segunda-feira, 5 de junho de 2023

TOTALITARISMO FASCISTA / NAZISTA

Definição de Totalitarismo:
É um sistema político extremamente autoritário ao ponto de não ter similar na história da humanidade. É o mais elevado grau de controle da sociedade. São exemplos de regimes totalitários na história: União Soviética, China, Cuba, Coreia do Norte, Alemanha Nazista, Itália Fascista, etc.

O Primeiro regime totalitário da história: foi a ditadura socialista de Vladimir Lênin, que governou a Rússia (ainda não era chamada União Soviética) entre 1918 e 1924. Os horrores da revolução russa, com seus campos de "reeducação", tortura, trabalho escravo, censura, extermínio e guerra civil,  despertou nos europeus o temor de que algo similar ocorresse, pois era grande a difusão do comunismo pela Europa.


 

 










 



Copiando e adaptando o modelo criado pelos socialistas, os italianos e alemães criaram suas versões totalitárias.

A ALEMANHA E A ITÁLIA LOGO APÓS A I GUERRA MUNDIAL
NO CAMPO ECONÔMICO: Os elevados gastos com a guerra prejudicaram a economia, gerando desemprego, miséria, famílias desamparadas pela perda de parentes no conflito, etc. Até que a economia se recuperasse, levaria tempo. Na Alemanha o cenário era ainda pior devido às imposições humilhantes do Tratado de Versalhes.
NO CAMPO POLÍTICO: Os partidos defensores do totalitarismo, tanto comunistas quanto anticomunistas  apareceram naquele cenário caótico apresentando-se como a melhor solução para os problemas da população, ambos com um discurso antiliberal e antidemocrático (embora usassem a democracia para eleger seus deputados). Primeiramente foram os comunistas, que conquistavam boa parte dos trabalhadores. No sentido contrário surgiram na Itália o Partido Fascista e na Alemanha o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazismo), os quais também tinham um discurso antiliberal e antidemocrático. Naquela época, a democracia estava em perigo e em descrédito. Temendo as consequências de um regime comunista, muita gente na Alemanha e na Itália preferiu um totalitarismo que na sua avaliação seria menos ruim, mesmo sendo tão desumano e cruel quanto o regime socialista soviético.


1 - Fascismo italiano: causas da expansão e chegada ao poder:
a) O país não recebeu praticamente nenhum território após o fim da guerra; os enormes gastos do conflito se refletiam na crise econômica, gerando desemprego e miséria;
2) O temor do comunismo:
a maioria dos italianos temia que ocorresse na Itália algo semelhante ao que aconteceu na Rússia com a implantação do comunismo: expropriação, ditadura, guerra civil, milhões de mortos, perseguição aos opositores, campos de concentração, tortura, eliminação, etc.
3)  As divergências internas dos socialistas italianos em participar ou não da guerra;
os socialistas/comunistas italianos, em geral, eram contra a entrada do país na guerra; sendo assim, foram acusados de covardes, traidores, antipatriotas e colaboradores dos inimigos da Itália. Por ter defendido a entrada da Itália na guerra, Benito Mussolini, que fazia parte da liderança socialista, foi expulso do partido.
4) Mussolini e outras lideranças criaram o Partido Fascista Italiano, o qual tinha um discurso voltado para a união de todos os italianos...o símbolo do partido era o antigo feixe de varas do senado romano...a ideia de união ia no sentido contrário ao dos comunistas, que pregavam a divisão e a luta entre classes antagônicas...Mussolini defendia a união de todos em prol de uma Itália grande, onde o Estado se tornaria o árbitro das disputas entre os segmentos sociais.
Para conquistar a simpatia dos anticomunistas e acalmar milhões de cristãos, Mussolini se dizia anticomunista, afirmando que não tomaria a propriedade de ninguém e nem exterminaria com a religião numa terra que é o centro do cristianismo.
Para conquistar os simpatizantes do comunismo, Mussolini se dizia anticapitalista, antiliberal, defendendo a forte presença do Estado em todos os setores da vida dos italianos.
De maneira geral, os italianos perceberam que estavam em uma situação difícil pois a democracia estava com os dias contados e teriam que escolher entre duas opções totalitárias.
5) Mussolini no poder: após se tornar primeiro-ministro da Itália em 1922, por indicação do rei Vitório Emanuel, Mussolini ainda governou de maneira democrática até 1925, quando dissolveu o Parlamento e iniciou seu período ditatorial. Os de mais partidos foram extintos, a imprensa foi censurada e quem o critica foi preso ou eliminado.
 
A ECONOMIA FASCISTA: o modelo econômico fascista nunca foi liberal: era intervencionista e corporativista, em contraste com os princípios do liberalismo econômico. O Estado desempenhava um papel central na economia, controlando e direcionando os setores-chave. Para fortalecer o poder do Estado, foram criadas várias empresas estatais e o Estado assumiu o controle de setores estratégicos da economia, como transporte, energia, comunicações e indústria pesada. Um dos exemplos foi a fundação do Instituto para a Reconstrução Industrial (IRI) em 1933, com o objetivo de promover a industrialização e a modernização da economia. O IRI assumiu o controle de várias empresas privadas em dificuldades financeiras e se tornou um dos principais grupos econômicos do país, abrangendo setores como siderurgia, química, transporte e telecomunicações.
- A Indústria bélica: Sendo o militarismo uma das características do fascismo,
Mussolini implantou uma política de rearmamento e modernização das forças armadas, direcionando vastos recursos para produzir armamentos, equipamentos militares e infraestrutura militar. A construção de navios de guerra, aviões, tanques e outras armas se tornou uma prioridade do Estado italiano. O país deveria estar devidamente armado caso houvesse um novo conflito. Os investimentos na indústria bélica geraram bastante emprego inclusive em outros setores tais como o da metalurgia, indústria química, etc., impulsionando a economia e criando muitos empregos. O fascismo também obrigou todos os homens ao alistamento militar. É importante frisar que o investimento na indústria bélica tinha também ambições imperialistas, onde Mussolini planejava restaurar o antigo Império Romano e garantir a influência italiana em regiões como o Mediterrâneo e o norte da África, o que exigia um aparato militar poderoso.

2 - Nazismo: causas da expansão e chegada ao poder
1) O Nazismo cresceu na Alemanha em meio à forte crise econômica resultante das imposições humilhantes do Tratado de Versalhes: desemprego, miséria, inflação astronômica, diversas restrições, etc.
2) No campo político, aumentava o temor da chegada dos comunistas ao poder, pois o regime democrático mostrava-se incapaz de impedir o avanço comunista. Era uma questão de tempo.  Foi nesse contexto que surgiu o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o qual tinha um discurso anticapitalista, antidemocrático e ao mesmo tempo anticomunista;
3) O Nazismo tinha também uma pauta racista: a falsa ideia de raça superior germânica que deveria expandir-se através de outro ideal, o Lebensraum (espaço vital)...o ideal era conquistar muita terra para que os germânicos pudessem ter acesso a todos os recurso necessários...essas terras ficavam no leste europeu, principalmente na Ucrânia e Rússia.
4) Os nazistas acrescentaram também o ódio aos judeus, os quais eram acusados de serem os culpados pela derrota alemã na I guerra...o Exército alemão não havia sido derrotado militarmente, mas tinha sido traído especialmente por judeus, socialistas, marxistas e outros grupos considerados inimigos do Estado. Para os nazistas, os judeus e outros elementos "indesejáveis" da sociedade alemã conspiraram para minar o esforço de guerra alemão e enfraqueceram moralmente o país, favorecendo o espírito de covardia. Essa teoria antissemita e revisionista tinha como objetivo justificar o ódio contra os judeus, criando um bode expiatório para os problemas enfrentados pela Alemanha no período pós-guerra. Era preciso culpar alguém e a culpa caiu sobre os judeus...muitos judeus eram donos de indústrias, empresas comerciais e bancos...com a implementação das políticas antissemitas, eles foram os judeus foram alvo de discriminação, perseguição e restrições cada vez mais severas. Suas propriedades e negócios foram confiscados e expropriados, e muitos empresários judeus foram forçados a abandonar suas empresas e deixar o país. Essa visão distorcida e falsa desempenhou um papel significativo na propagação do antissemitismo na sociedade alemã durante o regime nazista, culminando posteriormente no genocídio e na perseguição sistemática dos judeus durante o Holocausto.
5) O discurso Nazista agradou boa parte do eleitorado alemão...assim como foi no fascismo, o nazismo usou a democracia, mesmo sendo antidemocrático: Hitler foi eleito deputado em 1933; os nazistas só conseguiram ter maioria no Parlamento aliando-se a outros partidos...sendo assim, em 1933, Hitler foi indicado como chanceler (primeiro ministro) pelo presidente Paul Von Hindenburg. Ao assumir o poder, Hitler põe em marcha seus planos autoritários e passa a restringir toda a oposição através de manobras políticas que tiveram o apoio de alguns partidos. Em março de 1933, a aprovação da Lei de Concessão de Plenos Poderes deu a Hitler amplos poderes legislativos e o permitiu governar por decretos, contornando o parlamento. Logo em seguida, Hitler implanta a ditadura, fecha o parlamento, extingue os demais partidos políticos e  proclama a chegada do III Reich.

A ECONOMIA NAZISTA: o nazismo era antiliberal, ou seja, era contra o livre mercado; A economia passou a ser dirigida pelo Estado, o qual controlava e administrava a produção, distribuição e consumo, implementando políticas de planejamento central, nacionalização de empresas, controle de preços e restrições comerciais. De maneira geral, as ações nazistas para reerguer a economia foram as seguintes:
a) Rearmamento e expansão militar: pesados investimentos na indústria bélica, aumentando a produção de armamentos e expandindo as forças armadas. Isso impulsionou o setor industrial e gerou empregos.
b) Autossuficiência: o objetivo era reduzir a dependência do comércio internacional através da  autossuficiência, sendo assim, criou-se políticas protecionistas que estimulavam a produção interna, especialmente em setores estratégicos como agricultura e recursos naturais.
c) Programas de trabalho e infraestrutura: implementou-se um amplo programa de obras públicas para gerar muito emprego e renda (estradas, pontes, moradias, etc.). Essas obras não apenas forneceram empregos para a população, mas também melhoraram a infraestrutura do país.
d) Intervencionismo: O Estado assumiu um papel central na economia, intervindo na gestão de empresas, regulando os preços e controlando as relações trabalhistas. Foram estabelecidos cartéis e sindicatos controlados pelo Estado, visando consolidar o poder econômico e político.
e) Expansão territorial: A anexação de territórios visava acessar os recursos naturais necessários para o crescimento da Alemanha.
f) No campo trabalhista, o Nazismo criou a sua versão do corporativismo fascista: a Frente Alemã do Trabalho, que era uma organização sindical controlada pelo Estado. Essa organização buscava unificar os trabalhadores e os empregadores em uma estrutura hierárquica, na qual o Estado tinha autoridade para regular e determinar as condições de trabalho, salários e direitos trabalhistas.




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