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quarta-feira, 10 de maio de 2023

EGITO ANTIGO

A história do Egito antigo é dividida em dois períodos:
1 - Período Pré-dinástico
(5000-3200 aC)
É o período que vai desde a formação dos Nomos, passando pela criação de dois reinos (alto e baixo Egito) até a unificação.
2 - Período Dinástico
(3200-1085 aC)
É um período dividido em diversas fases, onde intercalaram-se fases de poder unificado (Antigo, Médio e Novo Império) e fases de descentralização do poder (períodos intermediários). A fase final é chamada de Época Baixa.

O PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO

Os egípcios são originários de diversos povos, com destaque para os Camitas (ou Hamitas), os Semitas e os Núbios...estes povos foram atraídos pela fertilidade das terras após as enchentes do rio Nilo, um rio fundamental para a existência humana naquela região árida. Com o passar do tempo, milhares de pessoas fixaram-se ao longo do rio Nilo, criando núcleos de povoamento chamados de Nomos, os quais eram governados pelos Nomarcas. Esses nomos eram autônomos, eram semelhantes às cidades-estados mesopotâmicas. Com o passar do tempo, os nomos foram unificados em dois reinos:
Alto Egito
Baixo Egito
Esses dois reinos terminaram sendo unificados pela força, através do faraó Menés, dando origem ao Período Dinástico.

PERÍODO DINÁSTICO
Os faraós passaram a usar uma dupla coroa, que representava as coroas do alto e do baixo Egito. Menés se tornou o primeiro faraó, o governante absoluto do Egito. Diferentemente dos governantes mesopotâmicos, os faraós eram considerados como deuses.
O período dinástico é subdividido em várias fases, alternando fases de centralização do poder  com fases de crises internas, invasões estrangeiras e descentralização do poder político

ANTIGO IMPÉRIO
É mais conhecido como a “era das pirâmides”. Foi uma época caracterizada pela paz interna e externa, estabilidade política e grande concentração de poder na mão dos faraós, a qual foi usada para dirigir gigantescas obras públicas, dentre elas as de construção das famosas pirâmides de Gizé, realizadas através da imposição dos trabalhos compulsórios (ou servidão coletiva ou corveia), submetendo a maioria da população a esse tipo de trabalho.

PRIMEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO
Causas:
Crise hídrica: diminuição do volume das enchentes do rio Nilo
Menos terras férteis
Menos colheitas
Menos alimentos
Desabastecimento e fome
Revoltas do povo contra a fome e a opressão da servidão coletiva: muitos nomarcas apoiaram as revoltas
Perda de poder do faraó e fortalecimento do poder dos nomarcas
Alguns povos do Oriente aproveitam o momento de crise do Egito e invadem áreas do delta do Nilo
Apoio dos nomarcas e a pobreza provocaram crise na produção agrária, desabastecimento, fome e o fortalecimento do poder de alguns nomarcas, os quais passaram a rivalizar com o poder do faraó. Com essa crise, alguns povos aproveitaram o momento e invadiram parte do Egito.

MÉDIO IMPÉRIO
Com o passar do tempo, o faraó Mentuhotep II reuniu forças suficientes para quebrar o poder dos Nomarcas, expulsar invasores e voltar a centralizar o poder.
Fim da crise hídrica: regularização das enchentes anuais do rio Nilo
Retorno de grandes obras obras públicas
Crescimento populacional
Expansão do comércio e execução de grandes projetos arquitetônicos (ex: construção de lagos,  tumbas e templos majestosos).
Para tentar garantir a estabilidade política e aumentar seu poder de expansão, o Estado investiu na ampliação do Exército, o qual era composto principalmente pelos camponeses.
O Egito conquista partes da Núbia (atual Sudão) e da atual Palestina

SEGUNDO PERÍODO INTERMEDIÁRIO
Causas:
A grandiosidade das obras contrastava com a pobreza e os trabalhos compulsórios impostos à maioria do povo.
Disputas políticas entre o faraó, os sacerdotes e os nomarcas.
Voltam a ocorrer diversas revoltas camponesas com o apoio de nomarcas e sacerdotes.
A instabilidade política e as revoltas internas favoreceram a invasão do norte do Egito por alguns povos semitas chamados de Hicsos, os quais tinham armas superiores às egípcias e usavam cavalo e carros de guerra.

Os Hicsos governavam o norte e os egípcios o sul do Egito.
Os Hicsos tentaram legitimar e ampliar o seu poder sobre o povo adotando adotando tradições e costumes dos egípcios, inclusive o título de Faraó. Em contrapartida, os egípcios não se conformavam com a perda de uma rica e significativa parcela de seus domínios."
Foi durante esse
período de domínio Hicso que ocorre a chegada dos hebreus, os quais foram bem recebidos e instalaram no baixo Egito.

NOVO IMPÉRIO

Ao final de cerca de 150 anos de domínio hicso no norte, os egípcios reuniram forças militares suficientes para expulsá-los.
O faraó Amósis I conseguiu reunir forças militares suficientes para expulsar os hicsos e reunificar o país. No novo império, o Egito se tornou uma grande potência militar e econômica.
A faraôa Hatshepsut passou para a história como a primeira mulher a governar o Egito; ela fez um bom governo, expandindo o comércio e mantendo boas relações diplomáticas e realizando grandes obras arquitetônicas.
Foi no novo império que, sob a liderança de Moisés, ocorreu a saída dos hebreus, após um fase em que foram submetidos à escravidão...esse evento foi chamado de Êxodo.
A reforma religiosa: O faraó Akenaton (ou Amenófis IV) implantou uma reforma religiosa, substituindo o politeísmo pelo monoteísmo dedicado ao deus sol Aton. Os estudiosos apontam como causas dessa reforma:
a) Akenaton imaginou que através dessa reforma enfraqueceria a influência, a riqueza e o poder dos sacerdotes de Amon (deus dos ventos e do ar) sobre o povo, ao mesmo tempo em que fortaleceria o seu poder.
b) A crença pessoal de Akenaton no deus Aton podem ter influenciado a tomar essa decisão radical,
c) Ele almejava unificar o Egito através da religião, eliminando os cultos regionais e enfatizando a adoração a um único deus.
As Consequências: A reforma religiosa foi muito mal recebida tanto pelos sacerdotes quanto pelo povo, já que alguns templos foram fechados e as imagens e inscrições dos deuses foram removidas ou destruídas. O povo, de maneira geral, não aceitava abandonar o politeísmo e o culto aos deuses tradicionais. Após a morte de Akhenaton, sua reforma religiosa foi anulada.

O fim do Novo Império: uma série de fatores provocaram sua decadência e fim:
o sistema político centralizado, burocratizado, ineficiente e corrupto, revoltas internas, secas, declínio das colheitas, aumento da fome, invasão de outros povos tais como os assírios e os hititas.
Além disso, o sistema político centralizado e burocrático dos faraós se tornou cada vez mais ineficiente e corrupto, o que contribuiu para o declínio geral do Novo império, que chegou ao fim após a invasão dos Povos do Mar (foi uma coalizão de vários grupos nômades que se estabeleceram ao longo da costa do Mediterrâneo Oriental e atacaram várias cidades e reinos na região, incluindo o Egito)

TERCEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO OU ÉPOCA BAIXA
Foi marcado pela instabilidade onde o poder fragmentou-se entre os nomarcas e alguns povos invasores, como os núbios e os líbios.
No final deste período, uma dinastia Núbia conquistou o Egito e governou-o por cerca de um século, período em que ocorreu o RENASCIMENTO SAÍTA, uma época em que o Egito teve sua cultura e sua arte revitalizadas.
O FIM: O Império Aquemênida (persa) invadiu e conquistou o país, marcando o fim do Egito como nação independente.


SOCIEDADE EGÍPCIA:
Em termos de Estratificação, era uma sociedade estamental: a mobilidade social não era impossível, mas era bastante difícil, pois a posição social do indivíduo era praticamente determinada pela condição social da família. Exemplo: quem nascia camponês, geralmente morria camponês, embora fosse possível se tornar um artesão ou comerciante, ou casar com alguém de outro estamento. Os principais estamentos eram:
    Faraó e família real: o faraó era o líder do Egito e era uma das divindades.Sua família e os parentes mais próximos tinham grande poder e prestígio. Na família do faraó havia a prática do incesto. Isso ocorria por algumas razões:
- a ideia da "pureza" da dinastia real
- a crença de que, sendo uma divindade, só poderia casar com outras divindades, no caso, sua própria família.
- evitar que o poder passasse a ser de outra dinastia
Nem todos os faraós se casaram com irmãos ou parentes próximos. Alguns se casaram com mulheres de outras famílias reais ou até mesmo com mulheres plebeias.
    Sacerdotes:
- organizavam os rituais, festas e atividades religiosas; eram donos de vastas propriedades e comandavam os trabalhos de milhares de pessoas. Desfrutavam de enorme riqueza proveniente das oferendas. pelo culto aos deuses
- eram bastante populares e tinham acesso a conhecimentos considerados sagrados. Muitos faraós os consideravam como pessoas perigosas, que ambicionavam tomar o seu lugar.
- faziam parte dos conselheiros de faraó.
    Nobreza:
era composta pelos Nomarcas, altos funcionários reais e militares. Eles possuíam grandes propriedades de terra e exerciam grande influência política.
   Artesãos, comerciantes e escribas: os artesãos eram obrigados a trabalhar em oficinas estatais, produzindo objetos de luxo e outros bens para o Estado e para os templos; sendo assim, estavam sujeitos aos trabalhos compulsórios.
   Camponeses (ou Felás): formavam a maior parte da população e estavam sujeitos a todo o tipo de trabalho compulsório que o Estado os obrigasse.
    Escravos: diferente do que muitos imaginam, a maior parte da mão de obra egípcia não era escrava...
A origem dos escravos:
a) prisioneiros de guerra
b) através dos traficantes, que os vendiam nos mercados
c) escravidão por dívida
O escravo era utilizado em qualquer tipo de trabalho, desde os mais pesados (pedreiras, minas, construções de monumentos, agricultura), até os mais amenos, como o trabalho doméstico. Os escravos eram propriedade do Estado ou de particulares. A escravidão era hereditária: os filhos dos escravos também continuavam sendo escravos.

A questão da propriedade / Expropriação
Semelhante a Mesopotâmia, no Egito antigo também ocorreu a expropriação de terras particulares, ou seja, o Estado, principalmente através dos templos, passou a ser dono da maior parte das terras.

As razões ou causas dessa expropriação
-  A necessidade de centralização do poder: a concentração de terras nas mãos do Estado e dos templos facilitava o controle sobre sobre a produção, os trabalhadores e os recursos.
- A necessidade de garantir o fornecimento de alimentos para as classes dominantes (sacerdotes e nobres) e militares, que dependiam da produção agrícola para sua subsistência e para a manutenção de seus privilégios.
- A religiosidade intensa e a crença na vida após a morte: a doação de terras para os templos era vista como um ato de piedade e uma forma de garantir a proteção divina e a vida eterna.
Essas terras eram administradas de maneira geral pelos sacerdotes. As terras eram usadas para cultivo e a produção era taxada pelo Estado, que cobrava impostos em espécie, como cereais, gado e tecidos, por exemplo. Além disso, os indivíduos que trabalhavam nas obras públicas também recebiam algum tipo de remuneração, como alimentação, abrigo e eventualmente pagamento em espécie.

A Política:
O Egito era uma monarquia teocrática. O poder político e o religioso estavam nas mãos dos faraós, que também era um dos deuses. O faraó era responsável pela administração de todas as atividades agrícolas do país; além disso, era ele que decidia quais obras públicas seria executadas. Os egípcios acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia

O Papel dos Templos
Os templos, através dos sacerdotes, eram responsáveis por uma série de funções sociais e econômicas tais como a administração de diversos trabalhos compulsórios,  a coleta de impostos e a organização de grandes projetos de construção, organização de festivais religiosos e cerimônias...eram também locais de aprendizado e pesquisa, onde estudiosos e sacerdotes realizavam estudos sobre astronomia, medicina, matemática e outras áreas do conhecimento.

O LEGADO EGÍPCIO

O Antigo Egito deixou um legado significativo para a humanidade em diversas áreas, incluindo:
    Arquitetura monumental: as pirâmides, templos, tumbas e outros edifícios monumentais
    Escrita hieroglífica: considerado uma das primeiras formas de escrita do mundo e foi usado por mais de três mil anos.
    Mumificação e Medicina: a tradição da mumificação resultou em excelente aprendizado sobre a anatomia humana...os egípcios perfuravam crânios, removiam tumores, implantavam próteses, usavam ervas medicinais, criaram técnicas cirúrgicas, etc.
    Matemática: desenvolveram um sistema de numeração e aritmética que incluía a fração unitária e o número zero, além de técnicas para resolver equações matemáticas e medir áreas e volumes.
    Astronomia: desenvolveram um calendário baseado no ciclo anual do rio Nilo, além de terem uma compreensão avançada dos movimentos planetários.
    Filosofia e Religião: os antigos egípcios desenvolveram um sistema religioso complexo e uma visão de mundo que influenciou a filosofia e a religião de outras culturas, incluindo a grega e a romana.






 









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