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domingo, 21 de maio de 2023

GUERRA DOS MASCATES (1710-1711)

A Guerra dos Mascates foi um conflito ocorrido no início do século XVIII, mais especificamente entre 1710 e 1711. O conflito foi consequência da crescente tensão entre a antiga e decadente elite açucareira instalada em Olinda, que via seu poder e influência diminuírem, e a emergente burguesia mercantil de Recife, composta principalmente por comerciantes portugueses, apelidados pejorativamente de "mascates" pelos olindenses. A faísca que acendeu o barril de pólvora foi a elevação de Recife à categoria de vila, um ato que concedeu autonomia política à cidade e quebrou a subordinação a Olinda, gerando a revolta dos olindenses.
Causas do Conflito

a) As dificuldades da economia açucareira: 
A Insurreição Pernambucana, que culminou na expulsão dos holandeses, deixou um rastro de destruição na principal atividade econômica da capitania: a produção de açúcar. Engenhos foram incendiados, lavouras devastadas e, fundamentalmente, houve uma significativa perda de mão de obra escrava.
b) A reconstrução dos engenhos exigiu investimentos vultosos: os donos de engenho tiveram que recorrer a empréstimos para reerguer suas propriedades, obter mão de obra e reativar a produção. Sendo assim, os donos de engenhos estavam bastante endivididados, principalmente dos ricos comerciantes e agiotas instalados no Recife, a quem recorreram para obter crédito. Essa relação se tornou cada vez mais desfavorável aos senhores de engenho. As dívidas acumuladas, muitas vezes com juros exorbitantes, os colocavam em uma posição de subordinação econômica em relação aos comerciantes. 
c) A inversão do poder econômico: Recife, mesmo subordinada a Olinda, era mais poderosa economicamente. Essa inversão de poder gerou um profundo ressentimento na elite olindense. Eles viam sua antiga hegemonia ruir diante da ascensão dos comerciantes, a quem consideravam socialmente inferiores e meros "aventureiros". A riqueza gerada pelo comércio e pela atividade financeira em Recife contrastava com a crescente dificuldade dos senhores de engenho em manter seus privilégios e sua influência. 
d) A Ascensão de Novos Produtores de Açúcar: a saída dos holandeses do Brasil em 1654 não significou o fim de sua participação no mercado açucareiro. Pelo contrário, eles levaram consigo as técnicas de produção e passaram a produzir açúcar nas Antilhas Holandesas. Além disso, outras potências coloniais, como Espanha (em Cuba), França (no Haiti) e Inglaterra (na Jamaica), também investiram pesadamente na produção de açúcar em suas colônias caribenhas. Esses novos centros produtores representavam uma ameaça direta ao monopólio e à hegemonia brasileira no mercado açucareiro global. 
e) Vantagens Competitivas dos Novos Produtores: Proximidade Geográfica: As colônias do Caribe estavam geograficamente mais próximas dos principais mercados consumidores europeus. Isso resultava em custos de frete significativamente menores para o açúcar produzido nessas regiões. 
f)Tecnologia e Eficiência: Os holandeses, em particular, e posteriormente outros países, introduziram melhorias nas técnicas de produção e refino do açúcar em suas colônias, aumentando a eficiência e, por vezes, a qualidade do produto. 
g) Preços Mais Competitivos: Com custos de produção e, especialmente, de transporte mais baixos, o açúcar do Caribe e das Antilhas era vendido na Europa por preços mais competitivos do que o açúcar brasileiro.
h) Impacto na economia açucareira brasileira: A maior oferta de açúcar no mercado internacional, somada à concorrência de produtores mais eficientes e com fretes mais baratos, levou a uma queda acentuada no preço do açúcar brasileiro. 
Essa queda de preços significava menor lucro para os senhores de engenho de Pernambuco, que já enfrentavam o custo da reconstrução de seus engenhos e a compra de novos escravizados após a Insurreição Pernambucana. 
i) Poder e Ostentação: Os senhores de engenho viviam um estilo de vida luxuoso, ao ponto de serem considerados como a "nobreza da terra" : o engenho não apenas como uma fonte de renda, mas como um símbolo de status e poder social e político. Acostumados a vender seu produto com margens de lucro elevadas e sem grandes desafios de mercado, eles tinham dificuldades em entender que os tempos eram outros 
j) Adaptação aos novos tempos: Para que o açúcar pernambucano continuasse competitivo, seria necessário reduzir drasticamente os custos de produção para compensar o frete mais elevado. Isso implicaria em: 
Modernização dos Engenhos: Investimentos em novas técnicas e equipamentos para aumentar a eficiência da produção.
Gestão Mais Rigorosa: Controle de gastos, otimização da produção, diminuição do estilo de vida ostentatório, etc. 
k) Elevação do Custo da mão de obra escrava: Além disso, o custo do tráfico negreiro estava elevado devido ao início do ciclo da mineração, fato que elevou bastante o preço dos escravos. 

Causas do crescimento do Recife:
- 
Tendo um porto privilegiado, o Recife naturalmente se tornou o centro das atividades mercantis da capitania. Era através do porto que se exportava toda a produção açucareira. Todo o açúcar produzido nos engenhos, tanto os de Olinda quantos os de outras localidades, precisava ser escoado pelo porto do Recife para ser enviado à Europa, dando aos comerciantes recifenses grande controle sobre essa cadeia de suprimentos. 
- Ao mesmo tempo, era através do porto que se importavam escravos, manufaturas, tecidos, armamentos, alimentos, etc., tudo passava pelo porto do Recife.
- Naquela época, a economia pernambucana era  profundamente marcada pela monocultura da cana-de-açúcar. A busca por maximizar a produção de açúcar levou à destinação da vasta maioria das terras férteis para o plantio da cana. Consequentemente, a produção de alimentos básicos era pequena.  Isso gerou uma crítica dependência da importação de alimentos de outras capitanias (como a Bahia e o Sul do Brasil) ou até mesmo de Portugal. Grãos, carnes, farinhas e outros gêneros essenciais para alimentar a população (colonos e escravizados) precisavam ser trazidos de fora. Esta dependência externa de alimentos conferia aos comerciantes do Recife um poder imenso: eles controlavam não apenas a exportação do açúcar, mas também a importação de tudo o que era necessário para a vida diária.
os comerciantes enriqueceram ao ponto de emprestar dinheiro aos senhores de engenho, cobrando elevados juros.
-Junto com a decadência havia a inveja da aristocracia açucareira, que passou a apelidar os comerciantes (que em sua maioria eram portugueses) de mascates.

Poder econômico X Poder Político: os comerciantes tinham poder econômico, mas não o político: dependiam das decisões da Câmara de Olinda, a qual estava nas mãos dos donos de de engenho. As decisões da Câmara pouco ou nada favoreciam o Recife. Todos os impostos eram recolhidos em Olinda. Diante dessa situação desfavorável, os recifenses fizeram chegar ao rei de Portugal suas queixas, o qual, em 1703 autorizou o direito do Recife de ter  representantes na Câmara. Na prática, essa decisão não resultou em nenhuma medida positiva, pois os donos de engenhos eram maioria na Câmara e aprovavam tudo o que quisessem.
O Estopim da guerra:
insatisfeitos, os recifenses apelaram ao rei Dom João V para que emancipasse o Recife. 
A emancipação ocorreu em 1709, quando o rei assinou o alvará régio que elevou o Recife à condição de vila, tornando-o administrativamente independente de Olinda. Essa medida foi vista como uma afronta pelos senhores de engenho olindenses, pois perderiam perder político e econômico.
- sendo elevada à condição de vila, Recife ganhava o direito de ter uma câmara municipal própria e não pagaria mais impostos à Olinda. De imediato, os recifenses mandaram erguer um pelourinho. 
Por que os olindenses (donos de engenho) não aceitavam essa decisão?
a) porque deixariam de receber os impostos dos recifenses
b) porque perderiam poder econômico e político
c) porque os vereadores da Câmara do Recife, com o apoio do governador, poderiam decretar a execução de suas dívidas com os "mascates"
d) porque Olinda deixaria de ser a sede do governo da Capitania

A Revolta dos Olindenses:
Revoltados com a separação e a perda de poder, os olindenses decidiram partir para a violência, destruindo o pelourinho em 1710. 
O capitão olindense, Bernardo Vieira de Melo era um dos revoltados e teria bradado pela primeira vez o grito de república, no Senado de Olinda...mesmo assim, essa revolta não foi separatista, mas uma revolta de insatisfação da aristocracia açucareira contra toda a situação que lhes era desfavorável...na esteira dos acontecimentos, os olindenses ainda tentaram matar o governador Sebastião de Castro Caldas, acusado de favorecer os recifenses. Ferido,  Caldas partiu para Salvador.

O Bispo de Olinda no poder: os olindenses, reunidos na Câmara, empossam o bispo de Olinda, dom Manuel Álvares da Costa como novo governante da capitania.O bispo decretou o perdão geral.
A fase da guerra: os recifenses partiram para o revide: destruíram engenhos e prenderam  lideranças olindenses, dentre eles, Bernardo Vieira de Melo e o bispo dom Manuel. A reação de Olinda foi arregimentar tropas para cercar o Recife.

A Intervenção portuguesa:
 Ao saber das notícias vindas do Brasil, a coroa portuguesa decidiu enviar tropas e um novo governador, Félix José de Mendonça, o qual chegou afirmando ser neutro em relação ao conflito...entretanto, após assumir o governo da capitania, favoreceu os mascates e mandou prender mais de 150 pessoas, acusadas de rebelião, separatismo e planejamento de um atentado.
O Final do conflito: Em 1712, Recife é elevada à condição de vila, ganha autonomia, passa a ter sua própria Câmara; Bernardo Vieira de Melo e seu filho André Vieira de Melo são enviados presos para Lisboa, onde são julgados, condenados e presos. Em 1714, o rei Dom João V anistiou os envolvidos e perdoou as dívidas dos senhores de engenho olindenses.
Em 1823, Recife é elevada à condição de cidade e em 1827 tornou-se a capital da província de Pernambuco. 
Olinda na atualidade: Há muito tempo que Olinda deixou de produzir açúcar. Com o passar do tempo, seu imenso território foi sendo subdividido em novas cidades. Hoje, em termos de área, Olinda é a menor cidade da região metropolitana do Recife e a terceira menor do Estado de Pernambuco. Por outro lado, sendo Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (desde 1982), Olinda atrai grande número de turistas, fato que favorece o turismo, o comércio, a hospedagem, o artesanato, etc. Olinda tornou-se conhecida também como uma cidade da festa, através de seu famoso carnaval que atrai milhares de foliões e gerando uma movimentação econômica significativa para o setor de serviços, hotelaria, gastronomia e comércio.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

EXPANSÃO TERRITORIAL E CICLO DA MINERAÇÃO

Entre os séculos XVII e XVIII, o Brasil mais que duplicou o tamanho do seu terrritório...o Brasil tornou-se a maior colônia portuguesa e se transformaria no quinto maior país do mundo após sua independência no século XIX.














Causas da Expansão Territorial
- A União Ibérica (1580-1640):
Mesmo não tendo sido extinto o Tratado de Tordesilhas, a união das coroas facilitou as investidas luso-brasileiras no território além da linha do tratado, principalmente através da ação de alguns protagonistas.


Protagonistas da Expansão

As Entradas
Ao tomar posse da América portuguesa, Portugal se deparou com um imenso território onde imaginava encontrar ouro de imediato, assim como aconteceu com os espanhóis no México. Nos primeiros anos da colonização, Portugal financiou expedições chamadas de Entradas, as quais eram geralmente militares, com objetivos diversos tais como a expansão do território, a procura por pedras preciosas, metais preciosos, drogas do sertão ou qualquer coisa que fosse lucrativa.

- Os Militares: realizaram expedições principalmente na Amazônia, uma imensa região pouco explorada pelos espanhóis. Os militares portugueses mapearam, expulsaram invasores (holandeses, franceses e ingleses), e construíram fortalezas. O maior destaque foi o português Pedro Teixeira, que passou para a história como o conquistador da Amazônia: em outubro de 1637, cumprindo ordens do governador da capitania do Grão-Pará, Jácome Raimundo Noronha, liderou uma expedição fluvial com o objetivo de chegar à cidade de Quito, no atual Equador, façanha que conseguiu concluir em outubro de 1638.

- Os Jesuítas: fundaram diversas missões pelos sertões do Brasil, principalmente em direção ao sul do Brasil, onde catequizavam e defendiam os indígenas contra as investidas dos bandeirantes.
É importante frisar que as missões (ou reduções) não tinham como objetivo a expansão territorial em si, mas sim a catequese e a proteção dos indígenas contra as tentativas de escravização. Os jesuítas foram alvo de conflitos com as autoridades coloniais, que viam nelas uma ameaça ao controle do território e à mão de obra escrava indígena.

- Os Criadores de Gado: foram responsáveis por desbravar e ocupar vastas áreas dos sertões da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Maranhão, Mato Grosso, etc. Foram eles os principais protagonistas da incorporação do sul do Brasil ao território da América portuguesa.

- Os Paulistas ou Bandeirantes:
antes do ciclo da mineração, a economia da atual região sudeste era inferior à do Nordeste. Na capitania de São Vicente, seu litoral estreito dificultava a expansão agrária. Para os que produziam acima da serra do mar, ou seja, no planalto, havia a dificuldade de levar a carga através da serra até chegar ao litoral. Sendo assim, havia um certo isolamento de quem vivia no planalto. Esse isolamento levou os paulistas a se especializarem em explorar os sertões, em busca de índios e de metais ou pedras preciosas. Essas explorações foram chamadas de Bandeiras e os paulistas ficaram conhecidos também como bandeirantes. Havia três tipos de Bandeiras:
a) Bandeira de Prospecção ou exploração: procuravam encontrar metais e pedras preciosas.
b) Bandeira de Preação ou apresamento: eram destinadas à captura e comércio de indígenas.
c) Bandeira de Contrato: prestavam serviços de captura de índios, escravos fugidos, localização e aniquilamento de quilombos, etc.

Bandeirantes: Heróis ou vilões?

 

 








No final do século XIX e em boa parte do século XX, os bandeirantes eram retratados como heróis, os principais agentes da expansão territorial do Brasil. Entretanto, pesquisas mais recentes mostraram um lado cruel, o de caçadores de índios e exterminadores de quilombos.  Em nossos livros didáticos o bandeirante é retratado dessas duas formas: herói por um lado e vilão por outra.

Quem foram os bandeirantes / Os riscos do bandeirismo

a maioria era pobre, falava a língua geral (o tupi), eram mamelucos, criados com a mãe índia, andavam descalços e usavam roupas muito simples.
A atividade bandeirante (ou bandeirismo) era arriscada: estava sujeita às doenças tropicais, aos ataques de animais selvagens e dos indígenas...além disso, nem sempre os mantimentos que levavam eram suficientes; quando acabavam, era necessário alimentar-se de caça e coleta...entretanto, a possibilidade de melhorar de vida atraía muita gente, principalmente os mais pobres, que não tinham muita escolha.
A bandeira de prospecção, que eram as maiores, era composta também pelo pessoal de apoio, ou seja, os ajudantes ou auxiliares responsáveis por tarefas como o transporte de suprimentos, a construção de acampamentos e fortificações temporárias, o cuidado com os animais e outras atividades necessárias para a sobrevivência e sucesso das expedições.

Muitos índios também eram atraídos para essas bandeiras por motivos que iam da vingança contra inimigos até o desejo de obter ferramentas, tecidos, riquezas e até proteção contra  ataques de outros grupos indígenas.


O tamanho das bandeiras era variável: 
-as menores tinha em torno de 40 integrantes, com destaque para as bandeiras de preação.
-as de porte médio, entre 50 a 200 homens
-as de grande porte, podiam contar até com 300 ou mais homens.

Bandeiras de Preação ou Apresamento ou Captura: geralmente eram de tamanho pequeno porque sua estratégia era o ataque surpresa, a emboscada e a rapidez para fugir levando os prisioneiros. Em média tinham entre 30 e 50 componentes. Não podiam ser mais numerosas para não chamar a atenção dos indígenas. Muitas vezes, entre seus integrantes havia também indígenas aliados (como os Tupiniquins ou Guaranis), que conheciam as rotas e aldeias-alvo.
Expedições de captura maiores (50+ homens) ocorriam quando havia resistência organizada (como tribos guerreiras ou missões jesuíticas fortificadas).

Alguns dos bandeirantes mais famosos foram: Fernão Dias Paes Leme, Manuel de Borba Gato, Antonio Raposo Tavares, 
Bartolomeu Bueno da Silva (Anhanguera), Domingos Jorge Velho, Manuel Preto, Nicolau Barreto, Antonio Rodrigues de Arzão (considerado o primeiro bandeirante que descobriu ouro).

A Descoberta de ouro e a onda migratória
Na última década do século XVII, os bandeirantes descobriram ouro na região norte da capitania de São Vicente (atual Minas Gerais). Por terem descoberto, achavam-se os únicos com direito a garimpa-lo....entretanto, a divulgação da notícia provocou intensas ondas migratórias de pessoas vindo de várias partes do Brasil e também de Portugal, passando a disputar com os paulistas o direito de garimpar.

A Intervenção Portuguesa
Em 1702, ao saber de que havia muito ouro na colônia, Portugal interveio nas regiões mineradoras, criando a Intendência das Minas, órgão responsável pela administração, fiscalização, policiamento, cobrança de impostos e justiça. A Intendência era responsável também pela divisão das jazidas em lotes (chamadas de datas) que mediam cerca de sessenta e seis metros de cada lado. Nas casas de fundição, para onde todo o ouro garimpado era obrigatoriamente levado pelo dono, era cobrado o imposto chamado de O quinto, após o ouro ser derretido e transformado em uma barra.

A Guerra dos Emboabas: A principal causa foi a disputa por garimpos. O apelido de emboaba era pelo fato dos forasteiros usarem botas. O conflito ocorreu entre 1707 e 1709. Os emboabas passaram a ter o apoio da coroa portuguesa e venceram a disputa. Para as autoridades, era importante que mais pessoas garimpassem, já que mais ouro seria extraído e mais imposto seria cobrado.

Consequências da Guerra:
- A coroa portuguesa decidiu regulamentar:
a) Criação da Minas Gerais em 1709
b) São Paulo deixa de ser vila, tornando-se cidade
e) Derrotados, os paulistas partiram para o oeste, onde anos mais tarde descobriam jazidas de ouro nos atuais estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

O CICLO DA MINERAÇÃO - O CRESCIMENTO POPULACIONAL
A riqueza gerada pela mineração levou a capitania de Minas Gerais a se tornar a mais rica da colônia. Em 1760, Minas Gerais era a mais rica porção de terra de todo o reino português, por conta da extração do ouro e pedras preciosas. Em termos de população, Vila Rica, atual Ouro Preto, era um dos locais mais populosos povoados das Américas: para se ter uma ideia, Vila Rica tinha cerca de 40 mil habitantes , enquanto Nova York contava com cerca de 20 mil e a futura São Paulo só possuía cerca de 8 mil pessoas.

A MÃO DE OBRA ESCRAVA
Em princípio, alguém poderia argumentar que o garimpo não necessitava de tanta mão de obra quanto nos engenhos de açúcar. Nos engenhos era preciso um enorme terreno com muitos escravos para plantar e cortar a cana, moê-la, fabricar o açúcar, encaixotá-lo, etc...nos garimpos, bastava alguém usando uma bateia para garimpar. Na realidade,  os garimpeiros perceberam que precisavam também de muitos escravos, pois quanto mais gente garimpando, mais chances de extrair ouro. Outra justificativa foi a do garimpo subterrâneo, quando foi preciso cavar profundos buracos e garimpar em galerias subterrâneas...foi necessário até mais escravos do que na produção açucareira.
A população aumentaria ainda mais com a importação dos escravos africanos, os quais passaram a compor a base da sociedade. Mestiços e negros chegaram a compor cerca de 77,9% da população, tamanha era a necessidade de mão de obra. Doenças como a disenteria, a malária, as infecções pulmonares e as mortes por acidentes eram rotineiras. Entretanto, a resistência à escravidão foi intensa: Foi no ciclo da mineração onde houve o maior número de quilombos de toda a colônia, algo em torno de 160, entre os anos de 1710 e 1798.

Os Impostos
- O quinto foi o primeiro dos impostos sobre a mineração: 20% do ouro, diamantes ou qualquer metal/pedra preciosa deveria ser repassado à Coroa. Sendo precária a fiscalização, o povo procurava por todos os meios burlar o fisco. Foi nessa época que surgiu o "santo do pau oco" que eram imagens de madeiras ocas, onde escondiam o ouro. As casas de fundição foram criadas para reforçar a cobrança do quinto. Qualquer pessoa com ouro garimpado era obrigada a leva-lo para a fundição para pagar o quinto, onde o metal era derretido, transformado em barras e marcado com o símbolo do governo metropolitano. Dessa maneira, a cobrança do quinto seria facilitada e o tráfico coibido com maior eficiência.
- A capitação: o garimpeiro deveria pagar uma quantidade de ouro proporcional ao número de escravos que tivesse no garimpo. Quanto mais escravos tivesse, mais impostos pagaria. Mesmo que fosse um simples garimpeiro (chamado de faiscador), pagaria um imposto proporcional à extração realizada por ele mesmo.
- A Finta (ou cota fixa) era um imposto que consistia no recolhimento anual de cerca de 1500  quilos de ouro (na época eram cerca de 100 arrobas) por cada região mineradora. Com o tempo, essa obrigação foi ficando cada vez mais difícil de ser paga.
- A Derrama: Na segunda metade do século XVIII, o ouro foi ficando cada vez mais difícil de ser garimpado. A produção diminuía, mas os impostos não. As regiões mineradoras não conseguiam mais pagar a Finta. Portugal acreditava que era sonegação e para reforçar sua autoridade, criou a Derrama: consistia no confisco de bens da população caso não repassassem o valor total da Finta. 

A Revolta de Filipe dos Santos ou Revolta de Vila Rica (1720)

Foi uma revolta de uma parte do povo contra uma situação que consideravam insuportável da parte da Intendência das Minas
a)    O aumento dos impostos: o governo português aumentou os impostos sobre a produção de ouro na região, o que gerou insatisfação entre os mineradores.
b)    O abuso de autoridade da Intendência, que limitava a autonomia dos mineradores e gerava forte descontentamento.
c)    A escassez e a carestia de alimentos: a maioria dos alimentos ainda vinha de longe, através dos tropeiros, e eram caros.
d)   A atuação dos contratadores: eram aqueles que concediam as licenças para a garimpagem, só que eram acusados de cobrar elevadas taxas sobre o ouro garimpado.
e)   A falta de representação política: a população local não tinha representantes que os defendessem perante as autoridades.Todos esses fatores contribuíram para a insatisfação da população local e para a eclosão da revolta liderada por Filipe dos Santos.
A rebelião não logrou sucesso; o governador de Minas ordenou a prisão dos envolvidos; muitos foram presos e punidos. Alguns foram condenados a trabalhos forçados nas obras públicas, outros foram exilados e alguns executados, dentre eles, o líder, Filipe dos Santos.


ECONOMIA E SOCIEDADE MINERADORA - AS MUDANÇAS

Menos Concentração de Renda: A economia mineradora era diferente da açucareira: enquanto na açucareira havia concentração de renda, na mineira houve desconcentração de renda; isso é explicado pela ampla malha de trabalhadores do garimpo, onde havia gente muito abastada de um lado e simples faiscadores do outro...sendo assim, a renda estava espalhada em meio à sociedade mineira, ao passo que na açucareira ela concentrou-se no bolso dos donos de engenhos...a renda obtida pelo garimpo diversificou a economia, promovendo a diversificação de ocupações e aumento dos fluxos monetários.

A região Sudeste ultrapassa a região Nordeste:

- O Sudeste tornou-se a região mais rica, tomando o lugar do Nordeste...Minas era a capitania mais rica devido ao ouro...o Rio de Janeiro tornou-se o maior polo comercial, pois era por lá que o ouro ia para a Europa e por onde chegavam grandes quantidades de importados europeus.
- foi por estes motivos que em 1763, a coroa portuguesa transferiu a capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.

Sociedade açucareira X Sociedade Mineradora

- litoral x interior: enquanto na açucareira a riqueza concentrava-se no litoral, para facilitar o escoamento do açúcar, na mineradora, a riqueza estava concentrada no interior da colônia, onde situavam-se os garimpos.
- rural x urbana: enquanto a sociedade açucareira tinha como característica ser rural, a sociedade mineradora era urbana, com pequenos núcleos de classe média; várias cidades surgiram: Vila Rica, Mariana, São João Del Rei, Cuiabá etc.

O Dinamismo da Economia mineradora
O início da Classe Média
A economia mineradora provocou a ampliação do mercado consumidor da colônia, ou seja, deu origem ao surgimento de camadas intermediárias na sociedade, ou seja, não havia apenas os muito ricos e os muito pobres. Surgiram os primeiros núcleos urbanos, a primeira classe média, composta composta por artesãos, arquitetos, ourives, escultores, pintores, técnicos mineradores, comerciantes, alfaiates, artistas, músicos, poetas, burocratas, advogados, etc. Algumas pessoas ostentavam sua riqueza através de seus trajes que importavam da Europa ou mandavam fazer a partir de gravuras.
A Primeira Integração da Colônia
A necessidade de consumo desses núcleos urbanos levou a um processo econômico que resultaria na ligação das cidades mineiras com outras regiões da colônia, como o Nordeste e o Sul, que passaram a ser fornecedores principalmente de gado, carne e couro. Do Rio de Janeiro vinham os escravos comprados na África e os produtos importados da Europa. Para poder realizar esse comércio, foi fundamental a participação dos tropeiros, os quais foram  enfrentavam todo o tipo de dificuldades, frios, tempestades, calor, atravessaram regiões montanhosas, florestas densas, enfrentando ataques de índios, assaltantes, etc.
Ao mesmo tempo em que transportavam mercadorias, os tropeiros também contribuiram para o surgimento de vilas e cidades ao longo do trajeto, em locais onde paravam para descansar e pernoitar.

Mais Liberdade para os Escravos
Na sociedade mineradora houve mais chances de conseguir a alforria do que na açucareira. Isso ocorria porque muitos escravos tinham a autorização do dono para minerar no final do expediente e nos dias santos...após cumprirem a cota exigida, poderiam ficar com o ouro que encontrassem...muitos donos de escravos incentivavam o escravo a garimpar em troca de benefícios...foi assim que muitos conseguiram acumular a quantia necessária para comprar sua liberdade.
A CARTA DE CORTE E A ALFORRIA : Mesmo sendo caro o preço de um escravo, isso não impediu o elevado número de alforrias, algo que foi uma prática até certo ponto comum na sociedade mineradora. Por gratidão do dono ou por mérito próprio, muitos negros conseguiram sua liberdade. A população liberta cresceu consideravelmente. Havia também a situação dos escravos coortados, ou seja, eram escravos em processo de compra de sua liberdade, os quais andavam com um documento atestando que estavam saldando prestações referentes à compra de sua carta de alforria. Esses escravos, após trabalharem para seu senhor, tinham liberdade para vender sua força de trabalho em outra atividade, mediante pagamento. Alguns recebiam de seus senhores instrumentos de trabalho, a fim de poder se dedicar a uma função remunerada e, consequentemente, juntar a quantia estipulada. Outros se viam prejudicados pelos senhores que os impediam de trabalhar. Muitos senhores impunham condições: trabalhar por mais um número específico de meses, ou só aceitar dar carta de corte se houvesse um fiador.

OS ESCRAVOS DE GANHO: Eram escravos utilizados para vender vender diversos tipos de mercadorias pelas ruas (cestos, milho, leite, frutas, legumes, pães, carnes, etc). Havia também escravos alugados para realizar qualquer tipo de serviço, leve ou pesado; um dos mais solicitados era o de transportar cargas e pessoas. Também existiam escravos barbeiros, serradores, pedreiros e carpinteiros. Além disso, poderiam vender a sua força física trabalhando como carregadores de objetos de qualquer tipo e até mesmo pessoas.
Houve também as chamadas "escravas ou negras de ganho": eram mulheres que passavam o dia vendendo alimentos em tabuleiros, geralmente doces e salgados. Além dessa venda, essas escravas eram usadas também para entregar mensagens secretas ou esconder ouro ou diamantes. Alguns donos faziam acordos com elas: dependendo do esforço e do sucesso das vendas, destinavam uma parte do lucro para a compra da alforria.

INCONFIDÊNCIA MINEIRA
foi um movimento de caráter separatista que ocorreu em Vila Rica, em 1789, o qual tinha como objetivos principais a independência de Minas Gerais, a criação de uma república e a liberdade econômica. O movimento não passou da fase de planejamento, não resultou em atos de rebeldia, não passou do campo das intenções...foi delatado ao governador, resultando na prisão e condenação de seus líderes.
Causas:
- queda na produção aurífera a partir de 1760: mesmo com a diminuição, as cobranças de impostos mantinham-se as mesmas: quando o ouro entregue não alcançava 100 arrobas (cerca de 1500 kg) anuais, o governador poderia decretar a “derrama”. Esta consistia em cobrar da população, pela força das armas, a quantidade que faltava.
- Apesar de ter sido decretada somente uma vez, sempre pairava a ameaça que a derrama poderia se tornar realidade e isso assustava tanto os mineradores quanto a população.
- O custo de vida em toda a região aumentava, pois tudo era comprado a prazo e com ouro.
- Com isso, muitos garimpeiros, comerciantes e fazendeiros estavam endividados
- o “Alvará de 1785”, determinou o fechamento das manufaturas (que durante algum tempo tiveram permissão para funcionar) têxteis e de qualquer natureza (a única exceção foram as manufaturas de panos grosseiros, destinadas principalmente para vestir os escravos). Isto obrigava a população a consumir apenas manufaturas importadas, que eram mais caras.
- as ideias do movimento iluminista, que defendiam temas como a autonomia dos povos, a liberdade econômica, o fim dos privilégios das autoridades; estas ideias eram proibidas na colônia e sua literatura circulava de maneira clandestina.
- Estas ideias foram trazidas por estudantes brasileiros que tinham realizado cursos superiores na Europa e também através de livros.
- o exemplo da Independência dos Estados Unidos, onde os colonos se revoltaram contra o sistema fiscal inglês e conseguiram a independência. Não foi somente uma colônia, mas um grupo de colônias...a força irresistível do patriotismo contra a opressão da metrópole. 
- As ideias do século - o liberalismo político e econômico, o racionalismo, o sentimento revolucionário que ocorreu na Inglaterra e ocorria na França.

Objetivos da Inconfidência Mineira: os Inconfidentes queriam:
- separar Minas Gerais e adotar um regime republicano
- Fundar uma universidade em Vila Rica;
- Liberdade comercial para ter fábricas e acabar com o monopólio comercial português;
- serviço militar obrigatório;
 -Criar um parlamento
-
Melhorar as condições de vida do povo, acabando com as leis opressivas, os odiosos monopólios e os impostos esmagadores
- A bandeira dos inconfidentes tinham uma frase em latim: "Libertas quae sera tamen" (Liberdade ainda que tardia). Mais tarde, essa bandeira serviu de base para a atual bandeira do Estado de Minas Gerais.

A TRAIÇÃO E O FRACASSO DO MOVIMENTO
A revolta começaria no dia que provavelmente ocorreria a derrama, em 1788; mas o governador, Visconde de Barbacena, suspendeu-a quando soube que havia um movimento conspiratório. Três envolvidos delataram o movimento:
- o mais divulgado e conhecido dos três foi o coronel de cavalaria Joaquim Silvério dos Reis, o qual, premido pela grande dívida que tinha com a Fazenda Real, delatou o movimento ao governador.
- foram também delatores o tenente-coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago e o mestre de campo Inácio Correia Pamplona.
- Tiradentes, que era fazendeiro e dentista, foi preso no Rio de Janeiro, em maio de 1789, para onde tinha ido a fim de adquirir armas.
- Após três anos sendo processados, todos os participantes foram perdoados ou condenados ao degredo. A maior parte das narrativas afirma que Tiradentes foi executado no dia 21 de abril de 1792.
- a figura de Tiradentes só passou a ter considerável importância na história brasileira após o golpe republicano: os defensores da república precisavam de uma figura que os representaasse na história do Brasil...sendo assim, resgataram Tiradentes e o transformaram em mártir.

Além de Tiradentes, alguns dos principais inconfidentes foram:
- poetas/ intelectuais/fazendeiros/advogados: Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga
- os padres José da Silva e Oliveira Rolim, Manuel Rodrigues da Costa, Carlos Correia de Toledo e Melo

EGITO ANTIGO

Foi uma grande civilização que floresceu às margens do rio Nilo, no nordeste da África, entre o V milênio a.C. e 332 a.C. Foi uma sociedade complexa, organizada em torno de um faraó, considerado uma divindade, e com uma rica cultura, incluindo hieróglifos, pirâmides, templos e avanços em áreas como matemática, astronomia e medicina. O Egito fazia parte, junto com a Mesopotâmia de uma gigantesca área chamada de Crescente Fértil, que partilhava características semelhantes: uma área desértica que se tornou fértil devido às enchentes anuais de grandes rios, onde havia a presença de milhares de pessoas comandadas por um estado teocrático que comandava as grandes obras hidráulicas através do trabalho  compulsório. 
A história do Egito antigo é dividida em dois períodos:
1 - Período Pré-dinástico
(5000-3100 aC)
É o período que vai desde a formação dos Nomos, passando pela criação de dois reinos (alto e baixo Egito) até a unificação. 
2 - Período Dinástico (3100-1085 aC)É um período dividido em diversas fases, onde intercalaram-se fases de poder unificado (Antigo, Médio e Novo Império) e fases de descentralização do poder (períodos intermediários). A fase final é chamada de Época Baixa.

O PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO
Apesar de estar localizada em uma região desértica, o Egito tornou-se um importante centro de povoamento na Antiguidade. Diversos povos foram atraídos para as margens do rio Nilo, em especial por causa da fertilidade do solo proporcionada pelas cheias anuais do rio. Essas inundações, ao recuarem, deixavam uma camada de húmus que tornava a terra ideal para a agricultura, sendo fundamentais para a sobrevivência naquela região árida. Com o tempo, milhares de pessoas se fixaram ao longo do Nilo, formando os primeiros núcleos de habitação, conhecidos inicialmente como Proto-Nomos.
Proto-nomos: do grego Proto (primeiro ou inicial) e Nomo (distrito ou província)l”. Os proto-nomos eram as formas iniciais e rudimentares de organização territorial no Egito.
Características: Comunidades pequenas e descentralizadas, baseadas em clãs, os quais viviam basicamente da agricultura de subsistência. Não havia uma autoridade central forte ou estrutura administrativa formal. 
Nomos: A expansão dos proto-nomos deu origem aos Nomos, os quais eram u
nidades administrativas e territoriais bem definidas, cada um com seu governante, (chamado de Nomarca), seus deuses, símbolos e centro político. Os Nomos eram cidades-estados. 

ALTO E BAIXO EGITO:
Com o passar do tempo, os nomos foram unificados em dois reinos: 
Alto Egito e Baixo Egito; 

 O Alto Egito, cuja capital era Tebas, localizava-se ao sul, era conhecido pela sua proximidade com a nascente do Nilo e a região montanhosa. Era a região mais extensa, abrangendo a maior parte do vale do rio Nilo, desde a região da atual Assuã até a região do delta. A coroa do faraó era vermelha.

O Baixo Egito: tendo Mênfis como capital, localizava-se ao norte e sua área correspondia à região costeira e ao Delta do Nilo. A coroa do faraó era branca. 

O Alto e o Baixo Egito se formaram como reinos distintos por volta de 3500 aC e existiram como reinos separados durante cerca de 400 anos, até que por volta de 3100 aCo faraó Menés (ou Narmer), do Alto Egito, invadiu e anexou o Baixo Egito, unificando os dois reinos, tornando-se o primeiro faraó e dando início ao período dinástico. 

PERÍODO DINÁSTICO
Diferentemente dos governantes mesopotâmicos que eram representantes dos deuses, os faraós eram considerados como deuses e passaram a usar uma coroa dupla, vermelha e branca, representando a união dos dois reinos.

O Egito era uma monarquia teocrática e o faraó tinha várias responsabilidades:
a) 
Líderança política e militar: era o governante supremo do Egito, com autoridade absoluta sobre o país. Comandava os exércitos, defendia o território egípcio e expandia suas fronteiras. Criava leis, controlava o sistema jurídico e supervisionava a administração do reino.
b) Liderança religiosa: 
Era o sumo sacerdote de todos os templos do Egito. Tinha a responsabilidade de manter a "Maat" (o equilíbrio e a ordem cósmica). Fazia oferendas aos deuses, participava de rituais religiosos e patrocinava a construção de templos.
c) 
Responsável pela Natureza: o faraó teria o poder espiritual sobre a natureza. Era considerado responsável pelas cheias do rio Nilo, que eram essenciais para a fertilidade do solo. Se as colheitas eram boas, isso era visto como sinal da aprovação dos deuses ao faraó. Se havia seca, fome ou pragas, o faraó podia ser responsabilizado por ter "falhado" com os deuses.
d) 
Administrador Econômico: Supervisionava a distribuição de alimentos e recursos. Controlava o trabalho dos camponeses, artesãos e escribas. Organizava os grandes projetos de construção, como pirâmides, templos e canais.

O papel dos sacerdotes: No Egito, os templos eram locais destinados a diversas atividades  -  eram verdadeiros "estados dentro do Estado", especialmente quando o poder real estava enfraquecido. Os templos não eram espaços só religiosos, mas também  econômicos, administrativos e culturais, tais como:
a) Cuidar dos Templos e dos deuses: 
Os templos eram a "casa" do deus local, e os sacerdotes realizavam rituais diários: banhar, vestir, alimentar e homenagear a estátua da divindade, manter os rituais e o calendário religioso.
b) 
Administração e Economia: Os templos eram grandes proprietários de terras e riquezas e os sacerdotes administravam esses bens: recolhiam impostos, supervisionavam trabalhadores, armazenavam grãos e participavam do comércio.
c) 
Conhecimento e Ciência: Eram também escribas, astrônomos, médicos e estudiosos. Usavam saberes sobre medicina, astrologia, matemática e escrita para fins práticos e rituais. Guardavam e copiavam textos sagrados e científicos. Usavam um calendário litúrgico para marcar datas de festivais e oferendas.

A RIVALIDADE ENTRE FARAÓ E O CLERO: os sacerdotes (ou clero), devido ao seu poder político sobre o povo, tornaram-se uma força política quase autônoma e até perigosa para a autoridade real. Havia uma rivalidade entre o faraó e os sacerdotes, os quais disputavam quem teria mais influência junto ao povo. Em várias épocas, os sacerdotes chegaram a rivalizar ou até substituir a autoridade política do faraó em regiões específicas. Embora oficialmente servissem ao faraó, na prática, eles controlavam riquezas e  influência sobre o povo. Em determinados períodos, principalmente quando o poder faraônico enfraquecia, os templos se tornaram verdadeiros Estados dentro do Estado, com influência econômica, militar e política — uma forma de Estado-Templo egípcio.

A QUESTÃO DA PROPRIEDADE NO EGITO ANTIGO: 
Quem eram os donos da terra? 
-
No Egito antigo, toda a terra era propriedade do faraó, pois ele considerado o governante supremo e uma divindade viva, detendo o controle de todas as terras e recursos do reino.
No entanto, uma parte significativa das terras era concedida aos templos, e estes, por sua vez, eram administrados pelos sacerdotes. Os templos acumulavam grande riqueza e influência por meio dessas propriedades, que eram cultivadas por camponeses através do trabalho compulsório, os quais entregavam uma parte da colheita como tributo.
- outra parte das terras pertencia a funcionários importantes do governo, nobres e chefes militares: eles recebiam estas terras como recompensa por seus serviços ao faraó. Essas terras eram cultivadas por trabalhadores e geravam renda para seus "proprietários". Embora fossem "dadas" pelo faraó, esses indivíduos tinham um controle significativo sobre elas e podiam até passá-las para seus herdeiros, mas sempre sob a soberania do faraó.
-Havia também pequenas propriedades: 
Há evidências de que algumas famílias, talvez camponeses mais abastados ou artesãos, podiam ter o usufruto de pequenas parcelas de terra, mas sempre com a obrigação de pagar impostos e prestar serviços ao Estado.

DIVISÃO DO PERÍODO DINÁSTICO: é subdividido em várias fases, alternando fases de centralização do poder com fases de fragmentação causadas por rebeliões contra a opressão, fome, invasões estrangeiras, etc.

ANTIGO IMPÉRIO - centralização do poder
É mais conhecido como a “era das pirâmides”. Foi uma época caracterizada pela paz interna e externa, estabilidade política e grande concentração de poder na mão dos faraós, a qual foi usada para dirigir gigantescas obras públicas, dentre elas as de construção das famosas pirâmides de Gizé, realizadas através da imposição dos trabalhos compulsórios (ou servidão coletiva ou corveia), submetendo a maioria da população a esse tipo de trabalho.

PRIMEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO - descentralização ou fragmentação do poder
Causas:
Crise hídrica: diminuição do volume das enchentes do rio Nilo
Menos terras férteis
Menos colheitas
Menos alimentos
Desabastecimento e fome
Perda de poder do faraó e fortalecimento do poder dos nomarcas
Revoltas do povo contra a fome e a servidão coletiva
Muitos nomarcas apoiaram as revoltas do povo e ganharam prestígio e poder.
Alguns povos do Oriente aproveitram o momento de crise e invadiram áreas do delta do Nilo.

MÉDIO IMPÉRIO
Com o passar do tempo, o faraó Mentuhotep II reuniu forças suficientes para quebrar o poder dos Nomarcas, expulsar invasores e voltar a centralizar o poder.
Fim da crise hídrica: regularização das enchentes anuais do rio Nilo
Retorno de grandes obras obras públicas
Crescimento populacional
Expansão do comércio e execução de grandes projetos arquitetônicos (ex: construção de lagos,  tumbas e templos majestosos).
Para tentar garantir a estabilidade política e aumentar seu poder de expansão, o Estado investiu na ampliação do Exército, o qual era composto principalmente pelos camponeses.
O Egito conquista partes da Núbia (atual Sudão) e da atual Palestina

SEGUNDO PERÍODO INTERMEDIÁRIO
Causas:
A grandiosidade das obras contrastava com a pobreza e os trabalhos compulsórios impostos à maioria do povo.
Disputas políticas entre o faraó, os sacerdotes e os nomarcas.
Voltam a ocorrer diversas revoltas camponesas com o apoio de nomarcas e sacerdotes.
A instabilidade política e as revoltas internas favoreceram a invasão do norte do Egito por alguns povos semitas chamados de Hicsos, os quais tinham armas superiores às egípcias e usavam cavalo e carros de guerra.

Os Hicsos governavam o norte e os egípcios o sul do Egito.
Os Hicsos tentaram legitimar e ampliar o seu poder sobre o povo adotando adotando tradições e costumes dos egípcios, inclusive o título de Faraó. Em contrapartida, os egípcios não se conformavam com a perda de uma rica e significativa parcela de seus domínios."
Foi durante esse
período de domínio Hicso que ocorre a chegada dos hebreus, os quais foram bem recebidos e instalaram no baixo Egito.

NOVO IMPÉRIO

Ao final de cerca de 150 anos de domínio hicso no norte, os egípcios reuniram forças militares suficientes para expulsá-los.
O faraó Amósis I conseguiu reunir forças militares suficientes para expulsar os hicsos e reunificar o país. No novo império, o Egito se tornou uma grande potência militar e econômica.
A faraôa Hatshepsut passou para a história como a primeira mulher a governar o Egito; ela fez um bom governo, expandindo o comércio e mantendo boas relações diplomáticas e realizando grandes obras arquitetônicas.
Foi no novo império que, sob a liderança de Moisés, ocorreu a saída dos hebreus, após um fase em que foram submetidos à escravidão...esse evento foi chamado de Êxodo.
A reforma religiosa: O faraó Akenaton (ou Amenófis IV) implantou uma reforma religiosa, substituindo o politeísmo pelo monoteísmo dedicado ao deus sol Aton. Os estudiosos apontam como causas dessa reforma:
a) Akenaton imaginou que através dessa reforma enfraqueceria a influência, a riqueza e o poder dos sacerdotes de Amon (deus dos ventos e do ar) sobre o povo, ao mesmo tempo em que fortaleceria o seu poder.
b) A crença pessoal de Akenaton no deus Aton podem ter influenciado a tomar essa decisão radical,
c) Ele almejava unificar o Egito através da religião, eliminando os cultos regionais e enfatizando a adoração a um único deus.
As Consequências: A reforma religiosa foi muito mal recebida tanto pelos sacerdotes quanto pelo povo, já que alguns templos foram fechados e as imagens e inscrições dos deuses foram removidas ou destruídas. O povo, de maneira geral, não aceitava abandonar o politeísmo e o culto aos deuses tradicionais. Após a morte de Akhenaton, sua reforma religiosa foi anulada.

O fim do Novo Império: uma série de fatores provocaram sua decadência e fim:
o sistema político centralizado, burocratizado, ineficiente e corrupto, revoltas internas, secas, declínio das colheitas, aumento da fome, invasão de outros povos tais como os assírios e os hititas.
Além disso, o sistema político centralizado e burocrático dos faraós se tornou cada vez mais ineficiente e corrupto, o que contribuiu para o declínio geral do Novo império, que chegou ao fim após a invasão dos Povos do Mar (foi uma coalizão de vários grupos nômades que se estabeleceram ao longo da costa do Mediterrâneo Oriental e atacaram várias cidades e reinos na região, incluindo o Egito)

TERCEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO OU ÉPOCA BAIXA
Foi marcado pela instabilidade onde o poder fragmentou-se entre os nomarcas e alguns povos invasores, como os núbios e os líbios.
No final deste período, uma dinastia Núbia conquistou o Egito e governou-o por cerca de um século, período em que ocorreu o RENASCIMENTO SAÍTA, uma época em que o Egito teve sua cultura e sua arte revitalizadas.
O FIM: O Império Aquemênida (persa) invadiu e conquistou o país, marcando o fim do Egito como nação independente.

O EGITO SOB DOMÍNIO PERSA: 
1a ocupação: 525 a.C. - 404 a.C.
2a ocupação: 343 a.C. - 332 a.C.
A dominação persa foi marcada por duas fases de ocupação intercalada por uma fase em que a resistência egípcia conseguiu durante um breve período reconquistar sua autonomia (entre 404 e 343 aC.). 

O EGITO SOB DOMÍNIO MACEDÔNICO:
Alexandre derrotou os persas e conquistou o Egito em 332 a.C., tendo sido recebido como um libertador, pois os persas exerciam uma intensa opressão através de muitos impostos, além de desrespeitarem as tradições e a religiosidade egípcias. Alexandre, pelo contrário,  demonstrou grande respeito, tendo, inclusive, ido visitar os templos onde ofereceu sacrifícios aos deuses egípcios. Foi desta maneira que os egípcios passaram a reconhece-lo como faraó e ele assumiu os títulos e o poder associados a essa posição, sendo coroado em Mênfis (a antiga capital do Egito). Alexandre fundou a cidade de Alexandria.

Dinastia Ptolemaica: Após a morte de Alexandre em 323 a.C., seu vasto império foi dividido entre seus generais. Um de seus generais, Ptolomeu I Sóter, assumiu o controle do Egito e fundou a Dinastia Ptolemaica. Essa dinastia macedônica governou o Egito por quase 300 anos, mantendo muitos costumes egípcios, mas com uma forte influência cultural grega.  Foi sob o domínio macedônico que a famosa rainha Cleópatra viveu e governou. 

Cleópatra VII Filopátor (reinou de 51 a.C. a 30 a.C.) foi a última rainha da Dinastia Ptolemaica. Embora ela tenha sido a única de sua linhagem a aprender a língua egípcia (além do grego), sua cultura e sua dinastia eram essencialmente gregas macedônias.

SOCIEDADE EGÍPCIA:

Em termos de Estratificação, era uma sociedade estamental: a mobilidade social não era impossível, mas era bastante difícil, pois a posição social do indivíduo era praticamente determinada pela condição social da família. Exemplo: quem nascia camponês, geralmente morria camponês, embora fosse possível se tornar um artesão ou comerciante, ou casar com alguém de outro estamento. Os principais estamentos eram:
    Faraó e família real: o faraó era o líder do Egito e era uma das divindades.Sua família e os parentes mais próximos tinham grande poder e prestígio. Na família do faraó havia a prática do incesto. Isso ocorria por algumas razões:
- a ideia da "pureza" da dinastia real
- a crença de que, sendo uma divindade, só poderia casar com outras divindades, no caso, sua própria família.
- evitar que o poder passasse a ser de outra dinastia
Nem todos os faraós se casaram com irmãos ou parentes próximos. Alguns se casaram com mulheres de outras famílias reais ou até mesmo com mulheres plebeias.
    Sacerdotes:
- organizavam os rituais, festas e atividades religiosas; eram donos de vastas propriedades e comandavam os trabalhos de milhares de pessoas. Desfrutavam de enorme riqueza proveniente das oferendas. pelo culto aos deuses
- eram bastante populares e tinham acesso a conhecimentos considerados sagrados. Muitos faraós os consideravam como pessoas perigosas, que ambicionavam tomar o seu lugar.
- faziam parte dos conselheiros de faraó.
    Nobreza:
era composta pelos Nomarcas, altos funcionários reais e militares. Eles possuíam grandes propriedades de terra e exerciam grande influência política.
   Artesãos, comerciantes e escribas: os artesãos eram obrigados a trabalhar em oficinas estatais, produzindo objetos de luxo e outros bens para o Estado e para os templos; sendo assim, estavam sujeitos aos trabalhos compulsórios.
   Camponeses (ou Felás): formavam a maior parte da população e estavam sujeitos a todo o tipo de trabalho compulsório que o Estado os obrigasse.
    Escravos: diferente do que muitos imaginam, a maior parte da mão de obra egípcia não era escrava...
A origem dos escravos:
a) prisioneiros de guerra
b) através dos traficantes, que os vendiam nos mercados
c) escravidão por dívida
O escravo era utilizado em qualquer tipo de trabalho, desde os mais pesados (pedreiras, minas, construções de monumentos, agricultura), até os mais amenos, como o trabalho doméstico. Os escravos eram propriedade do Estado ou de particulares. A escravidão era hereditária: os filhos dos escravos também continuavam sendo escravos.

As Mulheres Egípcias: A
s mulheres desfrutavam de uma posição social e legal mais avançada do que em muitas outras civilizações da mesma época. Elas possuíam direitos que poucos imaginam existir naquela época e podiam exercer papéis significativos em diversas esferas da vida. Havia igualdade legal com os homens, ou seja, elas podiam: 
-Possuir e administrar propriedades: Incluindo terras, casas e escravos. Isso era um direito raro para mulheres em outras culturas antigas.
-Comprar e vender bens: Podiam fazer seus próprios negócios e contratos.
-Herança: As mulheres podiam herdar bens de seus pais e maridos. A linha de herança muitas vezes passava de mãe para filha.
-Divórcio: Podiam iniciar um processo de divórcio e, em muitos casos, manter uma parte dos bens adquiridos durante o casamento, incluindo a casa. Acordos pré-nupciais eram comuns para proteger os bens da mulher.
-Testemunhar e depor em tribunal: Tinham voz legal e eram tratadas de forma semelhante aos homens na justiça.
-Papéis Domésticos e Profissionais: Ainda que a maioria se dedicasse ao lar e à família, o que era altamente valorizado, elas também exerciam uma variedade de profissões:
-Gerentes de propriedade: Mulheres de classes mais altas frequentemente supervisionavam suas próprias propriedades e os trabalhadores nelas.
-Sacerdotisas: Desempenhavam papéis importantes em templos dedicados a deuses e deusas, como as "Esposas de Deus Amon", que tinham grande poder espiritual e influência política.
-Médicas: Há registros de mulheres atuando como médicas, como Peseshet, considerada a primeira médica conhecida na história.
-Artesãs e comerciantes: Trabalhavam como tecelãs, padeiras, cervejeiras, cozinheiras e vendiam produtos em mercados.
-Musicistas e dançarinas: Tinham presença em festividades e eventos religiosos.

OS FARAÓS NEGROS
O Egito Antigo se desenvolveu no nordeste da África, onde sua população original era, e ainda é, uma mistura de povos africanos, com gradientes de características físicas variadas ao longo do Vale do Nilo, as quais não se encaixam como brancas ou negras de forma simplificada. A pele dos egípcios antigos, como representados em sua própria arte, variava de tons mais claros a mais escuros. 
Nem todos os faraós eram brancos: durante a época baixa, o Egito foi governado por faraós negros, vindos da Núbia (correspondente ao atual Sudão e parte do sul do Egito). Essa fase é conhecida como a 25ª Dinastia do Egito, também chamada de Dinastia Cuchita (ou Kushita), que reinou aproximadamente entre 747 a.C. e 656 a.C. 
Aqui estão os pontos chave sobre os faraós negros do Egito Antigo: 
Origem e Contexto: A Núbia, ao sul do Egito, era uma região com uma rica e antiga civilização, o Reino de Kush. Esse reino tinha uma relação longa e complexa com o Egito, ora como parceiro comercial, ora como dominado (especialmente durante o Novo Império).

Durante a Época Baixa, os reis de Kush, que se consideravam herdeiros legítimos das tradições egípcias e devotos do deus Amon (cultuado tanto no Egito quanto na Núbia), aproveitaram a oportunidade para invadir e reunificar o Alto e o Baixo Egito. 
Características do Reinado Cuxita: 
Restauração Egípcia: influenciados pela cultura egípcia, os faraós cuxitas restauraram antigas tradições religiosas, templos e monumentos, com destaque para a construção de muitas pirâmides de tamanho bem menor. 
O domínio cuxita 
 sobre o Egito chegou ao fim devido às invasões e campanhas militares dos assírios, os quais tinham táticas e tecnologia militar superior.

O LEGADO EGÍPCIO

O Antigo Egito deixou um legado significativo para a humanidade em diversas áreas, incluindo:
    Arquitetura monumental: as pirâmides, templos, tumbas e outros edifícios monumentais
    Escrita hieroglífica: considerado uma das primeiras formas de escrita do mundo e foi usado por mais de três mil anos.
    
A medicina: desenvolveram técnicas avançadas para a época, deixando um importante legado para a humanidade. 
Características da Medicina Egípcia: 
Papiros Médicos: A maior parte do nosso conhecimento sobre a medicina egípcia provém de papiros antigos que contém registros sobre diagnósticos, tratamentos, prognósticos e prescrições para uma vasta gama de doenças e lesões. Eles demonstram um conhecimento detalhado de anatomia e fisiologia (embora com algumas imprecisões).

Conhecimento Anatômico: A prática da mumificação, que envolvia a remoção de órgãos internos, proporcionou aos egípcios um conhecimento anatômico prático sem precedentes para a época. Eles eram capazes de identificar órgãos e suas posições, o que era crucial para cirurgias e tratamentos.

Especialização Médica: Havia um nível de especialização médica, com médicos dedicados a áreas específicas, como dentistas, oftalmologistas e cirurgiões. Isso é evidenciado pelo título de "chefe de dentistas e médicos" de Hesire, que viveu por volta de 2700 a.C.

Cirurgia: Os egípcios realizavam cirurgias complexas, incluindo amputações, cauterização e até cirurgias cerebrais (trepanações), como mostram evidências em múmias. Eles usavam instrumentos cirúrgicos e suturas para fechar incisões.

Farmacologia: Utilizavam uma vasta gama de ingredientes naturais em suas prescrições, incluindo ervas, minerais e produtos animais. O mel, por exemplo, era amplamente usado por suas propriedades antissépticas. Havia também o uso de substâncias com propriedades analgésicas, como o ópio, e até métodos contraceptivos.

Higiene e Saúde Pública: Os egípcios davam grande importância à higiene pessoal e à saúde. Banhavam-se regularmente, e há evidências de preocupação com a limpeza e prevenção de doenças. Alguns estudiosos sugerem que havia um tipo de "plano de saúde" para trabalhadores.

Aspecto Mágico-Religioso: Apesar da abordagem empírica, a medicina egípcia não estava totalmente desvinculada do misticismo. Acreditava-se que algumas doenças eram causadas por deuses ou demônios, e rituais, encantamentos e amuletos eram frequentemente incorporados aos tratamentos, especialmente quando os procedimentos técnicos eram insuficientes.

    Matemática: desenvolveram um sistema de numeração e aritmética que incluía a fração unitária e o número zero, além de técnicas para resolver equações matemáticas e medir áreas e volumes.
    Astronomia: desenvolveram um calendário baseado no ciclo anual do rio Nilo, além de terem uma compreensão avançada dos movimentos planetários.
    Filosofia e Religião: os antigos egípcios desenvolveram um sistema religioso complexo e uma visão de mundo que influenciou a filosofia e a religião de outras culturas, incluindo a grega e a romana.






 









quinta-feira, 4 de maio de 2023

I GUERRA MUNDIAL

 Uma guerra que também recebeu o título de A Grande Guerra... chegaram a afirmar que seria a guerra para acabar com todas as guerras...até então, foi a maior guerra da história.

ANTECEDENTES/CAUSAS
- IMPERIALISMO OU NEOCOLONIALISMO: as potências europeias colonizaram a África e a Ásia, com destaque para a Inglaterra e a França.

- UNIFICAÇÃO TARDIA DA ALEMANHA E ITÁLIA: entram tardiamente na disputa por colônias, por terem se unificado em 1870.

- ALEMANHA, UMA POTÊNCIA: seu exército era considerado o melhor do mundo. Seus produtos eram considerados de superior qualidade; a Alemanha era uma crescente potência econômica e militar que expandia sua presença colonial, rivalizando com franceses e ingleses...os britânicos a enxergavam como uma ameaça à sua liderança mundial.

- REVANCHISMO FRANCÊS: alimentava o desejo de se vingar dos alemães da humilhação sofria após a derrota na guerra franco-prussiana de 1870, quando teve que entregar a região da Alsácia-Lorena.

- NACIONALISMO: foi uma das principais causas... O sentimento nacionalista era muito forte, principalmente entre os germânicos e os eslavos.
a) PAN-GERMANISMO: defendia a unificação de todos os povos germânicos em um único Estado; o movimento foi impulsionado por intelectuais e políticos alemães que também  buscavam expandir a influência cultural e política da Alemanha.
b) PAN-ESLAVISMO: buscava unir os povos eslavos em uma única entidade política e cultural, sob o patrocínio da Rússia, o maior país eslavo do mundo. Defendiam a libertação dos eslavos que estivessem sob domínio de outros povos: essa crítica direcionava-se aos austro-húngaros, que haviam anexado a Bósnia (um país eslavo) em 1908.


- A ANEXAÇÃO DA BÓSNIA PELO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO EM 1908: aumentou ainda mais o sentimento nacionalista dos eslavos.

- O MOVIMENTO TERRORISTA SÉRVIO MÃO NEGRA: tinha como objetivo libertar a Bósnia da ocupação austro-húngara, com destaque para o terrorista Gavrilo Princip, autor do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinand e de sua esposa

- A PAZ ARMADA: Diante do clima de intensa rivalidade e sentimentos nacionalistas e revanchistas, as potências europeias estavam em um processo de corrida armamentista, pois imaginavam que precisavam estar preparadas pois a qualquer momento seus rivais poderiam atacar.

- A FORMAÇÃO DE ALIANÇAS MILITARES: as potências europeias se dividiram em duas alianças militares. Outros países foram entrando ao longo do conflito ao lado da Entente Cordiale (exemplos: EUA e Brasil). A Itália tinha se aliado à Alemanha, mas no início do conflito passou para o lado da Entente.
a) ENTENTE CORDIALE (ou tríplice entente)
França, Rússia, Inglaterra, Itália, etc.
b) TRÍPLICE ALIANÇA:
Alemanha, Império Austro-Húngaro, Império Otomano.

- O ATENTADO EM SARAJEVO (28/06/1914): neste dia ocorreu o assassinato do arquiduque do império austro-húngaro Francisco Ferdinando e sua esposa, cometido pelo membro do movimento mão negra, Gavrilo Princip, que foi imediatamente preso.

- O ULTIMATO CONTRA A SÉRVIA E AS DECLARAÇÕES DE GUERRA: após o atentado, a Áustria-Hungria apresentou um ultimato à Sérvia, contendo várias exigências, consideradas  inaceitáveis pelos sérvios, os quais sabiam que isso era um pretexto para uma declaração de guerra. Sabendo que a guerra seria inevitável, os sérvios pediram a ajuda militar russa; ao mesmo tempo, os austro-húngaros negociaram com os alemães a ajuda militar. Essas negociações levaram cerca de um mês. No dia 28 de julho de 1914, o Império Austro-húngaro  declarou guerra à Sérvia. Essa declaração pôs em marcha as alianças militares, ou seja, várias declarações de guerra passaram a ser formalizadas, dando início oficial ao conflito.

O DESENROLAR DA GUERRA
Os alemães acreditavam que venceriam facilmente a guerra através do Plano Schlieffen, o qual 
consistia em um ataque maciço contra a França, usando inclusive os territórios belga e holandês. A França seria derrotada em poucas semanas, permitindo que a Alemanha voltasse suas forças contra os russos. Sendo assim, evitariam lutar em duas frentes.
O plano fracassou porque a resistência franco-britânica foi intensa; o avanço germânico foi interrompido na Batalha do Marne, em setembro de 1914. Além disso, os alemães foram atacados no sul da França pelos italianos. A partir daí, a guerra vai se arrastar, tornando-se uma guerra quase estática, travada em trincheiras. 

A ENTRADA DO BRASIL: o afundamento de navios cargueiros brasileiros por submarinos alemães levou o Brasil a declarara guerra em outubro de 1917. O país enviou uma esquadra da marinha para patrulhar o Mar Mediterrâneo e uma missão médica para o front.

A ENTRADA DOS ESTADOS UNIDOS: vários motivos levaram os americanos a declarar guerra à Tríplice Aliança:
-   O afundamento do navio de passageiros Lusitania em 1915, que matou mais de 1000 pessoas, incluindo 128 americanos e aumentou a indignação pública contra a Alemanha.
-    O afundamento de navios cargueiros por submarinos alemães, resultando em mortes de americanos e prejuízos materiais
-    A interceptação e publicação da mensagem Zimmermann em 1917, na qual o governo alemão propôs uma aliança militar com o México para atacar os Estados Unidos. Caso fosse aceita pelos mexicanos, isso dificultaria o envio de tropas americanas para a Europa.
-    O risco de perder muito dinheiro caso a França e a Inglaterra fossem derrotadas. Os EUA estavam vendendo muita mercadoria que seria paga posteriormente. Caso a Alemanha vencesse, os perdedores dificilmente teriam como pagar a enorme dívida.
-    Os americanos imaginavam também que, se a Alemanha vencesse, se tornaria tão poderosa sobre a Europa que poderia decidir por um embargo econômico dos países vencidos contra os EUA, fato que prejudicaria a economia americana e fortaleceria a economia alemã.

CAUSAS DO FINAL DA GUERRA
A TRÍPLICE ALIANÇA ESVAZIADA / A TRÍPLICE ENTENTE AMPLIADA / A ALEMANHA FICOU SÓ
1- Em set/1918, a Bulgária capitula; em out/1918 é a vez do Império Otomano; em nov/1918, os austro-húngaros também capitulam. A Tríplice Aliança foi esvaziada e a Alemanha ficou só.
2 - No lado da Entente ocorria o contrário: vários países aderiram tais como os EUA, Japão e Brasil.

ALEMANHA ISOLADA / FIM DA MONARQUIA / INÍCIO DA REPÚBLICA
3 - O Alto Comando alemão percebeu que seria impossível vencer essa guerra sozinhos.
4 - A Alemanha sofria com um forte bloqueio econômico, ou seja, o país estava economicamente isolado, sem receber suprimentos; os alemães já estavam passando privações, desabastecimento e fome.
5 - A Revolução Alemã de 1918: espalham-se pela Alemanha vários protestos e rebeliões populares contra a guerra, o desabastecimento, a inflação e as mortes. O Kaiser Guilherme II perde apoio e é forçado a renunciar antes mesmo da rendição. Com sua renúncia, a monarquia é abolida e a república de Weimar é implantada.
6 - mesmo sem o país ter sido invadido pelas tropas da Entente, o novo governo alemão  preferiu negociar a rendição em novembro de 1918. Os que se opunham à rendição argumentavam que o exército teria condições de resistir, mas o governo, diante da forte crise econômica e da revolta do povo contra a guerra, decidiu pela rendição, sabendo que o país sofreria severa punição dos vencedores.

CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA
1 - segundo estimativas, o total de mortos (militares e civis) estaria em torno de 14 a 15 milhões de pessoas, onde estão incluídas as mortes por armas, fome, doenças, etc.

2 - Gigantesco prejuízo econômico: destruição de infraestruturas, cidades, indústrias e a interrupção das relações comerciais internacionais. As estimativas giram em torno de cerca de US$ 186 bilhões (em valores da época)

4 - Fim dos impérios russo, alemão, austro -húngaro e otomano; surgimento de novos países na Europa tais como Tchecoslováquia, Iugoslávia (união dos povos sérvios, croatas, bósnios, etc), Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia e Finlândia.

5 - Instabilidade política com o fim dos impérios alemão e russo: se foi ruim com eles, ficou pior sem eles: em seu lugar duas das piores ditaduras da história: a Socialista na Rússia e a Nazista na Alemanha.

6 - A ascensão americana: A guerra aumentou o poder econômico e político dos Estados Unidos, que emergiram como uma superpotência mundial.

7 - A Conferência de Paris e o Tratado de Versalhes: foi o resultado de uma série de encontros diplomáticos entre os principais países envolvidos, sob o comando dos vencedores (França, Inglaterra, EUA e Itália). Ao final das conferências, os vencedores impuseram uma humilhante condenação à Alemanha; Pelas decisões do Tratado, a Alemanha
- foi declarada culpada pela guerra
- perdeu 13% de todo o seu território
- foi obrigada a devolver a Alsácia-Lorena para os franceses
- ficou impedida de acessar a região de Sarre, rica em carvão, que ficou sob controle dos franceses
- perdeu parte de seu território para a Polônia, através da criação de um corredor polonês separando o país de uma parte da Prússia.
- perdeu a região de Schleswig para a Dinamarca;
- ficou proibida de anexar a Áustria
- perdeu todas as suas colônias, as quais foram repartidas entre franceses e ingleses.
- ficou proibida de promover recrutamento militar;
- ficou proibida de ter mais que 100 mil soldados;
- ficou proibida de ter aviação e marinha de guerra;
- ficou proibida de ter tanques de guerra e artilharia pesada;
- foi obrigada a desmilitarizar a região da Renânia
- foi obrigada a destruir seis milhões de rifles, 15 mil aviões e 130 mil metralhadoras;
- foi obrigada a pagar cerca de 20 bilhões de marcos alemães em ouro, em valores da época. Esse valor deveria ser pago até abril de 1921, mas tempos depois franceses e britânicos passaram a exigir mais de 200 bilhões de marcos em ouro.

As humilhantes imposições sobre a Alemanha foram criticadas pelo presidente americano Woodrow Wilson. Antes mesmo do fim da guerra, Wilson já havia proposto uma série de medidas, chamadas de 14 pontos, para tentar acabar com as guerras...algumas delas eram a liberdade de navegação nos oceanos, fim dos bloqueios econômicos, fim do colonialismo, autodeterminação dos povos, criação da liga das nações, etc. Wilson foi contra a humilhação imposta à Alemanha, pois em sua opinião poderia gerar um mal maior no futuro. 

8 - Avanços tecnológicos: A guerra levou a avanços significativos em tecnologia militar, incluindo armas químicas, tanques, submarinos, telecomunicações e aviões.

9 - Criação da Liga das Nações: A Liga das Nações foi criada após a guerra com o objetivo de prevenir futuros conflitos. No entanto, ela não conseguiu impedir a Segunda Guerra Mundial.





segunda-feira, 1 de maio de 2023

LIBERDADE ECONÔMICA E DEMOCRACIA

LIBERDADE ECONÔMICA E DEMOCRACIA

Ao longo da história, a humanidade sempre procurou vivem em ambientes onde haja melhores condições de vida...sendo assim, muitos procuram viver em países onde isso seja possível. Qual seria o melhor modelo de país para se viver? A resposta está em um conjunto de fatores que envolvem liberdade econômica, democracia plena e bons indicadores sociais. Na atualidade, os melhores países do mundo possuem essas características. Isso é possível porque a liberdade econômica promove a criação de renda, empregos e oportunidades, resultando em menos gente dependente de auxílios governamentais e menos políticos populistas/demagogos. Além disso, democracias consolidadas são menos corruptas e possuem bem mais participação e transparência. Ao mesmo tempo, com bons indicadores econômicos há mais recursos para os benefícios sociais nas áreas da educação, saúde e previdência. Tudo isso resulta em serviços públicos de qualidade, baixa desigualdade social e elevado nível de bem-estar para a população.
Algumas características de países com ampla liberdade econômica são
1 - Estímulo a inovação e a criatividade: A liberdade econômica permite que indivíduos e empresas possam criar, inovar e produzir livremente, sem as amarras das regulamentações e restrições governamentais. Isso gera um ambiente propício para a criação de novos produtos e serviços que podem melhorar a vida das pessoas.
2 - Concorrência: A liberdade econômica estimula a concorrência entre as empresas, o que leva a uma melhoria na qualidade dos produtos e serviços oferecidos, além de preços mais baixos para o consumidor.
3 - Criação de empregos: A liberdade econômica permite que empresas cresçam e se desenvolvam, o que gera mais oportunidades de emprego e aumenta a renda das pessoas.
4 - Empreendedorismo: A liberdade econômica permite que empreendedores possam criar e gerir seus próprios negócios, o que pode levar a um aumento na criação de riqueza e inovação.
5 - Estímulo ao comércio internacional: A liberdade econômica favorece a abertura de fronteiras para o comércio internacional, o que aumenta as opções de produtos e serviços para os consumidores e promove a troca de conhecimento e tecnologia entre países.
6 - Redução da pobreza: A liberdade econômica permite que as pessoas possam produzir e criar riqueza livremente, o que pode levar a uma redução na pobreza e na desigualdade.
7 - Melhoria da eficiência econômica: A liberdade econômica permite que o mercado atue de forma mais eficiente, alocando recursos de forma mais racional e produtiva, o que gera benefícios para a sociedade como um todo.
8 - Responsabilidade individual: A liberdade econômica incentiva a responsabilidade individual, uma vez que cada indivíduo é livre para tomar suas próprias decisões e arcar com as consequências.
9 - Estímulo da criatividade e diversidade cultural: A liberdade econômica favorece a diversidade cultural, já que empresas e indivíduos podem criar produtos e serviços que atendam às necessidades de grupos específicos, o que pode promover a riqueza cultural e a criatividade.
10 - Respeito à liberdade individual: A liberdade econômica respeita a liberdade individual, uma vez que permite que as pessoas possam produzir e trocar bens e serviços livremente, sem a intervenção coercitiva do governo.
Com raras exceções, nos países onde há plena liberdade econômica também há plena democracia e bons indicadores sociais. São exemplos: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália, Suíça, Cingapura, Hong Kong, Nova Zelândia, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, etc. De maneira geral, esses países apresentam bons indicadores sociais, expectativa de vida mais longa, baixas taxas de pobreza e desemprego, maior liberdade individual, bons sistemas de saúde e educação, entre outros fatores que contribuem para uma melhor qualidade de vida.

PAÍSES COM POUCA LIBERDADE ECONÔMICA
No sentido contrário, em países onde há pouca liberdade econômica (Brasil incluído), além da democracia precária (ou não possui), o Estado intervém fortemente em diversos setores da economia e isso se traduz em muito imposto, mais burocracia, estatais caras e ineficientes, parasitismo, privilégios, corrupção, etc.,  fatos que prejudicam o desenvolvimento econômico e, consequentemente, a qualidade de vida da população. Além disso, em muitos desses países, há altos níveis de corrupção, falta de transparência e respeito pelos direitos de propriedade e contratos, o que desencoraja investimentos e negócios, afetando diretamente a economia e, portanto, a qualidade de vida das pessoas. Além disso, o governo controla de maneira ineficiente muitas vezes corrupta a saúde, educação, saneamento e moradia, o que pode levar a baixa qualidade de serviços e falta de inovação e competitividade. Em resumo, a liberdade econômica é fundamental para que haja eficiência, inovação, competitividade e crescimento econômico, o que, por sua vez, leva a uma melhoria na qualidade de vida da população.
Exemplos de países: Brasil, Venezuela, Argentina, Cuba, Coreia do Norte, Irã, Zimbabue, etc.

O Brasil está atualmente em 140º lugar no Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, entre os 180 países avaliados. O país tem uma pontuação de 53,7 pontos, o que o coloca na categoria "principalmente não livre" em termos de liberdade econômica.


EXERCÍCIOS (RESPONDA COM BASE NO TEXTO)

1 - um país de economia liberal é um país bom ou ruim para se viver? comente
2 - há outros fatores além da economia liberal, que fazem um país ser considerado bom para se viver? comente
3 - por que a concorrência é benéfica para o consumidor? comente
4 - a economia liberal reduz a pobreza e a miséria? comente
5 -qual é melhor indicador de melhoria na economia: o emprego ou o auxílio-desemprego? comente
6 - estabeleça uma relação entre economia liberal e liberdade individual
7 - por que o desenvolvimento econômico é prejudicado quando há forte intervenção do estado na economia?
8 - comente porque o Brasil é considerado um dos países com menos liberdade econômica
9 - qual seria o tipo de país ideal para se viver: aquele com economia liberal ou aquele com forte intervenção do estado? comente, com base no texto.
10 - países de economia liberal, de maneira geral são mais democráticos e inclusivos? comente com base no texto.