, Filosofia e Teologia, todas fundadas pela Igreja
Durante a Idade média, no período chamado de baixa idade média, houve vários avanços tecnológicos tais como:
-o uso de ferraduras
-a introdução do arado de ferro
-a invenção dos óculos, da aquicultura, do afolhamento trienal (rotação de culturas), o relógio mecânico, notação musical, arquitetura gótica, tintas a óleo, escolas, universidades, início da pesquisa científica, etc.
Além disso, as mulheres tinham também seu espaço, pois passaram a estudar nas escolas, aprendendo letras, medicina, grego, hebraico, gramática, aritmética, geometria, música e até cirurgia.
A Idade Média deu o impulso para o aprofundamento do saber científico. Por determinação do Concílio de Latrão (1179), toda Igreja estava obrigada a ter, junto de si, uma escola, que se encarregava de preparar a criança para o ingresso na Universidade.
A primeira universidade do mundo foi fundada pela Igreja em Bolonha (1088); Outra famosa universidade de origem católica foi a de Paris, fundada em 1200.
•Até 1440 foram erigidas na Europa 55 Universidades e 12 Institutos de ensino superior, onde se ministravam cursos de Direito, Medicina, Línguas, Artes, Ciências, Filosofia e Teologia, todas fundadas pela Igreja
A ESCOLÁSTICA surge nessa
época, onde havia muitas divergências a respeito de questões de ordem
teológicas (ou não). Foi esse espírito do debate que acabou dando origem à
corrente de atividades intelectuais, artísticas e filosóficas a que se
convencionou chamar de Escolástica (do latim schola)
É no século 12 que vê essa
valorização do saber refletida na criação das universidades e na ascensão da
classe letrada. O monge agostiniano santo Anselmo desponta como o
primeiro escolástico, seguido por Pedro Abelardo,
Pedro Lombardo e Hugo de São Vítor.Os estudantes das principais universidades
precisavam passar por exames que envolviam a disputa oral de argumentos, sempre
regida pelo uso da lógica formal e intermediada por um mestre. Pedro Abelardo
se inspirou nesse método dialético e o aprofundou em sua obra Sic et Non,
que virou referência para a resolução de problemas a partir da sucessão de
afirmações e negações sobre um mesmo tópico.
Na segunda metade do século 12
chegam às universidades as traduções hispânicas de versões árabes das obras
de Aristóteles.
É o grande choque cultural que muda o rumo do Ocidente e que catapulta a Escolástica para a sua “era de ouro” no século 13. Os mestres universitários adquirem fama e importância, os livros se multiplicam…a ciência toma novo impulso…Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon trabalham a ideia de pesquisa científica, idealizando experimentos.
É o grande choque cultural que muda o rumo do Ocidente e que catapulta a Escolástica para a sua “era de ouro” no século 13. Os mestres universitários adquirem fama e importância, os livros se multiplicam…a ciência toma novo impulso…Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon trabalham a ideia de pesquisa científica, idealizando experimentos.
1 – OBSERVAÇÕES DE AQUINO SOBRE FÉ E RAZÃO: Tomás
de Aquino é considerado o maior representante da Escolástica. Para Aquino, fé e
razão são modos diferentes de conhecer. A razão aceita a verdade por causa
de suas evidências lógicas. A Fé aceita a verdade por causa da autoridade
de Deus revelante. Portanto, a filosofia e a teologia, embora diferentes, não
podem contradizer-se, porque Deus é autor de ambas. Logo, verdade e razão não
podem entrar em conflito com a verdade revelada.
Existe um domínio comum à fé e à razão. Este domínio é a realidade do mundo sensível (o mundo em que nós vivemos), morada humana, que a razão pode conhecer, porque a realidade sensível oferece à razão os vestígios, mesmo que imperfeitos, da substância de Deus.
Existe um domínio comum à fé e à razão. Este domínio é a realidade do mundo sensível (o mundo em que nós vivemos), morada humana, que a razão pode conhecer, porque a realidade sensível oferece à razão os vestígios, mesmo que imperfeitos, da substância de Deus.
A verdade jamais pode
contradizer a verdade. Para Aquino, é possível, através da razão, chegar ao
conhecimento de Deus.
- DUPLA NATUREZA HUMANA: Na hierarquia das
criaturas, o homem é um ser dotado de duplo compromisso: Possuindo alma,
pertence aos seres imateriais, mas não é uma inteligência pura pois
encontra-se ligado a um corpo
A alma humana é, assim, um
horizonte onde se tocam o mundo dos corpos e o dos espíritos.
Por essa dupla natureza é que o homem pode
conhecer (já que é alma), mas não pode ter contato direto com o inteligível
(pois é também corpo).Deus, como Ser Absoluto, sem nenhum limite, não é
alcançado devidamente pela inteligência humana
2 – A QUESTÃO DA EXISTÊNCIA
EM ATO E POTÊNCIA (inspirado em Aristóteles):
Todas as criaturas existem em ato e potência
ATO: Consiste na existência de uma coisa. É a atualidade de uma matéria, isto é, sua forma num dado instante do tempo;É a forma que atualiza uma potência contida na matéria.
Exemplos: você existe em ato como jovem adolescente. Como você tem potencial para amadurecer, daqui a dez anos, existirá em ato como jovem adulto. Hoje, você é estudante de um curso técnico, amanhã será um técnico; hoje você estásolteiro(a), amanhã estará casado(a).
OUTRO EXEMPLO: Dois contrários não podem existir em ato, segundo a lei da não contradição. O BEM NÃO PODE SER BEM E MAL AO MESMO TEMPO.
ATO: Consiste na existência de uma coisa. É a atualidade de uma matéria, isto é, sua forma num dado instante do tempo;É a forma que atualiza uma potência contida na matéria.
Exemplos: você existe em ato como jovem adolescente. Como você tem potencial para amadurecer, daqui a dez anos, existirá em ato como jovem adulto. Hoje, você é estudante de um curso técnico, amanhã será um técnico; hoje você estásolteiro(a), amanhã estará casado(a).
OUTRO EXEMPLO: Dois contrários não podem existir em ato, segundo a lei da não contradição. O BEM NÃO PODE SER BEM E MAL AO MESMO TEMPO.
POTÊNCIA: uma matéria só poderá se transformar em outra
mediante uma movimentação impulsionada por uma energia (potência)
POTÊNCIA é a aptidão de um ser para tornar-se ou
receber qualquer coisa.
Exemplos: Você tem potencial para mentir ou dizer a verdade, mas não pode estar mentindo e dizendo a verdade ao mesmo tempo.
A criança tem potência para ser um adulto; a água em aquecimento está em potência para tornar-se vapor. Você tem o potencial para envelhecer e morrer
OBS: Em Deus não há potência; Deus não pode mudar, não pode hoje falar a verdade e amanhã mentir. Ele é ato perfeito, puro, motor imóvel; Deus não é Potência porque é imutável.
Exemplos: Você tem potencial para mentir ou dizer a verdade, mas não pode estar mentindo e dizendo a verdade ao mesmo tempo.
A criança tem potência para ser um adulto; a água em aquecimento está em potência para tornar-se vapor. Você tem o potencial para envelhecer e morrer
OBS: Em Deus não há potência; Deus não pode mudar, não pode hoje falar a verdade e amanhã mentir. Ele é ato perfeito, puro, motor imóvel; Deus não é Potência porque é imutável.
Deus, como Ser Absoluto, sem nenhum limite, não é
alcançado devidamente pela inteligência humana, senão por meio de
analogias
AS CINCO VIAS DE TOMÁS DE
AQUINO: Aquino formulou cinco vias para tentar provar a existência de Deus
através do uso da razão. São elas:
1ª- O PRIMEIRO MOTOR: No
universo existe movimento. Todo movimento tem uma causa, que podemos
chamar de motor. Por outro lado, o próprio motor deve ser movido por um outro,
este por um terceiro, e assim por diante.
Nessas condições é necessário
admitir que:
1 – ou a série de motores é infinita, ou seja, sempre esteve em movimento (o que é Impossível);
2 – ou que a série é finita e seu primeiro motor é Deus.2ª- CAUSA EFICIENTE: Todas as coisas ou são causas, ou são efeitos; Nenhum ser pode ser a causa de si mesmo. Nesse caso, ela seria causa e efeito ao mesmo tempo, sendo, assim, anterior e posterior, o que seria absurdo.
Toda causa, por sua vez, é causada por outra, e esta por uma terceira, e assim sucessivamente. Conclui-se que exista uma primeira causa não causada (Deus), ou aceitar uma série infinita e não explicar a causalidade.
1 – ou a série de motores é infinita, ou seja, sempre esteve em movimento (o que é Impossível);
2 – ou que a série é finita e seu primeiro motor é Deus.2ª- CAUSA EFICIENTE: Todas as coisas ou são causas, ou são efeitos; Nenhum ser pode ser a causa de si mesmo. Nesse caso, ela seria causa e efeito ao mesmo tempo, sendo, assim, anterior e posterior, o que seria absurdo.
Toda causa, por sua vez, é causada por outra, e esta por uma terceira, e assim sucessivamente. Conclui-se que exista uma primeira causa não causada (Deus), ou aceitar uma série infinita e não explicar a causalidade.
3ª- SER NECESSÁRIO E SERES CONTINGENTES (ETERNO E
TEMPORÁRIOS): Todos os seres mudam (ser e não ser, existir e não existir). Hoje
nós existimos, mas amanhã estaremos mortos. Se hoje eu existo e amanhã não,
significa que sou contingente (passageiro, temporário). Logo, é impossível que
algum ser contingente tenha sempre existido. Logo, é preciso que haja um
ser que nunca tenha deixado de existir para que fundamente a existência dos
seres contingentes.
4ª – GRAUS DE PERFEIÇÃO: Há
uma ordem hierárquica de perfeição nos objetos e seres criados. Por exemplo: as
plantas são mais Perfeitas que os minerais, os animais são mais perfeitos que
as plantas; os homens são mais perfeitos que os animais. Portanto, “ao
querer a diversidade dos seres, Deus quis simultaneamente a perfeição do
mundo em seu conjunto”. Entre dois produtos iguais, preferimos o que tem
melhor qualidade, entre dois trabalhos, valorizamos mais o melhor, entre dois
profissionais, também. Ou seja, trazemos conosco essa busca pela Perfeição,
seja justiça, honestidade, verdade, ética, etc. Se nós, que somos seres
imperfeitos e falhos, temos esse ideal, de onde ele teria vindo, Senão de
Deus, que é perfeito?
5ª – INTELIGÊNCIA ORDENADORA
(FINALIDADE): A Natureza e o universo não possuem inteligência, mas agem como
se tivessem, ou como se tivessem uma determinada finalidade; Existe algo como
uma inteligência movendo-a, controlando-a para que atue sempre da mesma
maneira. Ora, tudo o que não tem inteligência não pode se mover em direção a um
fim, a menos que seja dirigido por algum ser ou algum comando previamente dado.
Por isso existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas para o seu
fim. Este ser nós chamamos Deus.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
FATOS SOCIAIS
São maneiras coletivas, exteriores e gerais de agir, pensar e sentir, pertencentes a determinados grupos sociais. Para que existam fatos sociais, é preciso que o ser humano seja socializado.
Socialização é o processo através do qual nós aprendemos a falar, a andar em pé, a obedecer regras, a agir de acordo com os usos e costumes da nossa sociedade, etc.
Exemplos
de fatos sociais: falar um idioma, usar roupas, obedecer regras, leis normas, agir
conforme os usos, costumes, etc. Até mesmo ações como o roubo e o assassinato são fatos sociais, pois a maioria da sociedade os considera errados, imorais, desumanos, cruéis, etc.
Os fatos sociais possuem três características:
1 – COERCITIVIDADE: são as regras, as normas, os regulamentos, as leis, etc. Caso o ser humano desobedeça, será ou deveria ser punido. O ser humano precisa de regras, precisa de limites, e elas existem para que seja possível a convivência pacífica e educada entre as pessoas em todos os ambientes.
As sanções (ou punições) podem ser leves (exemplo: desobedecer aos pais/ficar de castigo), ou graves (cometer um crime/ser preso),
- Exemplos de instituições coercitivas: Família, Escola, Religião, Forças Armadas, Empresa (pública ou privada), etc.
IMPORTÂNCIA DA COERCITIVIDADE: sem ela, a maioria da população seria analfabeta, ignorante, violenta, etc. sem ela, os filhos não respeitariam os pais e não seria possível aprender nada na escola(pois a base para se aprender é a disciplina, a concentração, o respeito e o foco). Sem ela não haveria hierarquia e cumprimento de ordens em uma empresa ou em um Exército, por exemplo. O caos social e o estado de selvageria se instalaria.
2 – EXTERIORIDADE: os fatos sociais são exteriores e superiores a nós, ou seja, são eles que exercem poder e influência sobre nós e não o contrário. Exemplos: não somos nós que criamos as leis, portarias, decretos, músicas, propaganda, religiões, etc. etc. além disso, temos a influência das religiões e a mídia em geral com sua forte influência sobre a vida da população (em geral alienada), tais como a música, a televisão, os filmes, as novelas, a propaganda, internet, etc.
3 – GENERALIDADE: Os fatos sociais são gerais, atingem toda a sociedade...são coletivos e não individuais. São também chamados de
CONSCIÊNCIA COLETIVA.
-São maneiras de agir comuns a todos, ou seja, ocorre quando a maioria das pessoas concorda com determinada ação, uso ou costume ou pratica determinada ação.
-É o conjunto dos usos, costumes, sentimentos e comportamentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade
Exemplos: desde os mais simples até os mais complexos:
- ser educado e cumprimentar os outros dando bom dia, boa tarde, etc.
- usar roupas compatíveis com o ambiente.
- comportar-se de maneira compatível com o evento (missa, culto, funeral, audiência, etc.)
- respeitar as filas, ceder o lugar para quem precisa no metrô ou ônibus
- casar e ser leal ao cônjuge
- trabalhar e evitar ser um peso para os outros.
- ser honesto, pagar as contas, não dever a ninguém, etc.
UNIFORMIDADE DA CONSCIÊNCIA COLETIVA
Mais uniformizadas: ocorre, geralmente, nas sociedades mais simples, mais isoladas ou mais afastadas dos grandes centros urbanos. O que significa ser mais uniformizada? significa que a maioria segue as mesmas regras, costumes, usos, tradições, religiosidade, etc. Nestas sociedades, a individualidade e o relativismo moral são menores, ou seja, há bem menos pessoas que pensam e agem diferentes da maioria.
Exemplos: os povos indígenas, as pequenas cidades do interior e os povos isolados nas florestas ou lugares distantes.
Quanto maior for essa uniformidade, maior é a coesão entre seus participantes, ou seja, há mais semelhança de usos, costumes, crenças, etc., ao mesmo tempo que é menor a individualidade.
Menos uniformizadas: ocorre nas sociedades mais complexas, mais urbanas. Quanto mais complexa for a sociedade, mais rápidas são as mudanças em sua consciência coletiva, pois há menos coesão, menos semelhança de usos e costumes...são essas sociedades onde a quebra de tabus ocorre com mais frequência.
Os fatos sociais possuem três características:
1 – COERCITIVIDADE: são as regras, as normas, os regulamentos, as leis, etc. Caso o ser humano desobedeça, será ou deveria ser punido. O ser humano precisa de regras, precisa de limites, e elas existem para que seja possível a convivência pacífica e educada entre as pessoas em todos os ambientes.
As sanções (ou punições) podem ser leves (exemplo: desobedecer aos pais/ficar de castigo), ou graves (cometer um crime/ser preso),
- Exemplos de instituições coercitivas: Família, Escola, Religião, Forças Armadas, Empresa (pública ou privada), etc.
IMPORTÂNCIA DA COERCITIVIDADE: sem ela, a maioria da população seria analfabeta, ignorante, violenta, etc. sem ela, os filhos não respeitariam os pais e não seria possível aprender nada na escola(pois a base para se aprender é a disciplina, a concentração, o respeito e o foco). Sem ela não haveria hierarquia e cumprimento de ordens em uma empresa ou em um Exército, por exemplo. O caos social e o estado de selvageria se instalaria.
2 – EXTERIORIDADE: os fatos sociais são exteriores e superiores a nós, ou seja, são eles que exercem poder e influência sobre nós e não o contrário. Exemplos: não somos nós que criamos as leis, portarias, decretos, músicas, propaganda, religiões, etc. etc. além disso, temos a influência das religiões e a mídia em geral com sua forte influência sobre a vida da população (em geral alienada), tais como a música, a televisão, os filmes, as novelas, a propaganda, internet, etc.
3 – GENERALIDADE: Os fatos sociais são gerais, atingem toda a sociedade...são coletivos e não individuais. São também chamados de
CONSCIÊNCIA COLETIVA.
-São maneiras de agir comuns a todos, ou seja, ocorre quando a maioria das pessoas concorda com determinada ação, uso ou costume ou pratica determinada ação.
-É o conjunto dos usos, costumes, sentimentos e comportamentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade
Exemplos: desde os mais simples até os mais complexos:
- ser educado e cumprimentar os outros dando bom dia, boa tarde, etc.
- usar roupas compatíveis com o ambiente.
- comportar-se de maneira compatível com o evento (missa, culto, funeral, audiência, etc.)
- respeitar as filas, ceder o lugar para quem precisa no metrô ou ônibus
- casar e ser leal ao cônjuge
- trabalhar e evitar ser um peso para os outros.
- ser honesto, pagar as contas, não dever a ninguém, etc.
UNIFORMIDADE DA CONSCIÊNCIA COLETIVA
Mais uniformizadas: ocorre, geralmente, nas sociedades mais simples, mais isoladas ou mais afastadas dos grandes centros urbanos. O que significa ser mais uniformizada? significa que a maioria segue as mesmas regras, costumes, usos, tradições, religiosidade, etc. Nestas sociedades, a individualidade e o relativismo moral são menores, ou seja, há bem menos pessoas que pensam e agem diferentes da maioria.
Exemplos: os povos indígenas, as pequenas cidades do interior e os povos isolados nas florestas ou lugares distantes.
Quanto maior for essa uniformidade, maior é a coesão entre seus participantes, ou seja, há mais semelhança de usos, costumes, crenças, etc., ao mesmo tempo que é menor a individualidade.
Menos uniformizadas: ocorre nas sociedades mais complexas, mais urbanas. Quanto mais complexa for a sociedade, mais rápidas são as mudanças em sua consciência coletiva, pois há menos coesão, menos semelhança de usos e costumes...são essas sociedades onde a quebra de tabus ocorre com mais frequência.
AS MUDANÇAS NA CONSCIÊNCIA COLETIVA E A QUEBRA DE TABUS:
O termo Tabu significa algo que é considerado sagrado ou quase isso, algo que não deve ser mudado, são práticas associadas a religiões, costumes, sexualidade, etc. Mas assim como a cultura não é estática, o que é tabu também é alterado com o tempo. Sendo assim, os tabus vão sendo quebrados com o tempo. Isso não significa que a sociedade está melhorando ou piorando, pois depende da visão particular de cada um. Isso significa que a sociedade está mudando. Muitos aprovam, outros não.
AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEBRA DE TABUS
A quebra de tabus é um fenômeno complexo que pode ter impactos positivos e negativos na sociedade, dependendo do contexto e das consequências associadas a essas mudanças. Exemplos:
1- Desconexão com Valores Tradicionais:
Crítica: Em alguns casos, a quebra de tabus pode ser vista como uma desconexão com valores culturais e tradicionais que desempenharam um papel importante na coesão social. Isso pode gerar resistência e desconforto em determinadas comunidades.
Impacto na Estabilidade Social:
Crítica: A rápida quebra de tabus pode levar a mudanças sociais significativas que podem afetar a estabilidade social. Mudanças muito rápidas podem resultar em resistência e conflitos dentro da sociedade.
Risco de Fragmentação Social:
Crítica: Em alguns casos, a quebra de tabus pode levar à fragmentação social, onde diferentes grupos têm visões conflitantes sobre questões morais e sociais. Isso pode resultar em polarização e divisões na sociedade.
Perda de Valores Morais:
Crítica: Algumas críticas argumentam que a quebra de tabus pode levar à perda de valores morais fundamentais que historicamente sustentaram a sociedade. Isso pode gerar preocupações sobre a ética e a integridade social.
Desafios para Grupos Minoritários:
Crítica: A quebra de tabus pode não beneficiar igualmente todos os grupos sociais. Pode haver desafios específicos para grupos minoritários, incluindo discriminação e resistência a mudanças culturais.
Velocidade das Mudanças:
Crítica: A rapidez com que os tabus são quebrados pode ser uma fonte de controvérsia. Mudanças muito rápidas podem não permitir que a sociedade se adapte adequadamente, levando a tensões e conflitos.
Pressão para Conformidade:
Crítica: Em alguns casos, a quebra de tabus pode criar uma pressão social para a conformidade com novas normas, limitando a liberdade individual e a diversidade de opiniões.
Impacto na Identidade Cultural:
Crítica: A rápida quebra de tabus pode ter impactos na identidade cultural de uma sociedade, resultando em uma perda percebida de tradições e valores únicos.
É importante reconhecer que a quebra de tabus não é inerentemente boa ou má, e sua avaliação dependerá da perspectiva individual e cultural. Abordar essas mudanças com diálogo aberto, respeito pela diversidade de opiniões e consideração pelas consequências sociais é crucial para promover uma sociedade mais inclusiva e equitativa.
Os conservadores são contra. Os relativistas são a favor. A moral social evolui, provocando, lentamente, mudanças na consciência coletiva, que antes, considerava imoral, reprovável ou criminoso determinados comportamentos. Exemplos: o direito ao emprego para os PNE, os direitos de acessibilidade, o casamento homossexual, a marcha da maconha, a ideologia de gênero, etc.
-Nas sociedades onde se desenvolve uma divisão do trabalho (solidariedade orgânica), a consciência comum ocupa uma reduzida parcela, permitindo a ampliação do espaço para o crescimento da individualidade, porque os indivíduos são diferenciados, ou seja, não pensam de maneira coletiva, mas individualizada, embora não totalmente. Sendo assim, a reação às mudanças na consciência coletiva são menores; Quanto mais cosmopolita é a sociedade, mais aberta às mudanças ela tende a ser.
FATOS SOCIAIS NORMAIS: A sociedade é semelhante a um corpo, onde os fatos sociais normais representam a saúde do mesmo. Nem tudo que se vê numa sociedade que pareça ser ruim é anormal, nem sempre a dor é ruim, pois ela faz parte da saúde de um corpo. O anormal é aquilo que sai da regra, é o diferente da normalidade, da norma. Exemplo: O crime é um fato social normal porque representa a importância dos valores sociais que repudiam essa conduta como ilegal e sujeita a penalidades.
FATOS SOCIAIS PATOLÓGICOS OU ANORMAIS: É o estado doentio da sociedade: são anormais todos os fatos que põem em risco a harmonia, o consenso e a evolução da sociedade. Caso isso ocorra, a sociedade estará doente. Eles extrapolam os limites dos acontecimentos mais gerais de uma sociedade, não refletindo os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. Eles encontram-se fora dos limites permitidos pela ordem social, caracterizando a situação de anomia. Exemplos: A violência das torcidas organizadas, os comandos organizados do crime, o toque de recolher em alguns bairros, o crescimento dos índices de violência a tal ponto que o Estado perde o controle da repressão (como o que ocorre em determinados locais dominados pelo crime organizado); ausência do Estado em comunidades carentes, onde impera a miséria, a falta de saneamento, habitação digna, educação, saúde, segurança, etc.
SOLIDARIEDADE: É a situação em que um grupo social vive em comunhão de atitudes e de sentimentos, constituindo uma unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face de oposição vinda de fora. Divide-se em:
a) SOLIDARIEDADE MECÂNICA: ocorre nas sociedades "primitivas" ou arcaicas (grupos sociais de tipo tribal formado por clãs); os indivíduos que as integram aceitam sem questionamento todos os valores, tradições e costumes da tribo; o grupo compartilha os mesmos valores e crenças, o que assegura a coesão social. É uma sociedade mais conservadora.
b) SOLIDARIEDADE ORGÂNICA: ocorre nas sociedades modernas complexas, onde há diferenças de valores, crenças, costumes, etc. Características: consciência e interesses individuais, divisão econômica do trabalho complexa (diversidade de profissões e atividades); sociedade em geral mais cosmopolita (há exceções).
- A Coesão social ocorre de duas maneiras: a) através da divisão do trabalho; b) através das regras de conduta (leis, normas, punições, etc), que estabelecem direitos e deveres.
– ANOMIA (OU ANOMIA SOCIAL): É a situação de desintegração das normas que regem a conduta da sociedade, não havendo mais garantias da ordem social ou de um mínimo de segurança pública. Exemplo: em dias de greve da Polícia militar A complexidade da sociedade orgânica pode gerar a Anomia. .
- Causas da Anomia: A anomia é causada pelos altos níveis de desemprego (muita procura, pouca oferta), pela desesperança de muitos em relação ao futuro incerto, já que vivem sem dignidade (habitação, saúde, segurança precários ou inexistentes), ausência do Estado nas questões cruciais da população (saúde, educação, segurança, moradia, emprego, etc), a sensação de insegurança e de impunidade.
O termo Tabu significa algo que é considerado sagrado ou quase isso, algo que não deve ser mudado, são práticas associadas a religiões, costumes, sexualidade, etc. Mas assim como a cultura não é estática, o que é tabu também é alterado com o tempo. Sendo assim, os tabus vão sendo quebrados com o tempo. Isso não significa que a sociedade está melhorando ou piorando, pois depende da visão particular de cada um. Isso significa que a sociedade está mudando. Muitos aprovam, outros não.
AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEBRA DE TABUS
A quebra de tabus é um fenômeno complexo que pode ter impactos positivos e negativos na sociedade, dependendo do contexto e das consequências associadas a essas mudanças. Exemplos:
1- Desconexão com Valores Tradicionais:
Crítica: Em alguns casos, a quebra de tabus pode ser vista como uma desconexão com valores culturais e tradicionais que desempenharam um papel importante na coesão social. Isso pode gerar resistência e desconforto em determinadas comunidades.
Impacto na Estabilidade Social:
Crítica: A rápida quebra de tabus pode levar a mudanças sociais significativas que podem afetar a estabilidade social. Mudanças muito rápidas podem resultar em resistência e conflitos dentro da sociedade.
Risco de Fragmentação Social:
Crítica: Em alguns casos, a quebra de tabus pode levar à fragmentação social, onde diferentes grupos têm visões conflitantes sobre questões morais e sociais. Isso pode resultar em polarização e divisões na sociedade.
Perda de Valores Morais:
Crítica: Algumas críticas argumentam que a quebra de tabus pode levar à perda de valores morais fundamentais que historicamente sustentaram a sociedade. Isso pode gerar preocupações sobre a ética e a integridade social.
Desafios para Grupos Minoritários:
Crítica: A quebra de tabus pode não beneficiar igualmente todos os grupos sociais. Pode haver desafios específicos para grupos minoritários, incluindo discriminação e resistência a mudanças culturais.
Velocidade das Mudanças:
Crítica: A rapidez com que os tabus são quebrados pode ser uma fonte de controvérsia. Mudanças muito rápidas podem não permitir que a sociedade se adapte adequadamente, levando a tensões e conflitos.
Pressão para Conformidade:
Crítica: Em alguns casos, a quebra de tabus pode criar uma pressão social para a conformidade com novas normas, limitando a liberdade individual e a diversidade de opiniões.
Impacto na Identidade Cultural:
Crítica: A rápida quebra de tabus pode ter impactos na identidade cultural de uma sociedade, resultando em uma perda percebida de tradições e valores únicos.
É importante reconhecer que a quebra de tabus não é inerentemente boa ou má, e sua avaliação dependerá da perspectiva individual e cultural. Abordar essas mudanças com diálogo aberto, respeito pela diversidade de opiniões e consideração pelas consequências sociais é crucial para promover uma sociedade mais inclusiva e equitativa.
Os conservadores são contra. Os relativistas são a favor. A moral social evolui, provocando, lentamente, mudanças na consciência coletiva, que antes, considerava imoral, reprovável ou criminoso determinados comportamentos. Exemplos: o direito ao emprego para os PNE, os direitos de acessibilidade, o casamento homossexual, a marcha da maconha, a ideologia de gênero, etc.
-Nas sociedades onde se desenvolve uma divisão do trabalho (solidariedade orgânica), a consciência comum ocupa uma reduzida parcela, permitindo a ampliação do espaço para o crescimento da individualidade, porque os indivíduos são diferenciados, ou seja, não pensam de maneira coletiva, mas individualizada, embora não totalmente. Sendo assim, a reação às mudanças na consciência coletiva são menores; Quanto mais cosmopolita é a sociedade, mais aberta às mudanças ela tende a ser.
FATOS SOCIAIS NORMAIS: A sociedade é semelhante a um corpo, onde os fatos sociais normais representam a saúde do mesmo. Nem tudo que se vê numa sociedade que pareça ser ruim é anormal, nem sempre a dor é ruim, pois ela faz parte da saúde de um corpo. O anormal é aquilo que sai da regra, é o diferente da normalidade, da norma. Exemplo: O crime é um fato social normal porque representa a importância dos valores sociais que repudiam essa conduta como ilegal e sujeita a penalidades.
FATOS SOCIAIS PATOLÓGICOS OU ANORMAIS: É o estado doentio da sociedade: são anormais todos os fatos que põem em risco a harmonia, o consenso e a evolução da sociedade. Caso isso ocorra, a sociedade estará doente. Eles extrapolam os limites dos acontecimentos mais gerais de uma sociedade, não refletindo os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. Eles encontram-se fora dos limites permitidos pela ordem social, caracterizando a situação de anomia. Exemplos: A violência das torcidas organizadas, os comandos organizados do crime, o toque de recolher em alguns bairros, o crescimento dos índices de violência a tal ponto que o Estado perde o controle da repressão (como o que ocorre em determinados locais dominados pelo crime organizado); ausência do Estado em comunidades carentes, onde impera a miséria, a falta de saneamento, habitação digna, educação, saúde, segurança, etc.
SOLIDARIEDADE: É a situação em que um grupo social vive em comunhão de atitudes e de sentimentos, constituindo uma unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face de oposição vinda de fora. Divide-se em:
a) SOLIDARIEDADE MECÂNICA: ocorre nas sociedades "primitivas" ou arcaicas (grupos sociais de tipo tribal formado por clãs); os indivíduos que as integram aceitam sem questionamento todos os valores, tradições e costumes da tribo; o grupo compartilha os mesmos valores e crenças, o que assegura a coesão social. É uma sociedade mais conservadora.
b) SOLIDARIEDADE ORGÂNICA: ocorre nas sociedades modernas complexas, onde há diferenças de valores, crenças, costumes, etc. Características: consciência e interesses individuais, divisão econômica do trabalho complexa (diversidade de profissões e atividades); sociedade em geral mais cosmopolita (há exceções).
- A Coesão social ocorre de duas maneiras: a) através da divisão do trabalho; b) através das regras de conduta (leis, normas, punições, etc), que estabelecem direitos e deveres.
– ANOMIA (OU ANOMIA SOCIAL): É a situação de desintegração das normas que regem a conduta da sociedade, não havendo mais garantias da ordem social ou de um mínimo de segurança pública. Exemplo: em dias de greve da Polícia militar A complexidade da sociedade orgânica pode gerar a Anomia. .
- Causas da Anomia: A anomia é causada pelos altos níveis de desemprego (muita procura, pouca oferta), pela desesperança de muitos em relação ao futuro incerto, já que vivem sem dignidade (habitação, saúde, segurança precários ou inexistentes), ausência do Estado nas questões cruciais da população (saúde, educação, segurança, moradia, emprego, etc), a sensação de insegurança e de impunidade.
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