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segunda-feira, 5 de junho de 2023

FASCISMO E TOTALITARISMO

O que é Fascismo? é uma ideologia ou é um movimento? é democrático ou antidemocrático? é de direita ou de esquerda? quem não é de esquerda é fascista?  essas e outras perguntas fazem parte do cotidiano político atual... uma boa parte da sociedade, mesmo desconhecendo o significado e a ideologia fascista, acusa de ser fascista qualquer um que discorde de sua visão de mundo.
O que é Fascismo: Não há um conceito que consiga abrangê-lo plenamente. De maneira geral, fascismo é ideologia uma corrente política ultranacionalista, antiliberal, antidemocrática e militarista. No fascismo há elementos marxistas, nacionalistas, militaristas, corporativistas, anticapitalistas, ditatoriais, demagogos, populistas, etc.
Fascismo é tanto uma ideologia quanto um movimento político.
FASCISMO COMO IDEOLOGIA:
É um conjunto de crenças e princípios que incluem:
Nacionalismo extremo: como a nação ou o Estado está acima de tudo, o fascismo enfatiza o ideal de uma identidade coletiva, através da qual é possível alcançar a unidade nacional.  
Autoritarismo: todo o poder deve estar concentrado nas mãos do líder. 
Totalitarismo: o Estado deve possuir o controle total sobre todos os aspectos da vida pública e privada.
Anticomunismo e anticapitalismo:  mesmo sendo anticomunista, a ideologia fascista possui  algumas características semelhantes ao marxismo, as quais veremos mais adiante. Ao mesmo tempo, o fascismo combate a economia capitalista liberal, ou seja é contra o livre mercado e tem um discurso antiburguês. 
Militarismo e expansionismo: Valorização da força militar, da guerra e da expansão territorial como meios de fortalecer a nação. 
Culto ao líder: Deificação do líder como figura carismática e infalível, símbolo da nação e guia para o seu destino. 
Corporativismo: Organização da sociedade em corporações ou sindicatos controlados pelo Estado, buscando a colaboração entre classes em vez da luta de classes. 
Uso da violência: A violência é vista como um meio legítimo para alcançar objetivos políticos e suprimir a oposição. 

O FASCISMO COMO MOVIMENTO POLÍTICO
o fascismo surgiu na Itália logo após a Primeira Guerra Mundial e rapidamente foi ganhando a preferência de uma boa parte da população, dentro de um contexto de crise social, política e econômica. Suas características como movimento incluem:
Organização paramilitar: Uso de milícias para intimidar opositores e impor sua agenda. 
Mobilização de massas: Busca pelo apoio popular através de propaganda, comícios e organizações de massa. 
Discurso populista: O apelo às emoções do povo, a exploração dos ressentimentos e a promessa de soluções radicais para os problemas da nação. 
Partido único: O fascismo é antidemocrático pois defende um sistema político com um único partido dominante, sem nenhuma oposição. Para o fascismo, democracia é um tipo de governo que dificulta a ação, impede a rápida solução dos problemas, atrapalha mais do que ajuda, custa bastante aos cofres da nação, além de ser uma porta aberta para demagogos, enganadores, corruptos, etc. 

O MANIFESTO FASCISTA: Visão abrangente

Foi escrito por Giovanni Gentile e assinado por vários intelectuais italianos, sendo publicado em 21 de abril de 1925 com o objetivo de criar uma base filosófica e ideológica para o fascismo italiano, que já estava no poder sob Benito Mussolini. Seus principais princípios podem ser sintetizados da seguinte forma: 

-Idealismo Ativista e Espiritualismo: rejeição do materialismo e do positivismo; defesa do ideal do espírito em constante auto-criação através da ação e da vontade. A vida era vista como uma luta e uma missão espiritual.
-Primazia do Estado e do Interesse Nacional: O ser humano existe para servir ao Estado, que era considerado a encarnação da vontade e do espírito da nação. Os interesses individuais deveriam ser sacrificados em prol do bem comum nacional.
-Concepção Ética da Política: Através da política, cabia ao Estado a responsabilidade de moldar a moralidade e os valores da nação, elevando-a a um nível superior de civilização.
-
Unidade e Autoridade: Era essencial uma liderança forte e autoritária para unir a nação. A disciplina, a hierarquia e a obediência eram consideradas virtudes essenciais.
-Corporativismo: Defesa de um sistema econômico corporativista, onde os interesses de diferentes classes (trabalhadores e empregadores) seriam harmonizados sob a direção do Estado, visando a produção nacional e a superação da luta de classes.
Valorização da Ação Direta e da Violência: Em certos aspectos, o Manifesto valorizava a ação direta e a violência como meios para alcançar objetivos políticos e afirmar a vitalidade da nação.
Rejeição do Individualismo e do Liberalismo: O individualismo era visto como egoísta e dissolvente da unidade nacional. O liberalismo político e econômico era criticado por sua ênfase nos direitos individuais e na livre competição, considerados prejudiciais à coesão social e à força do Estado.
Concepção Orgânica da Nação: A nação era vista como um organismo vivo com seus próprios interesses e destino, transcendendo os interesses individuais e de classe.
Papel Educacional do Estado: O Estado tinha a responsabilidade de educar os cidadãos nos valores fascistas, moldando seu caráter e preparando-os para servir à nação.
Religião da Pátria: Havia uma dimensão quase religiosa na devoção à pátria e ao Estado fascista, com seus próprios ritos, símbolos e mitos.
Em suma, o Manifesto dos Intelectuais Fascistas articulava uma visão de mundo onde o Estado nacional autoritário era central, o indivíduo estava subordinado à nação, a ação e a vontade eram exaltadas, e a unidade e a disciplina eram consideradas essenciais para a grandeza da Itália.

TOTALITARISMO: 
O Fascismo, juntamente com os regimes socialistas, tais como o Stalinismo, o Leninismo, o Maoísmo, o Castrismo, etc., são formas de TOTALITARISMO:
Definição de Totalitarismo: É o mais autoritário modelo político e o mais elevado grau de controle da sociedade, onde todos os segmentos são controlados pelo Estado: economia, cultura, educação, propaganda, arte, literatura, etc. Não há espaço para oposição e críticas ao Estado. Não há liberdades individuais a não ser a favor do Estado. Não há democracia. Qualquer tipo de oposição é punida com prisão, condenação e até execução. São exemplos de regimes totalitários: União Soviética, China, Cuba, Coreia do Norte, Alemanha Nazista, Itália Fascista, etc. O Primeiro governo totalitário da história foi o da ditadura socialista de Lênin, logo após o golpe bolchevique de outubro de 1917. O segundo foi a ditadura socialista comandada por  Stálin.

AS SEMELHANÇAS ENTRE OS REGIMES SOCIALISTAS E O FASCISMO
Embora existam diferenças, esses regimes citados tem mais semelhanças do que diferenças entre eles.  
- A principal de todas é o controle absoluto sobre a sociedade e o indivíduo
Outras semelhanças são
Partido Único e Líder Carismático: Em todos esses regimes, só há um partido político que detém o poder absoluto, sob o comando de uma figura carismática, a qual é elevada a um status quase messiânico e se torna o símbolo da nação ou da ideologia. Exemplos incluem Mussolini no fascismo, Stalin no stalinismo, Lenin no leninismo e Mao Tsé Tung no maoísmo.

- Ideologia Oficial Abrangente: Cada um destes regimes impõe uma ideologia oficial que busca explicar todos os aspectos da vida, da história e do futuro, moldando a visão de mundo da população e eliminando ideologias concorrentes. 

-Uso Sistemático do Terror e da Repressão: Todos esses regimes empregam o terror em larga escala para eliminar todo o tipo de oposição e crítica...esse terror é essencial para espalhar o  medo na população, garantindo a obediência. Isso se manifesta através de prisões arbitrárias, tortura, execuções, campos de concentração ou de "reeducação", e uma polícia secreta onipresente.

- Antiliberalismo e Controle Estatal da Economia: Esses regimes são anticapitalistas e impõem um controle significativo sobre a economia, seja através da planificação centralizada (como no stalinismo e maoísmo) ou da direção e subordinação dos interesses privados aos objetivos nacionais (como corporativismo fascista). 

- Censura e Monopólio dos Meios de Comunicação: O Estado controla estritamente todos os meios de comunicação para disseminar propaganda massiva, promover a ideologia oficial, glorificar o líder e o regime, e suprimir qualquer forma de dissidência ou informação não sancionada.

Controle da Educação e da Cultura: A educação e a cultura são instrumentalizadas para doutrinar o povo desde a infância, incutindo as ideias, os valores e as crenças do regime, além de promover o culto ao líder e à ideologia, ao mesmo tempo em que combate e elimina  expressões culturais ou intelectuais que não se alinham com a linha oficial.

Subordinação do Indivíduo ao Estado: Nos regimes totalitários, os direitos e as liberdades individuais são considerados inferiores aos interesses do Estado ou da coletividade, conforme definidos pelo partido no poder. O indivíduo existe para servir ao Estado e à ideologia.

Militarismo e Nacionalismo Exacerbado: Muitos regimes totalitários promovem um forte nacionalismo e militarismo, buscando a expansão territorial, a demonstração de poder e a criação de um senso de excepcionalismo nacional.

ORIGENS DA IDEOLOGIA FASCISTA
Diversos intelectuais, mesmo não sendo fascistas contribuíram  para que a ideologia e o movimento fossem criados: Georges Sorel, Gustave Le Bon, Antonio Labriola e outros foram os que mais influenciaram a base ideológica fascista. O próprio Mussolini, formado no marxismo, herdou de Marx a ideia de que a sociedade era movida por conflitos irreconciliáveis e que era necessária a ação revolucionária.

Georges Sorel (1847–1922): Foi um intelectual francês que reinterpretou o marxismo através da ideia do sindicalismo revolucionário, defendendo o uso da ação direta violenta e do mito heroico (especialmente o mito da greve geral) como o melhor meio para mobilizar as massas.
Suas ideias expostas em sua obra "Reflexões sobre a Violência" (1908), influenciaram  intelectuais, líderes, sindicalistas, etc. 
Sorel discordava de Marx em dois aspectos fundamentais: 
Rejeição do Determinismo histórico: Para Marx, o socialismo era inevitável devido às contradições do capitalismo. Sorel, porém, acreditava que a revolução não aconteceria "naturalmente" – seria preciso forçá-la através da ação violenta.
O Papel das elites revolucionárias: Enquanto Marx confiava na classe operária espontaneamente organizada, Sorel defendia que uma minoria militante (uma elite revolucionária) deveria incitar a violência para despertar a consciência revolucionária das massas.
O mesmo Sorel foi lido com atenção em Itália pelos sindicalistas marxistas que adotaram a greve e a violência como formas de desencadear a revolução. 
Foi o marxismo soreliano que conduziu ao bolchevismo e ao fascismo.
A Influência de Sorel no Bolchevismo: Há semelhanças entre a obra de Sorel e o discurso de Lênin: 
- Sorel defendia a ideia da Vanguarda do Proletariado: uma minoria organizada através de sindicatos revolucionários deveria assumir a liderança da massa.
-Lênin adaptou isso no "Partido de Vanguarda" , em sua obra "O Que Fazer", onde os bolcheviques seriam a elite intelectual que guiaria os trabalhadores.
Violência como Método: Ambos rejeitavam o reformismo pacífico. Sorel via a greve geral violenta como mito mobilizador; Lênin defendia a insurreição armada. A Revolução de Outubro (1917) e o Terror Vermelho (1918-1922) refletiram essa lógica soreliana. 

O Mito revolucionário de Sorel
Georges Sorel criticava os marxistas moderados (ou progressistas) que sonhavam com uma sociedade perfeita no futuro. Em vez disso, ele defendia a ideia da luta e da ação, através do  Mito revolucionário, a qual seria mais poderosa do que planos ou discursos,...o mito motivaria as pessoas a lutar, seria uma crença coletiva que daria coragem e sentido à revolução.
Exemplos:
- Sorel, que era ateu, citava o exemplo dos cristãos, os quais agiam em prol da causa de Cristo, considerada grandiosa ao ponto de sacrificarem até a própria vida, almejando o reino de Deus e a vida eterna.
- Para Sorel, os trabalhadores, da mesma forma, deveriam se unir e agir através da Greve Geral, a qual seria o melhor meio de uni-los para obter seus benefícios. As pessoas agem muito mais motivadas pela emoção e pelo efeito de manada do que por cálculos racionais. A greve geral transformaria os indivíduos tímidos e isolados em um grupo forte e disposto ao ponto de sacrificar-se pela causa. Sem esse mito, as revoluções viram negociações chatas (como política partidária). A violência revolucionária (greves, protestos radicais) só acontece quando as pessoas acreditam profundamente no mito.
- O "mito revolucionário" levaria as pessoas a agir, mesmo sem saber exatamente como a vitória viria. Não seria sobre como vencer, mas sobre "por que" lutar.

O Romantismo anticapitalista
Sorel, mesmo sendo marxista e provavelmente ateu, rdefendia alguns valores associados ao conservadorismo. Essa aparente contradição pode ser entendida ao analisarmos o contexto de seu pensamento e seus objetivos:
Sorel não era um marxista ortodoxo, pois criticava o determinismo econômico e o racionalismo iluminista que permeavam algumas interpretações do marxismo. Para Sorel, a força motriz da história não residia apenas nas transformações materiais ao longo do tempo...essa era uma visão muito
 mecanicista e passiva. Ele defendia a tese de que a história não era apenas o resultado inevitável de forças econômicas, mas também era moldada pela vontade humana, pelas crenças, pela cultura, tradições, etc., os quais também levavam as pessoas a agirem. Ele acreditava que a revolução era, em última análise, uma questão de vontade e de mobilização, e não apenas de leis econômicas inevitáveis.

Para Georges Sorel, essa luta revolucionária através de greves gerais e confrontos radicais, forjaria uma nova ética, baseada em heroísmo, dignidade coletiva e autenticidade...ao mesmo tempo, isso preservaria valores tradicionais que ele considerava como fundamentais, tais como a família, a honra e o recato sexual — estes não deveriam ser destruídos, mas conservados e purificados pela revolução.
-A família tradicional e a solidariedade tribal (como em comunidades camponesas ou grupos operários unidos) representavam uma resistência orgânica ao individualismo burguês.
-A honra e a disciplina no trabalho (como no artesanato ou no sindicalismo militante) seriam virtudes revolucionárias, não resquícios do passado.
-A Violência como Purificação: A greve geral, por exemplo, não era apenas uma tática econômica, mas um rito de passagem para uma ordem moral superior.
-Essa ideologia de Sorel ficou conhecida também como "Romantismo anti-capitalista".

Crítica ao Marxismo Moderado da Social Democracia:
Entretanto, Sorel discordava dos marxistas moderados (partidos sociais democratas ou mencheviques), os quais, na sua visão, eram compostos por lobos enganadores e devoradores que ao mesmo tempo em que enriqueciam, submetiam o proletariado aos políticos demagogos e à falsa democracia parlamentar, a qual era considerada como fonte de desmoralização, balcão de negócios, mar de corrupção e destruição da solidariedade de classe.



Gustave Le Bon (1841-1931) foi um polímata (era engenheiro, sociólogo e psicólogo) francês que criou teorias sobre a psicologia coletiva e sua influência sobre as massas. É de Le Bon a teoria das massas e do efeito manada, a qual é descrita como um fenômeno psicológico análogo ao fanatismo religioso. Segundo Le Bon, as ideias só se tornam acessíveis às multidões depois de ganharem uma forma muito simplificada, sofrendo completas transformações e reducionismos para se tornarem populares. Ou seja, essas ideias chegam ao povo simplificadas e não exibem sua complexidade, passando a ser consideradas como a solução fácil para os problemas do mundo. A maioria do povo é pouco instruída e isso é causado ou pela falta de tempo ou pela falta de condições para estudar e aprofundar seus conhecimentos sobre ideias complexas a respeito de política, economia, cultura, etc. Mesmo aqueles que tem tempo e condições para isso, não se interessam.  É mais fácil aceitar e seguir cegamente aquilo que preferem acreditar como verdade. Sendo assim, a maioria do povo despreza tudo o que foi construído ao longo dos séculos da civilização e passa a agir através do efeito de manada, a multidão tem a ilusão da invencibilidade, posto que o indivíduo adquire “um sentimento de poder invencível, que lhe permite ceder a instintos que, sozinho, não seria capaz. No meio da multidão, o indivíduo sente-se poderoso e consequentemente irresponsável. Para os líderes, isso não é ruim, muito pelo contrário, é algo que serve muito bem aos seus interesses, pois fica mais fácil controlar, pois manada não pensa, não raciona, apenas obedece e age cegamente sob as ordens do ditador. Isso é muito positivo para os líderes que querem tomar o poder, pois facilita o controle sobre a massa que perdeu todo o senso crítico e obedece cegamente.




    Críticas da esquerda: Marxistas ortodoxos o acusavam de "romantismo reacionário" por misturar revolução com valores tradicionais.

    Apropriação pela direita: Fascistas distorceram suas ideias para justificar nacionalismo e autoritarismo (embora Sorel nunca os apoiasse).

Conclusão: Uma Revolução Ética

Para Sorel, a verdadeira revolução não era apenas sobre mudar estruturas, mas transformar a alma humana. Seu projeto era tanto destruidor quanto conservador — um paradoxo que ainda desafia esquemas políticos convencionais.

prevalecer uma nova cultura operária fundada no trabalho o conduziu
ao que mais tarde veio a ser caracterizado como “romantismo
anticapitalista”. (LÖWY, 1997). Seu apelo aos valores do passado, , bem como
seu pessimismo em relação ao progresso tecnológico e às instituições
modernas são marcas indeléveis de seu pensamento que o acompanharam
ao longo de toda sua vida.11


Antonio Labriola (1843–1904): Um dos primeiros marxistas italianos, Labriola defendia uma reinterpretação do marxismo revolucionário, o qual deveria ser flexível e adaptado à realidade italiana...assim como Lênin o reinterpretou para a realidade russa, assim também seria necessário adequar o marxismo à Itália, um país que tinha uma realidade totalmente diferente da russa.
Sergio Panunzio (1886–1944): Panunzio teorizou que o Estado deveria ser o instrumento máximo da revolução social. Ele foi um dos maiores ideólogos do fascismo no campo jurídico e político, propondo um Estado forte, corporativo e intervencionista.

Georges Sorel: foi um socialista e revolucionário francês que tanto influenciou Lênin quanto Mussolini. De maneira geral, Sorel desenvolveu a teoria do uso da violência como o único meio de mudança social... a violência revolucionária não era apenas um meio, mas uma força criadora e purificadora capaz de regenerar uma sociedade decadente.
A Violência mobilizadora:
Sorel discordava da social democracia dos socialistas moderados (que na Rússia eram representados pelos mencheviques), acusando-os de domesticar o proletariado com promessas de mudança sem ruptura. Para ele, a negociação e o parlamentarismo só serviam para perpetuar a dominação. A verdadeira mudança social não viria de reformas graduais ou acordos políticos, mas de atos "heróicos" de violência capazes de destruir a ordem vigente. A violência não como um simples instrumento de poder, mas um "mito social" — uma narrativa poderosa que mobilizaria as massas e as inspiraria a agir. Greves gerais e confrontos diretos com o Estado seriam essenciais para despertar a consciência de classe do proletariado. A violência seria a única linguagem que a elite entenderia, pois romperia sua ilusão de controle.

Sorel afirmava que a ordem vigente era mantida através da repressão institucionalizada, representada pelas leis e pelas forças armadas ao serviço do Estado...o único meio de mudança seria através de atos de rebelião espontâneos, como motins e sabotagens, que visavam destruir as estruturas opressoras...a "violência" seria libertadora e regenerativa...a violência não seria um fim em si mesma, mas uma ferramenta de emancipação moral e política.
A base do pensamento revolucionário de Sorel é o da destruição...a destruição seria o meio através do qual seria possível a construção de uma nova ordem...o preço a ser pago seria altíssimo: guerra, fome, banho de sangue, terra arrasada, etc., como foi o caso da União Soviética. A Nova ordem não seria uma democracia, mas uma ditadura sobre o próprio trabalhador.
Influência no Fascismo:
Sorel também influenciou o fascismo italiano, através da sua defesa da ação direta, da violência e da crença num mito revolucionário. Mussolini, por exemplo, foi influenciado pelas ideias de Sorel, embora este último se ovasse do fascismo quando este surgiu.
O Mito da Greve Geral:
Sorel considerava a greve geral como um mito que unificava os trabalhadores e dava-lhes uma identidade comum, um conceito que foi utilizado pelo fascismo para criar um sentimento de unidade nacional e popular.


A maioria xinga o outro de fascista, mesmo sem saber o seu significado. Na Itália, a pauta fascista agradava mais aos trabalhadores e até à maioria do povo italiano. Esse fato italianos do que a pauta comunista. e isso incomodou o avanço da agenda comunista.  Essa indefinição é ideal para impulsionar seu uso indiscriminado, algo comum a outros termos políticos que muitos também não sabem o significado (ex: liberal, conservador, neoliberal, etc.). 



Benito Mussolini era membro do Partido Socialista Italiano e redator do jornal do partido, o Avanti...era admirado por Lênin. O historiador Paul Johnson destaca seis pontos comuns entre Lênin e Mussolini:
1) Ambos eram totalmente opostos à "democracia burguesa" e a qualquer reformismo;
2) Encaravam o partido como uma agência ferozmente disciplinada, hierárquica e centralizada para atingir os objetivos socialistas;
3) Queriam a liderança de revolucionários profissionais;
4) Não confiavam na capacidade de organização dos trabalhadores;
5) Achavam que a consciência revolucionária poderia ser levada às massas por uma elite organizada do partido;
6) Acreditavam na violência como árbitro final na luta de classes.

Itália: Surgimento do Fascismo
Surgiu e expandiu-se logo após a Primeira Guerra Mundial, favorecido por causas econômicas e políticas:
Causas Econômicas:
1 - Crise Econômica: A economia estava devastada pela guerra, com alta inflação, desemprego em massa e uma grande dívida pública.
2 - Descontentamento dos Trabalhadores: Havia grandes movimentos de trabalhadores exigindo melhores condições, salários e reformas sociais, muitas vezes levando a greves e conflitos violentos.

Causas Políticas:
1 - Descrença na democracia e no liberalismo: Uma boa parte do povo queria soluções rápidas para a crise e passou a descrer da democracia e do liberalismo econômico, pois não viam sinais imediatos de melhoria.
2 - Decepção com o Tratado de Versalhes: o povo sentia-se traído pelo Tratado de Versalhes, pois o país não recebeu nenhuma recompensa pela sua participação na guerra.
3 - Medo do Comunismo: O temor de uma revolução e uma guerra civil causadas pelo comunismo assombrava os italianos...tanto as elites quanto a maioria do povo passariam a apoiar qualquer movimento que os defendesse dessas terríveis ameaças. média e as elites, que viram no fascismo uma barreira contra o comunismo.
4 -Nacionalismo e Revanchismo: O ressentimento pela "vitória mutilada" fomentou um forte sentimento nacionalista e desejo de revanche, que foi explorado pelos fascistas.
5 - Apoio da maioria do povo: O Fascismo passou a ser visto como a única alternativa para evitar que a Itália se transformasse numa ditadura marxista.

ASPECTOS DA IDEOLOGIA FASCISTA
1. Coletivismo e Anti-Individualismo
O fascismo, assim como o socialismo e o comunismo, rejeita o individualismo liberal em favor do coletivo. Mussolini, por exemplo, declarou: "Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado" — uma visão que ecoa o totalitarismo soviético.

2. Controle Estatal da Economia
Ao contrário da direita liberal, que prega a livre iniciativa, o fascismo adotou um modelo de economia corporativista, com forte intervenção estatal. Mussolini nacionalizou setores estratégicos, implementou políticas trabalhistas centralizadas e rejeitou o capitalismo laissez-faire. Essas medidas são mais próximas do socialismo do que do conservadorismo econômico de direita.

3. Rejeição ao Liberalismo Clássico
Tanto o fascismo quanto a esquerda radical compartilham um desprezo pelo liberalismo político e econômico. Enquanto a direita clássica (como os conservadores britânicos ou os fundadores dos EUA) valoriza a limitação do poder do Estado, o fascismo e a esquerda autoritária defendem um Estado expansionista e controlador.

4. Mobilização Revolucionária e Utopismo
O fascismo surgiu como um movimento revolucionário que buscava destruir a ordem existente para criar uma nova sociedade. Essa mentalidade revolucionária é típica da esquerda (marxismo, socialismo), enquanto a direita geralmente busca preservar instituições tradicionais ou reformá-las gradualmente.

5. Alianças Históricas com a Esquerda
Na Itália, muitos fascistas vieram do movimento socialista. Mussolini foi um militante do Partido Socialista Italiano antes de fundar o fascismo. Na Alemanha, os nazistas (um subgrupo do fascismo) tinham elementos socialistas em sua plataforma (daí o nome "Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães").
1) Rejeição da Democracia Liberal: O fascismo é antiliberal e antidemocrata: a democracia liberal é tida como burocrática, lenta, ineficaz e corrupta; em seu lugar, era preciso um Estado autoritário, o qual impusesse a ordem, acabasse com as rebeliões, greves e protestos (os quais são algumas das principais armas dos marxistas) e fomentasse rapidamente o desenvolvimento. pusesse impor ordem e unidade.

2) Coletivismo Estatal: O liberalismo defende a primazia dos direitos e das liberdades individuais, enquanto o fascismo priorizava o coletivo, a Nação e o Estado. O indivíduo era visto como subordinado ao bem-estar do Estado e da Nação, o que se opunha à ênfase liberal nos direitos individuais.

3) Corporativismo: O fascismo implementava um sistema corporativista no qual o estado mediava as relações entre trabalhadores e empresários, em vez de deixar essas relações serem determinadas pelo mercado livre, como propõe o liberalismo. Esse sistema buscava eliminar os conflitos de classe através da cooperação estatal e da regulação.

4) Crítica ao Capitalismo: o fascismo compartilhava a crítica ao capitalismo liberal. Os fascistas acusavam o capitalismo de criar desigualdades sociais e econômicas que enfraqueciam a nação.

5) Mobilização das Massas: O fascismo procurava mobilizar as massas em apoio ao Estado. Utilizava propaganda, rituais públicos e organizações de massa para engajar a população e promover sua ideologia, semelhante à forma como os partidos comunistas mobilizavam o proletariado.

6) Controle Estatal da Economia: O fascismo implementava um controle significativo do Estado sobre a economia, através de políticas intervencionistas e planejamento econômico, o que se aproxima dos métodos de gestão econômica marxistas, embora com o objetivo de fortalecer o estado e a nação, em vez de abolir a propriedade privada. Na prática, o Fascismo não tomou as empresas privadas, mas passou a controlá-las através do planejamento centralizado da economia. Era esse planejamento que definia tudo o que seria produzido, construído, investido, financiado, etc.


Essa “oração” aqui resume praticamente todo o mantra comunista sobre o fascismo e mostra a fonte de todos os mitos que vocês vão ver a partir desta coluna. Então agora que a gente entendeu onde começou a confusão no estudo do fascismo, e por que tanta gente fala tanta besteira por aí, vamos para outra referência no assunto, o professor Stanley Payne no seu clássico A história do fascismo para gente entender melhor ainda essa falácia primordial do fascismo como agente do capitalismo. Na p. 168, no capítulo “Nacional Socialismo Alemão”, o professor Payne explica uns detalhes bem interessantes sobre a “ajuda” que Hitler teve dos burgueses capitalistas para chegar ao poder: “Tal como Mussolini durante 1921-22, Hitler trabalhou durante 1931-32 para estabelecer laços com setores influentes da sociedade, cooperando parte do tempo com a direita e tentando tranquilizar os empresários de que eles não tinham motivos para estar apreensivos com o 'socialismo' nazista. No entanto, apesar da massiva propaganda esquerdista de que Hitler era o agente pago do capitalismo, Hitler obteve apenas recursos financeiros limitados de grandes empresas. Embora houvesse um apoio considerável a Hitler entre os pequenos industriais, a maioria dos setores das grandes empresas iam consistentemente contra permitir que ele formasse um governo. O Partido Nazista foi principalmente financiado pelos seus próprios membros.” Parece que os burgueses capitalistas não estavam querendo que Hitler salvasse eles não, hein?

Agora na p. 190 o professor Payne concorda com o professor Griffin sobre essa bagunça marxista em forçar a ideia de que o fascismo era o agente do capitalismo, olha com ele não deixa dúvidas aqui: “Muito foi feito por comentaristas marxistas, durante a década de 1930 e por quase meio século depois, sobre a alegada dominação capitalista da economia alemã sob o nacional-socialismo, quando a verdade da questão era mais praticamente o OPOSTO. É importante distinguir entre benefícios contingentes que os capitalistas desfrutaram por causa do domínio nazista e da verdadeira identidade de interesses entre a indústria e o regime nazista.”






Primeiramente foram os comunistas, que há muito tempo lutavam para tomar o poder, que conquistavam boa parte dos trabalhadores. No sentido contrário surgiram na Itália o Partido Fascista e na Alemanha o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazismo), os quais também tinham um discurso antiliberal e antidemocrático. Naquela época, a democracia estava em perigo e em descrédito. Temendo as consequências de um regime comunista, muita gente na Alemanha e na Itália preferiu um totalitarismo que na sua avaliação seria menos ruim, mesmo sendo tão desumano e cruel quanto o soviético.


1 - Fascismo italiano: causas da expansão e chegada ao poder:
a) O país não recebeu nenhum território após o fim da guerra; os enormes gastos do conflito se refletiam na crise econômica, gerando desemprego e miséria;
2) O temor do comunismo:
a maioria dos italianos temia que ocorresse na Itália algo semelhante ao que aconteceu na Rússia com a implantação do comunismo: expropriação, ditadura, guerra civil, milhões de mortos, perseguição aos opositores, campos de concentração, tortura, eliminação, etc.
3)  As divergências internas dos socialistas italianos sobre a participação na Primeira Guerra Mundial:
os marxistas italianos eram, de maneira geral, contra a entrada do país na guerra; sendo assim, foram acusados de covardes, traidores, antipatriotas e colaboradores dos inimigos da Itália. Por ter defendido a entrada da Itália na guerra, Benito Mussolini, que fazia parte da liderança socialista, foi expulso do partido.
4) Mussolini e outro intelectuais criaram o Partido Fascista Italiano, o qual tinha um discurso voltado para a união de todos os italianos...o símbolo do partido era o antigo feixe de varas do senado romano, o qual também é um dos símbolos da república...a ideia de união ia no sentido contrário ao dos comunistas, que pregavam a divisão através da luta de classes...Mussolini percebeu que poderia ganhar a simpatia do povo ao defender o ideal da união de todos em prol de uma Itália grande, onde o Estado se tornaria o árbitro das disputas entre os segmentos sociais.





Além disso, havia a questão religiosa: Não fazia sentido pregar o ateísmo marxista no país que é o centro do cristianismo... Para conquistar a simpatia dos anticomunistas e acalmar milhões de cristãos, Mussolini, mesmo sendo um ateu, sabia que era necessário agradar ao povo... se dizia anticomunista, afirmando que não tomaria a propriedade de ninguém e nem exterminaria com a religião no país que é o centro do cristianismo.
Para conquistar os simpatizantes do comunismo, Mussolini se dizia anticapitalista, antiliberal, defendendo a forte presença do Estado em todos os setores da vida dos italianos.
De maneira geral, os italianos perceberam que estavam em uma situação difícil pois a democracia estava com os dias contados e teriam que escolher entre duas opções totalitárias.
5) Mussolini no poder: após se tornar primeiro-ministro da Itália em 1922, por indicação do rei Vitório Emanuel, Mussolini ainda governou de maneira democrática até 1925, quando dissolveu o Parlamento e iniciou seu período ditatorial. Os de mais partidos foram extintos, a imprensa foi censurada e quem o critica foi preso ou eliminado.
 
A ECONOMIA FASCISTA: o modelo econômico fascista nunca foi liberal: era intervencionista e corporativista, em contraste com os princípios do liberalismo econômico. O Estado desempenhava um papel central na economia, controlando e direcionando os setores-chave. Para fortalecer o poder do Estado, foram criadas várias empresas estatais e o Estado assumiu o controle de setores estratégicos da economia, como transporte, energia, comunicações e indústria pesada. Um dos exemplos foi a fundação do Instituto para a Reconstrução Industrial (IRI) em 1933, com o objetivo de promover a industrialização e a modernização da economia. O IRI assumiu o controle de várias empresas privadas em dificuldades financeiras e se tornou um dos principais grupos econômicos do país, abrangendo setores como siderurgia, química, transporte e telecomunicações.
- A Indústria bélica: Sendo o militarismo uma das características do fascismo,
Mussolini implantou uma política de rearmamento e modernização das forças armadas, direcionando vastos recursos para produzir armamentos, equipamentos militares e infraestrutura militar. A construção de navios de guerra, aviões, tanques e outras armas se tornou uma prioridade do Estado italiano. O país deveria estar devidamente armado caso houvesse um novo conflito. Os investimentos na indústria bélica geraram bastante emprego inclusive em outros setores tais como o da metalurgia, indústria química, etc., impulsionando a economia e criando muitos empregos. O fascismo também obrigou todos os homens ao alistamento militar. É importante frisar que o investimento na indústria bélica tinha também ambições imperialistas, onde Mussolini planejava restaurar o antigo Império Romano e garantir a influência italiana em regiões como o Mediterrâneo e o norte da África, o que exigia um aparato militar poderoso.

2 - Nazismo: causas da expansão e chegada ao poder
1) O Nazismo cresceu na Alemanha em meio à forte crise econômica resultante das imposições humilhantes do Tratado de Versalhes: desemprego, miséria, inflação astronômica, diversas restrições, etc.
2) No campo político, aumentava o temor da chegada dos comunistas ao poder, pois o regime democrático mostrava-se incapaz de impedir o avanço comunista. Era uma questão de tempo.  Foi nesse contexto que surgiu o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o qual tinha um discurso anticapitalista, antidemocrático e ao mesmo tempo anticomunista;
3) O Nazismo tinha também uma pauta racista: a falsa ideia de raça superior germânica que deveria expandir-se através de outro ideal, o Lebensraum (espaço vital)...o ideal era conquistar muita terra para que os germânicos pudessem ter acesso a todos os recurso necessários...essas terras ficavam no leste europeu, principalmente na Ucrânia e Rússia.
4) Os nazistas acrescentaram também o ódio aos judeus, os quais eram acusados de serem os culpados pela derrota alemã na I guerra...o Exército alemão não havia sido derrotado militarmente, mas tinha sido traído especialmente por judeus, socialistas, marxistas e outros grupos considerados inimigos do Estado. Para os nazistas, os judeus e outros elementos "indesejáveis" da sociedade alemã conspiraram para minar o esforço de guerra alemão e enfraqueceram moralmente o país, favorecendo o espírito de covardia. Essa teoria antissemita e revisionista tinha como objetivo justificar o ódio contra os judeus, criando um bode expiatório para os problemas enfrentados pela Alemanha no período pós-guerra. Era preciso culpar alguém e a culpa caiu sobre os judeus...muitos judeus eram donos de indústrias, empresas comerciais e bancos...com a implementação das políticas antissemitas, eles foram os judeus foram alvo de discriminação, perseguição e restrições cada vez mais severas. Suas propriedades e negócios foram confiscados e expropriados, e muitos empresários judeus foram forçados a abandonar suas empresas e deixar o país. Essa visão distorcida e falsa desempenhou um papel significativo na propagação do antissemitismo na sociedade alemã durante o regime nazista, culminando posteriormente no genocídio e na perseguição sistemática dos judeus durante o Holocausto.
5) O discurso Nazista agradou boa parte do eleitorado alemão...assim como foi no fascismo, o nazismo usou a democracia, mesmo sendo antidemocrático: Hitler foi eleito deputado em 1933; os nazistas só conseguiram ter maioria no Parlamento aliando-se a outros partidos...sendo assim, em 1933, Hitler foi indicado como chanceler (primeiro ministro) pelo presidente Paul Von Hindenburg. Ao assumir o poder, Hitler põe em marcha seus planos autoritários e passa a restringir toda a oposição através de manobras políticas que tiveram o apoio de alguns partidos. Em março de 1933, a aprovação da Lei de Concessão de Plenos Poderes deu a Hitler amplos poderes legislativos e o permitiu governar por decretos, contornando o parlamento. Logo em seguida, Hitler implanta a ditadura, fecha o parlamento, extingue os demais partidos políticos e  proclama a chegada do III Reich.

A ECONOMIA NAZISTA: o nazismo era antiliberal, ou seja, era contra o livre mercado; A economia passou a ser dirigida pelo Estado, o qual controlava e administrava a produção, distribuição e consumo, implementando políticas de planejamento central, nacionalização de empresas, controle de preços e restrições comerciais. De maneira geral, as ações nazistas para reerguer a economia foram as seguintes:
a) Rearmamento e expansão militar: pesados investimentos na indústria bélica, aumentando a produção de armamentos e expandindo as forças armadas. Isso impulsionou o setor industrial e gerou empregos.
b) Autossuficiência: o objetivo era reduzir a dependência do comércio internacional através da  autossuficiência, sendo assim, criou-se políticas protecionistas que estimulavam a produção interna, especialmente em setores estratégicos como agricultura e recursos naturais.
c) Programas de trabalho e infraestrutura: implementou-se um amplo programa de obras públicas para gerar muito emprego e renda (estradas, pontes, moradias, etc.). Essas obras não apenas forneceram empregos para a população, mas também melhoraram a infraestrutura do país.
d) Intervencionismo: O Estado assumiu um papel central na economia, intervindo na gestão de empresas, regulando os preços e controlando as relações trabalhistas. Foram estabelecidos cartéis e sindicatos controlados pelo Estado, visando consolidar o poder econômico e político.
e) Expansão territorial: A anexação de territórios visava acessar os recursos naturais necessários para o crescimento da Alemanha.
f) No campo trabalhista, o Nazismo criou a sua versão do corporativismo fascista: a Frente Alemã do Trabalho, que era uma organização sindical controlada pelo Estado. Essa organização buscava unificar os trabalhadores e os empregadores em uma estrutura hierárquica, na qual o Estado tinha autoridade para regular e determinar as condições de trabalho, salários e direitos trabalhistas.
De maneira equivocada ou mal intencionada, muitos intelectuais, por serem marxistas, chamam de totalitários apenas os regimes fascista e nazista, ou seja, tentam passar a imagem de que os regimes marxistas não seriam totalitários...isso é desonestidade intelectual, pois o primeiro regime totalitário foi o Leninista, cuja base ideológica é a marxista.




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