Foi a revolução que acabou com o absolutismo e marcou o início da Idade Contemporânea. Suas quatro fases ou períodos são:
1- Assembleia
2- Convenção Nacional
3- Diretório
4- Consulado
ANTECEDENTES / CAUSAS
IDEIAS DO ILUMINISMO: Não havia unanimidade: algumas eram boas (liberdades civis, econômicas e políticas), outras eram polêmicas (anticlericalismo, materialismo)
-defendiam uma monarquia constitucional, semelhante à inglesa...outros defendiam uma república.
-condenavam o Antigo Regime (absolutismo, mercantilismo e privilégios), considerado arcaico e concentrador de poder político, econômico e jurídico.
-condenavam os privilégios de uma parte da sociedade, que tinha uma justiça diferenciada e eram os únicos a ocupar os cargos públicos.
-Alguns queriam o fim dos títulos de nobreza e dos seus privilégios: viver de rendas e pagar menos impostos.
-defendiam uma justiça igualitária para todos e o fim dos tribunais e leis separadas para o Clero e a Nobreza.
-defendiam liberdades individuais tais como opinião e expressão. Eram contra a censura.
-alguns defendiam a liberdade de crença (na França, o protestantismo sofria restrições)...outros eram contra a união Igreja/Estado, outros eram ateus, outros defendiam a incorporação do patrimônio católico pelo Estado.
-de maneira geral, os iluministas defendiam o fim da escravidão (todos os homens nascem livres)
-defendiam ampla liberdade para a burguesia: condenavam a forte interferência do Estado na economia...outros defendiam o oposto: mais impostos e mais interferência do Estado na economia, inclusive tabelando preços.
-defendiam a criação de escolas públicas para todos.
A DIVISÃO DA SOCIEDADE FRANCESA EM TRÊS ESTADOS
Clero e a Nobreza não eram isentos de impostos, embora pagassem menos do que o Terceiro Estado, fato que era considerado injusto. A percepção de injustiça fiscal era uma das muitas queixas que alimentaram o descontentamento popular e a demanda por reformas.
1 - Clero: era pago pelo Estado. Tinha escolas, hospitais e orfanatos
2 - Nobreza: era paga pelo Estado, mas, semelhante à Inglaterra, estava em um processo de "aburguesamento", usando suas terras com fins lucrativos.
3 -Terceiro Estado: era composto por cerca de 98,5% da sociedade, incluindo alta, média e pequena burguesia, profissionais liberais, artesãos, camponeses, etc...
O REI LUÍS XVI: Embora tivesse recebido uma educação adequada para um monarca, muitos historiadores argumentam que ele não foi o monarca ideal para enfrentar os complexos com is quais se defrontou. Sua falta de habilidade para governar de maneira eficaz é apontada como uma das razões para o colapso do Antigo Regime.
-tinha habilidades administrativas e políticas limitadas, fato que o tornava dependente de conselheiros e ministros, alguns dos quais eram ineptos ou mal intencionados (como Necker, seu ministro das finanças, que secretamente defendia reformas iluministas).
-tendo como prioridade acabar com o déficit gigantesco, ele cortou gastos supérfluos, aboliu cargos e reduziu salários de funcionários públicos, mas provocou a ira da nobreza por tentar impor reformas que a atingiam, principalmente na questão dos impostos
-o monarca se equilibrava numa navalha: ao mesmo tempo em que lutava pelas reformas, tentava manter a ligação com os nobres, de quem dependia.
A RAINHA MARIA ANTONIETA: Foi vítima de um maldoso boato sobre pães e brioches: ela teria dito ao povo que, se não têm pão, comam brioches... foi uma fake news que ficou famosa até aos dias atuais (histórias semelhantes a esta já circulavam muito tempo antes da rainha). Maria Antonieta foi, na realidade uma pessoa extremamente generosa com os súditos, tendo auxiliado muitos desvalidos com contribuições financeiras e materiais.
Outro boato foi o de que seus gastos com roupas luxuosas teriam levado a França à falência (foi apelidada maldosamente de Madame Déficit). A França já enfrentava severa crise econômica principalmente por causa da recente ajuda militar à Independência Americana. Era também uma mulher de muita personalidade que chegou a discursar para o povo que invadiu o Palácio de Versalhes, sendo aplaudida pela multidão.
A CRISE ECONÔMICA:
a) Anteriormente, o rei Luís XV deixou uma enorme herança negativa para Luís XVI: o gigantesco custo das guerras dos Sete anos (1756-1763): A França perdeu territórios no Canadá lutando contra a Inglaterra e as Treze Colônias, ficando apenas com a província de Quebec. Essa guerra representou um grave prejuízo nos cofres da nação.
b) Em 1783, para se vingar da Inglaterra, Luís XVI enviou navios e tropas para ajudar militarmente as Treze Colônias (que tinham sido seus inimigos na guerra dos Sete Anos) durante as guerras da independência americana.
c) Quebra de safra: em 1788 houve um inverno rigoroso ao ponto de prejudicar as colheitas, provocando desabastecimento, inflação e fome.
d) aumento da população: a França era o país mais populoso da Europa, fato que exigia mais produção de alimentos. Até então, a França era o país mais rico da Europa, entretanto, seria ultrapassada pela Inglaterra, que crescia significativamente após as mudanças políticas e o início da revolução industrial.
e) queda na arrecadação de impostos: o sistema fiscal era deficiente...além disso, a quebra de safra provocou menos alimentos, menos comércio, menos vendas, menos impostos, menos arrecadação, menos dinheiro no cofre do Estado.
A CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA DOS TRÊS ESTADOS:
Para tentar resolver o problema econômico, o rei Luís XVI decidiu convocar os Três Estados Gerais (desde 1614 não eram convocados) para uma assembleia meramente consultiva sem poder decisório, ou seja, o rei ouviria seus representantes para poder tomar melhores decisões...entretanto, o Terceiro Estado já estava decidido a criar uma constituição e aproveitou o momento para reunir-se em separado, declarando que estavam em uma Assembleia Nacional Constituinte...fizeram inclusive um juramento de que não se separariam até que criassem a Constituição.
A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE É INSTALADA EM MEIO AO CAOS
Em 27 de junho de 1789, sob pressão, o rei Luís XVI ordenou que o clero e a nobreza se juntassem à Assembleia Nacional, oficializando sua existência. Ao mesmo tempo, a escassez de alimentos era causada principalmente pela sabotagem: grupos armados nas estradas impediam e desviavam o transporte de cargas direcionadas ao abastecimento de Paris...a carga desviada era escondida até apodrecer. O objetivo era manter Paris e outras cidades desabastecidas para provocar o caos e a revolta do povo. Ao mesmo tempo em que desviavam cargas, os opositores espalhavam boatos, os quais diziam que:
a) a nobreza e o rei iriam dissolver a Assembleia Nacional e impedir as reformas através do uso da força militar.
b) o rei Luís XVI teria ordenado a suas tropas que cercassem Versalhes e Paris não para manter a ordem, mas para reprimir com violência as mudanças que a Assembleia iria fazer. De fato, havia movimentação de tropas, mas não havia comprovação de que seriam usadas contra o povo.
A QUEDA DA BASTILHA
A
demissão do ministro das finanças Jacques Necker (que conspirava secretamente contra o rei) em 11 de julho de 1789, gerou mais descontentamento nos representantes da Assembleia Constituinte. As
manifestações e reuniões públicas tornaram-se mais frequentes, com
discursos inflamados contra as supostas
intenções repressivas do rei. Em resposta ao movimento das tropas, os revolucionários começaram a se armar. A busca por pólvora e munição levou-os a mirar a Bastilha, uma antiga fortaleza que no passado era destinada aos presos políticos, mas que servia na época como um depósito de armas e munição. Em 14 de Julho de 1789 uma multidão, em boa parte formada por elementos que mais tarde formariam a milícia jacobina chamada de "Sans Culottes", invadiu a Bastilha, matou e decapitou os guardas e capturou armas e munições. A queda da Bastilha passou a simbolizar a derrubada do poder opressor e a luta pela liberdade. Tornou-se um marco da Revolução. O dia 14 de julho tornou-se a data mais importante do país.
O GRANDE MEDO
Com a queda da Bastilha, uma nova onda de boatos espalhou-se afirmando que:
a) não havia mais governo, que agora era cada um por si.
b) a nobreza e os fazendeiros escondiam alimentos para aumentar o preço.
Estes boatos provocaram uma onda de roubos, saques e muita violência entre julho e agosto de 1789: muitos camponeses organizaram-se em milícias e passaram a atacar fazendas e castelos, saqueando e matando quem encontrassem pela frente. Muitos nobres fugiram do país. Ao mesmo tempo, essas milícias invadiram os cartórios e destruíram registros de dívidas e contratos.
A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE
Algumas decisões importantes da Assembleia foram:
1 - O fim de algumas obrigações feudais que em pleno século XVIII ainda eram exigidos dos camponeses.
2 - Elaboração da contraditória Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:
- decretava que todos os seres humanos eram livres (nem todos, pois a escravidão não havia sido abolida)
- decretava que todos eram iguais perante a lei (nem todos, pois o critério para ter direito ao voto era um certo patamar de renda...na prática, a maioria foi excluída, inclusive as mulheres)
- decretava liberdade de expressão, opinião e imprensa (na prática, essas liberdades foram extintas durante o período do Terror Jacobino, onde milhares foram mortos pelo simples fato de discordar, de criticar, de ter uma opinião diferente).
-decretava que a lei deveria ser igual para todos e que a punição deveria ser proporcional ao crime, mas, na prática, o Terror Jacobino condenou milhares à morte com base em acusações vagas ou infundadas.
3 - Criação de uma nova moeda: O Assignat: foi emitido entre 1789 e 1796. Inicialmente, os assignats foram criados como títulos de empréstimo, lastreados pelos bens confiscados da Igreja Católica e depois da própria monarquia. Esses títulos foram transformados em moeda em 1791 para ajudar a resolver a crise financeira do país. Os assignats foram emitidos em grandes quantidades, o que levou a uma forte inflação e à desvalorização da moeda. Apesar de terem sido uma solução temporária para a falta de liquidez, a emissão excessiva acabou por minar a confiança na economia francesa.
A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO FRANCESA
Foi promulgada em 1791 e dela podemos destacar:
- A monarquia deixava de ser absolutista e tornava-se constitucional, na prática, o rei estava submetido à Assembleia e à Constituição...o monarca teve seus poderes bastante restringidos, só podendo agir em situações definidas pela Constituição. Quem governava de fato era a Assembleia, através de sua liderança, a qual era definida pelos partidos que tivessem maioria, algo que é normal em qualquer regime parlamentar.
- O voto passou a ser censitário (votava quem tivesse determinado nível de renda), fato que revoltou a minoria radical.
- Extinção dos títulos de nobreza (uma das mais polêmicas decisões) e de todos os seus privilégios, uma decisão que iria provocar mais adiante a mobilização de alguns países para tentar invadir a França, atendendo o chamado secreto da monarquia.
-Confisco de terras e propriedades da Igreja, reduzindo sua influência política e econômica. A Igreja deixou de ser a religião oficial e muitas propriedades eclesiásticas foram vendidas para financiar as finanças públicas.
- A Constituição Civil do Clero: criou uma espécie de Igreja estatal, onde os padres que aderissem tornavam-se funcionários públicos e o povo elegia quem seria o padre da paróquia.
- Os clérigos que aderiram foram chamados de Clero Juramentado
- Os que se recusaram a fazer o juramento (Clero refratário) foram afastados de seus cargos. A situação ficaria ainda pior durante a república do Terror, quando foram perseguidos, presos e executados.
A criação de um clero nacional obediente ao Estado e separado da Igreja Católica atendia a algumas razões ou objetivos:
a) Redução do Poder da Igreja: A Igreja Católica era vista não apenas como um poder religioso, mas um poder político. A Assembleia queria reduzir esse poder e garantir que o clero fosse leal ao Estado, e não ao Papa.
b) Mais poder econômico: As riquezas materiais da Igreja serviram tanto para tornar o Estado ainda mais poderoso quanto para aliviar a dívida pública.
c) Unificação Nacional: criar um clero nacional ajudava a unificar o país sob um único discurso, um único ideal, uma única visão, um único controle, eliminando discursos e doutrinações divergentes e contrárias aos interesses do Estado.
d) Ideais Iluministas: Na França, o catolicismo era a religião oficial, embora não estivesse submetida às ordens diretas do rei, como ocorria na Inglaterra...mesmo assim, muitos iluministas queriam diminuir a influência religiosa sobre o povo e uma das ações era submeter a Igreja francesa à autoridade do Estado e não mais da autoridade papal.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E O SURGIMENTO DA POLARIDADE ESQUERDA X DIREITA
Após a elaboração da Constituição, a Assembleia Constituinte tornou-se Assembleia Legislativa, onde os deputados inicialmente debatiam como seria a melhor maneira de governar o país. Os posicionamentos políticos e econômicos foram configurando uma espécie de polaridade entre os que defendiam mais intervenção do Estado e os que queriam menos intervenção do Estado. Esta polaridade foi chamada de esquerda e direita, devido aos lugares onde sentavam-se os deputados na Assembleia.
A ESQUERDA: A MONTANHA/MONTANHESES/JACOBINOS: Seus representantes eram de maneira geral membros da média e pequena burguesia. por se sentarem à esquerda e nos lugares mais elevados da Assembleia, ganharam esses nomes... Foram também chamados de Jacobinos por frequentarem o clube radical “Sociedade dos Amigos da Constituição de 1789” que ficava no convento dos jacobinos (dominicanos) em Paris.
Principais características:
- Defendiam uma república em lugar da monarquia.
- Defendiam um poder político mais centralizado, ou seja, mais poder político e econômico na mão de um governo central. Essa centralização do poder resultará mais adiante na criação da República do Terror.
- No início, ainda defendiam ideais de liberdades individuais de opinião, expressão, imprensa, etc., os quais seriam abandonados no momento em que implantaram a república do Terror.
-Controle de Preços: Ao defender essa política, os Montanheses mostravam-se contraditórios e defensores de uma velha prática absolutista de Intervenção do Estado: controlar ou tabelar preços sempre foi uma medida que jamais teve efeito positivo, pois provoca desabastecimento, inflação e a criação de um mercado paralelo (ilegal). Entretanto, é uma medida populista, que agrada e ilude os mais pobres, os quais vem o governo como seu defensor e os comerciantes como pessoas cruéis e desumanas.
-Impostos Progressivos: outra ideia que contrariava o princípio da Igualdade de todos perante a lei. O princípio era que os mais ricos deveriam pagar mais impostos do que os pobres.
- Educação para todos: Acreditavam na importância da educação universal como meio de promover a igualdade de oportunidades.
- Jacobinos:
Principais líderes: Robespierre, Hébert, Marat e Saint-Just. Faziam
parte da média e pequena burguesia e defendiam a centralização do poder e forte intervenção na economia. Alguns eram mais radicais, como Jacques Hébert (mais impostos, mais
burocracia, mais controle).
- Cordeliers: seu grande líder
foi Georges Jacques Danton. Defendiam uma democracia mais direta e
participativa, com maior envolvimento popular nas decisões políticas.
Embora também fossem radicais, eram menos propensos a apoiar o uso
excessivo da violência e da repressão política. Mesmo assim, apoiaram a
ditadura jacobina. Sentavam-se à esquerda, junto com os jacobinos.
A DIREITA: GIRONDINOS: eram parte da alta e média burguesia que queria iniciar a industrialização da França, fato que já acontecia na Inglaterra.
-Defendiam o liberalismo econômico: mais liberdade de comércio e menos presença do Estado. Queriam acabar de vez com o velho Mercantilismo.
-Queriam copiar o liberalismo econômico inglês, o qual provocou excelentes resultados através da ampla oferta de empregos, barateamento das
mercadorias, desenvolvimento econômico e maior arrecadação fiscal. A Inglaterra era a maior potência econômica do mundo.
-Defendiam a livre concorrência, acreditando que o Estado deveria ter um papel limitado na economia, permitindo que os indivíduos e as empresas buscassem seus interesses econômicos sem muitas restrições. Essa seria a melhor maneira de gerar emprego e renda para os mais pobres. Quanto menos controle político sobre a economia, mais liberdade de fazer negócios, gerar empregos, gerar rendas e até mais arrecadação para os cofres públicos
-Eles sentavam-se no lado direito da Assembleia. Esse fato, com o tempo deu surgimento à falsa ideia de que a direita só defende o interesse dos mais ricos.
A MARCHA SOBRE VERSALHES (OU MARCHA DAS MULHERES)
Ocorreu em outubro de 1789, causado por diversos motivos: escassez de alimentos, inflação e a crescente insatisfação popular com a situação econômica. Essas dificuldades estavam sendo discutidas inicialmente por um grupo de mulheres comerciantes do Mercado de Paris, ao qual uniu-se uma enorme multidão que decidiu marchar até Versalhes para falar diretamente com o rei. Na chegada ao palácio, espalharam a mentira de que Maria Antonieta teria dito que se "eles não tem pão, que comam brioches"... A marcha teve um impacto significativo a tal ponto que o rei foi obrigado a morar em Paris, onde seria mais fácil de ser vigiado.
A FUGA E A PRISÃO DO REI
Causas:
- A questão religiosa: Havia uma forte tensão entre o rei e a Assembleia, devido à criação da Constituição Civil do Clero, pois até então, o rei era também o chefe local da Igreja Católica, tendo o poder de nomear bispos e outros líderes eclesiásticos.
- o rei e sua família eram praticamente prisioneiros do Palácio das Tulherias em Paris, onde suas ações eram monitoradas. A monarquia já estava enfraquecida e as tensões entre a família real e os deputados estavam crescendo. Um deputado chamado Mirabeau, que também era conselheiro do rei, sugeriu ao monarca que "...no caso da colaboração do rei com a Assembleia se tornar impossível, restaria a possibilidade de deixar Paris e comandar tropas favoráveis à sua causa e invadir a capital afim de dar cabo à Revolução".
- a pressão de aliados do rei no sentido de uma reação monárquica.
O rei tentou fugir e chegar à Áustria, entretanto, seus passos estavam sendo vigiados e em 21 de junho de 1791, a carruagem real é interceptada na cidade de Varennes, onde a família real é presa e escoltada de volta à Paris.
A INSTALAÇÃO DA REPÚBLICA
Muitos revolucionários iludiam-se e sonhavam com uma nova ordem, um novo modelo político e uma nova humanidade, onde fosse possível atingir a perfeição moral, onde não haveria mais nenhuma tradição nem religião...a base, a estrutura moral dessa humanidade seria a razão...
A prisão do rei leva a Áustria (terra natal da rainha) e a Prússia a declararem guerra à França. Além da prisão, havia outros motivos para essa declaração:
a) Medo da disseminação de algumas ideias tais como o fim dos privilégios da nobreza, confisco de terras, perseguição à Igreja Católica, etc.
b) a Revolução Francesa era vista como uma ameaça à ordem social existente, baseada no Antigo Regime.
c) Uma parcela considerável de nobres franceses já havia emigrado para a Prússia e a Áustria, onde alertavam para o perigo da expansão daquele processo revolucionário que ocorria na França.
d) interesse em anexar algumas fatias do território francês. Ao saberem da declaração de guerra, a Assembleia decretou a Pátria em Perigo e convocou todo o povo para defender o país. Dentre os deputados, destacaram-se Robespierre, Danton e Marat, conclamando o povo a lutar contra os invasores. Foi criado uma espécie de Exército Popular, o qual, mesmo sem o devido treinamento militar, conseguiu resistir e vencer a Batalha de Valmy. Em setembro de 1792, após a vitória, a república é proclamada, o rei é julgado e considerado culpado. Sua execução ocorre em janeiro de 1793.
A CONVENÇÃO NACIONAL / O COMITÊ DE SALVAÇÃO / PERÍODO DO TERROR
A guerra provocou a radicalização da Assembleia, contribuindo para a implantação da terrível fase chamada de o Terror. Os líderes jacobinos denunciavam que a França estava lutando ao mesmo tempo contra inimigos externos e internos. Era preciso tomar medidas radicais para prender e eliminar esses traidores da pátria. Os Girondinos não aceitavam essas medidas extremas dos jacobinos e passaram a ser acusados de traição e colaboração com os inimigos. Foram perseguidos e tiveram que fugir da França.
O GOLPE JACOBINO
Os jacobinos implantaram um governo baseado na violência institucionalizada (prisão, julgamento sumário e execução). Sendo assim, abandonaram todo e qualquer princípio democrático e de respeito aos que pensavam de maneira diferente e discordavam. Criaram o mais perfeito modelo de ditadura sanguinária, que serviu de base para os socialistas/comunistas do século XX.
Os jacobinos, como o apoio dos Sans-Culottes implantaram uma ditadura chamada de Comitê de Salvação Pública. Os Girondinos e todos os parlamentares que discordavam tiveram que fugir...quem não fugiu foi preso, julgado sumariamente, condenado e executado.
A REPÚBLICA DO TERROR JACOBINO (1793-1794)
O
Comitê de Salvação Pública era composto por Robespierre, Danton,
Saint-Just, Herbois, Carnot e outros. O que eles decidiam tornava-se
lei. O Comitê adotou medidas para reprimir qualquer ação que era considerada antipatriota e contrária aos seus interesses:
- Lei dos Suspeitos: O Comitê desconfiava de todos os franceses. Essa lei tinha critérios bastante vagos para definir que seria considerado um "suspeito"...sendo assim muita gente foi presa e executada injustamente. Isso provocou uma onda de prisões e execuções em massa...milhares de pessoas foram presas, julgadas sumariamente e executadas sob acusações de serem inimigos da revolução, incluindo os poucos nobres que ainda viviam no país, clérigos, cristãos devotos e até mesmo jacobinos considerados pouco radicais.
-Tribunal Revolucionário: prendia, julgava e executava rapidamente...era uma justiça precária, parcial e injusta. Os réus eram acusados com base em acusações vagas de conspiração, traição ou "inimizade à revolução"...era difícil contestar as acusações de forma eficaz. Os julgamentos eram apressados, e os réus tinham pouca ou nenhuma chance de defesa adequada.
- A Descristianização: Para o Comitê, dar a vida pela fé cristã e não pela ideologia do Estado era um crime. O cristianismo passou a ser visto como inimigo e por isso foi criado um programa de Descristianização, que continha em linhas gerais:
- Novo Calendário: com base nas estações do ano e tempos de plantio e colheita (Exemplo: vindimário, brumário, termidor, nivoso, pluvioso, ventoso, germinal, florial, prairial, etc.)
- Os meses continuavam com trinta dias, entretanto, as semanas tinham 10 dias, onde se trabalhava nove e descansava um. Sendo assim, não existia mais o domingo, dia considerado sagrado pelos cristãos. Os feriados cristãos também foram retirados do calendário, assim como os nomes religiosos de ruas, cidades, etc.
- Cada dia tinha 10 horas, cada hora, 100 minutos; e cada minuto, 100 segundos. O sistema decimal era, dessa forma, a base da reelaboração do calendário, evidenciando a influência do racionalismo e da matemática como contraponto à influência religiosa na marcação do tempo.
- ANO I: deixou de ser o ano do nascimento de Cristo e passou a ser o ano da instauração da República, em 1793. O primeiro dia do calendário francês correspondia, então, ao dia 22 de novembro de 1793 do calendário gregoriano.
- Esse calendário foi mantido pelos Girondinos e só foi abolido por Napoleão, em 1804.
Ações positivas do Comitê: embora marcado muito mais pelo derramamento de sangue e perseguição aos opositores, o Comitê deixou alguma coisa positiva:
a) abolição da escravidão nas colônias
b) implantação de escolas públicas
c) Recrutamento militar: conhecido como Levee en Masse, permitiu que a França mobilizasse grandes exércitos em curtos períodos de tempo, contribuindo para sua capacidade de defesa durante as Guerras Napoleônicas.
Alguns dos massacres promovidos pelos Jacobinos:
-Massacres de Setembro de 1792: executados pelos Sans-Culottes, onde centenas de prisioneiros políticos, incluindo membros da nobreza e clero, foram mortos.
-Levantes em Lyon: Lyon se rebelou contra a Revolução e foi duramente reprimida pelas forças revolucionárias, resultando em execuções em massa.
-Execuções na guilhotina: As execuções na guilhotina tornaram-se comuns durante o Terror, com milhares de pessoas, incluindo líderes políticos e membros da aristocracia, sendo executadas publicamente.
-Assassinato das Irmãs Carmelitas de Compiègne: aqueles que se recusavam a renunciar à sua fé religiosa ou a abandonar seus votos religiosos eram frequentemente vistos como suspeitos de deslealdade à Revolução. Os jacobinos exigiam que os cidadãos jurassem lealdade à República Francesa e à causa revolucionária, e isso incluía renunciar a quaisquer lealdades religiosas que pudessem interferir com essa lealdade. As freiras recusaram-se e por isso foram guilhotinadas.
-Levantes em Toulon: Toulon, uma cidade portuária importante, se rebelou e foi retomada pelas forças republicanas, levando a punições severas contra os rebeldes.
-Genocídio na Vendeia: estima-se que entre 100 mil e 200 mil pessoas teriam sido assassinadas pelo simples fato de serem católicos fieis a Roma e não aceitavam a descristianização.
O COMITÊ PERDE O APOIO E CHEGA AO FIM
Com o passar do tempo, os Jacobinos foram perdendo a simpatia e o apoio de uma boa parte do povo, o qual não concordava com a descristianização e questionava um governo que tinha abandonado qualquer princípio básico de humanidade, racionalidade, compreensão, respeito, piedade, fraternidade, etc. O Comitê estava cego e sedento por sangue...Danton, um dos membros do Comitê, aconselhava que era preciso diminuir tanta perseguição e matança, pois o Comitê iria inevitavelmente perder o apoio da maioria do povo. Para sua surpresa, Robespierre o acusou de ser traidor e o Comitê ordenou sua execução.
A REAÇÃO TERMIDORIANA (9 DO TERMIDOR)
A carnificina promovida pelos jacobinos gerou uma natural reação dos opositores, os quais ganharam apoio suficiente para derrubar a ditadura. Essa reação resultou no evento chamado de Reação Termidoriana, através da qual os opositores (alguns afirmam que eram Girondinos que estavam escondidos, outros afirmam que eram jacobinos revoltados com a carnificina do Comitê) conseguiram apoio militar suficiente para prender e executar rapidamente os principais líderes do famigerado Comitê.
GOVERNO DO DIRETÓRIO
Embora tenham reaberto a Assembleia, o novo governo adotou um modelo parecido com o anterior: consistia em um grupo de cinco diretores executivos, o qual, na prática, manteve a ditadura. O Diretório foi marcado por instabilidade política, corrupção e lutas pelo poder. E
Principais ações:
- Menos, mas não o fim do Terror: O Diretório marcou o fim do período mais violento da Revolução Francesa, conhecido como o Terror, embora ainda tenham continuado a perseguição aos cristãos da Vendeia.
- Retorno do voto censitário.
- Retomada das Relações Internacionais: O Diretório buscou normalizar as relações com outras nações europeias após anos de conflito durante as Guerras Revolucionárias Francesas. O Tratado de Campoformio, em 1797, marcou uma trégua nas hostilidades com a Áustria e outras potências europeias.
O FIM DO DIRETÓRIO - O GOLPE DO 18 DE BRUMÁRIO
O governo do Diretório governou entre 1795 e 1799, sem conseguir pacificar o país, o qual vivia mergulhado em revoltas comandadas pelos opositores espalhados por toda a França. Eram constantes as lutas de facções, os assassinatos, roubos, vandalismo, etc. Uma destas rebeliões foi a Conspiração dos Iguais, liderada pelo jacobino radical Graco Babeuf, que defendia uma sociedade onde não existiria a propriedade privada. Os Girondinos sufocaram esta rebelião, onde Babeuf terminou sendo executado.
A França estava em um estado de caos político e instabilidade. Diante desse quadro, o nome de Napoleão passou a ser visto como o único que conseguiria pacificar internamente o país. Napoleão estava famoso por ser excelente estrategista que conseguiu levar a França a derrotar os inimigos em suas fronteiras. Napoleão foi convidado a participar do golpe que resultou no fim do Diretório e na ascensão do Consulado. O golpe do 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) foi planejado por vários políticos, incluindo membros do Diretório.
O CONSULADO - NAPOLEÃO NO PODER
Napoleão assumiu o comando do país como Primeiro Cônsul, o cargo mais poderoso do governo. Usando a violência do Exército, Napoleão consegue pacificar a França. Ao longo dos anos seguintes, Napoleão consolidou seu poder e em 1804 tornou-se imperador.
-
Fim dos privilégios do clero e da Nobreza
-
Fim das últimas obrigações medievais;
-
Estímulo à derrubada do absolutismo, o qual iria ocorrer no restante da Europa no início do século XIX;
-
Inspiração para a libertação das colônias na América hispano-portuguesa (que ocorreu nas duas primeiras décadas do século XIX na América Latina)
-
Popularização da república como forma de governo;
-
Popularização da ideia separação dos poderes;
-
Ideais de liberdade individual e igualdade jurídica
-
Ideais de patriotismo.
LEGADO NEGATIVO
- a ditadura do Comitê de Salvação Pública serviu de inspiração para os regimes opressores marxistas, em especial na revolução russa. Os marxistas copiaram o modelo autoritário: Comitê Central, Milícias, prisão e execução sumária de suspeitos, tribunal revolucionário, perseguição a todo o tipo de religião, criação de uma religião oficial obediente ao Estado, milhares de execuções, etc.
ALGUNS DOS PRINCIPAIS PROTAGONISTAS DA REVOLUÇÃO:
SANS CULOTTES: de maneira geral eram pessoas com poucas posses, trabalhadores urbanos e artesãos, cujo apelido vinha das calças simples que usavam. Eles aliaram-se aos Jacobinos e serviram como uma espécie de milícia que muitas vezes chegou a a matar todos aqueles que eram considerados inimigos do povo. Os Sans-culottes participaram de alguns dos massacres contra o próprio povo:
1. Massacres de Setembro (1792) Contexto: um período de grande tensão, logo após a queda da monarquia e as tentativas de invasão estrangeira. Havia um medo generalizado de que monarquistas, nobres, clérigos e parte do povo se unissem às forças invasoras e apoiassem uma contra-revolução.
O Massacre: Entre 2 e 6 de setembro de 1792, os sans-culottes invadiram várias prisões em Paris, matando cerca de 1.200 a 1.400 prisioneiros políticos. As vítimas incluíam alguns nobres, uma parte do clero refratário, soldados da guarda suiça (guarda do rei), etc. O massacre foi brutal, com torturas e execuções sumárias.
2. Jornadas de Junho e Julho de 1793. Contexto: os sans-culottes foram mobilizados para reprimir qualquer oposição à Revolução e para garantir a aplicação das medidas radicais defendidas pelos jacobinos. A economia estava em colapso, e havia uma crescente demanda por ações decisivas contra os "inimigos da revolução".
O Massacre: Em várias ocasiões, sans-culottes participaram de ações violentas, incluindo execuções sumárias de supostos contra-revolucionários e traidores. Em Paris, eles se envolveram na repressão dos girondinos e em outras violências contra aqueles vistos como inimigos do povo, embora esses atos fossem muitas vezes mais repressões localizadas do que massacres em grande escala.
3. Massacre de La Glacière (Avignon, 1791)
Contexto: Embora os sans-culottes de Paris sejam os mais conhecidos, havia movimentos semelhantes em outras partes da França. Em Avignon, que havia sido recentemente anexada à França, havia tensões entre revolucionários pró-franceses e monarquistas.
O Massacre: Em outubro de 1791, após a prisão de monarquistas locais, revolucionários invadiram a prisão de La Glacière e mataram entre 60 e 120 prisioneiros, em um episódio de violência política local. Este massacre foi um prelúdio para a radicalização que ocorreria em Paris.
4. Dia 10 de Agosto de 1792
Contexto: Durante a invasão do Palácio das Tulherias, os sans-culottes desempenharam um papel crucial ao derrubar a monarquia. Embora este evento não seja sempre classificado como um massacre, ele envolveu considerável derramamento de sangue.
O Massacre: Após a invasão, a Guarda Suíça, que defendia o palácio, foi atacada e massacrada pela multidão. Centenas de soldados foram mortos, muitos deles depois de já terem se rendido. Esse evento marcou o fim do poder real e o início de uma fase ainda mais radical da Revolução.
Os sans-culottes participaram de vários atos de violência extrema durante a Revolução Francesa, sendo os Massacres de Setembro de 1792 o exemplo mais notório. Esses episódios refletem o nível de radicalização e o ambiente de medo e paranoia que permeou a Revolução em seus momentos mais críticos. Embora motivados por um desejo de proteger a Revolução e eliminar seus inimigos, essas ações também mostraram o lado sombrio da violência popular, onde a justiça revolucionária frequentemente se transformava em vingança brutal.
DANTON: foi uma das figuras centrais da Convenção; era conhecido pelo seu carisma, liderança e excelente oratória que encantava os ouvintes. Foi um dos fundadores do Clube dos Cordeliers, um grupo revolucionário que promovia ideias republicanas. Após a queda da monarquia, Danton foi nomeado Ministro da Justiça: ele ajudou a estabelecer os tribunais revolucionários e a coordenar a defesa da república contra inimigos internos e externos. Danton foi um membro influente do Comitê de Salvação, até o momento em que passou a discordar e combater tudo aquilo que era contraditório: julgamentos e execuções sumárias, prisões arbitrárias, a banalização da violência como seu fosse algo rotineiro, intolerância e perseguição contra quem discordava...a cegueira do Comitê passou a considerar Danton um traidor, condenando-o à guilhotina.
ROBESPIERRE: É considerado o Pai ou Fundador do Terror de Estado contra seu próprio povo...claro que não o criou sozinho, mas acompanhado por outros assassinos membros do Comitê de "Salvação"...eram homens que amavam tanto a humanidade que eliminavam qualquer um que discordasse...seu governo diabólico serviu de inspiração para outros ditadores que no futuro matariam muito mais (Stálin, Lênin, Mao Tse Tung, etc.). Robespierre era bastante inteligente, mas iludia-se com a utopia de uma república de virtudes onde viveria uma nova humanidade baseada em uma nova moral libertada da tradição e da religião...essa nova moral estaria fundada na liberdade, igualdade e fraternidade (o que já demonstrava sua contradição, pois a liberdade pressupõe que os indivíduos podem discordar e criticar livremente qualquer tema, algo que seu governo proibia, perseguia e matava quem assim procedia). O famoso jacobino foi um brilhante advogado que ficou famoso por defender muitos pobres...com o sucesso, foi eleito deputado pelo Terceiro Estado para a Assembleia dos Estados Gerais, onde destacou-se pela retórica e oratória impecável, ironicamente em prol da liberdade e direitos civis. Na Assembleia, ganhou a fama de ser "Incorruptível" e implacável na defesa de um país livre de tudo o que considerava injusto. Admirava a Constituição americana e era contra a escravidão e a pena de morte, antes de comandar o Terror Jacobino.
MARAT: Jean Paul Marat foi um intelectual iluminista, médico e um dos mais radicais deputados...Logo após a queda da Bastilha, fundou os jornais "O Amigo do Povo" e o "Diário da República Francesa", onde defendia os ideais da revolução e atacava ferozmente tanto os opositores da revolução quanto aqueles que ele considerava moderados...recebia constantes ameaças de morte devido aos seus ataques, chegando ao ponto de se esconder por uns tempos nas catacumbas de Paris, onde contraiu uma doença de pele. Ficou muito famoso no Período do Terror por causa das publicações diárias de listas de suspeitos, os quais terminavam sendo guilhotinados. Essas denúncias nem sempre verdadeiras, provocaram a ira de Charlotte Corday, que decidiu vingar a morte de seus amigos, matando Marat com uma facada.
JACQUES HÉBERT: jornalista e político francês, líder dos hebertistas, uma facção ultra-radical jacobina que defendia ideias extremas:
-A descristianização e sua substituição pelo ateísmo, através do culto da "deusa" Razão.
-Execução de toda a nobreza, todo o clero e de opositores da revolução.
- Divergência com Robespierre: Embora fosse radical, Robespierre, mesmo tendo implantado a descristianização, considerava uma ideia desestabilizadora para a revolução. Robespierre preferia o culto ao ser supremo em lugar do culto da Razão.
-Perda de apoio: Hébert e seus apoiadores acusavam o Comitê de Salvação de ser moderado demais; queriam uma radicalismo ainda maior, mais violência e mais sangue. Por sua oposição ao Comitê, foram presos e condenados à guilhotina em 24 de março de 1794.
SAINT-JUST: Ficou conhecido por juventude, intransigência, determinação, insensibilidade e total falta de escrúpulos; por ser muito jovem e belo foi apelidado de "o Arcanjo do Terror". O jovem escritor e político viveu apenas 26 anos, mas ficou famoso pela sua grande retórica e pela intransigência com que defendia o Terror contra todos os que minimamente criticassem ou divergissem. o que tinha de juventude, tinha de maldade. Para ele, qualquer crítica ao Comitê era inaceitável, sendo considerado um crime. considerado um criminoso. Chegou a escrever que qualquer um que se mostrasse indiferente às decisões do Comitê deveria ser considerado culpado de se opor à Revolução, merecendo por isso a morte. Morreu através do mesmo processo que defendera para dezenas de milhares de pessoas: sem direito a defesa, guilhotinado de forma pública na Praça da Revolução.
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